Arquivo de Torneio de Wimbledon - Fair Play

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André Dias PereiraJulho 14, 20215min0

A edição de 2021 do torneio de Wimbledon chegou ao fim. Aqui elencamos os destaques e as desilusões de um torneio que consagrou Djokovic, fez ressurgir Shapovalov e teve um surpreendente Hubert Hurkacz.

Esta foi, aliás, uma edição que começa a traduzir alguns ventos de mudança no circuito. O vencedor ainda foi o incontestado Novak Djokovic. Na final com Berrettini, Nolan levou a melhor por 7-6,6-4, 6-4 e 6-3. No mais, em 62 dos últimos 65 Majors pelo menos um tenista do Big-3 chegou à final. Contudo, o sérvio foi o único desse restrito grupo a jogar as meias-finais.

É verdade que Nadal ficou fora do torneio por opção. Para preservar a sua condição física, o espanhol também não jogará os Jogos Olímpicos. Mas o campeoníssimo Roger Federer caiu nos quartos de final perante a sensação Hubert Hurkacz. O suíço perdeu por 6-3, 7-6 e 6-0. Esta foi a primeira vez que Federer ficou a zero em um set, em 119 jogos em Wimbledon. Djokovic, Nadal e Federer somam agora 20 Grand Slam cada. Mas começa a ser difícil imaginar que Federer, 40 anos, possa voltar a erguer um novo Major. Por enquanto, tal como o espanhol, estará fora das olímpiadas, mas neste caso por lesão.

Novak Djokovic

O campeão. O tenista sérvio venceu Matteo Berritini (6-7, 6-4, 6-4 e 6-3) e soma agora 20 Majors, seis dos quais em Wimbledon. Djokovic chegou à final tendo apenas cedido um set. Foi na ronda inaugural diante Jack Draper (4-6, 6-1, 6-2 e 6-2). Depois, porém, levou a melhor de forma imaculada sobre Denis Kudla, Cristian Garin, Marton Fucsovic e Denis Shapovalov. Tudo leva a crer que o sérvio se torne o maior campeão de Majors, superando Nadal e Federer. Atualmente já o tenista com maior semanas de número 1 mundial e maior campeão de Masters 1000.

Matteo Berrettini

O italiano é o grande nome do ténis italiano da atualidade. Vencedor de 5 títulos ATP, Berretini, 25 anos, conseguiu, talvez, o seu maior feito na carreira alcançando pela primeira vez a final de um Grand Slam. No final do jogo, foi o próprio quem reconheceu o momento histórico que viveu só de chegar até ali. Atualmente na nona posição do ranking, Berretti, todavia, um nome em crescendo no circuito que já provou poder incomodar qualquer um. Em Wimbledon, diga-se, deixou para trás nomes como Guido Pella, Botic Van de Zandschulp, Aljaz Bedene, Ilya Ivashka, Felix Augur-Aliasime e Hurbert Hurkacz. É inequívoco, todavia que 2021 está a ser o melhor de sua carreira. Para além de ganhar os torneios de Londres e Belgrado, foi também finalista vencido em Madrid e agora Wimbledon.

Hubert Hurkacz

Que torneio. Que ano. O polaco, 24 anos, já ganhou 3 torneios na carreira, dois deles este ano: Miami e Delray Beach. Os mais atentos já sabiam ao que vinha, sobretudo depois de uma conquista de um Masters 1000. E a verdade, todavia, é que Hurkacz não desapontou chegando às meias-finais, deixando para trás nada menos do que Daniil Medvedev e Roger Federer. Acabou por cair na meia-final perante Berrettini (6-3, 6-0, 6-7 e 6-4).  Ainda assim, mostrou um jogo bastante versátil e solidez defensiva, o que aliado a um bom momento de forma, o tornou num dos nomes grandes deste torneio e que vale a pena acompanhar no futuro. Para já subiu a número 11 do ranking ATP.

Denis Shapovalov

Com uma carreira de altos e baixos, o canadiano mostrou em Wimbledon que ainda pode aspirar a grandes feitos. É um dos mais talentosos jogadores do circuito mas, ainda assim, ganhou apenas um torneio na carreira. Aconteceu em Estocolmo, em 2019. Em Wimbledon chegou às meias-finais, perdendo para Djokovic (7-6, 7-5, 7-5). Mas o canadiano pode levar boas ilações do torneio dos Cavalheiros. “Agora sei a que nível posso jogar”, reconheceu Shapovalov, depois de deixar para trás Kohlschereiber, Andujar, Murray, Bautista Agut e Khachanov.

Daniil Medvedev

O russo era apontado como um dos candidatos ao título, porque é o número 2 mundial e também porque já mostrou capacidade para ser competitivo em todos os pisos, tendo no bolso, entre outros, o título de Australian Open (2021) e o Masters Final (2020), para além de ter sido finalista vencido no US Open (2020). A verdade, porém, é que o russo não passou dos oitavos de final, caindo perante Hubert Hurkacz (2-6, 7-6, 3-6, 6-3 e 6-3). Com esta derrota, Djokovic garantiu, logo ali, a continuidade como número 1 do mundo após Wimbledon.

Alexander Zverev

Ainda não foi desta. Tal como Shapovalov, a carreira de Zverev tem sido de altos e baixos. E apesar de mais vencedora – 15 títulos, dois dos quais este ano (Madrid e Acapulco) – a verdade, porém, é que continua aquém do seu talento e projeção. Outra vez, o alemão não passou dos oitavos de final, perdendo para o talentoso Felix-Auger Alissime (6-4, 7-6, 3-6, 3-6 e 7-4). Os seus principais resultados em Grand Slam continuam a ser as meias-finais do Australian Open (2020) e Roland Garros (2021).

Andrey Rublev

O número 7 do mundo foi uma sombra em Wimbledon. Tal como o seu compatriota Medvedev ou o alemão Zverev, Rublev também não chegou, sequer, aos quartos de final. Foi afastado por Marton Fucsovic (6-3, 4-6, 4-6, 6-0 e 6-3). Depois de um ano de 2020 com 5 títulos, o russo atravessa uma fase menos boa. Para já, este ano ganhou o torneio de Roterdão. Aos 23 anos, porém, tem tudo para continuar a evoluir e a médio prazo entrar, quem sabe, num top-5.

O campeão Djokovic

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André Dias PereiraMarço 23, 20203min0

Com o planeta em quarenta praticamente todas as modalidades e grandes competições desportivas estão suspensas. No ténis não é diferente. Pelo menos até 7 de Junho não haverá qualquer competição. Isso quer dizer que a temporada de terra batida está cancelada. O único torneio nessa piso que deverá ser disputado é Roland Garros, adiado para o período entre 20 de setembro e 4 de outubro.

Certo é o cancelamento dos torneios de Munique, Estoril, Genegra, Lyon, Estrasburgo, Rabat, Madrid e Roma. Também Indian Wells e o ATP Miami foram cancelados por conta da situação nos EUA. Houston, Marraqueche, Barcelona Monte Carlo e Budapeste são outros torneios sem data prevista para esta época.  “Vamos continuar a monitorar cada dia e esperamos que o circuito retome quando a situação melhorar”, afirmou Andrea Gaudenzi, presidente da ATP em nota oficial.

O Estoril Open, que seria disputado entre 25 de abril e 3 de maio, também foi cancelado. João Zilhão, diretor da prova, diz que a competição só voltará em 2021, “mais forte e com mais novidades”. Todos os que adquiriram bilhetes serão ressarcidos. “Dia 25 de Março íamos anunciar imensos nomes que iam brilhar no nosso torneio. Fica adiada a festa”, comentou João Zilhão, já com datas definidas. Será entre 24 de Abril e 2 de Maio de 2021.

Com Roland Garros adiado para Setembro, o próximo Grand Slam será Wimbledon. Se nada houver em contrário, o circuito regressa com o ATP Estugarda, na Alemanha, a 8 de Junho. No mesmo dia arrancam o WTA Notingham e s-Hertogenbosch, na Holanda, que envolve torneios masculino e feminino.

Esta situação também condiciona os Jogos Olímpicos, caso venham a realizar-se. Isto porque os rankins que contam para o apuramento olímpico são os que vigoram a 8 de Junho. Não havendo jogos até lá, tudo indica que fica a valer os rankings atuais. Aliás, os rankings ATP, WTA e ITF estão congelados, o que significa que os jogadores vão manter suas posições até ao regressos das competições. Por saber está como esses pontos serão defendidos na próxima temporada.

Uma semana separa US Open de Roland Garros

A transferência de Roland Garros para Setembro gerou conflito com a data de outras competições. Uma delas é a Laver Cup, que se jogará em Boston. A organização já anunciou que não irá mudar as datas de 25 a 27 de Setembro. Outras provas afetadas seriam os torneios de Metz (França), São Petersburgo (Rússia), Chengdu (China), Sofia (Bulgária) e Zhuhai (China). Isto para lém de eventos da WTA em Guangzou (China), Seul (Coreia do Sul), Tóquio (Japão) e Wuhan (China).

Outro pontos relevante será entender como os tenistas vão fazer a transição entre o US Open e Roland Garros. Os dois Majors são separados por apenas 7 dias. Por se tratar de pisos diferentes, obrigam os jogadores a preparações diferentes. É possível, por isso, que alguns jogadores preparem o resto da temporada investindo em um dos dois torneios. Será, pois, interessante saber como Djokovic e Nadal, que lutam pela liderança mundial e perseguem Federer no total de Grand Slams, vão gerir essa preparação.

André Dias PereiraJulho 1, 20193min0

Arranca esta segunda-feira o torneio de Wimbledon, o mais antigo e tradicional Grand Slam. No ano passado, Novak Djokovic conquistou o seu quarto torneio no All England Club diante Kevin Anderson. Poderá este ano fazê-lo outra vez?

Na teoria, sim. O sérvio mantém-se como número 1 do mundo e tem-se exibido a um nível que o torna favorito à conquista do seu 16º Major.  Vencedor, este ano, do Australian Open e do ATP Madrid, o sérvio somou triunfos no piso rápido e em terra batida. Nolan tem gerido com critério o seu calendário e a preparação para os principais torneios. Por estes dias anunciou Goran Ivanisevic na sua equipa técnica para o All England Club. A estreia acontece já esta segunda-feira, dia 1, diante o alemão Phillip Kholschreiber, onde é amplamente favorito. Em 12 confrontos entre os dois, o sérvio ganhou 10.

Tal como nos últimos anos, Federer e Nadal são apontados também como grandes favoritos. Senão vejamos. Roger Federer (8), Novak Djokovic (4), Rafael Nadal (2) e Andy Murray (2) venceram as últimas 16 edições de Wimbledon. De entre esses, Federer, Nadal e Djokovic ganharam os últimos 10.

O suíço é o maior campeão do torneio e prepara as suas temporadas para que, nesta altura, esteja no auge. Oito vezes campeão, Federer surge como segundo cabeça de série. Apesar de Nadal ser número 2 do mundo, ao contrário de outros Major, Wimbledon tem em conta não o ranking mas a prestação dos tenistas na relva nos últimos 24 meses. Um critério criticado por Nadal que considera que essa opção “não é boa”.

Candidatos além dos suspeitos do costume

Federer chega a Wimbledon depois de vencer Halle pela décima vez. O suíço ganhou também os torneios de Dubai e Miami em 2019. Perto de completar 38 anos, o helvético não pode ser ignorado na luta pelo título, sobretudo em Wimbledon.

Como terceiro cabeça de série, Nadal terá uma chave mais dura. Jogadores como Kyrgios, Shapovalov, Cilic e Federer são alguns dos possíveis adversários. O espanhol vem de uma vitória importante em Roland Garros e apesar de relva não ser o seu ponto forte, já ganhou Wimbledon por duas ocasiões (2008 e 2010).

Mas para além do big-3 há outros nomes a acompanhar. Da velha geração, como Kevin Anderson, Kei Nishikori ou Stan Wawrinka, à nova geração, Thiem, Zverev, Tstsipas ou até Felix Auger-Aliassime. O canadiano, 18 anos, entrou em 2019 como 109 do mundo e atualmente é 21º. Uma escalada impressionante, que se junta a outros elementos como a capacidade de jogar de igual para igual com todos os adversários, em qualquer piso.

Tsitsipas também tem feito uma época muito boa. Apesar de denotar quebra física, o grego venceu em 2019 dois torneios: Marselha e Estoril. Ao todo, El Greco soma 3 títulos ATP na carreira aos 20 anos de idade. Tal como Thiem. O austríaco é número 4 do mundo, jogou a final de Roland Garros e soma, em 2019, vitórias em Barcelona e Indian Wells.

Quem está de fora é Andy Murray. O britânico jogará apenas a vertente de pares. Já Borna Coric lesionou-se no abdómen e também está fora da competição. Por outro lado, Kevin Anderson regressa após uma longa paragem por lesão. O sul-africano, finalista vencido em 2018, está longe da melhor forma para voltar a repetir o feito. Caso chegue às meias-finais, poderá defrontar Djokovic naquela que seria a reedição da final de 2018.

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André Dias PereiraDezembro 13, 20187min0

Um ano que começou por ser de sonho terminou com mais interrogações do que certezas. Foi assim o 2018 de Roger Federer. Aos 37 anos, o multicampeão suíço não tem nada a provar. É o jogador com mais Grand Slam (20), o mais velho a vencer um Major e também a ser número um mundial. Mas até onde pode chegar o suíço? Tem condições para continuar a aumentar o seu legado em 2019?

Depois de um 2017 arrebatador, com sete títulos ATP, a expectativa era alta para saber se o helvético poderia recuperar a condição de número 1 mundial. Ou, pelo menos, voltar a ganhar um Grand Slam. E a resposta não poderia ter sido mais assertiva. Em Janeiro conquistou o Australian Open pela sexta vez, revalidando o título do ano anterior.  No mês seguinte regressou à condição de número 1 mundial. Tornou-se o mais velho de sempre a conseguir esse feito, após nova vitória (a terceira) em Roterdão. Federer estava em estado de graça. E as paragonas dos jornais eram retumbantes perante o crescimento da sua lenda.

Com Nadal em crescendo, mas longe do seu melhor, e Djokovic ainda há procura da melhor forma, Federer tinha em Del Potro e Cilic, nesta fase do ano, os seus grande rivais. E foi precisamente diante o argentino que perdeu o seu primeiro jogo do ano, na final de Indian Wells. Ainda assim, as 17 vitórias consecutivas em início de temporada representaram um record para o suíço. Foi, contudo, sol de pouca dura. E os primeiros sinais de que Federer já não tem o fulgor de outros tempos, deu-se em Miami. Caiu surpreendentemente na primeira ronda para Thanasi Kokkinakis.

Em boa verdade, voltar a alcançar a liderança mundial nunca foi uma obsessão para Federer. O próprio assumiu que, aos 36 anos, seria difícil consegui-lo, ou pelo menos, manter essa condição. E, talvez seja bom reconhecer que se tratou de algo circunstancial. Não que Roger Federer não o pudesse conseguir. O ano de 2018 mostrou que Federer, Nadal e Djokovic continuam dominantes no circuito. E com o espanhol ainda em fase de calibração e Djokovic a reccuperar confiança, Federer soube, com profissionalismo, gerir os torneios para reconquistar o topo da hierarquia.

A gestão na terra batida

Em 2017, a ausência na terra batida foi uma fórmula de sucesso para um retumbante segundo semestre. Só que essa fórmula não resultou em 2018, mesmo falhando Roland Garros. É certo que esse piso nunca foi o seu ponto forte, ou uma prioridade. Sobretudo depois de completar o carreer Grand Slam e se ter destacado como o maior campeão de Major. Só que essa gestão também lhe trouxe críticas. Ion Tiriac, diretor do Open de Madrid, foi um deles, comparando o suíço a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.

E em boa verdade, Federer nem precisou da terra batida para voltar a ser líder mundial. O suíço não tinha qualquer ponto a defender e no regresso aos courts venceu em Roterdão e Estugarda, voltando a ser número 1. Outra vez, mais elogios. Agora de John McEnroe. “Não entendo como pode, nesta idade, jogar ainda a este nível”, disse.

Estávamos, por esta altura, a meio da temporada. Wimbledon aproximava-se e Federer era o grande favorito. Mesmo aos 36 anos. Mesmo já tendo atravessado diferentes gerações, de Sampras e Dimitrov. Mesmo, uma semana antes, ter perdido para Borna Coric a final de Halle, que lhe retirou a liderança mundial. Poucos levaram a sério esse aviso. Não que Federer tenha estado mal. Mas teve mais dificuldades em converter pontos no primeiro serviço (74) e converteu apenas um break point.

Roger Federer poderá voltar à terra batida em 2019. Foto: Independent.co.uk.

Federer cai com estrondo em Wimbledon

Uma semana depois, o choque. Roger Federer é eliminado nos quartos de final de Wimbledon perante Kevin Anderson. “Senti-me bem, mas não foi o meu dia”, justificou o octacampeão do All England Club. Como em Halle, o suíço pareceu displicente e distraído. Foi assim ao cancelar um serviço por um avião passar, ou ao falhar completamente uma direita depois de um fã ter gritado. Por algum motivo, Federer nunca esteve no total comando da partida, não dando sequência a pontos importantes.

Essa falta de consistência prolongou-se por outros torneios, já na temporada de piso rápido. Em Cincinnati perdeu a final para Djokovic. Mas a grande desilusão deu-se no US Open, onde perdeu para John Millman na quarta ronda, num jogo onde cometeu 77 erros não forçados, 10 duplas faltas e finalizando apenas 49% de primeiros serviços. Foi um dos piores registos da sua carreira, mas ainda assim, garantiu os pontos suficientes para jogar o Masters Final, onde cairia nas meias-finais diante Alexandre Zverev. Nos Masters de Shangai e Paris caiu para Borna Coric e Novak Djokovic, os carrascos de 2018. Pior que as derrotas, a forma como foram alcançadas fizeram soar os alarmes sobre o que esperar ainda de Federer.

E agora, 2019?

Federer tenta, em 2019, tornar-se o maior campeão de torneios ATP. Foto: BBC.com

Aos 37 anos parece claro que Roger Federer tem ainda capacidade para gerir o seu prestígio nos courts, vencer alguns torneios e ir longe em Grand Slam. O suíço refere que nesta idade é impossível prever o que vai acontecer dentro de dois anos, mas sente-se bem no circuito e, nesta fase da carreira, tudo depende da sua família.

Numa temporada muito pode acontecer e 2018 é uma boa prova disso mesmo. Mas a ideia que fica do ano que agora acaba é que, por exemplo, Novak Djokovic está à frente do suíço. É número 1 mundial e com o regresso do sérvio ao mais alto nível é praticamente utópico pensar que Federer poderá recuperar a liderança na hierarquia.

Tal como em 2016 e 2017 o sucesso da temporada do suíço dependerá da gestão dos torneios que fizer. E ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, tudo aponta para que o helvético volte a jogar a terra batida em 2019. “É uma hipótese em cima da mesa. Tenho avaliado e há várias ofertas, mas vamos ver”, explicou. Uma dessas hipóteses é jogar o ATP Barcelona. A prova tem sido dominada por Nadal (11 títulos) e nunca contou com a participação do suíço nos últomos 10 anos. A organização tem feito agora um esforço para recuperar a participação de Federer.

Com Djokovic ainda a um nível excepcional, Nadal intermitente devido a lesões, e com a consolidação de Zverev e Thiem, para além de outros jogadores da nova geração, é pouco provável que Federer volte a erguer Majors. Wimbledon será por certo o foco da sua temporada e a razão de toda a sua preparação. E, em boa verdade, é no All England Club que tem mais chances de ser feliz. Mas mais depressa, talvez, consiga quebrar o último recorde que lhe resta. Ultrapassar Jimmy Connors como o maior campeão de torneios ATP. Connors somou 109 e Federer está com 102.

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André Dias PereiraSetembro 20, 20182min0

Stanley Roger Smith. O nome pouco diz à maioria. Mesmo entre o público do ténis, Stan Smith, como ficou popularizado, não está entre os primeiros nomes no que toca a referências da modalidade. Provavelmente, a sua icónica linha feminina de ténis da Adidas será, hoje, o seu melhor bilhete de identidade.

Contudo, Smith é mais do que um nome de calçado da marca alemã. Foi também o primeiro tenista a vencer o 1º Torneio Masters Cup, que atualmente se disputa no final do ano e reúne os melhores tenistas da temporada. Juntamente com Bob Lutz formou, nas décadas de 70 e início de 80, uma das melhores duplas da história. Em 1971 e 1972 venceu, respetivamente, o US Open e Wimbledon. Feitos que o levaram, em 1987, a entrar no International Tennis Hall of Fame.

Treinado por George Toley, Stan Smith começou por jogar na universidade, na Califórnia, vencendo, em 1968, os campeonatos universitários de NCAA, em singulares. O seu talento fê-lo integrar por três vezes o All American, uma equipa composta pelos melhores desportistas norte-americanos.

Mas foi com o treinador Pancho Segura, tenista de referência nas décadas de 40 e 50, que Smith atingiu outro patamar. O início dos anos 70 foi o seu período dourado, ou pelo menos, o mais titulado. Em 1971 ganhou o seu primeiro Grand Slam. Foi o US Open, diante Jan Kodes (3–6, 6–3, 6–2, 7–6). No ano seguinte ganhou Wimbledon frente a Ilie Nastase (4-6, 6-3, 6-3, 4-6, 7-5). Ainda em singulares não foi tão bem sucedido no Australian Open (nunca passou da terceira ronda) mas em Roland Garros foi duas vezes finalista vencido (1971 e 1972).

Stan Smtih dá nome a uma das mais icónicas linhas de ténis feminino. Foto: .afew-store.com

Tetracampeão em Wimbledon

Stan Smith fica, contudo, na história como sendo o primeiro vencedor do torneio Masters, disputado em Tóquio. O adversário da final era nada menos que Rod Laver: 4–6, 6–3, 6–4.

Em termos de títulos, o norte-americano notabilizou-se ainda mais em pares. Venceu quatro torneios US Open, (1968, 1974, 1978, 1980). Em Wimbledon bateu na trave por outras quatro vezes, tendo sido finalista vencido (1972, 1974, 1980, 1981), tal como no Australian Open (1970).

A sua carreira de sucesso levou-o, mais tarde, a ser treinador na Associação de Ténis dos EUA. Atualmente, tem uma Academia de Ténis e é presidente do International Tennis Hall of Fame.

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André Dias PereiraJulho 16, 20184min0

Nem Roger Federer, nem Rafael Nadal. A edição de 2018 de Wimbledon consagrou a redenção de Novak Djokovic com o ténis. O sérvio conquistou o torneio britânico pela quarta vez (2011, 2014, 2015 e 2018) e mostrou que está de volta ao topo. Com uma temporada irregular, Nolan surgiu no torneio como 21º do mundo e, a partir desta segunda-feira, será 10 mundial.

Djokovic precisou de 2h18 para levar de vencido Kevin Anderson: 6-2, 6-2 e 7-6. O sul africano voltou a estar presente numa final de Grand Slam, depois do US Open 2017. Contudo, tal como diante Federer na altura, voltou a perder. Diga-se, aliás, que esta foi a sexta vitória consecutiva do sérvio sobre o sul-africano. O único triunfo de Anderson, 32 anos, sobre o Djokovic foi há 10 anos.

Este domingo o sul-africano mostrou estar no bom caminho, conforme referiu após o jogo, mas ressentiu-se muito do encontro da meia-final com Roger Fededer. Na sexta-feira, venceu uma maratona em 6h36 de jogo: 2-6, 6-7, 7-5, 6-4 e 13-11. Uma partida que permitiu a Anderson vingar a derrota na final do US Open, o ano passado. A derrota foi um golpe duro para Federer que tinha em Wimbledon o grande objetivo da temporada. Recorde-se que o suíço buscava o nono título no All England Club e para isso abdicou de toda a temporada de terra batida.

Na final, com Djokovic, o sul-africano foi sempre dominado. E depois do duplo 6-2, a sua capacidade física, aliada à pressão do resultado, abateu ainda mais o Anderson.

Para Djokovic este é o 13º Grand Slam da carreira. Está agora a um de igualar Pete Sampras. Apenas Roger Federer (20) e Rafa Nadal (17) têm mais Major que o norte-americano. Djokovic supera também os títulos Major singulares de Roy Emerson.

O caminho para a glória em Wimbledon

O sérvio não era o maior favorito à partida para o torneio. Conforme referido antes, surgiu como 21 do mundo. Isso é justificado por uma temporada irregular, sem títulos e com um ténis muito abaixo da história que constuiu na carreira. Isto após uma paragem de mais de seis meses por lesão. Mas um tenista como Djokovic tem que sempre que ser tido em conta. E, pode dizer-se, fez um percurso espinhoso. Começou por vencer Horacio Zeballos e seguiu o percurso com Kyle Edmund. Nos quartos de final eliminou Key Nishikori e nas meias-finais, Rafa Nadal. Talvez este percurso, sobretudo a vitória sobre Nadal, tenha sido o clique que faltava. Sem com o britânico e Nishikori já havia sido testado, com o espanhol elevou o seu ténis a outro patamar. Ao dos bons velhos tempos.

Houve momentos de dúvida, frustração e desilusão que nos levam a questionar sobre se devemos continuar neste caminho

A vitória sobre Nadal foi outra maratona nesta edição: 6-4, 3-6, 7-6, 3-6 e 10-8. Foram 5h15 de jogo, uma das mais longas semi-finais da história.

Mais do que um título, o triunfo em Wimbledon pode ter o condão de fazer ver a Novak Djokovic que pode voltar ao topo do ténis mundial. Um lugar que lhe pertence. Resta agora saber a consistência deste título e se pode voltar a jogar, pelo menos, as semi-finais do US Open. Certo para já é o seu lugar no ATP Finals.

Nadal ainda é número 1

Eliminado nas meias-finais, Nadal, 17 títulos, persegue Federer, com 20. Foto: Tennis Fan Club

Nadal, eliminado nas meias-finais, também partia com ilusão de poder vencer o título e travar a hegemonia de Federer em Wimbledon. Até porque é número um mundial e tem a ambição ultrapassar o suíço em Grand Slam. Para isso, precisará ir além do epiteto de “Rei da terra batida” e ganhar mais vezes em terrenos onde Federer tem sido mais dominador. Como Wimbledon. Para já, não conseguiu por conta de um super Djokovic.

Uma das partidas que fica desta edição de Wimbledon é o triunfo do espanhol sobre Del Potro: 7-5, 6-7, 4-6, 6-4 e 6-4.

Nadal vai jogar, a partir de 6 de Agosto, o TMS Canadá, onde defende 2230 pontos que tem de vantagem sobre Federer. Esta segunda-feira, arranca a 181ª semana como líder do circuito. Para já, é garantido que vai chegar à 188ª semana como número um. À sua frente, na história como líderes com mais semanas de liderança mundial, estão Roger Federer (310), Pete Sampras (286), Ivan Lendl (270), Jimmy Connors (286) e Novak Djokovic (223).

Foi assim que Novak Djokovic venceu Kevin Anderson e o quarto título em Wimbledon.

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André Dias PereiraNovembro 5, 20173min0

O ano de 2017 está a ser um ano de sombras e luz para Jo-Wilfred Tsonga. O tenista francês, número 15 do ranking ATP, tem tido participações discretas nos principais torneios do circuito, contudo, acumula já quatro títulos (Roterdão, Marselha, Lyon e Antuérpia) nesta temporada, o que corresponde ao melhor registo desde que começou a carreira profissional.

No passado dia 22, em Antuérpia, Jo-Wilfred Tsonga venceu o seu terceiro torneio ATP-250. O francês levou a melhor sobre o argentino Diego Schwartzman (6-3 e 7-5). Esta não foi uma vitória qualquer. Tsonga conseguiu pela primeira vez na carreira vencer quatro torneios em um ano. O melhor que conseguira anteriormente foi em 2009, ao ganhar em Toquio, Marselha e Joanesburgo. Ao todo, já disputou 27 finais, vencendo 16.

Antigo número 5 mundial, Tsonga ocupa, aos 32 anos de idade, o 15º lugar do ranking mundial. O ano até nem começou mal, com triunfos em Roterdão, Marselha e Lyon no primeiro semestre de 2017. Na Holanda o francês venceu o belga David Goffin (4-6, 6-4 e 6-1), colocando um ponto final no jejum de títulos que durava desde Metz, em 2015. Mas teve que atravessar o caminho das pedras, deixando para trás os favoritos Marin Cilic e Thomas Berdych. Em Marselha, sete dias depois, voltou a mostrar o bom momento, ganhando a final diante o compatriota Lucas Pouille, por duplo 6-4. Foi o seu terceiro triunfo em Marselha, o que representa um recorde na prova.

A sombra de Tsonga

O ano corria favorável a Tsonga (regresso ao top-10 mundial) mas lesões e o nascimento do seu primeiro filho mantiveram o francês fora de alguns torneios. Depois, a derrota perante Fabio Fognini, em Indian Wells, a desistência do Masters de Miami, a derrota na primeira ronda de Monte Carlo perante Adrian Mannarino, bem como as desistências nos torneios de Madrid e Roma foram fortes revés para o gaulês.

A retoma voltou em Lyon. Tsonga venceu Thomas Berdych (7-6 (7-2) e 7-5), naquela que foi a sua quinta vitória sobre o checo.

Apesar das vitórias, nos Grand Slam o francês não conseguiu o mesmo brilhantismo. Na Austrália, caiu nos quartos de final diante o favorito Stan Wawrinka. Pior, em Roland Garros foi surpreendido na segunda ronda pela argentino Renzo Olivo Em Wimbledon, Sam Querrey levou a melhor sobre o francês nos 16 avos de final. E no US Open, também foi afastado na segunda ronda pela estrela em ascensão Denis Shapovalov.

Num ano de altos e baixos para Tsonga, 2017 certamente terá um sabor agri-doce. Os quatro títulos conquistados não foram suficientes para garantir uma posição de disputar o ATP Finals. Com a eliminação, esta semana, em Paris, a corrida a Londres ficou completamente afastada.

A vitória de Jo-Wilfred Tsonga em Antuérpia:


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