[Lendas do Ténis] Roy Emerson, o maior entre os amadores

André Dias PereiraJulho 12, 20184min0

[Lendas do Ténis] Roy Emerson, o maior entre os amadores

André Dias PereiraJulho 12, 20184min0

Injustiçado. Subvalorizado. Muitos são os adjetivos que ajudam a descrever a carreira Roy Emerson. Mas dizer que o tenista australiano esteve sempre à frente do seu tempo seja mais justo. E essa condição tornou-o intemporal.

Esta é a história do tenista que, até hoje, conquistou maior número de Grand Slam. Vinte e oito no total. Doze em singulares e dezasseis em pares. Roy Emerson é, ainda hoje, o único tenista a fazer o carreer Grand Slam em singulares e pares. E é a par de Novak Djokovic e Roger Federer, o único a ter seis Australian Open.

Com uma carreira que decorreu entre 1953 e 1983, Roy Emerson conquistou todos os seus maiores feitos na Era amadora do ténis. Dominou o circuito sobretudo na década de 60, altura em que conquistou 27 dos seus 28 Grand Slam. Foi também o primeiro a conquistar, pelo menos, duas vezes cada Major na carreira.

Apesar dos números impressionantes, a sua carreira sempre foi relativizada pelo facto de os torneios Grand Slam serem abertos apenas a jogadores amadores, sendo o nível técnico maior nos torneios profissionais.

Nascido em Blackbutt, Queensland, em 1936, Roy Emerson começou a sua ligação ao ténis em Brisbane, quando a sua família se mudou. O seu primeiro título teve lugar em Wimbledon, em 1959, a par de Neale Fraser. O primeiro título de singulares teve lugar dois anos depois, na sua Austrália natal, diante Rod Laver. Os dois australianos voltariam a defrontar-se no mesmo ano, na final do US Open. Outra vez, a vitória foi para Roy Emerson.

Roy Emerson era, sobretudo, conhecido pela sua capacidade de treino e forma física, bem como um estilo de jogo adaptável a todos os tipos de piso. Entre 1963 e 1967 foi, talvez, o seu auge. Conquistou nada menos que cinco títulos consecutivos do Australian Open. Em 1963, diante Pierre Darmont, venceu Roland Garros, repetindo o feito em 1967. O primeiro título em singulares, em Wimbledon, ocorreu em 1964. Fred Stolle foi o oponente. Nesse ano, Roy Emerson venceu 55 jogos consecutivamente e ganhou 109 de 115 jogos realizados. Números que lhe permitiram vencer o Australian Open, Wimbledon e US Open. Sem surpresa, tornou-se número 1 em 1964 e 1965. O seu último título em singulares foi, precisamente, em 1967, em Roland Garros. Um ano antes do arranque da Era profissional.

Recordista intemporal

Roy Emerson ao lado de sua estátula em Blackbutt, sua cidade natal. Foto: Courier Mail

Emerson sempre quis manter-se como amador. Recebeu várias propostas para se tornar profissional, inclusivamente avultados valores em dinheiro.

O seu recorde de 12 Grand Slam mantive-se intacto até ser ultrapassado por Pete Sampras, em 2000. Contudo, o seu recorde de dez vitórias consecutivas em finais de Grand Slam mantém-se em activo. Diga-se também que Emerson conquistou oito Taças Davis, entre 1959 e 1967, um recorde. Ao lado de Rod Laver conquistou, em 1971, o seu último Grand Slam. Foi no torneio de pares de Wimbledon. Ao todo conquistou 28 Grand Slam (entre as singulares e pares) e 110 títulos.

É por isso um nome grande na história do ténis, tendo-se retirado em 1983. Actualmente com 83 anos de idade tem coleccionado várias menções honrosas. Está desde 1982 no Hall of Fame. Em 2000 foi agraciado com a medalhe de desporto australiana. Roy Emerson dá ainda nome ao troféu do prestigiado troféu de Brisbane, onde tem ainda courts com o seu nome. Na sua cidade natal tem ainda um museu sobre si e uma estátua.

 

Títulos em Singulares 

Australian Open: 1961, 1963, 1964, 1965, 1966 e 1967)

Wimbledon: 1964 e 1965

Roland Garros: 1963 e 1967

US Open: 1961 e 1964

 

Títulos em Pares

Australian Open: 1962,1966 e 1969)

Wimbledon: 1959, 1961 e 1971

Roland Garros: 1960, 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965

US Open: 1959 e 1960, 1965 e 1966

 

Taça Davis: 1959, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966 e 1967

 

Roy Emerson e as finais de Wimbledon, em 1965


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