Em Paris, na cidade Luz, Karen Khachanov conseguiu o título importante que lhe faltava para dar o salto na carreira. Aos 22 anos, o russo, vencedor de três títulos em 2018 alcança o 11º de um ranking agora liderado por Novak Djokovic.
Em Paris, na cidade Luz, Karen Khachanov conseguiu o título importante que lhe faltava para dar o salto na carreira. Aos 22 anos, o russo, vencedor de três títulos em 2018 alcança o 11º de um ranking agora liderado por Novak Djokovic.
O ano pode não ter corrido assim tão bem. A forma pode não ser a melhor. O fulgor pode não ser o de outros tempos. Aconteça o que acontecer Roger Federer será sempre o filho de Basileia. Dentro e fora dos courts. Este domingo o helvético venceu pela nona vez o ATP Basileia (2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2014, 2015 e 2017), naquela que foi a sua 14ª final da competição. O suíço acumula agora 71 vitórias e nove derrotas em casa, sendo o maior campeão em Basileia.
Este foi ainda o seu 99º título da carreira e o quarto título de 2018. Aos 37 anos, o suíço aproxima-se do recorde de títulos de Jimmy Connors (109).
Federer levou 1h36 minutos para vencer Marius Copil, a sensação do torneio, por 7-6 (7-5) e 6-4. A jogar em casa e embalado pelo público, o número 3 mundial não foi brilhante – como não o tem sido neste segundo semestre do ano – mas conseguiu cumprir o objetivo de ganhar.
O romeno, diga-se, fez o que pode. E ter chegado à final já foi impressionante. Para trás deixou Ryan Harrison, Marin Cilic Bautista Agut e Alexandre Zverev. Aos 28 anos, Copil ainda não conquistou qualquer título ATP, tendo chegado a duas finais, ambas em 2018: Sofia e Basileia. Com este resultado deve subir 20 posições no ranking ATP, passando a ser 73 do mundo.
“Esta foi uma semana mágica”, reconheceu Federer no final do jogo. O suíço, recorde-se, foi o vencedor do Australian Open e finalista vencido em Wimbledon. O segundo semestre de 2018 não tem sido o melhor, acumulando muitos erros não forçados que lhe têm custado algumas derrotas e deixado muitas interrogações. Ainda assim, o suíço prepara-se para o ATP Finals que tem lugar em Dezembro e representa a oportunidade de ainda fechar bem o ano.
Roger Federer vence pela nona vez em casa
Na década de 20 ninguém foi tão bem sucedido quanto William Tatem Tilden. Ou Bill Tilden, como ficou mais conhecido. Durante sete anos foi número um mundial, conquistando dez Grand Slam. Três em Wimbledon e sete no US Open. Mas não só. A sua galeria conta também como sete Taças Davis e oito Majors em duplas: sete US Open e um Wimbledon.
Se dentro dos courts Tilden foi um dos mais bem sucedidos, fora deles ficou conhecido por escândalos sexuais com menores de idade.
Mas vamos por partes. O seu talento não se revelou cedo. Aliás, no ensino preparatório, em Germantown, Philadelphia, não tinha lugar na equipa da escola. Tímido, só em 1910 começou a se dedicar aos treinos e ao estudo do jogo. Aos poucos, foi começando a jogar e a ganhar torneios. Primeiro em Germantown, depois na Peirce School of Business. Ao lado de Mary Brown, jogadora de ténis e golf, conquistou os dois primeiros títulos do US Open, em pares mistos.
Dedicado ao treino, Tilden foi jogando torneios, acumulando troféus e treinando mais. O momento da viragem deu-se em 1920. Nesse ano tornou-se o primeiro norte-americano a vencer Wimbledon ao ganhar a Gerald Patterson. Ainda em 1920 ganhou também pela primeira vez o US Open em singulares e a Taça Davis, derrotando a França, composta pelo quarteto que ficou conhecido como os Quatro Mosqueteiros: Jacques Brugnon, Henri Cochet, Jean Borotra e Jean René Lacoste. Este quarteto ficou célebre por acumular 20 Grand Slam individuais e 23 em duplas.
Tilden começara, a partir de então, uma das mais bem sucedidas carreiras de sempre. O seu domínio nos courts era esmagador. Sobretudo no US Open. Só ali, entre singulares, pares e pares mistos acumulou 13 títulos em dez anos. Em singulares foi pentacampeão do US Open entre 1920 e 1925 Apenas em Paris, em Roland Garros, perdeu as duas finais que jogou, em 1927 e 1930.
A precisar de dinheiro, em 1930 Bill Tilden tornou-se profissional. Ali permaneceu por 16 anos e jogou com adversários como Fred Perry ou Don Budge. A popularidade de Tilden continuava a fazer dele o jogador que o público mais queria ver jogar. Em 1931 e 1935 venceu o US Open, agora como profissional, e em 1933 e 1934 ganhou, finalmente, Roland Garros.
Em 1945, então com 52 anos, Tilden e Vinnie Richards ganharam o US Open, em duplas. Um feito impressionante pela idade e também porque, os dois tinham conquistado 27 anos antes a mesma prova enquanto amadores.
Bill Tilden foi também treinador da Alemanha na Taça Davis. A sua popularidade, velocidade e habilidade, mas sobretudo o seu domínio na década de 20 tornam-no frequentemente referência entre os maiores tenistas da história. Em 1959 entrou no International Hall of Fame.
Fora dos courts a sua vida fica também marcada por escândalos sexuais com menores de idade. Em 1946 foi detido por assediar um rapaz de 14 anos e em 1949 por dar boleia a um jovem de 16 anos. Foi condenado a cumprir pena de prisão, onde permaneceu por sete meses.
Bill Tilden morreu em 1953 aos 60 anos de idade com problemas no coração. Apesar de todas as polémicas associadas, o seu legado e influência no ténis perduram até hoje.
Bill Tilden vs Bill Johnston, em 1925
Seria sempre uma questão de tempo. A dúvida sobre quando Stefanos Tsitsipas iria ganhar o primeiro Grand Slam era se seria ainda em 2018 ou apenas em 2019. A resposta chegou em Estocolmo, este domingo. E com ela tornou-se o primeiro grego a conquistar um torneio ATP.
Aos 20 anos de idade Tsitsipas já não é uma promessa. É uma certeza. Ao vencer Ernests Gulbis (duplo 6-4) na final do ATP 250 Estocolmo, El Greco colocou a cereja no topo do bolo de uma grande temporada. E bem se pode dizer que à terceira foi mesmo de vez. Recorde-se que o grego havia sido finalista vencido no Canadá e em Barcelona. Em ambas perdeu para Rafael Nadal.
Esta foi, de resto, uma semana de sonho para Tsitsipas. Para chegar à final deixou para trás John Millman (6-4, 3-6 e 6-3), Philipp Kohlschreiber (6-3 e 7-6) e Fabio Fognini (6-3 e 6-2). Nesse período apenas perdeu um set. Contra Gulbis converteu dois break points e confirmou 83% dos pontos disputados com o primeiro serviço.
Gulbis, vencedor de seis títulos ATP na sua carreira, continua o jejum que perdura desde 2014. Talvez se esperasse mais de John Isner. Número 9 mundial era um dos principais favoritos à sucessão de Del Potro na galeria de vencedores. O argentino, recorde-se, encontra-se a recuperar de uma lesão contraída em Xangai e só deverá regressar aos courts em 2019. Isner eliminou os compatriotas Bradley Klahn e Tennys Sandgren, mas acabou afastado por Ernests Gulbis nas semi-finais: 1-6, 6-3 e 6-3.
Com esta vitória Tsitsipas saltará quatro posições no ranking mundial a partir desta segunda-feira. Será o 16º do mundo, um lugar acima do melhor desempenho na carreira, registado em 13 de agosto de 2018.
Classificado para o ATP Next Gen Finals em Milão, Tsistipas ainda joga no ATP 500 da Basileia nesta semana, onde estreia contra o francês Jeremy Chardy.
Tsitispas conquistou assim o seu primeiro título ATP
Novak Djokovic está irresistível. O tenista sérvio conquistou, este domingo, o Masters de Shangai pela quarta vez. É também o 32º título Masters 1000 daquele que é, desde esta segunda-feira, o número dois mundial. Apenas 215 pontos o separam agora do líder Rafael Nadal.
O ano, recorde-se, começou com mais interrogações do que certezas. A recuperar de uma lesão, Djokovic começou de forma tímida, sendo afastado na quarta ronda do Australian Open, por Chung Hyeon. Seguiram-se Indian Wells e Miami. Em ambos caiu nas primeiras rondas. Nolan questionava, por esta altura, se poderia voltar ao que fôra anteriormente. Na temporada de terra batida começou a subir de forma e a partir dos torneios em relva voltou aos títulos. E logo em Wimbledon. No piso rápido confirmou a subida de forma, vencendo Cincinnati e o US Open.
Agora, foi a vez de ganhar Shangai. Frente ao croata Borna Coric precisou de 1h36 para vencer por 6-3 e 6-4. Foi a quarta vez que Djokovic venceu em Shangai. As outras foram em 2012, 2013 e 2015.
Djokovic foi superior durante todo o jogo, nunca cedendo qualquer jogo de serviço. Por outro lado, o sérvio conseguiu quebrar o serviço a Coric no segundo set, para começar a construir a vitória por 6-3. Na segunda partida, Djokovic começou logo por quebrar o serviço do croata. Coric ainda conseguiu salvar três match points mas acabou por perder por 6-4.
É preciso realçar, contudo, o percurso de Coric, 22 anos, de idade. Vencedor de Halle, este ano, o croata jogava a sua primeira final Masters 1000 da carreira.
Para chegar à final deixou para trás, entre outros, jogadores como Stanislas Wawrinka (4-6, 6-4 e 6-3), Juan Martin Del Potro (o argentino desistiu por fratura no joelho e não tem previsão de regresso) e Roger Federer (duplo 6-4).
O ano de 2018 confirma, assim, todo o talento do croata e mostra que é um jogador que é preciso ter em conta em 2019. Recorde-se que Coric foi ainda semi-finalista em Indian Wells. A partir desta segunda-feria será 13 mundial.
O desaire de Roger Federer faz aumentar o alarme em torno do suíço. Nas temporadas de relva e piso rápido, manteve-se intermitente. Federer até começou bem a temporada, vencendo o Australian Open, mas depois da pausa feita na terra batida, não conseguiu retomar tão pujante quanto se esperava. Apesar da final de Wimbledon, tem vindo a acumular muitos erros que têm sido comprometedores. “Estou feliz com o meu jogo, mas Coric foi melhor”, assumiu o helvético. E a verdade é que Coric raramente permitiu qualquer recuperação ou crescimento de Federer na partida.
Neste torneio de Shangai há ainda a destacar Mathew Ebden. O autraliano caiu nos quartos de final, o seu melhor registo em 13 anos de carreira. Para isso, deixou para trás jogadores como Dominic Thiem (6-4, 6-7 e 7-6) e Frances Tiafoe (3-6, 6-4 e 6-3).
A vitória de Djokovic sobre Coric, foi a quarta do sérvio em Shangai.
Reconheçamos, a Russia sempre foi uma potência no ténis. Ex-números 1 como Yevegny Kafelnikov, Marat Safin ou o ex-número 3, Nikolay Davydenko ajudaram a levar o seu país ao topo do ténis. A estes nomes, a Russia soma também duas Taças Davis e quatro Fed Cup.
Mas, reconheça-se também, desde há uns anos que os russos têm vindo a perder preponderância no ténis masculino, andando sempre longe do top-10 mundial.
Há, contudo, uma nova geração a despertar com um nome, para já, a sobrepor-se. Daniil Medvedev. Aos 22 anos está a cumprir uma temporada muito consistente. O ponto mais alto teve lugar este domingo, com a vitória no ATP 500 Tóquio. Foi o seu terceiro título do ano e da sua carreira. Os outros dois foram Sidney e Winston-Salem.
Medvedev esteve longe de ser o favorito. Teve que entrar no qualifying e para vencer disputou nada mesnos do que sete jogos. Neste percurso o russo perdeu apenas um set, contra Gerasimov na qualificação, não tendo perdido qualquer parcial no quadro principal. Até chegar à final com o anfitrião Kei Nishikori, Medvedev deixou para trás Moriya, Gerasimov, Schwartzman, Klizan, Raonic, e Shapovalov.
Na final levou a melhor sobre Kei Nishikori (6-2 e 6-4). Esta não foi apenas a maior vitória da sua carreira. Foi o culminar da sua melhor semana de ténis que o coloca no 22º lugar no ranking ATP. É o seu melhor registo, para já. Para o nipónico foi um golpe duro. Vencedor de 11 títulos na carreira, Nishikori esperava quebrar, em casa, o jejum que dura desde 2016, em Memphis (EUA).
Este não foi um ano fácil para Nishikori, que começou 2018 a recuperar de lesão grave. Foram cinco meses de paragem. Ainda assim, chegou aos quartos de final em Wimbledon e às meias-finais do US Open. Em ambas perdeu para Novak Djokovic.
Pode dizer-se que Medvedev é um meteoro no circuito. A sua primeira aparição remonta a 2015, na Kramlin Cup. No ano seguinte estreou-se no circuito ATP, em Nice (França), perdendo para Guido Pella. A sua primeira vitória aconteceu poucas semanas depois, no Open Ricoh, diante Horacio Zeballos. Em 2017 jogou a sua primeira final. Foi na Índia, no Open Chennai, diante Roberto Bautista Agut. Por esta altura, o russo já era top-100 e ascendera a 65 do mundo. Este tem sido o ano da confirmação, já com três títulos no bolso. A final de Sidney, contra Alex de Minaur, 19 anos, tornou-se a mais jovem do torneio desde 1989.
Mas Daniil Medvedev não é o único rosto da nova geração russa. Andrey Rublev e Karen Khachanov são outros nomes para seguir com atenção.
Rublev, 20 anos, é ex-número 1 mundial de juniores. O seu maior feito, para já, foi vencer em Umag, em 2017, num torneio em que entrou como melhor rankiado para cobrir uma desistência. Ainda o ano passado, no US Open, atingiu os quatros de final depois de eliminar Grigor Dimitrov e David Goffin.
Khachanov, 22 anos, também já tem dois título. Foi em Chengdu, na China, em 2016 e este ano em Marselha. Com uma saque poderoso é atualmente o 27º do mundo.
Medvedev, Rublev e Khachanov. As três novas jóias do Kremlin, que prometem relançar a Rússia no patamar mais alto do ténis. É cedo, para já, prever até onde podem chegar. É, contudo, um sinal forte dado pela Federação Russa de Ténis.
A vitória de Daniil Medvedev sobre Kei Nishikori
Se há tenista que impactou o ténis dentro e fora dos courts, essa personalidade foi Jack Kramer. O norte-americano foi número 1 mundial em 1946, somou 35 títulos, entre os quais três Grand Slam. Mas foi o seu papel fora dos courts que deixou o nome para sempre ligado à modalidade. Ele foi um dos principais rostos da transformação da Era amadora para a Era profissional (Open), que aconteceu em 1968. Em 1972 ajudou a construír a Associação de Ténis Profissional (ATP) e tem o seu nome associado a uma das raquetes de ténis mais icónicas da história.
Mas vamos por partes. A ligação de Jack Kramer ao ténis começou ainda em criança. Apaixonado também por basquetebol, aos 13 anos, quando seus pais se mudaram para San Bernardino, Califórnia, Kramer concentrou-se exclusivamente no ténis, após ver um jogo de Henrry Ellworth Vines Jr.
No seu percurso amador começou por jogar na escola, mas as suas habilidades levaram-no rapidamente para Montebello, no sul da Califórnia, para jogar no LACT e no clube de ténis de Beverlly Hills. Ali jogou com nomes grandes como Ellsworth Vines, Bobby Riggs ou Bill Tilden. No final da década de 30 venceu vários torneios juniores, entre os quais o campeonato nacional da categoria.
Kramer completou, entre 1938 e 1947, sete Campeonatos Nacionais dos EUA. O seu primeiro Grand Slam foi em 1946, em Wimbledon. Nesse ano, acabaria por vencer o seu primeiro Major: US Open. Mas não se pense que foi fácil. Até chegar aqui, Kramer enfrentou várias adversidades. Uma apendicite afastou-o de dois torneios nacionais, também desenvolveu bolhas, entre outros obstáculos que adiaram o seu primeiro grande troféu.
Em 1947 voltaria a repetir esse feito, juntando ainda a vitória em Wimbledon. O seu sucesso levou-o a integrar a equipa norte-americana para a Taça Davis, vencendo nos anos 1946 e 1947. Em duplas, venceu quatro vezes o US Open (1940, 1941, 1943 e 1947) e duas Wimbledon (1946 e 1947).
O seu estilo de jogo agressivo, habilidade e equilíbrio levaram-no a número 1 mundial, em 1946.
O profissionalismo chegou em 1947, assinando um contrato de 50 mil dólares por ano. A sua estreia foi com Bob Riggs, no Madison Square Garden perante mais de 15 mil espectadores. Juntamente com Riggs, os dois convenceram outros nomes importantes a priorizarem o profissionalismo.
A mudança para o profissionalismo e a promoção do mesmo tinha por base uma visão. A de que o ténis amador não era sustentável. Por isso, convidou vários tenistas de outros países a jogarem no Madison Squere Garden. Em 1954 aposentou-se dos courts, mas não do ténis. Juntamente com Donald Dell e Cliff Drysdale, fundaram o ATP, em 1972.
Kramer foi ainda pioneiro do Grand Prix, um conjunto de torneios Master que viria, mais tarde, tornar-se na Masters Cup
Paralelamente, Kramer era um reputado comentador da BBC. Também deu nome a uma raquete de ténis da Wilson. A raquete Jack Kramer Wilson, lançada em 1948, foi a mais vendida da história, somando mais de 20 milhões de unidades.
Jack Kramer morreu em 2009, vítima de cancro. Tinha 88 anos de idade.
Jack Kramer. A vitória em Wimbledon, em 1947
Bernard Tomic conquistou, este domingo, o ATP 250 Chengdu, na China. Foi o primeiro título do australiano desde 2015. O triunfo sobre Fabio Fognini (6-1, 3-6 e 7-6) representa mais do que um troféu. Representa a esperança do regresso de que Tomic, 25 anos, ao seu melhor nível. Outrora 26º do ranking ATP, o australiano entrou para este torneio como o 123 do mundo.
Ao longo dos últimos anos colecionou mais polémicas do que títulos. Por mais que uma vez Tomic assumiu jogar apenas para acumular dinheiro e riqueza, reforçando que jogar grandes torneios não representa para ele qualquer prazer.
O seu talento é, contudo, inequívoco. E a prova disso é a forma como venceu o quarto troféu da sua carreira. Os outros foram em Sidney, em 2013 e Bogotá, 2014 e 2015.
Fábio Fognini, 13º do ranking, foi o adversário mais cotado na hierarquia que o australiano defrontou e 2018. Emocionado, Tomic não deixou de ser irónico rebatendo a má imprensa que tem vindo a ter face ao seu posicionamento e profissionalismo no ténis. “Venci com sorte. Era suposto ter perdido no qualifying quando perdia 3-0 e 4-0 frente a Egor Gerasimov”. Mais a sério, Tomic reconheceu que “jogou muito bem durante toda a semana”. E isso deve valer-lhe uma subida para o top-100 mundial, nomeadamente para a posição 77.
Estaremos perante um novo Bernard Tomic? Só o tempo o poderá dizer. E como estamos em final de época, será interessante acompanhar a preparação do australiano para 2019. Este triunfo tem, pelo menos, o condão de lhe garantir entrada no próximo Australian Open, situação que não conseguiu este ano.
Outrora um dos mais promissores tenistas do circuito, a queda de Tomic atirou-o para fora do top-100. Por isso, teve que jogar o qualifying. Em Chengdu, derrotou, primeiro, Renta Tokuda (6-3, 6-4) e depois Egor Gerasimov (6-7, 6-3, 7-6). Já no quadro principal, venceu Bradley Klahn (6-7, 7-6,6-2), e depois Lloyd Harris (7-6, 2-6, 7-6). Nos quartos de final afastou Felix Auger-Aliassime (6-2, 6-4) e nas meias-finais elimiou o português João Sousa, por duplo 6-4. O encontro com o português foi o quarto da história, sendo que Tomic ganhou todos. O tenista luso mostrou, outra vez, estar a fazer um grande ano, ficando perto de vencer novo torneio do circuito.
Aos 25 anos de idade, Bernard Tomic ainda vai a tempo de escrever uma bonita história no ténis. Talento tem de sobra. Agora que entrará outra vez no top-100 veremos se consegue aproximar-se do top-30 onde já esteve. E o que poderá fazer em outros torneios. É, pelo menos, seguro afimar que o australiano tem condições para se afirmar no top-50. Contudo, a resposta para estas perguntas dependerão da sua postura perante o ténis, os treinos e como encararará os desafios.
O ano de 2018 parece querer mostrar que o autraliano pode regressar ao seu melhor. No Rosmalen Grass Court Championship, na Holanda, conseguiu também atingir as meias-finais. Um resultado supreendente, uma vez que há dois anos não atingia um fase tão avançada de um torneio. Esse resultado catapultou-o para o top-150.
Com o título na China, Tomic ganha a oportunidade, pelo menos, de voltar a ser encarado como um nome a ter em conta no circuito. Assim o faça por continuar a merecer.
Bernard Tomic venceu na China o seu quarto título ATP
Não foi exatamente uma surpresa, mas a Europa experimentou dificuldades acrescidas para conquistar, este domingo, pela segunda vez a Laver Cup. A segunda edição do torneio inter-continental, pensado por Roger Federer, voltou a confirmar a ideia de que o Velho Continente continua a liderar o ténis planetário. Não apenas em termos individuais – sete jogadores do top-10 do ranking ATP são europeus, bem como todo o top-3 – como em termos colectivos – desde 2000 só por três vezes um país não europeu venceu a Taça Davis.
Ainda assim, este ano se a Europa confirmou ser mais forte individualmente – e isso valeu-lhe o título – mas em duplas, a equipa Mundo não deu hipóteses. E por isso os europeus precisaram de sofrer para revalidar o triunfo de 2017, quase sofrendo uma reviravolta. No final, o triunfo de Alexander Zverev sobre Kevind Anderson (6-7, 7-5 e 10-7) selou a vitória europeia por 13-8.
Mas vamos por partes. A equipa europeia chegou a Chicago como uma autêntica constelação. Roger Federer, Novak Djokovic, Alexander Zverev, David Goffin, Grigor Dimitrov e Kyle Edmund. Mesmo sem Rafa Nadal, Marin Cilic e Dominic Thiem (presentes na edição de 2017) a Europa tinha quatro jogadores top-10. A equipa mundial tinha Kevin Anderson e John Isner. Mesmo com a desistência de última hora de Del Potro, a equipa Mundo também impunha respeito. Para além de Anderson e Isner, havia Diego Scwartzman, Jack Sock, Nick Kyrgios e Frances Tiafoe. As lendas Jonh McEnroe e Bjorn Borg lideraram, respectivamente, as equipas Mundo e Europa.
Tal como o ano passado, o primeiro jogo de duplas era o momento mais aguardado. A isso se deve os nomes no court. Se em 2017 Federer fez uma dupla de sonho com Rafa Nadal, este ano o suíço jogou ao lado de Novak Djokovic. Só que a força de uma dupla é mais do que a soma da qualidade individual. E, diga-se, Novak Djokovic raramente joga nesse vertente do ténis. Apesar de algumas jogadas bonitas, a dupla Anderson e Sock impôs-se: 6-7, 6-3 e 10-6.
Por esta altura, a equipa Europa liderava por 3-1 em partidas. Dimitrov vencera Tiafoe no jogo inaugural (6-1, 6-4) e Kyle Edmund venceu Jack Sock (6-4, 5-7, 10-6). Depois, foi a vez de David Goffin se impor a Diego Scwartzman (6-4, 4-6, 11-9).
No segundo dia de competição, Alexander Zverev e Roger Federer aumentaram a vantagem europeia. O alemão venceu John Isner (3-6, 7-6, 10-7) e o suíço ganhou a Nick Kyrgios (6-3, 6-2).
O triunfo europeu parecia inexorável, contudo, a equipa Mundo começou a recuperar. Primeiro, com Anderson a ganhar sobre Djokovic (7-6, 5-7, 10-6). Depois, outra vez em duplas, Sock e Kyrgios levaram a melhor sobre Goffin e Dimitrov (6-3, 6-4).
No arranque do terceiro dia, a equipa Mundo colocou-se, pela primeira vez, em vantagem na prova (8-7). A dupla Isner e Sock, mais rotinada, ganhou (4-6, 7-6 e 11-9) a uma dupla que, no futuro, poderá ser vista como uma passagem de testemunho: Federer e Zverev.
Só que ainda faltavam os jogos individuais de Federer e Zverev. O suíço venceu de forma consistente John Isner (6-7, 7-6, 10-7) e Zverev consolidou o triunfo europeu sobre Anderson.
No final do dia pode dizer-se que a Laver Cup é uma celebração do ténis. Reúne alguns dos maiores protagonistas mundiais, que mostraram, amiúde, levar a sério os seus jogos, contudo, sem o cariz do ATP Finals, ou a chancela ITF, que garante pontos. Os detalhes e a organização mostram que é, acima de tudo, uma competição pensada para o público, o seu entretenimento, e mais uma forma de promover, e gerar receitas, com uma modalidade que vive, porventura, os seus anos dourados.
A forma como os jogadores no banco reagem ao que se passa no court, vibrando ou brincando, e a possibilidade de juntar na mesma equipa lendas como Federer e Djokovic, são gatilhos que envolvem o público e os fans. E com imagens que ficam para a posteridade. Como aquela, em 2017, em que Federer e Nadal correm para os braços um do outro para festejar a vitória.
Resta saber como a Lavers Cup resiste à prova do tempo e à capacidade de ir conseguindo reunir os melhores de cada continente, de forma a manter este torneio de exibição apelativo para o público e comercialmente atrativo.
A Laver Cup de 2018 fica marcada pela reunião entre Roger Federer e Novak Djokovic
Este foi um Verão marcado por diversas campanhas de atletas que representam uma geração de desportistas cada vez mais relacionados com questões sociais. Fica a saber quem e porquê!