Arquivo de Porto - Página 5 de 14 - Fair Play

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Bruno Costa JesuínoOutubro 17, 20205min0

Hoje é dia “Clássico”. O primeiro da época. Frente-a-frente o campeão nacional em título e um leão rejuvenescido. Sentado no sofá, a quatro horas do jogo, vou fazer as minhas previsões a partir do meu sofá. Quem serão os onze titulares? Que equipa vai pegar no jogo? Que jogadores podem resolver?

Quem irá jogar de início?

Ponto 1. Com vários jogos internacionais e muitos jogadores de ambas as equipas nas respectivas seleções, pode proporcionar a que os treinadores surpreendam laçando algum jogador que tenha ficado a trabalhar a equipa durante esta paragem.

Porto mantendo a mesma linha

No lado do Porto, Sérgio Conceição tem integrado os reforços sempre de forma gradual. Sendo assim é expectável que aposte nos jogadores que melhor conhecem a dinâmica da equipa. E no 433 que tem usado nos últimos tempos, em detrimento do 442. Se no eixo central, Marchésin, Pepe e Mbemba, têm o lugar garantido, nas laterais surgem as primeiras dúvidas. Manafá tem sido indiscutível à direita mas, com a saída de Alex Telles, poderá também ser hipótese para o lado esquerdo. No entanto será mais expectável manter-se na posição habitual, estreando-se o reforço Zaidu como titular no lugar do novo jogador do Manchester United. Não é de descartar, embora pouco provável, a hipótese de Diogo Leite jogar à esquerda. Nanú, será o plano B para lateral direito.

No meio campo, o cada vez mais influente Sérgio Oliveira deverá fazer dupla com Uribe, jogando Octávio mais solto. A surpresa que poderia surgir na entrada de Loum para o lugar do colombiano.

Na frente, Marega deverá ser a referência, com o indiscutível Corona à direita e Luis Díaz à esquerda. A espreitar a titularidade estarão Filipe Anderson, Nakajima e Taremi.

Sporting à procura da afirmação

No Sporting a expectativa é muita face à capacidade de Rúben Amorim construir uma equipa à sua imagem. Um treinador que ainda no Sporting de Braga, levou a melhor sobre os três grandes nos confrontos directos. Indiscutivelmente o plantel está mais forte que a época passada, e nomes muito interessantes como Pedro Gonçalves, Pedro Porro, Nuno Santos, Palhinha e o grande “regresso” de João Mário. A juntar isto a expectável explosão do miúdo Nuno Mendes lançado na época passada e a confirmação (ou não) que Jovane consegue manter o nível do final da campanha anterior.

Na baliza, deverá manter-se o experiente Adán, atrás de uma linha de 3 centrais – Neto, Coates e Feddal – secundada pelos laterais Pedro Porro e Nuno Mendes.

No zona nevrálgica do terreno Rúben começou por optar por um duplo pivot constituído por Matheus Nunes e Wendel. No primeiro jogo após a saída do brasileiro para à Rússia, recuou Pedro Gonçalves para o lado de Matheus. Para este jogo, e com integração total de Palhinha, a hipótese deverá recair em Palhinha.

Na frente, como falsos alas, maiores dúvida, embora com algumas retiradas com a conferência de imprensa face à não inclusão de João Mario entre os titulares. Na esquerda, Pedro Gonçalves (Nuno Santos, se Pedro recuar), Jovane mais solto, e na direita Tiago Tomás ou Vietto.

O que esperar do jogo?

Provavelmente será um jogo muito táctico e até haver golos não deverá ser muito ritmado. O Sporting tentando fazer recuperações de bola altas para as transições rápidas que a equipa tanto gosta. O Porto, a tentar pegar no jogo, apostando na profundidade de Marega e nas diagonais de Corona e de Luis Díaz.  A equipa de Sérgio vai tentar pressionar a saída de bola do Sporting, uma vez que os centrais não são especialmente bons com bola, apostando na agressividade de Marega, Corona e Octávio na pressão em zonas altas. A equipa de Rúben, a tentar ultrapassar rapidamente essa primeira fase de pressão deixando o adversário exposto e desequilibrado.

Com o jogo a zeros, as equipas vão dar primazia à coesão da equipa, deixando a criatividade para segundo plano e para zonas de terreno em que uma eventual perda de bola deixe a equipa menos exposta.

Mas a partir do primeiro golo, muito pode mudar…

Gritos de Guerra

Basta uma derrota para a confiança cair e isso é normal nos clubes grandes. Uma derrota nestes clubes e ainda para mais no Sporting tem um impacto muito grande. Nós não nos podemos desviar do nosso caminho com base num resultado. Nós vamos dar a mesma resposta ao FC Porto, caso ainda estivéssemos na Europa. Nada vai mudar. Temos confiança no nosso trabalho. – Rúben Amorim

Poderá haver surpresa na caraterística do jogador que se encaixa num modelo de jogo. Um Nakajima e um Felipe Anderson são diferentes de Corona ou Otávio, por exemplo. A diferença é dada pelas caraterísticas. Mas existe um conhecimento coletivo e também individual, cada vez mais, dos jogadores que compõem o onze. Estamos preparados para isso. – Sérgio Conceição

E agora os famosos prognósticos de sofá

O Porto, mesmo jogando fora, será favorito. Equipa mais estruturada com valores mais afirmados no futebol português e, ainda por mais, vindo de uma derrota caseira, não quererá deixar os “seus créditos por mãos alheias”. Do outro lado, o Sporting, eliminado das provas europeias, quer provar que pode ser mais que “outsider” na luta pelo título e que se pode bater de igual para igual.

Prognóstico: 1-2.

Jogadores em destaque: Nuno Mendes e Corona

E por agora é tudo, aqui do meu sofá.

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Bruno Costa JesuínoFevereiro 17, 20206min0

A Liga Europa está aí à porta e há muito tempo que não tínhamos quatro equipas nesta fase da prova. Por sinal os quatro primeiros classificados da primeira liga não só neste momento mas como tem sido habitual. Haverá força para conquistar a Europa?

Sorteio com sortes diferentes

No que diz respeito ao sorteio houve sorte diferentes para as equipas portuguesas. Benfica e Porto com equipas experientes que vão no mínimo dividir as possibilidades de passagem, o Braga tem tudo para se superiorizar a uma equipa que deu muita luta ao Porto na fase de grupos, e o Sporting se estiver ao seu melhor nível tem muitas hipóteses de afastar uma das equipas teoricamente mais acessíveis e menos experientes da prova.

O melhor Sporting seria mais que favorito. E este será?

O Sporting, que ficou em segundo lugar no seu grupo, foi o que lhe saiu o adversário mais acessível, embora estejamos a falar do actual segundo classificado do campeonato turco. No entanto, tendo em conta os adversários que lhe podiam calhar é o que menos se pode queixar… da sorte! No entanto, tendo em conta a época que está a correr, seja talvez o representante em português com menos potencial, ainda mais com a saída do capitão Bruno Fernandes.

O Istambul, embora sem grandes pergaminhos nestas andanças, está a fazer uma excelente época tanto a nível interno como na Europa. No campeonato está a disputar o título e na fase de grupos ficou em primeiro num grupo difícil com os favoritos Roma e Borussia Monchengladbach. No entanto, todos sabemos que a experiência é algo que conta muito nestas fases mais avançadas na prova, mas um Sporting unido que consiga apresentar um nível semelhante ao que apresentou nos clássicos contra Benfica e Porto, tem boas hipóteses de passar a eliminatória.

Mesmo não tendo aquele que era de longe o jogador mais influente nos últimos anos, o melhor 11 do Sporting com Vietto e com os dois centrais disponíveis e com Battaglia em boas condições físicas terá hipótese para no mínimo lutar taco-a-taco com os turcos.

Será o SC de Super-(clube)-Braga?

É verdade e não só de agora, pois nas competições europeias este Braga tem sido super, já tinha sido super com Sá Pinto irrepreensível. O problema era a nível interno, e agora até aí tem sido extraordinário. Com Rúben Amorim, apenas cedeu um empate caseiro, venceu a Taça da Liga e já ganhou duas vezes ao Sporting e Porto.

Mais recentemente venceu o Benfica em pleno Estádio da Luz, tal como já tinha vencido no Dragão. Teve a sorte do jogo? É verdade. Mas para se ter sorte é preciso procurá-la e o Braga, que muitas vezes vacilava nos duelos com os grandes, tem-se mostrado um equipa adulta em todos os momentos do jogo e na maior parte dos 90 minutos. E isso, tem feito a diferença, além das mudanças tácticas, a mentalidade dos jogadores.

Depois de uma fase de grupos que ficou em primeiro lugar, saiu-lhe em sorte o Rangers de Gerrard. Não sendo um nome assustador, a equipa escocesa esta época deu muita luta com o Porto e chegou a até a superiorizar-se em ambos os jogos. No entanto, o melhor Braga, este Braga, tem mais futebol que este Rangers, e saindo da Escócia com um bom resultado, terá tudo para mostrar que é mais forte na segunda mão.

E se Rúben Amorim conseguir manter um nível alto nas duas frentes, podemos estar aqui perante um caso sério, como até já foi previsto num artigo aqui escrito.

Serão os dragões capazes de ‘queimar’ os difíceis?

As equipas portuguesas nunca costumam ter vida fácil diante os alemães. A história mais antiga ou mais recente é prova disso. Mas se há clube que já venceu os alemães, o Porto é um deles. E este Porto de Sérgio Conceição parece ter sete vidas. Ainda há duas semanas parecia acabado e agora está cada vez mais próximo do primeiro lugar com uma vitória diante do Benfica e do Vitória de Guimarães.

Parece estar num momento crescendo e com alguns jogadores à aparecerem muito bem nesta fase da época, como é o caso de Sérgio Oliveira. Importante seria contar com Pepe em boas condições físicas para dar aquelas experiência e voz de comando que por vezes tem faltado à equipa, e ainda é mais importante, nestes desafios europeus.

O Bayern Leverkusen, é uma das boas equipas alemãs e uma habitué nestas andanças europeias. Está a fazer um boa época com comprova o actual quinto lugar a 6 pontos do líder Bayer. Na fase de grupos da Champions não conseguiu superiorizar-se aos favoritos de Juventus e Atlético de Madrid, garantindo a terceiro lugar à frente do Lokomotiv de Moscovo.

Espera-se um jogo equilibrado em que os pequenos detalhes irão definir o vencedor.

As possibilidades dependerão de que Benfica entrar em campo

Certamente que há duas semanas a confiança era outra. A equipa a jogar bem ou pelo menos qb e com a moral em cima. Duas semanas depois parece passar por uma crise de confiança com (e pelas) derrotas seguidas diante de Braga e Porto. As exibições não foram péssimas mas os resultados sim. e vantagem que tinha esfumou-se num ‘piscar de olhos’.

Contra aquele que tem sido o crónico campeão ucraniano, uma equipa com um projecto bem definido desde há muitos anos que privilegia o bom futebol. Depois de muitos anos com Lucescu na liderança, a aposta tem recaído em treinadores portugueses. Depois do excelente trabalho de Paulo Fonseca, aposta recaiu em Luís Castro que tem mantido a equipa ao nível que a tem caracterizado na última década. Presença assídua na Liga dos Campeões, nem sempre as boas exibições têm acompanhado os resultados… e caiu uma vez mais para a Liga Europa, onde será um dos candidatos.

Em teoria, seria um jogo com 50 por cento de hipóteses para cada lado, no entanto, não sabemos que Benfica vamos encontrar, ainda por mais, estando na pior fase do campeonato em termos de resultados. O nível de concentração geral da equipa baixou consideravelmente e confiança no último terço caiu muito, e isso notou-se bem nos últimos jogos.

Já não falando da época passada, o melhor versão do Benfica desta época tem muito boas hipóteses de passar. Mas, para começar, na sempre difícil deslocação à Ucrânia, de fazer um resultado que lhe permita disputar a eliminatória em Lisboa.

Prognósticos em percentagem. Vale o que vale.

Como diria um lendário capitão do Porto, “prognósticos” só no fim do jogo, mas os últimos, feitos aqui neste espaço, não foram nada maus. Desta forma, eis os prognósticos em percentagem, da probabilidade de as equipas nacionais seguirem em frente, tendo em conta o momento actual das equipas e a qualidade do adversário.

Braga 65%  – Sporting 60 % – Porto 55% – Benfica 50%


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É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


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