Arquivo de Carolina Rodrigues - Fair Play

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José AndradeJunho 27, 20228min0

Depois do estágio em Pombal, a seleção universitária feminina partiu para Viana do Castelo onde defrontou a Finlândia por duas ocasiões triunfando de forma clara em ambos os duelos e é sobre cada um dos jogos que vamos falar hoje.

Portugal – Finlândia: Começar em grande e terminar ainda melhor

No primeiro de dois duelos em Viana do Castelo, Portugal triunfou por 68-49 frente à Finlândia. Neste segundo estágio a única alteração na convocatória passou pela entrada de Raquel Alves que se juntou a este grupo conseguindo também ela mostrar a sua imensa qualidade nestes dois jogos. No jogo um, a equipa das quinas entrou de início com, Susana Carvalheira, Mariana Silva, Sara Barata, Carolina Rodrigues e Raquel Laneiro. Portugal com um principio de encontro muito bom, onde Sara Barata assumiu um papel de destaque através da marcação de pontos, o conjunto luso começou cedo a dominar nas tabelas e a conseguir a partir da maior mobilidade e velocidade ofensiva o ascendente deste jogo. A Finlândia sentiu dificuldades, devido à transição defensiva que se juntou à perda dos duelos e da luta das tabelas que iam sendo ganhos pela seleção nacional.

Destacar a importância das ações defensivas de Raquel Laneiro e Carolina Rodrigues, as duas através da pressão alta criavam problemas às “pensadoras” de jogo da Finlândia. Parcial inicial de 7-0 favorável ao conjunto lusitano, com a resposta das visitantes a surgir por Sara Bejedi que começou também ela cedo a “carregar” a sua seleção, mas este crescimento acontece fruto do aumento da pressão destas que levou a que as portuguesas cometessem mais erros, por isso mesmo Ricardo Vasconcelos parou o jogo, corrigindo os posicionamentos que estavam a começar a falhar e a originar oportunidades para a Finlândia. As dinâmicas lusas mudam com a entrada de Luana Serranho, com a base a voltar a mexer com o jogo e a trazer aqui uma melhoria importante para o ataque português. O segundo quarto voltou a oferecer um conjunto luso superior, com Joana Alves em destaque no domínio das tabelas e com o ataque a estar mais fluído além da defesa novamente mais pressionante que ia deixando assim as finlandesas em dificuldades de novo na organização ofensiva. Realçar a boa entrada de Raquel Alves, em especial nas ações defensivas que ajudaram à melhoria lusa.

A bola voltava a circular entre todas as jogadoras da equipa das quinas, com Mariana Silva em evidência pela sua mobilidade e jogo de pés que encantava quem assistia este duelo e que permitia à turma lusa voltar a dominar este encontro. Na ida para os balneários, a desvantagem nacional era de dois pontos, 26-28. A segunda parte começa com o conjunto das quinas mais atrevido, com linhas mais subidas e, com isso, a conseguir logo vários roubos de bola com mais uma vez as ações defensivas de Raquel Laneiro e Carolina Rodrigues em destaque, duas atletas que construíam muito bem e mesmo com menos pontos brilhavam pelo trabalho que faziam.

O jogo continuava bastante disputado, assistíamos a muitos duelos e foi neste terceiro quarto que podemos ver o melhor momento da Finlândia no ataque quando optaram por circular mais a bola e, beneficiando de algum desacerto nas marcações lusas, conseguiam encontrar sempre alguma jogadora livre e dessa forma pontuar, equilibrando o jogo. O selecionador nacional olhando para o melhor período visitante lança Carolina Gonçalves, Marina Carvalho e Ana Teresa Faustino que se revelaram muito importantes para a recuperação do controlo do jogo por parte do conjunto das quinas. O quarto período deu-nos ainda mais animação, onde até foi a Finlândia a entrar melhor, mas cedo Portugal assumiu o comando do jogo conseguindo mesmo o triunfo. A solução passou pelas correções defensivas, pelo tiro exterior que começou a surgir neste derradeiro quarto, ainda o ganhar dos duelos, o maior acerto ofensivo e pressão alta, tudo isto foi a chave para esta vitória portuguesa neste primeiro jogo com a Finlândia.

Portugal – Finlândia: Ganhar encantando ainda mais

No dia seguinte e no segundo jogo que encerrava este último estágio da seleção universitária feminina, Portugal derrotou a Finlândia por 79-65. O cinco inicial deste duelo teve na entrada de Luana Serranho por troca com Raquel Laneiro a única alteração em relação à partida anterior. O jogo iniciou logo com as duas equipas a lutarem muito pela bola, com a equipa da casa a ter ainda no primeiro minuto uma grande contrariedade quando Mariana Silva foi forçada a abandonar o jogo. Depois de uma bola dividida a atleta portuguesa saiu a coxear e acabou por não mais voltar ao encontro, mesmo recuperada a equipa técnica não quis arriscar.

Sob a batuta de Carolina Rodrigues, o ataque luso ia brilhando, a base portuguesa dava nas vistas mais uma vez, com o destaque a ser novamente a boa circulação de bola que ocorria e a organização ofensiva que desequilibrava a seleção finlandesa. Nota muito importante para uma das alterações em relação ao duelo anterior, a pressão alta a campo inteiro que o conjunto de Ricardo Vasconcelos fazia e que levava a que a Finlândia errasse muito, principalmente na saída de jogo. Tal como no primeiro duelo, parcial inicial favorável a Portugal, desta feita de 9-0 e fruto de um começo quase perfeito da turma das quinas.

Mencionar a boa entrada de Marta Vargas, que apesar de nem ser sempre a jogadora a aparecer para marcar de pontos, foi preponderante na defesa. O conjunto visitante foi crescendo com o decorrer da partida, começaram a lidar melhor com a pressão lusa e com isso equilibraram mais este duelo, por esse motivo o refrescar da nossa seleção e com as entradas de Ana Teresa Faustino e Raquel Laneiro a serem destaques mais uma vez pela maior velocidade que ambas colocaram na partida, o que permitiu a recuperação portuguesa. Este primeiro quarto termina com Portugal por cima refletido no ataque ao cesto incrível de Marta Martins nos últimos instantes que nos deixou de novo na frente do encontro.

O segundo quarto voltou a trazer uma seleção nacional mais pressionante o que colocava a Finlândia de novo em grandes dificuldades. 39-31 ao intervalo com destaque para Susana Carvalheira que mostrava a sua muita qualidade de passe e ainda nota para a saída de Carolina Rodrigues que foi mais uma contrariedade. A Finlândia tentou no começo do terceiro período levar o duelo para a questão da estatura, mas Portugal soube dar a volta e contrariar esse jogo físico do conjunto visitante através da maior mobilidade e qualidade. No melhor período finlandês a entrada de Carolina Gonçalves foi fulcral para Portugal voltar a recuperar e a estar de novo por cima do encontro, porque com ela surgiu novamente a maior velocidade e a pressão alta lusa. Destacar a importância de Joana Lopes, mais uma atleta que não pontuou muito, mas que brilhou no “trabalho sujo”.

O terceiro quarto termina com um magnifico triplo de Raquel Laneiro, a base portuguesa que apesar de ter lutado muito, não teve muita sorte e por isso os festejos efusivos de todos neste tiro. À entrada do derradeiro quarto, Portugal estava na frente por 9 pontos e este último trecho só trouxe mais domínio luso e um conforto maior neste duelo. A dupla Raquel Laneiro e Luana Serranho colocou em água a cabeça da defesa finlandesa, Sara Barata continuou irrepreensível, Susana Carvalheira dominava nas tabelas e Mariana Carvalha era omnipresente surgindo de forma excecional dos dois lados do campo. Quarto período quase perfeito que selou este triunfo da seleção universitária feminina no segundo duelo com a Finlândia.

Por norma terminamos com alguns destaques individuais, mas vamos aproveitar para elogiar todas estas jogadoras presentes nestes dois estágios da seleção universitária feminina, primeiro porque nos fazem sonhar com algo no próximo ano nos jogos universitários, mesmo que com algumas alterações em relação a este grupo e depois porque voltaram a deixar à vista de todos a qualidade absurda que o nosso basquetebol tem, mostrando que além de jogarem bem, conseguem derrotar qualquer seleção e que só precisam de espaço e de maior reconhecimento, porque estas jogadoras são extremamente talentosas.

Muito talento, enormes jogadoras e dois triunfos importantes nestes duelos em Viana do Castelo que coroou dois estágios excecionais da nossa seleção universitária feminina.

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José AndradeMaio 31, 202211min0

O primeiro estágio da seleção feminina de basquetebol em Rio Maior, ficou marcado por três duelos com a congénere magiar e é de cada um desses jogos que José Andrade nos vem falar hoje.

Portugal – Hungria: Triunfo categórico

Portugal a vencer a Hungria no primeiro duelo por 74-70. A nossa seleção feminina basquetebol a entrar com Maria Kostourkova, Sofia da Silva, Márcia da Costa Robalo, Maria João Bettencourt e Inês Viana, ficaram de fora neste primeiro duelo Mariana Silva e Marcy Gonçalves. Muita luta desde o começo do jogo, as interiores numa autêntica batalha e depois a Hungria tentava sempre sair rápido aproveitando algum erro da nossa seleção. Hungria a entrar melhor, grande duelo entre as interiores, mas o nosso crescimento acontece quando conseguimos acelerar mais o nosso jogo, além da velocidade subimos a nossa agressividade.

Estávamos bem defensivamente, mesmo com problemas para travar Virag Kiss, mas a concretização estava a ser o problema. Portugal cresce depois do time-out de Ricardo Vasconcelos, mais uma vez a ler muito bem o jogo, a Hungria continuava a forçar no jogo interior e na estatura, Portugal crescia ao conseguir ultrapassar a defesa zona da seleção magiar e ainda quando conseguimos quebrar os ritmos ofensivos das húngaras. No segundo quarto foi Portugal a crescer, era agora a nossa transição que colocava as húngaras em dificuldades, mais velocidade e Sofia da Silva a ganhar os duelos interiores. Destacar as boas entradas de Maianca Umabano, Joana Alves e Simone Costa, mas fomos para o intervalo na frente, maior acerto no ataque e na defesa continuávamos irrepreensíveis.

O recomeço voltou a ser favorável à Hungria que soube ajustar ao intervalo de forma a “empurrar” Portugal novamente para um período de menor eficácia neste jogo, mas tudo muito equilibrado, a nossa seleção muito agressiva, demorámos para carburar na segunda parte depois de uma entrada menos boa. Márcia da Costa Robalo já se ia assumindo como a grande protagonista e o quarto período ajudou a reforçar isso mesmo. As húngaras iam sempre procurando o tiro exterior, mas Portugal a trabalhar muito bem, íamos impedindo que conseguissem construir, muita pressão, linhas de passe sempre fechadas e duelos a serem ganhos, Portugal por cima e com Joana Soeiro a pressionar a campo inteiro, juntando a isso começámos a roubar mais bolas e a ter mais contra-ataques. Muita velocidade, muita intensidade e Portugal a terminar melhor, conseguindo vencer o primeiro dos três duelos em Rio Maior através de leituras de jogo impressionantes do nosso selecionador que soube ajustar perante uma seleção que teve na altura e no tiro exterior as suas grandes armas.

Portugal – Hungria: Duelo demasiado físico

No dia seguinte, Portugal voltava a jogar em Rio Maior frente à Hungria e desta vez com um resultado negativo, um desaire por 69-63. Neste segundo duelo foram Emília Ferreira e Marcy Gonçalves a ficar de fora. Portugal neste duelo entrou com Lavínia Silva, Sofia da Silva, Márcia da Costa Robalo, Maria João e Joana Soeiro. Hungria a começar melhor ao aproveitar o tiro exterior, depois de um primeiro jogo onde a seleção visitante tentou usar muito o jogo interior, neste duelo as húngaras entraram mais agressivas e a usar as vantagens nas transições.

A versatilidade conhecida de Josephine Filipa a ser um dos destaques, entre 3 e 4 sempre e neste duelo voltou a entrar muito bem, assumindo cedo grande protagonismo. Desde cedo que se viu uma seleção húngara mais forte, mais agressivas e a ganhar mais duelos, Portugal melhora com Laura Ferreira a 3, a maior mobilidade da jogadora portuguesa ia ajudando a que se conseguisse ultrapassar a marcação da Hungria. Portugal com pressão a campo inteiro, algo que colocou a nossa seleção mais perto, mas um primeiro quarto onde as defesas se evidenciaram, com a Hungria a estar com um ligeiro ascendente. Carolina Rodrigues muito importante neste jogo, muito pelo que foi fazendo do lado defensivo.

No segundo período melhoria da nossa seleção com a entrada da Mariana Silva e ainda pelo que Maria Kostourkova ia fazendo, trabalhava sem bola na marcação e no ataque a ganhar vantagens que íamos conseguindo explorar muito bem. Voltámos a terminar por cima no final do segundo quarto, com menos espaço para as húngaras, mas muito contacto, muitos bloqueios, um jogo muito intenso, muito equilibrado, uma batalha física bem mais do que no primeiro jogo. Portugal a entrar bem na transição defensiva, tínhamos sentido alguns problemas na primeira parte, mas na reentrada Portugal vinha com a estratégia bem assimilada. A nossa seleção feminina basquetebol continuava a dominar as tabelas, foi um dos destaques nestes 3 jogos, mesmo perante uma seleção mais alta e mais forte, as nossas interiores conseguiram dominar e ganhar os duelos. A segunda parte trouxe o aumento da agressividade, tudo ainda mais físico e em alguns pontos a ultrapassar os limites.

Portugal com ótimas leituras, as triangulações entre as interiores foram destacadas por Vasco Pais na transmissão e não era por acaso, foi um dos pontos em evidência nesta jornada tripla. Portugal com um jogo muito bonito, já era sabido e estes duelos permitiram que mais gente pudesse ver isso mesmo. Falando do último quarto, muita luta, este jogo ficou marcado por muitas lutas, pelos duelos intensos e muito físicos, com destaque para o interior onde Maria Kostourkova e Virag Kiss continuavam inseparáveis. Portugal no ataque a conseguir criar muito bem, mas não íamos conseguindo converter as oportunidades ao contrário da Hungria que ia conseguindo converter. Num duelo mais físico, as húngaras foram melhores conseguindo aproveitar as vantagens de um maior poderio físico e do critério da equipa de arbitragem. A eficiência e concretização fizeram a diferença, Portugal voltou a conseguir ganhar na luta das tabelas e mesmo com um resultado menos bom, Portugal mostrou ainda mais no ataque e na defesa conseguimos voltar a travar o ataque húngaro.

Portugal – Hungria: Venha a Áustria

No derradeiro duelo em Rio Maior, Portugal perdeu por 63-73. As jogadoras de foram voltaram a ser Emília Ferreira e Marcy Gonçalves, esta última condicionada e com o braço ainda protegido. Neste duelo a nossa seleção feminina basquetebol começou com Maria Kostourkova, Sofia da Silva, Márcia da Costa Robalo, Maria João e Inês Viana. A seleção magiar a entrar novamente com pressão alta e muita agressividade sob a portadora da bola, no ataque começaram com dois triplos seguidos para abrir este duelo da pior maneira para nós. Mais um jogo onde as defesas assumiram cedo um grande protagonismo, muita pressão perante a portadora da bola dos dois lados, muita intensidade e Koustorkova com Kiss em grande luta como já era habitual. No primeiro quarto, as mudanças rápidas no ataque deixaram a nossa seleção em maiores dificuldades na defesa deixando um pouco mais de espaço para as atiradoras húngaras que aproveitavam muito bem.

No segundo quarto, a Hungria voltou a começar muito bem na linha de três pontos e com isso voltou a conseguir “fugir” da nossa seleção. Portugal cresce pelas mãos de Inês Viana, a base ia assumindo a responsabilidade de marcar e de recolocar as lusas novamente mais perto das húngaras. Neste jogo foi onde mais se notou o cansaço, a disponibilidade já não era tão grande, mas a entrega era cada vez maior. A lesão de Maria Kostourkova obrigou a redesenhar a nossa seleção por parte de Ricardo Vasconcelos que continuava a mostrar aquilo que lhe é característico, uma leitura de jogo desde o banco incrível, mesmo com maiores dificuldades e o maior cansaço físico, Portugal continuou a mostrar mais estratégias e muito trabalho.

Portugal cresceu no terceiro período, muito pela entrada de Carolina Rodrigues que voltou a estar como foi habitual no decorrer da temporada, em plano de maior evidência, menção ainda para Maianca Umabano que entrou muito bem, as penetrações da jogadora do GDESSA foram sempre impulsionando a nossa seleção. As nossas jogadoras a mostrar uma raça impressionante, mesmo com as húngaras por cima, a nossa seleção nunca desligou e esteve até ao fim a lutar pelo jogo. Sempre que Portugal conseguia ganhar algum ímpeto e reduzir a desvantagem, as húngaras através do tiro exterior conseguiam “acalmar” tudo, um jogo muito rápido e muito intenso, luta até ao fim e onde o cansaço pesou.

Portugal acaba por não conseguir vencer, mas ficaram três jogos que comprovam a muita qualidade da nossa seleção feminina de basquetebol e ainda que o sonho do Europeu é mais que real, em novembro elas vão precisar de todos nós porque mostraram em Rio Maior que não só estão perto, como estão ao nível das melhores, uma seleção incrível que tem uma alma do outro mundo, além de imensa qualidade.

Nos destaques individuais fica difícil conseguir eleger e falar de apenas algumas jogadoras desta excelente seleção feminina basquetebol, é uma tarefa complicada porque estiveram todas muito bem, mas vamos a alguns destaques:

  • Márcia da Costa Robalo – Reencontro de luxo

Uma jogadora que fui elogiando muito ao longo da temporada e que neste reencontro com muitas húngaras mostrou o porquê de ter sido uma das melhores jogadoras do basquetebol europeu nesta temporada. Foi a jogadora mais regular, assumiu protagonismo em todos os jogos conseguindo como é habitual aparecer na defesa, no ataque, na liderança e com isso se percebe o impacto que tem nesta nossa seleção.

  • Maria Kostourkova – Muita luta

A nossa poste foi obrigada a lutar muito, principalmente com as duas Kiss e em especial claro com Virag que protagonizou um dos duelos mais intensos e mais espetaculares de acompanhar ao longo destes 3 duelos. Maria Kostourkova como sempre em grande, muitas vezes com aquele trabalho mais invisível e que não é refletido nas estatísticas, mas sempre exemplar. Acabou por sair lesionada, nada que a impeça de jogar frente à seleção austríaca, mas lutou muito e voltou a mostrar o porquê de ser uma poste de alto nível.

  • Carolina Rodrigues – Não sabe jogar mal

A base foi também um dos nomes mais destacado por aqui nas últimas semanas e não é por acaso, basta ver estes três duelos para se perceber a qualidade de Carolina Rodrigues. Muito importante na defesa e no ataque, sempre em destaque pelo tiro e pontos, mas não só, acaba por se destacar na marcação, nos roubos de bola e pelas dificuldades que coloca aos ataques adversários. Três grandes jogos da base portuguesa que jogou de tal forma que nem parecia que vinha de uma época longa, uma jogadora riquíssima tecnicamente, mas que voltou a impressionar por todo o trabalho que faz.

Deixámos aqui tudo sobre os três primeiros duelos em Rio Maior frente à Hungria, para a semana vamos regressar para falar dos dois duelos da nossa seleção feminina de basquetebol com a Áustria, no segundo estágio.

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José AndradeMaio 10, 202210min0

Novo dia de basquetebol feminino aqui no nosso FairPlay, hoje vamos falar da final da Liga Betclic Feminina que viu o SL Benfica sair vitorioso e conseguir assim o seu bicampeonato, mas venham daí que temos muito para falar destes dois últimos jogos da final da Liga Betclic Feminina.

Segundo jogo – Benfica empata num jogo de “loucos”

O SL Benfica recebia o União Sportiva obrigado a vencer e foi isso que aconteceu, a equipa da luz triunfou por 81-65 e conseguiu assim deixar tudo para a “negra” de domingo. Ricardo Botelho apostou de início em Emília Ferreira, uma semi-surpresa para o começo deste jogo, era a procura pelo tiro exterior da internacional portuguesa. Benfica entrava mais pressionado e foi o Sportiva a começar melhor, a defesa açoriana a conseguir travar no jogo interior e os contra-ataques o Benfica através de uma defesa muito agressiva. Benfica começa a crescer com o ataque ao cesto rápido, mais uma vez a busca pela mobilidade das jogadoras interiores em contrataste com o maior poderio físico do lado açoriano. No primeiro quarto o Benfica foi conseguindo ganhar nos ressaltos ofensivos, com isso foram conseguindo abrir uma ligeira vantagem, Licinara Bispo demorou para conseguir entrar no jogo. Um primeiro período com vários triplos, ataques em destaque e as defesas iam demorando para conseguir travar os ataques, se do lado do Benfica Laura Ferreira ia aparecendo dos dois lados, no Sportiva era como sempre Raquel Laneiro que ia aparecendo principalmente na concretização. Mariana Silva e Carolina Rodrigues entraram ainda no primeiro quarto e assumiram logo grande protagonismo como acontece sempre.

Benfica com o tiro exterior a ser o ponto diferencial neste começo de jogo, além dos ressaltos ofensivos, Sportiva por outro lado ia sentindo problemas na luta das tabelas. Segundo período muito complicado para o Sportiva, as defesas começaram a surgir, mas do lado visitante a falta de mobilidade estava a penalizar a equipa. O Benfica estava por cima, maior mobilidade, Carolina Rodrigues mais uma vez entrou muito bem e na defesa as encarnadas iam conseguindo travar o Sportiva, pela defesa pressionante, as ajudas e marcação à Nausia Woolfolk. A equipa dos açores cresce já dentro dos 2 minutos finais da primeira-parte, Laneiro e Simone mantiveram o nível e foram as melhores, mas foi com o crescimento de Licinara que a equipa conseguiu mais. Primeira-parte superior do Benfica, foram melhores, eram 12 pontos ao intervalo com o Sportiva a entrar melhor e a conseguir os melhores ajustes, mas sem conseguir mostrar o seu jogo habitual, iam sendo Rapha e Mariana Silva em destaque do lado da equipa da casa, Laneiro e Simone do lado visitante. O União Sportiva voltou a entrar muito bem no terceiro quarto como tem sido habitual, Licinara mais em jogo e Raquel Laneiro com um triplo ajudaram a uma aproximação ao Benfica. Açorianas mais agressivas, a ganhar nos duelos interiores, tiro exterior a cair e maior mobilidade, o Benfica sentia alguns problemas e conseguiam pontuar através de Candela Gentinetta e Raphaella Monteiro que com penetrações vindas de fora conseguiam manter o Benfica em jogo.

Partida cada vez mais intensa, Sportiva a ganhar nos duelos mais físicos e Benfica a conseguir sempre nas transições pontuar e criar problemas às açorianas, maior equilíbrio que na primeira-parte, Sportiva começou muito bem, Benfica soube reagir melhor que nos Açores e o terceiro quarto termina com Joana Alves em grande destaque do lado do Sportiva e Marta Martins do lado do Benfica. Joana Alves voltou a entrar muito bem com um triplo no quarto período, Raquel Laneiro mais uma vez muito bem na defesa e no ataque e ainda Nausia Woolfolk que nunca baixava o rendimento. Sportiva voltou a entrar em grande, Joana Alves com maior protagonismo, mas as açorianas não baixavam nunca os braços e voltavam a acreditar, do lado benfiquista, foi Carolina Rodrigues a assumir e a comandar a resposta do Benfica. Depois de um bom começo açoriano, o Benfica conseguiu “fugir” no marcador e garantiu o empate nesta final.

Terceiro jogo – Sportiva muito perto, mas águias acabam a sorrir

No duelo mais decisivo da temporada, o Benfica acabou por vencer o União Sportiva por 73-70 num grande jogo que garantiu o bicampeonato à equipa de Eugénio Rodrigues. Benfica entrou melhor, Sportiva cresce com a bola a passar mais por Raquel Laneiro, com o aparecimento de Licinara Bispo no jogo interior e ao contrário do segundo jogo, a equipa dos açores entrou a conseguir travar os contra-ataques do Benfica. Mais um jogo onde a equipa do União Sportiva não entrou bem e foi crescendo principalmente no final do primeiro período. Um dos destaques no início do jogo era mesmo a recuperação defensiva do Sportiva que conseguia travar mais as transições do Benfica, mas a equipa encarnada até pela presença de Carolina Rodrigues mais tempo em jogo tinha um ataque mais pausado e pensado e depois a mobilidade no duelo interior voltava a ser chave para a vantagem da equipa da luz. No segundo quarto o Sportiva começou muito melhor, fruto sempre da maior agressividade e da maior velocidade, mais uma vez mais Laneiro e Simone, logo mais União Sportiva.

Tal como no sábado, quando o Sportiva cresceu, Eugénio Rodrigues parou o jogo. Grande duelo entre Marta Martins e Raquel Laneiro, uma das maiores animações do jogo, com destaque obvio para o trabalho defensivo da capitã do Sportiva, jogadora que nunca baixava o nível e que ia sendo sempre das jogadoras mais. A equipa de Ricardo Botelho mais uma vez em crescendo, a terminar bem o segundo quarto. A segunda-parte começa com Licinara a surgir mais em jogo, Sportiva a defender melhor, mas o ataque benfiquista conseguia sempre pontuar com maior ou menos dificuldade, sempre fruto da inteligência de Raphaella e de Soeiro. A resposta do Sportiva surge ainda mais no final do terceiro com dois triplos seguidos, Laneiro criava, Nausia não parava e Simone Costa aparecia na finalização com um belo triplo a juntar a todo o seu trabalho na defesa. Benfica ia sentindo alguns problemas, apesar da vantagem, a equipa benfiquista não ia conseguindo ter o jogo tão fluído como normalmente. 8 pontos à entrada do último quarto, Sportiva reagiu e Benfica apesar dos problemas conseguiu não sair pior do terceiro quarto. No último quarto, Benfica volta a entrar melhor, Sportiva continuava em recuperação, mas as encarnadas continuavam a ser mortíferas em cada erro das açorianas. Sportiva conseguia construir melhor e pontuar da linha exterior, do lado encarnado Carolina Rodrigues sempre a entrar muito bem e a fazer a diferença. Final de jogo insano, as duas equipas a lutar muito, grande intensidade, Sportiva por cima, algumas questões nas decisões da equipa de arbitragem, mas o ponto chave acabou por ser a escorregadela de Nausia Woolfolk a 1:16 do final do encontro, das jogadoras que menos merecia um azar assim.

Benfica geriu a posse, guardou a bola, tentou ir para o cesto por Carolina Rodrigues que não conseguiu pontuar, Sportiva saiu em velocidade e viu o Benfica fazer falta sobre a Nausia que converte um dos lances livres, depois mais uma vez bola em Joana Soeiro que tentou gastar o mais possível, a base encarnada colocou em Rapha que em cima do final do tempo de ataque conseguiu marcar. O Sportiva ainda viu Emília Ferreira conseguir um triplo, mas depois a equipa dos açores não conseguiu fazer falta e assim o Benfica revalidava a conquista da Liga Betclic Feminina. Final incrível, dois grandes jogos, SL Benfica a vencer a final da Liga Betclic Feminina conseguindo o bicampeonato juntando a todos os títulos já alcançados nestas duas últimas temporadas. União Sportiva merece todos os elogios, uma equipa que sofreu muito, mas que fez uma excelente temporada, mereciam mais porque a época foi muito boa. Benfica acaba com duas derrotas, mas sem perder nenhum jogo em casa e com uma temporada recheada de títulos.

Destaques da final da Liga Betclic Feminina

Nos destaques, óbvio que Raphaella Monteiro e Nausia Woolfolk são os nomes mais consensuais, mas não são os únicos, por isso vamos lá falar de mais 4 nomes em evidência nesta final:

  • Raquel Laneiro: MVP dos playoffs

Foi o nome mais destacado aqui ao longo das últimas semanas e não foi por acaso, Raquel Laneiro surgiu numa forma incrível na segunda metade da temporada, depois de deixar os problemas físicos para trás foi sempre em crescendo até chegar a este terceiro jogo como uma das maiores figuras da Liga Betclic Feminina. A capitã do União Sportiva foi mesmo a jogadora mais regular de todas nestes playoffs, é dona de um talento raro e já muito conhecido por todos e neste final de temporada volta a assumir um papel e a ter um rendimento que está ao nível de muito poucas. Terminou em lagrimas a temporada, mas a merecer todos os elogios e destaques porque voltou a ser uma das melhores da temporada.

  • Simone Costa: Temporada de luxo

Simone Costa é mais um nome já muito mencionado aqui, mais uma atleta que não podia deixar de ser destaque. Na época de regresso a Portugal, nunca baixou de rendimento, começou logo muito bem, foi crescendo e foi sempre sendo uma das mais regulares e das que mais brilhava a cada jogo, uma temporada muito boa de uma das jogadoras que merecia muito mais destaque e atenção pelo seu rendimento nesta época.

  • Carolina Rodrigues: Final de temporada soberbo

Uma das melhores jogadoras da nossa Liga Betclic Feminina, teve uma temporada em crescendo, foi subindo muito de rendimento ao longo da época e chega a estas finais como uma das maiores protagonistas. 8 pontos no segundo jogo mais 15 no terceiro, a juntar a isso excelentes exibições de uma jogadora que soube dar um passo atrás, soube gerir emoções ao longo da época e apareceu em grande neste final sendo uma das estrelas das finais da Liga Betclic Feminina.

  • Mariana Silva: Uma das figuras maiores da época

Mariana Silva, mais um nome muito destacado aqui ao longo da temporada, mas torna-se natural que se repita e se fale muito de Mariana Silva, conseguiu ser sempre uma das animadoras, entrou sempre muito bem nos jogos e nestas finais não foram diferentes, conseguiu 8 pontos no segundo e terceiro jogo da final da Liga Betclic Feminina.

Terminou assim a temporada na Liga Betclic Feminina, o SL Benfica conseguiu revalidar a conquista, mas ficou aqui tudo sobre os dois últimos jogos da temporada e ainda os maiores destaques numa final absolutamente épica.

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José AndradeMarço 3, 20227min0

Regressamos com o nosso texto com quem mais se destacou na vigésima jornada da Liga Betclic Feminina, uma ronda marcada pelos regressos às vitórias do Galitos e do Vagos, além disso o SL Benfica sofreu, mas triunfou sobre o União Sportiva para assim continuar na liderança de forma invicta, mas venham que vamos falar sobre quem mais se destacou nesta última jornada.

Carolina Rodrigues – Regresso à excelência

Nos nossos maiores destaques desta jornada da Liga Betclic Feminina, vamos começar pelos Açores onde o SL Benfica venceu o União Sportiva por 71-66, um jogo complicado, mais um grande duelo entre duas das principais equipas da Liga Betclic Feminina, um duelo que obrigou as encarnadas a suar e a puxar de todas as suas armas. O encontro começou com um belo triplo de Raquel Laneiro, ela que voltou a ser um dos maiores destaques das açorianas e da jornada, mas foi um encontro muito disputado, ritmo muito elevado até ao terceiro quarto, quando aí o Benfica conseguiu controlar e baixar um pouco mais o ritmo.

Foi uma partida altamente bem jogada, excelente basquetebol entre duas fantásticas equipas. O Benfica ganhou um ascendente quando o União Sportiva começou a errar mais, novo jogo em que os turnovers do Sportiva foram muito bem aproveitados pela equipa de Eugénio Rodrigues. Neste duelo existiram vários destaques, como a Laura Ferreira ou Nausia Woolfolk, mas a jogadora em maior evidência foi Carolina Rodrigues. A base encarnada que foi uma das caras novas nesta temporada nas campeãs nacionais, assumiu um maior protagonismo neste duelo, voltámos a ver a Carolina Rodrigues que bem conhecemos ou seja, altamente concentrada, a defender muito bem, garantindo agressividade sempre, além disso foi a jogadora que assumiu o jogo no momento mais complicado, quando o Benfica mais precisava foi Carolina Rodrigues a “pegar” na bola e a mostrar o seu elevado QI basquetebolístico, a sua capacidade de criação e o seu belo lançamento.

Jogo de elevada qualidade, muito intenso, com os pormenores a fazerem a diferença e Carolina Rodrigues a brilhar, a base da seleção nacional encantou com um jogo onde conseguiu 19 pontos (7 em 8 de lançamentos de campo, 1 em 2 da linha de três pontos e 2 em 3 da linha de lances livres), ainda conseguiu 3 ressaltos, 3 assistências e 2 roubos de bola.

Letícia Rodrigues – Recorde e uma exibição de domínio

No segundo destaque desta 20ª jornada da Liga Betclic , vamos até Coimbra, onde o Quinta dos Lombos venceu o Olivais FC por 80-71 com Letícia Rodrigues a ser a maior protagonista. Um jogo que voltou a mostrar a muita qualidade do Olivais, a equipa de Coimbra deixou mais uma vez à vista que é equipa para mais. O Lombos voltou a evidenciar a sua muita capacidade no jogo interior, equipa muito física e que voltou a explorar muito bem isso. Os primeiros pontos de cada uma das equipas foram da linha de três pontos, um triplo para Raquel Alves que abriu o placar, ela que foi uma das figuras maiores desta partida, já do lado do Lombos, o triplo foi de Mariana Carvalho. Um dos duelos que mais marcou esta partida foi entre Eva Carregosa e Marta Roseira, o Lombos tentando parar a base do Olivais desde cedo pois sabia que era dali que viria muito perigo.

O jogo interior do Olivais foi desde o começo “castigado”, Raphaella Silva tentou “lutar” com Letícia Rodrigues, Suraya Rijal e Ndioma Kane, por isso mesmo a jogadora do Olivais que fez um bom jogo acabou exausta devido ao poderio físico do Lombos. Jogo muito disputado, muito equilibrado até aos últimos 5 minutos do último quarto, Lombos mais físico e mais forte na luta das tabelas, Olivais conseguiu sempre com muita alma e muita qualidade discutir o jogo, no final o cansaço pesou, mas a equipa soube render com a Raphaella Silva e depois sem a jogadora interior, conseguindo aí com maior mobilidade discutir e ganhar as segundas bolas e no ataque deixar a defesa do Lombos perdida.

O Olivais melhorou com um 5 mais móvel, com a Raida Luísa como a referência interior e com as portuguesas mais uma vez a estarem a evidência, casos de Mariana Mendes, Sofia Pinheiro ou Joana Amaro. O Lombos esteve melhor com as entradas da Ana Furtado e da Filipa Cruz, duas jovens que voltaram, como sempre a entrar muito bem, mas o melhor Lombos foi com Mariana Carvalho a ter espaço e a assumir mais o jogo. O grande e maior destaque desta jornada, foi Letícia Rodrigues, valorização recorde na Liga Betclic Feminina, jogadora que dominou nas tabelas, desde o início de temporada que tem sido uma das estrelas da Liga, mas o que temos visto é fruto de muito trabalho o crescimento de Letícia Rodrigues. Neste duelo, Letícia Rodrigues conseguiu 40 pontos (com 15 em 28 lançamentos de campo e 10 em 11 na linha de lances livres), ainda registou mais 16 ressaltos, 1 assistência, 4 roubos de bola e 2 desarmes de lançamento.

Leonor Serralheiro – Magia sempre à solta

Para o nosso último, mas não menos importante destaque desta 20ª jornada, vamos até ao Pavilhão Professor Luís De Carvalho, no Barreiro para falar de Leonor Serralheiro que foi o maior destaque do triunfo do GDESSA por 73-56 sobre o Esgueira.

Márcia da Costa Robalo com os primeiros pontos desta partida, a provar desde os primeiros instantes que o ressalto ofensivo ia ser preponderante. Um dos duelos que foi marcando desde cedo a partida foi entre Leonor Serralheiro e Inês Ramos. Jogo muito rápido, duas equipas que jogam a alta velocidade, que procuraram sempre as transições, mas o GDESSA venceu e esteve na frente o jogo todo, o Esgueira conseguiu em alguns momentos aproximar, mas a verdade é que ou por turnovers ou por falhas na concretização a equipa não conseguiu o empate e nunca passar para a frente. O GDESSA além de ter conseguido defender melhor anulando na maioria dos momentos do jogo os contragolpes do Esgueira, ainda foi superior na luta das tabelas, principalmente no ressalto ofensivo que permitiu sempre mais posses e além disso o GDESSA voltou a estar a um nível altíssimo na linha de três pontos.

Esgueira respondeu no quarto período, estiveram a apenas um ponto, mas não conseguiram aproveitar nas três posses que tiveram, com isso o GDESSA voltou a responder a estar melhor e a vencer. O coletivo do GDESSA a brilhar mais uma vez, mas existiram vários destaques como as irmãs Raimundo ou Daniela Jesus, ainda Letícia Josefino, mas a jogadora em maior evidência foi, Leonor Serralheiro. A base foi a MVP deste encontro, sempre muito intensa, a jogar bem, muita clarividência no seu jogo, além disso no período em que o Esgueira esteve melhor, Leonor Serralheiro foi quem mais ajudou o GDESSA, na defesa, a agressividade e a inteligência defensiva da base ajudaram a que o Esgueira cometesse vários erros, depois no ataque a capacidade de construção esteve sempre em plano de destaque principalmente quando a equipa do Barreiro mais precisava. Leonor Serralheiro conseguiu 12 pontos (com 4 em 8 de lançamentos de campo, 1 em 1 na linha de três pontos e 3 em 4 na linha de lances livres), além disso conseguiu ainda 7 ressaltos, 6 assistências, 2 roubos de bola e 1 desarme de lançamento.

Taylor Peacocke e a equipa do SL Benfica com o melhor festejo da jornada

Por fim um último destaque, Taylor Peacocke, jogadora do Benfica que festejou dois anos desde que venceu o cancro, um momento diferente, mas também um dos mais especiais desta 20ª jornada da Liga Betclic Feminina.

Por esta semana é tudo, ficaram aqui os nossos maiores destaques da última jornada da Liga Betclic Feminina, espero que tenham gostado, mais uma semana marcada por basquetebol fabuloso que nos deixou maravilhados em casa e nos pavilhões. O próximo fim de semana vai ser de Taça de Portugal e estaremos cá para falar e destacar as estrelas.

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José AndradeNovembro 17, 20218min0

Esta semana regressamos para falar sobre a seleção nacional de Portugal, o conjunto de Ricardo Vasconcelos iniciou a qualificação para o Campeonato da Europa de 2023 com uma vitória frente à Estônia e um desaire frente à seleção grega, mas duas exibições que deixaram bem evidente que o lugar da nossa seleção é entre as melhores.

Portugal – Estónia: Triunfo esclarecedor

No primeiro destes dois jogos, Portugal venceu a Estónia por 62-43, uma adversária já bem conhecida da nossa seleção visto que desde 2006 que a enfrentamos nas qualificações, nessa ocasião na qualificação para o Campeonato Europeu de 2007, mas desde lá já foram 10 confrontos num total de 10 triunfos em 11 duelos frente a este adversário. Neste jogo, uma vitória de muita classe e que deixou logo à vista aquilo que seria o constante nesta dupla jornada, a muita qualidade e a capacidade de lutar até ao último segundo.

Em Matosinhos, Portugal teve que suar para vencer no primeiro quarto frente à Estónia, aqui a equipa visitante conseguiu criar mais problemas e discutir o jogo, muito pelos confrontos físicos e aí tivemos, mais uma vez, Maria Koustorkova em grande desde o começo e num duelo com Kadri-Ann Lass nas tabelas, um duelo que vem da Liga espanhola. Depois de um primeiro quarto mais equilibrado, Portugal conseguiu superiorizar-se e dominar este encontro, além de Maria Kostourkova, Laura Ferreira esteve como sempre muito bem, foi dos elementos mais regulares e que menos errou, foi preponderante na defesa e no ataque.

O maior destaque foi Maria João Correia, mas é preciso também referir a grande exibição de Carolina Rodrigues, tal como na Liga Betclic, a jogadora do SL Benfica entrou muito bem e fez a diferença neste primeiro jogo. Portugal geriu, viu a vantagem que chegou a ser de 28 pontos ser reduzida no último quarto, quando o ritmo era mais baixo e a seleção da Estónia aproveitou para aproximar, mas em momento algum o triunfo português esteve em causa, deu para ver mais de alguns elementos e deu para gerir as nossas atletas, mas vitória categórica e com dedo de Ricardo Vasconcelos que souber ler bem o encontro e mudar, para que Portugal se superioriza e triunfasse iniciando da melhor forma a qualificação para o Europeu de 2023 que se vai realizar em Israel e na Eslovénia.

Portugal – Grécia: Por pouco não se fez história, mas qualidade que faz sonhar ainda mais!

Na Philippos Amoridis Arena, Portugal perdeu por 64-57 frente ao conjunto helênico, num jogo repleto de emoção do principio ao fim e onde a selecção das Quinas deixou evidente que pertence à elite do basquetebol, mesmo somando um desaire e num jogo difícil, nunca baixou os braços e conseguiu mesmo colocar uma das seleções europeias mais fortes em dificuldades. A seleção grega está em 9ª no ranking europeu e em 15ª no ranking FIBA mundial, algo que demonstra bem o poderio deste conjunto que conta com jogadoras experientes, de muita qualidade e que jogam nas melhores ligas, isto tudo são sinais do crescimento do nosso basquetebol, de como as nossas jogadoras são de grande qualidade e de como estamos cada vez mais perto de chegar onde merecemos.

Este duelo foi o sexto frente à Grécia, ainda não foi desta que conseguimos triunfar e fazer história, o primeiro duelo remonta a 1989 numa equipa comandada por Eliseu Beja e com nomes históricos como Ana Oliveira, Carla Esteves ou Vera Jardim, depois disso seguiram-se os desaires em 1991, 1993 num grande jogo em Tondela numa altura que a nossa seleção contava com Ticha Penicheiro ou Mery Andrade; depois seguiu-se a derrota de 2017 num elenco onde estava Michelle Brandão, uma das nossas convidadas no último Sixth Woman além de 2017 também em 2018 fomos derrotados pela Grécia. Neste jogo, foi onde estivemos mais perto de conseguir “matar o borrego”, Portugal entrou menos bem e sentiu muitos problemas, a desvantagem chegou mesmo a ser de 20 pontos.

A luta das tabelas fazia a diferença, como esperado, com as gregas a controlar aspecto e conseguiam dai dominar o encontro, com Maria Fasoula a brilhar, ela que é uma das estrelas do basquetebol europeu e um jogadora de classe mundial, ia fazendo a diferença e sendo a jogadora mais para o lado grego. Portugal melhorou ao intervalo, conseguiu ter mais Márcia da Costa Robalo em jogo e isso fazia a diferença, com também grande participação de Sofia da Silva, que começou a surgir mais nesta partida e ainda Marta Martins. Outro dos destaques foi novamente, Laura Ferreira, voltou a ser das melhores jogadoras lusas e voltou a ser preponderante.

Portugal conseguiu equilibrar, dividir o jogo com as gregas e discutir o resultado levando para o último quarto tudo em aberto. A verdade é que a seleção grega voltou a ser mais forte na altura decisiva, Portugal ainda conseguiu estar na frente do encontro no 50-49, mas a equipa da casa não acusou a desvantagem e acabaram mesmo por conseguir vencer num jogo insano, de alta intensidade e onde o elenco português mostrou que a distância para estas seleções é cada vez menor. Um grande jogo de basquetebol, onde a experiência pesou, mas onde as nossas jogadoras orgulharam o nosso país e mostraram que vão ter de contar connosco na altura das decisões. O crescimento de Portugal é notório, este embate serviu para mostrar isso mesmo e que as jogadoras portuguesas pertencem à elite do basquetebol!

MVPs – Craques de luxo

Laura Ferreira – Não sabe jogar mal

Um dos maiores destaques lusitanos foi Laura Ferreira, além de figurar entre as melhores jogadoras no Grupo G e do lance que correu mundo, Laura Ferreira a jogadora mais regular, esteve muito bem nos dois jogos e tal como muitas vezes friso nos textos da Liga Betclic, mesmo não sendo a jogadora mais exuberante é das melhores e das que menos erra no basquetebol nacional. Nestes dois jogos, Portugal teve em Laura Ferreira uma das jogadoras mais preponderantes, voltou a destacar-se nos dois lados do campo, assumindo um peso no jogo de Portugal que mais nenhuma outra assumiu. Segurança, regularidade e muita qualidade fazem de Laura Ferreira uma jogadora de altíssimo nível e uma das peças mais imprescindíveis para Ricardo Vasconcelos.

Sofia da Silva – Incansável batalhadora

O nosso segundo destaque vai para Sofia da Silva, a jogadora do Ensino Lugo voltou a exibir-se ao nível que nos tem habituada nesta temporada e ao longo da sua carreira. Dois jogos que exigiram muito das nossas atletas e Sofia da Silva mostrou-se a nível excelente tanto na defesa, como na luta das tabelas e mesmo no ataque, a atleta que começou aos 13 anos no Clube Académico de Coimbra voltou a mostrar o porquê de ser um dos destaques do Lugo neste início de temporada e o porquê de brilhar numa das melhores ligas do basquetebol europeu. A capitã nacional jogou sempre bem, em alta intensidade e perante todas as adversidades conseguiu sempre estar em evidência na nossa seleção, principalmente no período de domínio português na Grécia onde os seus pontos foram importantes para o crescimento luso.

Marta Martins – Entradas diferenciadas

Por fim, o nosso terceiro destaque vai para Marta Martins, a base do Benfica não foi titular e nem somou os minutos das jogadoras anteriores, mas a verdade é que sempre que entrou fez a diferença. No jogo com a Estónia, Marta Martins entrou muito bem ao lado de Carolina Rodrigues e no jogo com a Grécia foi ainda mais preponderante. Foram 11 pontos, 1 ressalto em 23 minutos nos dois jogos, mas além destas estatísticas a jogadora scalabitana entrou sempre muito bem, em todas as ocasiões mudou o jogo luso e conseguiu fazer o que Ricardo Vasconcelos pretendia, agitar e alterar o decorrer das partidas. A jovem portuguesa tem vindo em crescendo ao longo da temporada e a assumir cada vez mais protagonismo no Benfica e mesmo na seleção, a verdade é que como se viu nesta dupla jornada de qualificação para o Campeonato da Europa, Marta Martins não precisa de muito tempo nem de muito espaço para brilhar.

Por esta semana é tudo, ficaram as duas ótimas exibições da nossa seleção que provou a toda a Europa que o nosso talento é gigante e que vamos discutir o lugar no Campeonato da Europa até ao fim com todas as possibilidades de sonhar com uma presença em Israel e na Eslovénia em 2023.


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