Arquivo de Brasil - Página 13 de 22 - Fair Play

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Renato SalgadoFevereiro 26, 202011min0
Após uma pesquisa ouvindo atletas e treinadores negros de 60 clubes das Séries A, B e C. E do futebol brasileiro o levantamento, feito sob a condição de anonimato por parte dos entrevistados, aponta: 48,1% afirmam terem sido vítimas de racismo no futebol. A histórica falta de punição das entidades que organizam as competições é um ponto a ser destacado. Afinal, somente nesta temporada Fifa e CBF criaram protocolos minimamente rígidos relacionados a casos discriminatórios.
O problema não começa nem acaba nos estádios. A comoção causada após os insultos a Taíson, na Ucrânia e a agressão verbal proferida contra um segurança no estádio do Minerão no final do ano passado, expõem ainda mais uma ferida aberta há séculos na humanidade e, em particular, em nossa sociedade.
Foto: Infografia GloboEsporte.com

“Embranquecimento” nos campos

Esporte destinado às elites, até então, o futebol não era palco para negros nas primeiras décadas do século passado. Em 1914, Carlos Alberto, que trocou o America-RJ pelo Fluminense, tinha por hábito passar pó de arroz no corpo para disfarçar a pele parda. Dez anos depois, foi a vez do Vasco da Gama sentir o peso social ao se ver obrigado a recusar o convite da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (Amea) de ingressar no Campeonato Carioca de 1924, por insistir em manter em seu elenco 12 atletas negros. Em um país que escravizou cinco milhões de indivíduos, 40% do total que foi trazido às Américas, ser negro era visto como algo inferior.

No documento que ficou conhecido como Resposta Histórica, o Vasco se negou a aceitar o corte dos atletas. Veja trecho:

“Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um acto pouco digno da nossa parte, sacrificar ao desejo de fazer parte da A.M.E.A., alguns dos que luctaram para que tivessemos entre outras victorias, a do Campeonato de Foot-Ball da Cidade do Rio de Janeiro de 1923.

São esses doze jogadores, jovens, quasi todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o acto publico que os pode macular, nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que elles com tanta galhardia cobriram de glorias.”

Foto: Reprodução site oficial do Vasco

 Falta engajamento?

Nem mesmo o maior atleta do esporte, Edson Arantes do Nascimento, passou incólume.Antes de se tornar Pelé, o principal nome que encantou os gramados do mundo era chamado de Gasolina (derivado do petróleo), Alemão, Crioulo… alcunhas que tinham como intuito ironizar a cor da pele do atleta. A questão racial, deixada de lado pelo Rei do futebol, enquanto atleta, segundo consta na biografia “Pelé: estrela negra em campos verdes”, de Angélica Basthi, veio à tona quando maior o nome do desporto mundial virou Ministro Extraordinário dos Esportes, no governo Fernando Henrique Cardoso, em 1995.

Se com a bola nos pés Pelé colocou por terra qualquer ideia de inferioridade negra, afinal, que suposta supremacia não se curvou ao 10? Na posição de ministro, Edson Arantes do Nascimento direcionou os holofotes para a falta de representatividade política dos negros.

Foto: Marcos Arcoverde/Ag. Estado

“É bem mais fácil você eleger um negro para discutir o problema do negro. Se o negro quer que se tenha uma melhora na sua posição social e uma melhora do Brasil de uma maneira geral, temos de botar a gente no Congresso, para defender a nossa raça. Onde o Pelé chega, está chegando um cidadão brasileiro de cor negra. A minha bandeira é a do exemplo, da coisa séria,” disse o Rei, à Rádio CBN, após reunião com a Executiva do Movimento Marcha contra o Racismo

Vinte e quatro anos depois, o panorama segue alarmante: três das 81 cadeiras do Senado são ocupadas por negros. Governadores? Nenhum.

Vítima direta de racismo, em 2005, durante o jogo entre São Paulo e Quilmes, pela Libertadores, o ex-atacante Grafite diz entender os ex-companheiros de profissão e traz, consigo, um argumento que mostra mais um fator para a falta de engajamento em torno do tema: o reducionismo das vítimas.

Foto: Eryck Gomes

“No Brasil, o engajamento é pequeno. Não só dos jogadores, mas também das pessoas que trabalham na mídia. Quando aconteceu o meu caso, em 2005, ninguém mais falava sobre o que eu representava para o futebol. Eu passei a ser o Grafite do caso do racismo. Ninguém falava sobre os gols que eu fazia, o fato de eu ser convocado para defender a Seleção, de ir bem no futebol alemão”

O comentarista do Grupo Globo ressalta que esse tipo de repercussão diminuiu sua vontade de ir além na denúncia. E que pode afetar outros jogadores.

– Isso me incomodou muito, e eu realmente não gostava. Tanto que não dei prosseguimento. Precisamos falar, mas não tratar as pessoas como se elas fossem só isso.  Talvez por isso muitos atletas não gostem de falar sobre o tema.

Posicionamento e representatividade

Uma das vozes mais ativas contra o racismo no futebol nacional, o técnico do Bahia, Roger Machado, acredita que a naturalização do preconceito e a falta de oportunidades para que negros ascendam além das quatro linhas, assumindo cargos de liderança, são dois fatores que contribuem para o problema. A fala do treinador é um reflexo de um país em que 12,8% dos negros chegam ao ensino superior, segundo o IBGE.Número ainda mais alarmante quando vemos que apenas 6,3% dos cargos de gerência nas grandes empresas são ocupados por pessoas de pele escura, de acordo com o instituto Ethos – que aponta indicadores de Responsabilidade Social Empresarial. Panorama que, segundo Roger Machado, também tem reflexo no futebol.

Foto: DUDU MACEDO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

“Nós nos posicionamos mais, muito mais do que em outros momentos. Mas isso gera enfrentamento. Quando você se posiciona, dizem que você está legislando em causa própria ou que você não pode falar, porque somos todos iguais. Somos todos humanos. Todos somos humanos, mas temos oportunidades bem diferentes. Quantos têm oportunidade que eu tenho de falar e ser falado?”, questiona Roger Machado.

 

O treinador do Bahia também levanta a importância do seu papel, como comandante negro de um clube de futebol. Para dar voz e quebrar paradigmas.

– O meu lugar é um lugar de resistência e protesto, para que outros possam se ver treinadores de futebol, em posição de comando e liderança. Liderança que se denota que o atleta de futebol só tenha virtude na arte do futebol, e não tenha capacidade intelectual. Falaram que não sei gerir grupo. Isso é um preconceito estrutural, que vem há 300 anos, sendo colocados a conta-gotas. Temos que descolonizar o Brasil. Temos que ter educação formal. O maior preconceito é estrutural. Quando você não conhece a história através do estudo, é difícil de as pessoas entenderem e se sentirem parte disso tudo.

Ídolo do Wolfsburg-ALE, Grafite traça um paralelo entre Brasil e Alemanha, país marcado pelo Nazismo, que com base no pensamento eugênico pregava a supremacia da raça ariana entre os anos de 1933 a 1945. Com a expertise de quem atuou no clube por quatro temporadas, o ex-jogador acredita que o fato de os alemães reconhecerem o passado, além de aceitar o problema como algo não setorizado, faz com que o país tenha um debate mais aberto sobre o tema.

– Na Alemanha, que é um país marcado por isso, o debate sobre o racismo é o ano todo e vai além do futebol. A gente fala do futebol, mas imagina o que acontece todos os dias com pessoas anônimas… Aqui, as pessoas falam quando acontece um caso, no dia 20 de novembro e 13 de maio, que são datas simbólicas. Não existe um trabalho mostrado na mídia a esse respeito. É algo espalhado pelo país, mas que a gente não fala e não busca uma melhora efetiva.

Ouvindo os jogadores

O problema não está restrito a casos isolados. Segundo o relato dos jogadores, há casos de injúrias raciais em 14 estados, espalhados pelas cinco regiões do país.

– Entender que o futebol tem o racismo estrutural muito grande e entender que isso é algo espalhado por todo país é fundamental para que possamos minimizar as questões raciais. É o caminho que precisamos seguir. A educação é importante, mas precisamos punir e entender que, no geral, o torcedor teme a punição. O medo de ver o seu clube punido inibe – disse o pesquisador Marcelo Carvalho.

A fala anônima de um dos atletas a responder o levantamento traz uma vertente dos atos racistas dentro dos estádios, onde 63% das ofensas partem da torcida adversária. Essas ofensas fazem com que 39% dos jogadores peçam punição aos agressores. Mas outro fator chama a atenção: 27,7% dos entrevistados acreditam que campanhas educativas, que mostrem a origem do problema, podem reduzir os casos.

– Eu não posso ser julgado pela minha cor, e sim pelo que aprendi e posso fazer. O futebol, como esporte de massa, pode ajudar nisso. A rede de apoio é muito falha para negros – ressalta Grafite.

Pesquisa do Observatório da Discriminação Racial no Futebol registrou 44 ocorrências racistas contra brasileiros só em 2018. O número, aliado a uma ameaça de punição por parte da CBF – de multa a perda de pontos, de acordo com o Art. 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva – fez com que os clubes intensificassem as ações educativas

O Vasco usou o histórico de luta contra o racismo como mote para o lançamento de uniforme. O Bahia, que vem ampliando o engajamento nos debates sociais, aderiu à campanha contra o racismo junto ao Gêmio. E o Santos, que teve um torcedor acusado de injúrias racistas e xenofóbicas durante a partida contra o Ceará, pela 26ª rodada do Brasileiro, fez uma ação pedindo para que racistas deixem de torcer pelo clube – responsável pelo surgimento de Pelé.

O racismo nos estádios, que reflete uma sociedade em que a população foi conduzida a silenciar negros e pardos, precisa ampliar o debate para além da culpabilidade individual e das hashtags solidárias, tão comuns nas redes sociais a cada caso. É preciso entender e aceitar que, em um país onde 12,8% dos negros, entre 18 e 24 anos, estão no ensino superior – de acordo com dados do IBGE – e em que brancos recebem salários 72,5% mais altos que negros, a responsabilidade para uma mudança de paradigma é de todos. E, diante deste cenário, nada mais pertinente que o futebol, responsável por prender a atenção de milhões de brasileiros, use seu poder popular para combater um problema que vai muito além das quatro linhas e não se limita a uma data no ano.

Conclusão

Ao que tudo indica, esse cenário no mundo do futebol só deverá ter alguma mudança, quando a FIFA e todas as outras entidades passarem à ter tolerância ZERO. Suspendendo as equipas das competições nacionais e internacionais.

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Renato SalgadoFevereiro 12, 202011min0

Brasil entra em campo sob pressão, joga bem e confirma vaga. A seleção brasileira masculina de futebol sub-23 venceu a Argentina por 3 a 0 na noite deste domingo (9), em Bucaramanga, na Colômbia, e conseguiu a classificação para a Olimpíada de Tóquio. Com o resultado, a equipa formada por jogadores com até 23 anos chegou aos 5 pontos e terminou o quadrangular final do Pré-Olímpico na segunda colocação, atrás justamente da campeã Argentina, que permaneceu com 6. Os dois países serão os representantes da América do Sul nos jogos.

A equipa brasileira entrou pressionada para a partida decisiva, já que só a vitória daria a vaga em Tóquio. Mais cedo, o Uruguai havia vencido a Colômbia por 3 a 1, chegado a quatro pontos ganhos e assumido provisoriamente a segunda colocação do quadrangular.

O time treinado por André Jardine jogou bem, e a vitória foi mais fácil do que se imaginava. Pelas chances criadas, o placar poderia ter sido ainda mais elástico. Logo aos 12 minutos, Paulinho recebeu dentro da área e tocou no canto direito do goleiro Cambeses para abrir o placar. Aos 29, Matheus Cunha aproveitou bobeira da zaga argentina, deu um chapéu no goleiro e ampliou o placar após duas tentativas — na primeira, o zagueiro tirou em cima da linha. Além da vantagem aberta, o Brasil conseguiu manter os adversários longe de seu gol na primeira etapa. As principais chances do rival foram criadas por meio de chutes de fora da área.

No segundo tempo, a equipe de Jardine conseguiu manter o domínio e ampliar a vantagem. Aos 9 minutos, Matheus Cunha tabelou com Reinier  dentro da área e chutou para fazer o terceiro. De quebra, ele se tornou artilheiro isolado da competição, ultrapassando o argentino Mac Allister, que terminou com 4.

O Brasil começou muito bem o Pré-Olímpico. Ganhou todos os jogos da primeira fase (Peru, Uruguai, Bolívia e Paraguai). No quadrangular final, porém, não conseguiu repetir o aproveitamento: antes da vitória deste domingo, empatou com Uruguai e Colômbia por 1 a 1, sem jogar bem. A situação acabou pressionando o time na reta final.

Além de Brasil e Argentina, Espanha, Alemanha, França, Romênia, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Austrália, Costa do Marfim, Egito, África do Sul e Nova Zelândia disputarão o torneio masculino de futebol na Olimpíada. Ainda há duas vagas em disputa, para representantes das Américas Central e do Norte. O Pré-Olímpico da Concacaf acontece em março, na Costa Rica.

Atual campeã olímpica, a seleção brasileira tentará o bicampeonato no Japão. O Brasil conquistou medalhas nas últimas três Olimpíadas (bronze em Pequim-2008, prata em Londres-2012 e ouro no Rio-2016). A última vez que a equipe ficou de fora da competição foi nos Jogos de Atenas, em 2004. Ao todo, o país tem seis medalhas olímpicas: uma de ouro, três de prata e duas de bronze. O futebol feminino brasileiro também estará em Tóquio. Diferentemente do masculino, não houve um torneio pré-olímpico específico. O Brasil se classificou porque venceu a Copa América, disputada no Chile em 2019. O histórico da seleção feminina em Olimpíadas tem duas medalhas, ambas de prata, em 2004 e 2008.

Bruno Guimarães (à dir.) com o troféu de melhor jogador e Matheus Cunha (à esq.) com o troféu de artilheiro do torneio Pré-Olímpico (Foto: Lucas Figueiredo/ CBF/ Divulgação)

O volante Bruno Guimarães, vendido recentemente pelo Athletico para o Lyon, da França, foi eleito pela Conmebol como melhor jogador do Pré-Olímpico. Ele terminou a competição como capitão da seleção brasileira sub-23.

“A gente sabia que era um clássico, uma decisão em todos os sentidos. Fizemos um grande jogo. Nos outros, tínhamos falhado um pouco na finalização. A gente tomou porrada de todos os lados, mas nos classificamos e fomos o único time invicto. Isso nos deixa muito feliz”, disse Bruno Guimarães, em entrevista ao Canal Sportv.”

O agora ex-jogador do Athletico admitiu que espera fazer parte do grupo de jogadores que disputará os Jogos Olímpicos em Tóquio.

“Agora é rumo a Tóquio. Estou muito feliz e espero estar lá”, disse.

O técnico André Jardine terá que convocar 18 jogadores para o torneio no Japão e três deles podem ter mais de 23 anos. O treinador ainda tem pouco mais de quatro meses para definir a lista, mas sabe que encontrará muita dificuldade para contar com os principais atletas. A Olimpíada acontece durante os mata-matas da Libertadores e da Copa do Brasil e no início da temporada europeia.

Dez jovens que podem reforçar o Brasil em Tóquio-2020

  • Geração conta com jogadores importantes do futebol mundial que não participaram do Pré-Olímpico, mas têm idade para jogar as Olimpíadas

A seleção pré-olímpica passou por dificuldades, mas conseguiu uma das duas vagas para a América do Sul do torneio de futebol masculino dos Jogos de Tóquio 2020. A vida do técnico André Jardine poderia ter sido mais tranquila se ele tivesse contado com todos os jogadores abaixo do limite de idade estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Alguns clubes recusaram-se a liberar seus atletas pelo fato da competição não fazer parte do calendário da Fifa.

O Fair Play separou uma lista de atletas de até 23 anos e que, portanto, podem participar da próxima Olímpiada (se forem liberados por seus clubes, claro). A geração conta com muitos jogadores que já são destaque no futebol mundial e até já foram titulares da seleção principal do técnico Tite. Esse é outro fator a ser considerado na convocação para Tóquio: entre junho e julho deste ano acontece mais uma edição da Copa América. Ou seja, não basta a boa vontade dos clubes. Dificilmente quem for convocado para o torneio sul-americano disputará também os Jogos de Tóquio. Em 2016, o atacante Neymar preferiu defender o Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro do que participar da Copa América Centenário.

Confira a lista dos dez jogadores que podem reforçar a seleção brasileira para a disputa da Tóquio-2020:

Gabriel Jesus

Foto: Henry Romero/Reuters

O atacante do Manchester City é um dos jogadores com idade olímpica que já estão estabelecidos na seleção principal. O camisa 9 do Brasil na última Copa do Mundo nasceu em 1997 e faz 23 anos em abril, liberado, portanto, para atuar em Tóquio se Guardiola deixar.

Richarlison

Foto: Buda Mendes/Getty Images

O “Pombo” ganhou espaço na equipe de Tite em 2018, quando fez três gols nos poucos minutos que atuou em seis partidas. A boa fase fez com que o atacante tivesse mais chances e ele fez parte da seleção que conquistou a Copa América ano passado.  O jogador completa 23 anos em maio e pode reforçar o time olímpico.

Eder Militão

Foto: Eurasia Sport Images/Getty Images

A seleção principal também tem um zagueiro com idade olímpica. Contratado por 50 milhões de euros por Zinedine Zidane para o Real Madrid, o jogador formado nas categorias de base do São Paulo conquistou seu espaço e passou a ganhar chances com Tite. É difícil imaginar que os Galácticos liberem Militão para Tóquio, mas poderia evitar que o Brasil gastasse um chamado de jogador com mais de 23 anos em um zagueiro.

Gabriel Martinelli

Foto: Stuart MacFarlane/Arsenal//Getty Images

O fenômeno do Arsenal podia ter feito parte até mesmo do Pré-Olímpico. O técnico André Jardine chegou a convocá-lo, mas o clube inglês não liberou o atleta. Enquanto a seleção lutava pela vaga, marcou um golaço contra o Chelsea (foto acima) e se tornou o primeiro jogador com menos de 20 anos a fazer 10 gols com a camisa da equipe londrina desde Anelka em 1999. É justamente o destaque que pode afastá-lo de Tóquio.

 Rodrygo

Foto: Oscar del Pozo/AFP

O atacante formado no Santos têm idade para jogar as próximas duas Olimpíadas. Por não ser titular do Real Madrid, havia a expectativa que pudesse participar até do Pré-Olímpico, algo que acabou não se concretizando. A vontade de participar da competição em Tóquio e o fato de não ser indispensável no clube podem jogar à favor para uma liberação no meio do ano.

Vinicius Júnior

Foto: Vinícius Júnior CBF/Divulgação

O Real Madrid já impediu que o ex-jogador do Flamengo participasse de torneio da base para preservar o atleta. Quando chegou à Espanha em 2018, impressionou pelos dribles e chegou a ser intocável. Acabou sofrendo uma lesão na Liga dos Campeões e ainda não se firmou desde a sua volta. O que pode ser bom para a seleção, que pode ganhar um reforço de peso para a Olimpíada.

 Lucas Paquetá

Foto: Quality Sport Images/Getty Images

O Brasil pode ter o camisa 10 da seleção principal em Tóquio. Não estamos falando de Neymar – apesar do jogador do Paris Saint-Germain ter manifestado a vontade de participar dos Jogos mais uma vez. O meia formado no Flamengo utilizou o número eternizado por Pelé em amistosos no ano passado e é mais um com idade olímpica. Em má fase e fora do time titular do Milan, poderia acabar liberado.

David Neres

Foto: Heitor Feitosa/VEJA

O atacante ex-São Paulo foi um dos destaques do Ajax que surpreendeu o mundo ao chegar nas semifinais da última Liga dos Campeões. Os bons jogos o colocaram como titular da seleção no início da Copa América passada, mas ele não conseguiu retribuir. Neres recusou propostas de mercados maiores, permaneceu na Holanda, mas não repetiu a boa fase e perdeu o status de intocável. Resta saber se o clube têm interesse na “vitrine” de Tóquio-2020.

Gerson

Foto: Marcio Machado/Eurasia Sport Images/Getty Images

O único representante da lista que joga no Brasil chegou a ser consultado pela CBF para participar do Pré-Olímpico. Sem férias há mais de um ano, porque se transferiu da Itália no meio do ano para o Flamengo, o meia decidiu repousar após a disputa do Mundial de Clubes e não aceitou o chamado. A recusa parece não ter caído bem entre os dirigentes da entidade, mas deixar Gerson de fora de Tóquio-2020 por ego só serviria para entrar para lista de erros da CBF.

Emerson

Foto: Quality Sport Images/Getty Images

Ele era nome certo para disputar o Pré-Olímpico, já que fez parte de todo o processo de formação da equipe que conseguiu a vaga para Tóquio, mas o Betis acabou não o liberando. Não é por menos: emprestado pelo Barcelona até o meio do ano que vem, o lateral-direito já marcou três gols e deu cinco assistências nos seus primeiros 19 jogos. E isso como um defensor. Emerson Royal, como é conhecido, assistiu todas as partidas do time que conquistou a classificação nas madrugadas da Espanha.

 

Agora, é esperar para ver quais equipas irão liberar seus jogadores para os jogos Olímpicos de Tóquio e Copa América 2020. Eu acredito que por não ser uma data Fifa, as principais equipas da Europa não liberarão seus jogadores facilmente para as Olimpíadas… Será preciso muito jogo de cintura e argumentos para conseguir tal liberação!


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