Arquivo de Eintracht Frankfurt - Fair Play

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Bruno Costa JesuínoDezembro 11, 20199min0

Provavelmente esta é primeira crónica de todo o sempre que começa ‘inspirada’ numa música de Quim Barreiros. Na génese da ideia estão as conversas (online  e offline) do ‘adepto comum*’, que facilmente passam um treinador de “besta e bestial” e vice-versa. Um qualquer desses adeptos poderia cantar assim: “Ponho o Lage, tiro o Lage, ao jogo que eu quiser…”

Ponho o Lage, tiro o Lage, ao jogo que eu quiser
Ora é melhor é que o Mourinho, ora é treinador fraquinho
Tira na Europa, põe na Liga, e às vezes na taçinha
Está sempre mudando o onze para a prova que se avizinha!

Nota: no fim do artigo será apresentada a definição de “adepto comum”.

Diário de bordo dos 11 meses de Lage

Estas súbitas mudanças de opinião não são exclusivas aos adeptos do Benfica, mas sim transversais a todos os adeptos. Mas neste artigo vamos centrar-nos em Bruno Lage e nos 11 meses que tem à frente da equipa principal dos «encarnados».

O início e o pré-início da cruzada do ‘comandante’ Lage

São 11 meses, mas já podiam ser 12. Há cerca de um ano, o clube não passava por uma boa fase, e começou-se a falar na possibilidade de Bruno Lage, na altura treinador da equipa B, assumir o leme da equipa principal. Não foi em dezembro, mas em Janeiro o treinador setubalense assume o comando interino numa conjuntura difícil, após a saída de Rui Vitória. A equipa tinha acabado de perder em Portimão, ficou mais longe do título e o nível exibicional deixava muito a desejar. Muitos viram esta opção apenas como uma situação temporária e que o Benfica parecia indicar ‘entrelinhas’ estar a ‘desistir’ do título. Mas outros não. E entre estes estava Bruno Lage, que acreditou no qualidade do seu trabalho, na equipa, e fez a equipa acreditar nele e nela própria. No jogo de estreia muda o sistema táctico (para 442) e, entre outras alterações, lança a então ‘promessa’ João Félix como segundo avançado. O jovem já tinha sido utilizado por Rui Vitória a titular, mas mais vezes a saltar do banco, e sempre a jogar a partir da esquerda. Lage quis tirar o melhor partido do jogador e do que este poderia dar a equipa, e muito do jogo da equipa a passar por ele. Começou a perder na Luz por 0-2, mas acabou a vencer com brilhantismo, por 4-2, com um futebol ofensivo de qualidade e com uma grande exibição de João Félix. A partir daí a equipa embalou.

As não vitórias de Bruno Lage 2018-19

Mesmo numa sequência de vitórias, a cada não vitória, iam surgindo as primeiras críticas.

«Final Four» da Taça da Liga: O primeiro clássico

No primeiro grande clássico, a equipa defrontou o Porto na «final four» da Taça da Liga. Num jogo muito intenso, em que as equipas se bateram de igual para igual, a equipa da cidade invicta acabou por levar a melhor. Se para muitos adeptos do Benfica ficou a retina da boa exibição da equipa, para outros ficou apenas uma derrota e a possível falta de estaleca da equipa.

Quartos-de-final da Liga Europa: A sina alemã

À medida que na liga portuguesa se ia aproximando do Porto, na Liga Europa, Bruno Lage acabou por ir dando a oportunidade a alguns «jovens do Seixal». Florentino, Yuri Ribeiro, Jota, o próprio Gedson que tinha perdido algum espaço, e mesmo o já mais experiente Corchia (emprestado pelo Sevilha) começou a ter oportunidades nesta competição. Eliminou o Galatasaray, o Dinamo Zagreb, e numa eliminatória equilibrada com o Eintracht Frankfurt, acabou por ficar às portas da meia final. Nesta altura surgiram as primeiras críticas relacionadas com a rotação que Lage fez na equipa, elogiadas nas rondas anteriores, quando o Benfica venceu.

Meias-finais da Taça de Portugal: No tudo por tudo dos leões

Depois de uma excelente exibição na primeira mão da meia-final diante o Sporting, em que eliminatória poderia ter ficado resolvida, a 10 minutos de fim, num último fôlego Bruno Fernandes conquista um livre directo. O ‘intocável’ do Sporting bate com excelência de deixa tudo em aberto para a segunda mão em Alvaldade (2-1). Aí apresentou-se um Benfica menos capaz do que no jogo anterior e um Sporting, já afastado do campeonato, tinha que dar o tudo por tudo para ser feliz. E mereceu ser feliz. Num jogo equilibrado, um lance de génio de Bruno Fernandes permitiu o Sporting passar à final do Jamor, que acabaria por vencer.

Campeonato: Após a vitória mais importante a primeira perda de pontos

Após a derrota na Taça da Liga diante do Porto, temia-se de alguma forma como reagiria o Benfica na decisiva deslocação ao Dragão. O Benfica só contava com vitórias e tinha reduzido a larga distância para apenas um ponto. Num jogo muito intenso os «encarnados» impõem-se e vencem merecidamente por 1-2, passando a liderar a liga com dois pontos de vantagem. Curioso que no jogo seguinte, na recepção ao Belenenses, o Benfica perde pontos pela primeira (e única) na era Lage. Num jogo controlado a vencer por 2-0, duas falhas de atenção permitiu dois golos Belenenses em dois minutos. Terá servido de aviso para embarcação que não mais perdeu pontos até final da época.

2019-20: A queda do pedestal de quem não chega a cair

O título pode ser um pouco dúbio, mas tem tudo a ver com a carreira de Bruno Lage no Benfica. Para a generalidade do adepto comum, a época passada Lage era o melhor do mundo e pensam que vai ganhar todos os jogos, mas às primeiras derrotas já acham que ele é o pior de todos e devia ir embora.

A equipa entrou bem com uma vitória de 5-0 na supertaça diante o Sporting. Com um nível exibicional mais baixo que na época anterior, o certo é que Lage tem conquistado quase todos os pontos. Quase todos, porque perdeu, sem qualquer contestação, na recepção ao Porto, que conseguiu anular de forma exímia os pontos fortes dos «encarnados». A partir desta derrota a desconfiança dos adeptos começou e Lage começou a ser criticado.

Mesmo indo vencendo todos os jogos, muito deles com pouco brilhantismo, a prestação na Liga do Campeões, principalmente nos primeiros jogos, fez com que muitos adeptos começassem a olhar para Bruno Lage com desconfiança, apontando o dedo sobretudo, à rotação dos jogadores.

7 notas sobre Lage

  1. Entrou a meio da época passada, numa situação difícil, e fez uma recuperação fantástica tanto em termos de resultados como exibicional. Sendo a primeira experiência como líder de um equipa principal, merece crédito.
  2. Em duas meias épocas no campeonato perdeu apenas 5 pontos. Esta época com menos fulgor exibicional, muito por culpa da perda do jogador sob o qual rodava todo o futebol de equipa. Com algumas experiências falhadas foi encontrando soluções para colmatar essa ausência. A equipa parece ter melhorado nas últimas semanas.
  3. A rotação tem vantagens e desvantagens. Permite dar descanso a jogadores importantes, além de dar oportunidade e ritmo de jogo a jogadores menos utilizados, para quando forem chamados estarem motivados e condições em competir. A desvantagem é que é sempre um risco. Mas se é para arriscar que seja nas taças, principalmente na Taça da Liga. Na Liga dos Campeões, foram 2, 3 ou 4 alterações, que não considero que sejam suficientes para justificar os resultados do Benfica. Embora exista quem ache. São opiniões.
  4. Depois dos excelentes jogos da época passada, muitos treinadores foram percebendo os pontos fortes do Benfica. Começaram a saber como anular os movimentos da equipa e, muitas vezes, mesmo durante os jogos, Lage teve que mudar e não teve receio disso. Pode mudar para pior ou melhor, mas tenta ler o jogo e melhorar e não fica refém das suas ideias iniciais.
  5. Jogadores, como por exemplo Tomás Tavares, não estiveram sempre bem e tiveram falhas. No entanto, será certamente agora melhor jogador do que era em Setembro. São dores de crescimento normais num jovem, e quem quer tornar jovens jogadores em jogadores de topo, tem que cometer riscos e contar com possíveis consequências que possam advir. (Um excelente exemplo disso, aconteceu há uns anos, no outro lado da segunda circular. Rui Patrício até se tornar no guarda-redes indiscutível esteve duas épocas a ser criticado pelos adeptos. Mas certamente as falhas que tiraram pontos foram posteriormente ultrapassadas pelas defesas que deram pontos.)
  6. Não esperem de Lage aquele treinador que vai jogar em 90 por cento das vezes com o mesmo onze, consoante os adversários, a condição física dos jogadores e para manter o plantel competitivo, vai haver mudanças muitas vezes. Tirando talvez o Barcelona de Guardiola (que tinha sempre a bola logo dava para descansar durante os jogos) todos as equipas, que estejam em 2, 3 ou 4 competições têm que rodar, priorizando-as. Outro exemplo vindo de um rival. Adeptos portistas acérrimos defensores de Sérgio Conceição, apontaram a falta do rotatividade do Porto como a grande falha da época passada.
  7. Por fim, um desejo pessoal, tenha mais ou menos sucesso que Bruno Lage mantenha sempre a sua postura e se mantenha fiel às suas ideias e ideais. Importante ter mais treinadores que não entrem em polémicas sem sentido e que refugiam só em desculpas comuns. Que continue a explicar os resultados e exibições - bons e maus - com base no futebol jogado. Ou seja, com todo o Fair Play.

Definição de “adepto comum”

adepto comum | adj. s. m. + a·dep·to |épt| co·mum

(latim adeptus, -a, -um, conseguido, atingido) + (latim communis, -e)

adjectivo e substantivo masculino

1. Diz-se de ou pessoa que apoia um determinado clube principalmente quando as coisas correm bem. Quando não correm bem consegue ser o principal crítico = PARTIDÁRIO PARA O LADO QUE CALHA

2. Diz-se de ou pessoa pseudo-especialista que comenta futebol publicamente sem muitas vezes perceber a regra mais básica. = PSEUDO APOIANTE

3. Diz-se de ou pessoa que normalmente sofre de memória curta causada por trechos de 90 minutos. = APOIANTE COM MEMÓRIA DE PEIXE

adaptado, adulterado e inspirado no formato do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
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Pedro CouñagoAbril 15, 20194min0

Na passada quinta feira, tivemos um duelo bem interessante no Estádio da Luz, que terminou com uma vitória importante do Benfica por 4-2. Importante, mas com certeza não decisiva, pois deixa todas as hipóteses ao Eintracht Frankfurt de conseguir ainda ter a esperança de discutir a eliminatória depois de um jogo em que os encarnados poderiam ter deixado a questão praticamente resolvida.

Foi um jogo entretido, com golos, e em que se percebeu que o Eintracht disputa sempre os jogos da mesma forma independentemente das atenuantes existentes, como por exemplo a expulsão. Percebemos que é uma equipa bastante vertical, que joga olhos nos olhos e que não abdica de uma postura de procura pelo golo. Sendo assim, o que podemos esperar dos alemães na segunda mão?

Equipa a entrar bastante forte na partida

Para o Frankfurt poder ter esperança frente ao Benfica, certamente irá começar a partida pressionante, bem como demonstrou em Lisboa. Seria importante aos encarnados controlar desde logo o ímpeto inicial que a equipa de Frankfurt terá, visto que os alemães procurarão um golo cedo na partida que lhes trará a confiança necessária para o que restar do jogo e colocará o Benfica numa posição mais receosa.

O jogo da Luz revelou duas equipas em busca da vitória, não menos do que aquilo que teremos na Commerzbank-Arena (Foto: Sportingpedia)

Sendo o jogo na Alemanha, como o apoio dos fervorosos adeptos do Eintracht, que, de resto, se fizeram sentir também em Lisboa, a pressão de um golo inicial poderá afetar o Benfica e levar os jogadores de Lage a cometer erros. Será também interessante acompanhar quais os atletas que o treinador português coloca em campo, num sentido de perceber se continua a rotação de equipa, promovida na primeira mão, ou se, por segurança, coloca a sua equipa mais rodada.

Exploração das costas da defesa e das alas

O Eintracht atua num 3-4-3 bastante ofensivo, com dois jogadores que apostam na profundidade nas alas e três atacantes que funcionam muito bem em conjunto. Na primeira mão, a equipa alemã causou alguns dissabores ao Benfica jogando desta forma, marcando um golo e tendo mais algumas ocasiões que foram desperdiçadas. É certo que o Eintracht irá assumir uma postura um pouco diferente, mais controladora da bola, mas podemos esperar uma aposta em colocar a bola em Danny da Costa e, principalmente, Filip Kostić, que podem causar bastantes desiquilíbrios junto dos laterais benfiquistas.

Depois, os três atacantes são bastante fortes a aguentar a posse de bola. O português Gonçalo Paciência parece começar a engrenar nas dinâmicas da equipa, tendo também marcado na Luz e no passado jogo para o campeonato. Luka Jović e Ante Rebić estão já estudados e é sabida a sua enorme qualidade na definição e leitura de jogo. Assim, a defesa benfiquista terá de se cuidar caso não queira ter dissabores.

Frankfurt quer vingar os últimos dois desaires e estará certamente motivado

Antes da visita a Lisboa, o Eintracht estava numa senda de quinze jogos sem perder, estando bem por dentro da luta por um lugar de Champions. Esta está a ser uma época muito boa para o clube alemão, um pouco na senda daquilo que vêm sendo os últimos anos.

A derrota com o Benfica veio quebrar essa senda, ainda que a equipa tenha deixado boa imagem no Estádio da Luz. No entanto, a derrota frente ao Augsburgo no domingo é uma que não era particularmente esperada pelos seus adeptos, até porque a equipa começou a ganhar o jogo, além de ter sido no seu reduto. É, assim, a segunda derrota consecutiva do Eintracht, algo que poderá causar alguma desconfiança na equipa.

O último jogo do Eintracht traduziu-se numa derrota comprometedora para as aspirações do clube na Bundesliga, jogo marcado por mais uma expulsão (Foto: SGE)

Por outro lado, levar a equipa a estar ainda mais motivada para suceder frente ao Benfica, visto que nunca havia chegado tão longe nesta competição europeia (entenda-se Liga Europa) e que está à beira de um desempenho europeu histórico.

Em suma, a eliminatória está a favor do Benfica, mas longe de acabada. O Eintracht Frankfurt tem muita qualidade nos diferentes setores, principalmente no setor atacante, algo que poderá causar problemas ao reduto mais defensivo dos encarnados, mas o seu balanço atacante poderá dar espaços ao Benfica para marcar e, aí sim, deixar a eliminatória bem encaminhada.

Teremos, assim, um jogo bastante interessante na quinta feira, um jogo de parada e resposta de duas equipas que estão a fazer épocas positivas e que querem acrescentar um troféu europeu que lhes escapa há várias décadas.

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Pedro CouñagoSetembro 20, 20188min0

Sendo uma das principais ligas europeias, a Bundesliga marca-se por ser um poço de descobertas, reveleções e afirmações de jogadores.

Neste caso, o artigo foca-se em quatro jogadores, que têm dois pontos em comum: são atacantes e são de nacionalidade francesa. Numa seleção francesa que está em “estado de graça” e que tem um Olivier Giroud que tem a total confiança de Didier Deschamps, mesmo não sendo o jogador mais regular ou com melhores condições físicas, convém, no entanto, perceber que opções poderá o selecionador ter num futuro próximo ou a longo prazo, e a verdade é que quatro delas estão no campeonato alemão. A sua observação, pelo menos, é bastante relevante.

Além disto, todos são jogadores de importância para as suas equipas, em diferentes escalas de grandeza, e é isto que pretendemos expor.

Alassane Pléa

Este atacante é, possivelmente, o mais conhecido dos adeptos do futebol. O jogador de 25 anos já vinha, há algumas épocas, sendo uma das principais figuras de um Nice que ganhou alguma projeção europeia, protagonizando uma transferência milionária para o Borussia Monchengladbach neste verão.

É um avançado rápido, móvel e que dá sempre muitas dores de cabeça às defesas contrárias. Entrou bem em território alemão, com um hattrick na primeira eliminatória da Taça da Alemanha e com um golo decisivo a evitar a derrota frente ao Augsburgo na segunda jornada. Este é daqueles jogadores que, quando ganha confiança, pode realmente endiabrar-se e aprimorar ainda mais o seu futebol, portanto será um jogador a que as defesas contrárias devem ter uma atenção especial a anular e não dar muito espaço.

Pléa tem agora a oportunidade de mostrar que tudo aquilo que fez em Nice não foi por acaso (Fonte: Getty Images)

Tem todas as potencialidades de ganhar o seu espaço e ser uma das principais figuras da equipa, face a uma dupla de avançados Stindl/Raffael que vai já perdendo o fulgor de outros tempos, graças ao avançar da idade, e ainda graças a lesões mais recentes.

Pléa será o avançado em melhor posição para ganhar um maior destaque e será um sério caso a visionar num campeonato à sua medida.

Sébastien Haller

Haller, neste momento, representa a bóia de salvação num Eintracht de Frankfurt à deriva. O início de época da equipa de Frankfurt foi desastroso, muito longe do que fez em tempos recentes, como o Fair Play previu, com uma derrota por 5-0 para a Supertaça com o Bayern de Munique, a eliminação precoce da Taça da Alemanha, na primeira ronda, e apenas três pontos conquistados em nove possíveis no campeonato. O único ponto positivo tem mesmo sido o ponta de lança.

Sébastien lidera a tabela de marcadores com três golos marcados e tem sido o abono de família do Eintracht, revelando-se como o seu líder dentro de campo. Com 24 anos, já não se fazem muitos avançados como este, que, sendo alto e possante, é mortífero, de passada larga e arrasta consigo muitas movimentações, sendo rápido a consegui-lo.

Haller tem feito o seu trabalho, mas a sua equipa está longe do que consegue fazer (Fonte: Eintracht Frankfurt)

É verdade que a sua equipa piorou face à transata época, mas Haller tem mantido a cadência de marcação de golos, indo até tendencialmente aumentá-la (fez 13 em todas as competições em 17/18). É um jogador, neste momento, que parece ter capacidade de brilhar noutros voos, precisando, antes disso, de conseguir levar um barco instável a um porto seguro.

Se o conseguir fazer, poderá dar, mais um exemplo, de que nem todos os avançados que saem da Eredivisie (liga tendencialmente ofensiva) são flops e pouco adaptáveis ao estilo de jogo das diferentes ligas. A médio prazo, poderá ser uma opção interessante para a seleção, pois tem características que fazem falta a qualquer equipa e que podem decidir jogos.

Jean-Kévin Augustin

O atacante de vinte e um anos será, talvez, o nome mais excitante desta lista. Sair do PSG, no verão de 2017, foi talvez a melhor decisão que o atacante poderia ter tomado, pois nunca conseguiria ganhar a projeção que desejaria nem o tempo de jogo o favoreceria.

Além disso, o polivalente atacante foi parar a uma equipa que, claramente, fomenta a introdução de jovens nos seus quadros e que os molda à sua forma de jogar e de pensar. Tem-se notado uma clara evolução em termos de maturidade de Augustin, dando mais de si à equipa e revelando-se como um dos principais desequilibradores da frente de ataque do Leipzig.

O atleta marca, assiste, oferece situações de rotura e, não sendo um tradicional ponta de lança, funciona muito bem como um. Tem uma capacidade de aceleração e de drible acima da média, algo que lhe permite ter vantagem sobre os defesas e que se insere no futebol moderno.

Augustin sempre foi uma das principais figuras das seleções jovens francesas, através do seu talento e da sua irreverência, parece cada vez mais possível que possa confirmar o seu estatuto e, quem sabe, chegar à seleção principal mais cedo do que pensaria.

Augustin tem feito um percurso de bom nível em Leipzig (Fonte: Bancada)

Até lá, precisa de continuar a trabalhar no duro e de continuar a lutar por um lugar numa equipa onde ninguém tem lugar absolutamente garantido. O Leipzig, não estando com a mesma força do transato campeonato, é uma equipa forte, que impõe respeito, muito competitiva, pelo que os seus jogadores, se querem jogar, têm de ter uma atitude condizente.

O futuro parece ser risonho para Augustin, que começa a provar que o seu talento é real e que o seu potencial poderá ser alcançado. Um dia, o seu legado nas seleções jovens poderá ser retomado com uma estreia na seleção principal francesa. No entanto, terá de ter atenção aos atritos, visto que ainda recentemente teve uma atitude irrefletida, quando recusou ir à seleção de sub 21 por se encontrar cansado, algo que o fez ficar mal visto junto dos responsáveis desse escalão, nomeadamente o selecionador Sylvain Ripoll.

Jean-Phillipe Mateta

O último atacante da lista é aquele que mais representa uma incógnita, em parte por se ter transferido neste verão, por ser o nome menos conhecido dos quatro e por ser o que menos provou até agora na sua carreira. Aos 21 anos, e não tendo conseguido afirmar-se no Lyon, transferiu-se para o Mainz, uma equipa que lhe permitirá ter mais oportunidades e que lhe permitirá progredir.

Mateta pode ser o matador que o Mainz já procurava há algum tempo (Fonte: Bundesliga)

Mateta é o jogador que parece ter a via mais dificultada para uma subida substancial na carreira, faltando-lhe ainda adquirir um pouco mais atitude e ter mais entrega ao jogo. Na linha de Sébastien Haller, é um jogador bastante possante, que consegue segurar bem a bola, mas falta-lhe melhorar o seu tempo de decisão.

Mateta, dos quatro atletas, é também aquele que praticamente não tem nenhum currículo a nível de seleção francesa, além de 3 internacionalizações nos sub 19. Tem ainda um longo caminho a percorrer, veremos o que consegue alcançar nesta temporada, numa equipa que lhe dá a oportunidade de ser o líder do ataque e que precisa de golos para não ter o “credo” na boca como na passada temporada, com o fantasma da descida de divisão a ser bem real.

Quatro atacantes franceses têm diferentes objetivos e diferentes perspetivas. Vejamos qual (quais) dele(s) consegue(m) corresponder às expectativas em si depositadas, com a certeza de que estão num campeonato que se marca pela aquisição de valores e competitividade, algo que apenas os pode ajudar a progredir enquanto elementos decisores das suas equipas.


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