Onde anda o flop: Gilles Binya
Gilles Binya foi contratado por 300mil€ aos argelinos do MC Orão com 23 anos como um médio forte e agressivo, um complemento para um meio-campo com Katsouranis ou Petit. A época não foi a melhor para os encarnados e, depois da segunda época Binya fez as malas. A passagem pela Luz não foi a melhor e Binya seguiu para a Suíça por empréstimo.
De referir que o médio partilhou balneário com outro flop já abordado pelo FairPlay: Gonzalo Bergessio.
O jogador e o que trouxe ao Benfica
Binya vinha com rótulo de jogador forte, possante, destrutivo e consistente. E foi isso que o Benfica ganhou com a sua contratação: um destruidor de jogo. O problema é que camaronês sempre destruiu jogo procurando o contacto e não a bola. Era agressivo no mau sentido da palavra, era violento. São inúmeros os lances mal abordados pelo camaronês que resultaram em cartões e lesões para os adversários.
Abaixo fica um vídeo onde podemos ver o célebre vermelho frente ao Celtic na Liga dos Campeões. O Benfica acabaria mesmo por perder o jogo ao jogar com menos um elemento:
Binya chegou num momento conturbado do Benfica. Fernando Santos pretendia emprestar o médio ao Estrela da Amadora, mas com o despedimento do português e a chegada de Camacho, Binya continuou no plantel. Camacho viu potencialidade no médio e este ainda fez 25 jogos na sua primeira época de águia ao peito. Isto com jogadores como Rui Costa, Petit, Katsouranis e Nuno Assis.
A segunda época foi ainda mais complicada para Binya que fez apenas 14 jogos e no fim da época foi emprestado aos suíços do Neuchâtel Xamax.
Para além da agressividade desmedida, Binya trouxe uma coisa interessante ao Benfica: os lançamentos longos. Foi com o camaronês que os encarnados fizeram dos lançamentos laterais uma arma ofensiva. A sua força de braços levava a bola facilmente até à área, como se de um canto se tratasse. A solução pegou moda na Luz, com Maxi e agora com Salvio. Uma contribuição interessante de um flop.
Outro dos aspetos que mediatizaram Binya foi o seu cabelo. O camaronês era facilmente reconhecido pelo cabelo amarelo que exibia, uma imagem de marca.
Binya terminou a passagem pelos encarnados sem golos e visto apenas como um perigo para os adversários. Uma passagem infeliz de um jogador sem grandes recursos técnicos para ser mais.
A vida depois do Benfica
Como já dissemos Binya seguiu para a Suíça por empréstimo. A época correu bem e o Neuchâtel acabou por contratar o médio a custo zero. A agressividade de Binya era bem vista e resultou em 59 jogos e 2 golos pelos suíços.
Seguiu-se a Turquia, mais uma vez por empréstimo. O Gaziantepspor foi casa do camaronês por 4 épocas. Foi o clube onde Binya foi mais feliz e mais importante. A sua imponência física encaixou como uma luva no futebol turco e nesses 4 anos fez 98 jogos e marcou apenas 1 golo. O seu futebol não mudou nada, sempre assente na agressividade, até no limite da violência.
Depois dos 4 anos no Gaziantepspor, Binya trocou de ares, mas manteve-se na Turquia. Mais precisamente no Elazigspor da Segunda Divisão. Duas épocas na segunda divisão completando 41 jogos.
Agora atua no desconhecido Chipre do Norte pelo Merit Aysk. Com 33 anos não se espera um regresso a campeonatos competitivos como o português ou o turco.
Pela seleção Binya fez ainda 17 jogos não marcando qualquer golo.
Títulos e registos
O médio tem no seu palmarés apenas um título: uma Taça da Liga Turca pelo Gaziantepspor. No Benfica não venceu qualquer título e os encarnados fizeram 4º na sua primeira época e 3º na segunda. Anos difíceis para o Benfica e para o jogador, que ficará para sempre conhecido como um jogador violento.
É comum ouvir-se a frase “parece o Binya” quando um jogador faz uma entrada mais ríspida. Um exemplo do estilo de jogo do camaronês e da sua maior força que foi, por vezes, uma fraqueza.