O médio croata era peça fulcral no 4-3-3 encarnado. O que será do Benfica sem o jovem croata? Perdeu-se o penta ou ainda há esperança para o clube da Luz?
O médio croata era peça fulcral no 4-3-3 encarnado. O que será do Benfica sem o jovem croata? Perdeu-se o penta ou ainda há esperança para o clube da Luz?
FC Porto e Sporting ressentem-se após Taça CTT e o Benfica acusa a ausência da revelação que foi Krovinović até à lesão. Alerta para os três grandes?
Que o plantel encarnado era desequilibrado, já se sabia desde Agosto de 2017. Que Rui Vitória não é um treinador que prime pelo seu modelo de jogo afinado, já se sabe desde que assinou pelo Benfica no Verão de 2016. Que o Benfica nunca conquistou um Pentacampeão, sabe-se desde sempre. Que o Benfica é um clube vendedor, sabe-se desde que LFV assumiu a presidência. Então o que nos trouxe de novo este mercado? A clara ideia de que a estrutura encarnada não está preocupada com conquistar mais um campeonato ou, então, está completamente desligada da realidade futebolística.
Já foi amplamente discutido o papel de Rui Vitória como timoneiro dos encarnados ao longo destes últimos três anos, bem como a sua enorme capacidade de lançar jovens e potenciar jogadores que muitos outros simplesmente descurariam. Contudo, ao contrário daquilo que tinha vindo a acontecer desde há cerca de 10 anos para cá, a tão-aclamada “Estrutura” do SL Benfica não investiu de forma a fornecer as condições mínimas que Rui Vitória necessita para poder conquistar o campeonato. Não que Rui Vitória seja um treinador exigente, bem pelo contrário, a sua passividade é muitas vezes recompensada com uma mão cheia de “nada”.
Da equipa que conquistou o Tetracampeonato inédito, 4 jogadores absolutamente imprescindíveis foram vendidos, por preços, em alguns casos, mal negociados, face ao mercado atual:
Se no caso dos três primeiros, a venda poderá ser justificada com potenciais mais-valias económicas, que se veio a provar estarem muito longe do ideal ou do prometido pela Direção, como o caso dos 20M€ lucrados com a transferência de Ederson, a venda de Mitroglou apenas se poderá justificar com uma total inapetência de compreensão futebolística por parte da estrutura, que considerou que um jogador com mais de 50 golos em duas épocas pudesse ser substituído por Jiménez, um dos maiores flops da história do clube, ou Seferovic, que tem vindo a provar o seu estatuto de avançado sem golo ao longo desta época.
Tudo isto seria aceitável, se a Estrutura tivesse presenteado Rui Vitória com jogadores de valia inequívoca. Mas a verdade é que os substitutos para os jogadores acima listados foram:
Esta transição de qualidade é digna de um livro de anedotas futebolísticas e poderia ser considerado, no mínimo, como um ato de má gestão desportiva. Os diversos tiros no pé foram complementados com contratações de jogadores para emprestar a clubes da Liga NOS, sem existir uma clara hipótese de alguma vez vestirem a camisola encarnada, e com a contratação mais cara do defeso ter sido Arango, emprestado ao Desportivo das Aves. Apenas uma das transferências foi acertada: Krovinovic.
O craque croata chegou e lesionou-se logo na pré-época, tendo atrasado a sua afirmação no 11 encarnado. Mas quando teve oportunidade, chegou, viu e venceu. Uma verdadeira formiga no meio-campo, dotado de uma visão de jogo e uma inteligência acima da média, Krovinovic foi o responsável pela mudança de estilo que remodelou o jogo encarnado: a mudança de 442 para 433.
A ascensão do croata obrigou o técnico Rui Vitória a retirar um dos elementos mais avançados que não estavam a ter o rendimento esperado e a complementar Pizzi, a fazer uma época absolutamente medíocre e digna de banco. E foi Krovinovic que “segurou as pontas” de um equipa sem ideias, sem rasgo, completamente amorfa.
Chegado o mês de Janeiro, uma hecatombe: Krovinovic lesiona-se e falha o resto da temporada. Se parecia claro que o Benfica não iria atacar o mercado, um verdadeiro paradoxo já que se encontra arredado de 3 das 5 competições onde se encontrava inserido e apenas com possibilidade de conquistar um campeonato partido de trás, da 3ª posição. O Penta parecia não ser prioridade para a estrutura. Mas, nesta fase, um golpe tão profundo fez com que o adepto encarnado esperasse alguma movimentação no mercado. Agora, findado o mercado de Inverno, ficou claro que a lógica não é o motor que rege as decisões para a temporada encarnada.
No meio disto, o técnico ribatejano é obrigado a remendar com o que tem e como que não tem. Neste momento, existem 3 jogadores na calha para suceder a Krovinovic e nenhum parece demonstrar ser uma solução aceitável para o nível do Tetracampeão nacional:
Paralelamente, poderemos questionar se André Almeida é suficiente para assumir a lateral direita encarnada de forma consistente (até ao momento, tem provado tudo e todos que estavam errados) e questionar se a saída de Lisandro López, ainda que tenha chegado com 2 ou 3 anos de atraso, se justificava numa altura em que Luisão caminha a passos largos para a reforma, Ruben Dias é uma aposta ainda em fase de afirmação e Jardel vem de uma época em que esteve parado.
O único ato de gestão que parece ter sido verdadeiramente inteligente foi o de terminar o empréstimo com Gabigol, um jogador que não trouxe nenhuma mais-valia ao clube encarnado e pareceu sempre mais um elemento desestabilizador do que um elemento útil do plantel.
Rui Vitória tem sido um verdadeiro mágico esta época a encontrar soluções, principalmente defensivas. É verdade que tem um plantel rico em opções, principalmente no ataque, e que a sua qualidade obriga a resultados melhores do que aqueles que tem tido. Mas quem o contratou sabia, ou deveria saber, que o técnico ribatejano é mais um “gestor” do que um “treinador” e que, por isso, necessita de uma grande quantidade de talento à sua disposição, em todas as secções, para singrar.
O Seixal não será sempre garantia de qualidade, as contratações não serão sempre certeiras e as vendas não serão sempre as ideias. Mas existe um mínimo exigível para garantir uma época o menos atribulada possível que não foi, certamente, atingido. Para repensar a abordagem à próxima época, já que esta parece ter o seu destino traçado.
Datava a época 2008/2009, quando o Benfica prometia com 5 contratações. Entre outros, um é Urreta que pode ser considerado um flop. Por onde anda esta promessa?
Os encarnados empataram na Luz com o rival Sporting e complicaram a vida na Liga NOS. O que esperar do resto da época?
O ano de 2017 termina hoje e mostramos aqui o que de melhor e de pior se passou no futebol encarnado.
O velho ditado “Não se mexe em Equipa que ganha” será com certeza verdade a curto/médio-prazo. Contudo, poucos serão os casos de equipas que mantiveram a sua hegemonia durante anos a fio sem alterações mais ou menos constantes nos seus elementos. A manutenção de um núcleo duro de jogadores Encarnados (Luisão, Jonas, Paulo Lopes, Eliseu) serve o propósito de garantir estabilidade com a ascensão de jogadores jovens. Mas até que ponto é que estes jogadores poderão determinar o rendimento de uma equipa, mesmo que não joguem? E, acima de tudo, serão capazes de suplantar o treinador e impôr a sua vontade e ideais? Terão a atitude necessária para atingir o Penta?
Ancelotti, Mourinho e Ranieri. O que têm em comum estas duas figuras diametralmente opostas em termos de gestão de balneário? Apesar dos seus sucessos enquanto timoneiros de Bayern, Chelsea e Leicester, todos sofreram a “machadada” final após conquistarem o título de Campeões das respetivas ligas.
Não só têm em comum a conquista de títulos, mas também a queda abrupta de rendimento de alguns dos seus jogadores nucleares: Muller, Boateng, Robben, Diego Costa, Hazard, Fabregas, Vardy, Mahrez, Morgan. Parece pouco provável que todos estes enormes jogadores tenham “desaprendido” o jogo e que o tenham “reaprendido” assim que os seus treinadores foram despedidos. Existiu, de forma mais ou menos concertada, de forma mais ou menos planeada, uma tentativa por parte dos jogadores de mudar o “homem do leme”.
Este introito permite-nos estabelecer, de forma mais ou menos evidente, uma clara relação entre estes casos e o atual SL Benfica de Rui Vitória. A questão tática de disposição de jogadores [ver aqui], seja num 4x4x2, num 4x3x3 ou num 4x2x3x1, assume um plano secundário desde que exista um modelo geral de jogo, noções básicas de como se deve comportar cada jogador em determinadas situações. Se nos parece mais ou menos óbvio que Rui Vitória não é um treinador primoroso na concepção de um modelo de jogo e no seu trabalho, parece evidente que a maior valência do timoneiro ribatejano será a gestão de balneário. Mas será que a gestão de Rui Vitória está a resultar esta época?
Se em épocas passadas os jogadores chamados à titularidade por Rui Vitória correspondiam com boas exibições, parece evidente que a maioria dos jogadores que constitui o banco de suplentes do SL Benfica não tem aproveitado as oportunidades que lhes são concedidas.
Rafa, Samaris, Seferovic e Douglas são exemplos de jogadores que simplesmente não têm estado, ou não têm essa capacidade, ao nível exigido para jogar no Tetracampeão nacional. Poderá ser argumentado que estes jogadores não tiveram um conjunto de jogos suficientemente grande e em sequência para poderem mostrar todo o seu valor. Por outro lado, poderá também ser argumentado que o seu nível de desempenho é, em muitas vezes, tão baixo que só poderá ser explicado por um total descomprometimento tático com as ideias da equipa, bem como níveis de concentração reduzidos.
No extremo oposto, encontraremos apostas sem nenhum tipo de justificação e, muitas vezes, continuadas em jogadores que mostraram muito pouco ou até nada ao serviço da equipa [ver aqui]. Diogo Gonçalves tem o condão de ter ultrapassado Cervi, Zivkovic, Rafa e Gabigol sem nunca ter feito exibições que o justificassem. Não impediu a sua titularidade contra o Manchester United e em vários outros jogos até o técnico encarnado ter percebido que o seu contributo para a equipa seria pouco mais que zero. Por outro lado, Felipe Augusto é uma velha “paixão” de Rui Vitória, que gozou de um estado de graça desde a sua chegada, tendo feito inúmeras partidas abaixo de um nível mínimo exigido e apenas sido relegado para a bancada após “desentendimentos” com o público encarnado.
As palavras proferidas por Rui Vitória na Conferência de Imprensa demonstram bem uma tendência encarnada para claudicar nos momentos decisivos. Desde a horrorosa campanha europeia, passando pela eliminação da Taça de Portugal e da Taça da Liga, a equipa da Luz parece ser incapaz de segurar vantagens e de garantir níveis de controlo e concentração ao longo dos 90 minutos. Se por um lado poderá existir uma certa displicência na forma como se abordam os momentos de vantagem no marcador, existirá também um fator decisivo que provém de uma filosofia de jogo pouco definida e trabalhada: o cansaço.
À medida que o jogo avança, o cansaço físico e psicológico interferem com as capacidades de um jogador decidir bem em dado momento, toldam a sua inteligência e limitam o seu desempenho. Se, por detrás deste processo natural, existirem poucos mecanismos de compensação através de movimentos sistematizados, todos os erros serão amplificados e, até, coletivos. Assim se explicam as derrotas contra Basileia, CSKA de Moscovo, o empate com o Portimonense, entre muitos outros resultados negativos desta época.
Que o modelo de jogo do SL Benfica é parco, já o discutimos aqui anteriormente. Que o plantel do SL Benfica está recheado de qualidade, também parece inegável. Então, o que se passa no Reino da Luz?
Fazendo a ponte com o início deste texto, parece cada vez mais claro que o núcleo duro de jogadores encarnados está em fim de ciclo, não tendo sido o seu declínio devidamente acautelado, e que os jogadores simplesmente “desaprenderam” o jogo.
Pizzi não foi o melhor jogador da Liga NOS da época passada por engano: a sua criatividade, passe e poder de chegada à área fazem do médio transmontano um dos valores maiores do nosso pobre campeonato. Contudo, este ano temos visto um Pizzi pouco comprometido defensivamente, recuperando a passo após perder a posse de bola, sem capacidade de ocupação de espaços defensivos, sem critério na própria construção. Para adensar o mistério, as suas substituições e reações intempestivas (veja-se o caso no Dragão), demonstram um mau-estar evidente de Pizzi relativamente à equipa técnica.
Esta falta de comprometimento, principalmente no momento de transição defensiva, fazem com que o Benfica seja, muitas vezes, uma equipa partida, com 5 jogadores a atacar e 5 jogadores a defender, com os primeiros a recuperar a passo. Por muito em baixo de forma que certos jogadores possam estar, será mesmo necessário relembrar que Pizzi foi o melhor jogador da Liga NOS do ano passado, que Samaris foi o “6” titular com JJ à frente de Fejsa na sua última época, que Jardel fez com Luisão uma das melhores duplas de centrais dos últimos anos em Portugal e que Seferovic iniciou a época de forma fulminante?
Ao exemplo de Pizzi pode juntar-se a saída abrupta de Luisão aquando da sua lesão em Vila do Conde (um capitão não aguentaria até aos 90 minutos, pelo menos?), a postura da equipa contra o Basileia na Luz (onde deveriam pelo menos ter obtido 1 ponto para salvar a honra), entre outros episódios lamentáveis da já desastrosa época.
Terá Rui Vitória perdido completamente o balneário? Será que a vontade dos jogadores será de “chutar” o timoneiro para fora da equipa e dar assim um novo rumo, novas ideias e novas esperanças? Algo precisa de mudar no Reino da Luz e Janeiro é o mês ideal.
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