José Andrade, Author at Fair Play - Página 13 de 20

José AndradeJunho 6, 20221min0

CHEILA RODRIGUES E A 1ª ÉPOCA PELO SEIXAL 

A experiente jogadora que passou pelo Sporting CP e esteve nos últimos anos no Algés, conta-nos tudo sobre esta sua primeira temporada no Seixal e ainda aborda toda a época da 2ª Divisão onde foi um das jogadoras que mais se evidenciou.

Uma conversa onde o nosso José Andrade recebe Cheila Rodrigues que nos vai falar tudo acerca do projeto do Seixal, por onde passa o seu futuro e ainda da competitividade do Campeonato Nacional da 2ª divisão feminina de basquetebol.

Envia os teus comentários sobre a temporada do Seixal 1925, que responderemos no próximo 6th Woman!

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José AndradeJunho 2, 20229min0

A seleção nacional feminina de basquetebol continuou a sua preparação para a janela internacional de novembro com o segundo estágio onde realizou mais dois jogos, vencendo ambos e é sobre esses dois triunfos frente às austríacas que vamos falar hoje.

Áustria – Portugal: Suada, mas bela vitória

No primeiro jogo Portugal venceu por 50-43 a Áustria. A seleção feminina portuguesa entrou com, Sofia da Silva, Josephine Filipe, Márcia da Costa Robalo, Maria João Correia e Inês Viana. As lusitanas a entraram a pressionar colocando logo dificuldades ao ataque austríaco na criação, com a defesa lusa a não sentir problemas no jogo interior, bem pelo contrário. As comandadas de Ricardo Vasconcelos colocaram muitas dificuldades à Áustria que não conseguia criar e nem chegar ao cesto, a juntar a isso a boa defesa lusa levou a que as austríacas demorassem para marcar só conseguindo já aos 6 minutos. Portugal mais dinâmico no ataque, sempre uma bonita circulação de bola e os primeiros pontos surgiram por Maianca Umabano, uma das primeiras peças a ser lançadas no decorrer do encontro.

As craques portuguesas foram sempre dominando, tal como com a Hungria ganhávamos os duelos nas tabelas e mostrávamos sempre mais qualidade ofensiva, do lado da seleção da casa muitos problemas, primeiro fruto da pressão lusa a campo inteiro e depois porque nunca conseguiram desmontar o esquema defensivo de Ricardo Vasconcelos pois quando procuravam o tiro exterior ou era em cima da buzina ou eram jogadoras com menos capacidade.

Tal como nos jogos em Rio Maior, Carolina Rodrigues entrou muito bem, mexeu novamente com a seleção. No segundo quarto a entrada de Simone Costa voltou a ser muito importante, com Portugal a estar sempre na frente e no comando, continuando a ganhar segundas e terceiras bolas. Esta dinâmica no ataque continuava a criar dificuldades a uma defesa austríaca que sofreu bastante com o ataque português. Destaque obvio para a mobilidade nacional que deixou sempre as austríacas perdidas na defesa, Mariana Silva e Maianca estavam imparáveis e com isso as Quinas foram sempre “contornando” as jogadoras-interiores da Áustria. Ainda antes do intervalo, nota para Maria João Correia que esteve de mão quente e colocou a formação visitante numa posição mais confortável nesta partida.

Notou-se algum cansaço ainda nesta primeira parte, algo natural atendendo à carga que as jogadoras foram submetidas e à altura de época em que estamos, o que resultou em alguns cestos falhados que por norma não aconteceriam. Ao intervalo a vantagem era de apenas 6 pontos apesar da superioridade nacional, (20-26) com a seleção nacional a controlar e com vantagem nas transições pois as austríacas não conseguiam criar perigo o suficiente mesmo quando obtiveram algumas “benesses” quando Portugal consentiu algumas perdas de bola.

O porquê da vantagem ser inferior ao merecido, devia-se à eficácia, cansaço a , mas nada que deixasse a equipa lusa em problemas. No terceiro quarto e sob a batuta de Joana Soeiro, Portugal voltou a começar muito bem, e Sofia da Silva continuava a mandar nas tabelas e as lusas brilhavam no ataque com a troca de bola de qualidade. Mesmo com superioridade portuguesa, o jogo nunca esteve decidido, a Áustria andou sempre perto e muito pela questão da eficácia lusa que nos impediu de neste primeiro duelo ter um resultado mais dilatado. No terceiro quarto destacar a boa entrada de Lavínia da Silva e de mais uma vez Carolina Rodrigues, a interior veio manteve a superioridade na luta das tabelas e ainda trouxe maior acerto principalmente no canto, enquanto a base voltou a ser muito importante no ataque até pelo triplo que encestou num período de menor eficácia.

O último quarto começa com dois triplos austríacos, das poucas vezes que Portugal deu espaço para que a seleção da casa conseguisse atirar, o que forçou Ricardo Vasconcelos a parar de imediato o jogo e a corrigir a sua defesa que estava agora a conceder mais espaços. Mais uma vez a leitura de jogo desde o banco do selecionador a ser de realçar, até porque logo em seguida assistimos às correções e ajustes que nos colocaram de novo por cima do jogo.

A vantagem portuguesa chegou a ser de apenas 1 ponto, mas foi aí que a eficácia voltou ao normal deste duelo e a parte final deste período foi de qualidade e já mais ao encontro ao que tínhamos apresentado. O aumento da agressividade portuguesa levou as austríacas a cometer mais erros, com Maria João Correia e Soeiro a ser importante nesta subida anímica da seleção feminina e ainda destacar Josephine que tal como em Rio Maior esteve muito bem nos vários papéis. Perante alguns problemas na defesa e no jogo interior, a correção de Ricardo Vasconcelos lançando Lavínia da Silva para jogar ao lado de Sofia da Silva, o que ajudou e fez toda a diferença para que voltássemos a dominar na parte final do encontro. Vitória segura, suada e onde o ataque voltou a sentir alguns problemas, mas onde a superioridade lusitana foi evidente.

Áustria – Portugal: Só deu Portugal, exibição de gala

No segundo jogo, Portugal venceu por 83-29 uma exibição categórica e que não nos deixa muito para analisar e por bons motivos, isto porque a seleção nacional dominou e controlou do princípio ao fim. Neste duelo a formação lusa não teve tantos problemas na concretização, mais uma partida onde se ganhou nas tabelas, e em que a defesa esteve incrivelmente bem e que não podia ter terminado de melhor maneira este segundo estágio. Vitória soberba, um jogo imenso que foi pena não ter outro tipo de transmissão porque seria ótimo para todos verem… Se ainda existiam dúvidas em relação à nossa seleção, ficaram totalmente desfeitas, Portugal já não era apenas uma seleção do quase ou do perto e aqui deixou mais que evidente em 5 grandes jogos que é uma seleção de topo.

No que diz respeito aos destaques, volta a não ser fácil, mas vamos lá a algumas das jogadoras que se evidenciaram mais nestes duelos:

  • Mariana Silva – Já faltam palavras

Depois de uma temporada em que esteve sempre a um nível altíssimo, Mariana Silva esteve muito bem em Rio Maior, chegando à Áustria com o mesmo ritmo. Foram mais dois jogos em que brilhou na defesa e no ataque, importante com a sua mobilidade perante interiores algo lentas da Áustria, Mariana Silva a ganhar ainda mais espaço nas contas da seleção ao ser um dos nomes que mais brilhou nestes dois estágios da seleção portuguesa feminina sénior.

  • Sofia da Silva – A patroa

Chegamos à dona e senhora das tabelas, foram 5 jogos onde dominou e controlou as tabelas. Independente de quem teve de enfrentar, Sofia da Silva ganhou a todas adversárias, com mais 5 jogos de grande plano para a craque lusitana. Sofia da Silva é das referências maiores da seleção feminina, vem de uma temporada onde esteve muito bem e nem sempre foi elogiada como merecia. Foram 5 jogos a ser a comandante, onde deixou de novo à vista de todos nesta Europa basquetebolística que é uma jogadora de topo e que venha quem vier, será dominado pela patroa Sofia da Silva.

  • Inês Viana – Diferenciada demais

O segundo destaque é Inês Viana, em primeiro lugar, como é bom voltar a ver Inês Viana jogar ao vivo, depois e mesmo sabendo que ainda não está a 100%, este regresso com os problemas físicos a estarem completamente ultrapassados são as melhores noticias para o basquetebol português. A base dispensa apresentações, é uma jogadora única e muito diferenciada e deixou uma vez mais isso à vista de todos nestes dois estágios. É daquelas jogadoras que a única coisa que devemos fazer é não perder nenhum jogo e desfrutar, porque vamos assistir a um recital e foi isso que tivemos o privilégio de ver nestes duelos, mesmo ainda a ser gerida fisicamente, Inês Viana deu show, brilhou e voltou a demonstrar o porquê de ser uma jogadora de melhores ligas do mundo.

  • Laura Ferreira – Relógio suíço lusitano

No penúltimo destaque, vamos até Laura Ferreira. Se Mariana Silva é o micro-ondas do nosso basquetebol, Laura Ferreira será o relógio suíço, isto porque é aquela jogadora que rende sempre, nunca tem jogos maus ou duelos em que passa ao lado e não ajuda as suas colegas. Foram 5 encontros em que pudemos ver a melhor Laura Ferreira, em especial no primeiro jogo com a Áustria, quando a seleção nacional mais precisava, ela apareceu, com destaque para a segunda parte desse primeiro encontro com as austríacas quando elas estavam por cima e a criar-nos alguns problemas, Laura Ferreira apareceu liderando na defesa e guiando no ataque, uma jogadora que também é acima da média e que deixou isso muito claro uma vez mais nestes dois estágios da seleção feminina.

  • Maria João Correia – Máquina incansável

Para terminarmos os destaques que elegemos destes duelos, Maria João Correia. A base não vinha de uma época fácil e por isso era das jogadoras que tinha mais expetativas para ver nestes duelos para entender como estaria, nada a dizer, superou tudo, uma autêntica máquina que não engana ninguém e que não sabe jogar mal, mostrando que está em grande e que não existe absolutamente nenhuma questão. Nestes 5 jogos foi sempre das melhores, o tiro esteve sempre lá, a habilidade capaz de desconcertar todas as defesas esteve à vista de todos nós, Maria João Correia rende sempre e nestes duelos não foi diferente, liderou, brilhou e apareceu muito bem criando grandes expetativas para a próxima época.

Hoje ficou aqui tudo sobre o segundo estágio da seleção feminina portuguesa, duas grandes e categóricas vitórias em terreno austríaco que deixaram bem claro que a seleção portuguesa pertence à elite e em novembro vamos mostrar isso mesmo, atenção que as portuguesas vão calar ainda muita gente.

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José AndradeMaio 31, 202211min0

O primeiro estágio da seleção feminina de basquetebol em Rio Maior, ficou marcado por três duelos com a congénere magiar e é de cada um desses jogos que José Andrade nos vem falar hoje.

Portugal – Hungria: Triunfo categórico

Portugal a vencer a Hungria no primeiro duelo por 74-70. A nossa seleção feminina basquetebol a entrar com Maria Kostourkova, Sofia da Silva, Márcia da Costa Robalo, Maria João Bettencourt e Inês Viana, ficaram de fora neste primeiro duelo Mariana Silva e Marcy Gonçalves. Muita luta desde o começo do jogo, as interiores numa autêntica batalha e depois a Hungria tentava sempre sair rápido aproveitando algum erro da nossa seleção. Hungria a entrar melhor, grande duelo entre as interiores, mas o nosso crescimento acontece quando conseguimos acelerar mais o nosso jogo, além da velocidade subimos a nossa agressividade.

Estávamos bem defensivamente, mesmo com problemas para travar Virag Kiss, mas a concretização estava a ser o problema. Portugal cresce depois do time-out de Ricardo Vasconcelos, mais uma vez a ler muito bem o jogo, a Hungria continuava a forçar no jogo interior e na estatura, Portugal crescia ao conseguir ultrapassar a defesa zona da seleção magiar e ainda quando conseguimos quebrar os ritmos ofensivos das húngaras. No segundo quarto foi Portugal a crescer, era agora a nossa transição que colocava as húngaras em dificuldades, mais velocidade e Sofia da Silva a ganhar os duelos interiores. Destacar as boas entradas de Maianca Umabano, Joana Alves e Simone Costa, mas fomos para o intervalo na frente, maior acerto no ataque e na defesa continuávamos irrepreensíveis.

O recomeço voltou a ser favorável à Hungria que soube ajustar ao intervalo de forma a “empurrar” Portugal novamente para um período de menor eficácia neste jogo, mas tudo muito equilibrado, a nossa seleção muito agressiva, demorámos para carburar na segunda parte depois de uma entrada menos boa. Márcia da Costa Robalo já se ia assumindo como a grande protagonista e o quarto período ajudou a reforçar isso mesmo. As húngaras iam sempre procurando o tiro exterior, mas Portugal a trabalhar muito bem, íamos impedindo que conseguissem construir, muita pressão, linhas de passe sempre fechadas e duelos a serem ganhos, Portugal por cima e com Joana Soeiro a pressionar a campo inteiro, juntando a isso começámos a roubar mais bolas e a ter mais contra-ataques. Muita velocidade, muita intensidade e Portugal a terminar melhor, conseguindo vencer o primeiro dos três duelos em Rio Maior através de leituras de jogo impressionantes do nosso selecionador que soube ajustar perante uma seleção que teve na altura e no tiro exterior as suas grandes armas.

Portugal – Hungria: Duelo demasiado físico

No dia seguinte, Portugal voltava a jogar em Rio Maior frente à Hungria e desta vez com um resultado negativo, um desaire por 69-63. Neste segundo duelo foram Emília Ferreira e Marcy Gonçalves a ficar de fora. Portugal neste duelo entrou com Lavínia Silva, Sofia da Silva, Márcia da Costa Robalo, Maria João e Joana Soeiro. Hungria a começar melhor ao aproveitar o tiro exterior, depois de um primeiro jogo onde a seleção visitante tentou usar muito o jogo interior, neste duelo as húngaras entraram mais agressivas e a usar as vantagens nas transições.

A versatilidade conhecida de Josephine Filipa a ser um dos destaques, entre 3 e 4 sempre e neste duelo voltou a entrar muito bem, assumindo cedo grande protagonismo. Desde cedo que se viu uma seleção húngara mais forte, mais agressivas e a ganhar mais duelos, Portugal melhora com Laura Ferreira a 3, a maior mobilidade da jogadora portuguesa ia ajudando a que se conseguisse ultrapassar a marcação da Hungria. Portugal com pressão a campo inteiro, algo que colocou a nossa seleção mais perto, mas um primeiro quarto onde as defesas se evidenciaram, com a Hungria a estar com um ligeiro ascendente. Carolina Rodrigues muito importante neste jogo, muito pelo que foi fazendo do lado defensivo.

No segundo período melhoria da nossa seleção com a entrada da Mariana Silva e ainda pelo que Maria Kostourkova ia fazendo, trabalhava sem bola na marcação e no ataque a ganhar vantagens que íamos conseguindo explorar muito bem. Voltámos a terminar por cima no final do segundo quarto, com menos espaço para as húngaras, mas muito contacto, muitos bloqueios, um jogo muito intenso, muito equilibrado, uma batalha física bem mais do que no primeiro jogo. Portugal a entrar bem na transição defensiva, tínhamos sentido alguns problemas na primeira parte, mas na reentrada Portugal vinha com a estratégia bem assimilada. A nossa seleção feminina basquetebol continuava a dominar as tabelas, foi um dos destaques nestes 3 jogos, mesmo perante uma seleção mais alta e mais forte, as nossas interiores conseguiram dominar e ganhar os duelos. A segunda parte trouxe o aumento da agressividade, tudo ainda mais físico e em alguns pontos a ultrapassar os limites.

Portugal com ótimas leituras, as triangulações entre as interiores foram destacadas por Vasco Pais na transmissão e não era por acaso, foi um dos pontos em evidência nesta jornada tripla. Portugal com um jogo muito bonito, já era sabido e estes duelos permitiram que mais gente pudesse ver isso mesmo. Falando do último quarto, muita luta, este jogo ficou marcado por muitas lutas, pelos duelos intensos e muito físicos, com destaque para o interior onde Maria Kostourkova e Virag Kiss continuavam inseparáveis. Portugal no ataque a conseguir criar muito bem, mas não íamos conseguindo converter as oportunidades ao contrário da Hungria que ia conseguindo converter. Num duelo mais físico, as húngaras foram melhores conseguindo aproveitar as vantagens de um maior poderio físico e do critério da equipa de arbitragem. A eficiência e concretização fizeram a diferença, Portugal voltou a conseguir ganhar na luta das tabelas e mesmo com um resultado menos bom, Portugal mostrou ainda mais no ataque e na defesa conseguimos voltar a travar o ataque húngaro.

Portugal – Hungria: Venha a Áustria

No derradeiro duelo em Rio Maior, Portugal perdeu por 63-73. As jogadoras de foram voltaram a ser Emília Ferreira e Marcy Gonçalves, esta última condicionada e com o braço ainda protegido. Neste duelo a nossa seleção feminina basquetebol começou com Maria Kostourkova, Sofia da Silva, Márcia da Costa Robalo, Maria João e Inês Viana. A seleção magiar a entrar novamente com pressão alta e muita agressividade sob a portadora da bola, no ataque começaram com dois triplos seguidos para abrir este duelo da pior maneira para nós. Mais um jogo onde as defesas assumiram cedo um grande protagonismo, muita pressão perante a portadora da bola dos dois lados, muita intensidade e Koustorkova com Kiss em grande luta como já era habitual. No primeiro quarto, as mudanças rápidas no ataque deixaram a nossa seleção em maiores dificuldades na defesa deixando um pouco mais de espaço para as atiradoras húngaras que aproveitavam muito bem.

No segundo quarto, a Hungria voltou a começar muito bem na linha de três pontos e com isso voltou a conseguir “fugir” da nossa seleção. Portugal cresce pelas mãos de Inês Viana, a base ia assumindo a responsabilidade de marcar e de recolocar as lusas novamente mais perto das húngaras. Neste jogo foi onde mais se notou o cansaço, a disponibilidade já não era tão grande, mas a entrega era cada vez maior. A lesão de Maria Kostourkova obrigou a redesenhar a nossa seleção por parte de Ricardo Vasconcelos que continuava a mostrar aquilo que lhe é característico, uma leitura de jogo desde o banco incrível, mesmo com maiores dificuldades e o maior cansaço físico, Portugal continuou a mostrar mais estratégias e muito trabalho.

Portugal cresceu no terceiro período, muito pela entrada de Carolina Rodrigues que voltou a estar como foi habitual no decorrer da temporada, em plano de maior evidência, menção ainda para Maianca Umabano que entrou muito bem, as penetrações da jogadora do GDESSA foram sempre impulsionando a nossa seleção. As nossas jogadoras a mostrar uma raça impressionante, mesmo com as húngaras por cima, a nossa seleção nunca desligou e esteve até ao fim a lutar pelo jogo. Sempre que Portugal conseguia ganhar algum ímpeto e reduzir a desvantagem, as húngaras através do tiro exterior conseguiam “acalmar” tudo, um jogo muito rápido e muito intenso, luta até ao fim e onde o cansaço pesou.

Portugal acaba por não conseguir vencer, mas ficaram três jogos que comprovam a muita qualidade da nossa seleção feminina de basquetebol e ainda que o sonho do Europeu é mais que real, em novembro elas vão precisar de todos nós porque mostraram em Rio Maior que não só estão perto, como estão ao nível das melhores, uma seleção incrível que tem uma alma do outro mundo, além de imensa qualidade.

Nos destaques individuais fica difícil conseguir eleger e falar de apenas algumas jogadoras desta excelente seleção feminina basquetebol, é uma tarefa complicada porque estiveram todas muito bem, mas vamos a alguns destaques:

  • Márcia da Costa Robalo – Reencontro de luxo

Uma jogadora que fui elogiando muito ao longo da temporada e que neste reencontro com muitas húngaras mostrou o porquê de ter sido uma das melhores jogadoras do basquetebol europeu nesta temporada. Foi a jogadora mais regular, assumiu protagonismo em todos os jogos conseguindo como é habitual aparecer na defesa, no ataque, na liderança e com isso se percebe o impacto que tem nesta nossa seleção.

  • Maria Kostourkova – Muita luta

A nossa poste foi obrigada a lutar muito, principalmente com as duas Kiss e em especial claro com Virag que protagonizou um dos duelos mais intensos e mais espetaculares de acompanhar ao longo destes 3 duelos. Maria Kostourkova como sempre em grande, muitas vezes com aquele trabalho mais invisível e que não é refletido nas estatísticas, mas sempre exemplar. Acabou por sair lesionada, nada que a impeça de jogar frente à seleção austríaca, mas lutou muito e voltou a mostrar o porquê de ser uma poste de alto nível.

  • Carolina Rodrigues – Não sabe jogar mal

A base foi também um dos nomes mais destacado por aqui nas últimas semanas e não é por acaso, basta ver estes três duelos para se perceber a qualidade de Carolina Rodrigues. Muito importante na defesa e no ataque, sempre em destaque pelo tiro e pontos, mas não só, acaba por se destacar na marcação, nos roubos de bola e pelas dificuldades que coloca aos ataques adversários. Três grandes jogos da base portuguesa que jogou de tal forma que nem parecia que vinha de uma época longa, uma jogadora riquíssima tecnicamente, mas que voltou a impressionar por todo o trabalho que faz.

Deixámos aqui tudo sobre os três primeiros duelos em Rio Maior frente à Hungria, para a semana vamos regressar para falar dos dois duelos da nossa seleção feminina de basquetebol com a Áustria, no segundo estágio.

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José AndradeMaio 26, 20228min0

No novo texto, vamos para algo um pouco diferente, desta vez vamos falar sobre 5 jogadoras que se destacaram no basquetebol feminino em vários contextos espalhados pela Europa, por isso venham connosco ficar a saber mais sobre estas 5 “hidden gems”.

Kym Royster – Ressaltos ofensivos e cada vez mais “coisas”

Kym Royster na mudança para a Europa assumiu-se mais como extremo-poste depois de ser uma poste na sua formação. Depois dos anos em Indiana onde se assumia como uma poste muito física, que gostava de contacto, mas que tinha alguns problemas no lançamento de média e longa distância e ainda nas bandejas, era uma jogadora que precisava de aprimorar esse detalhe e foi isso que aconteceu na sua vinda para o basquetebol feminino europeu. Depois de alguns problemas na República Checa, esta temporada na Finlândia mostrou ser uma jogadora para outros voos, mostrando muitas melhorias. Olhando para a jogadora que brilhou na Finlândia e que tem começado muito bem no México, falamos de uma jogadora que se assumiu como 4 e que melhorou o seu mid-range.

Uma das melhorias mais notórias é no tiro exterior onde mostrou que trabalhou muito e com isso conseguiu os melhores números da linha de três pontos da sua carreira nesta temporada. É uma jogadora que baixa para poste baixo, que gosta de enfrentar e que depois ultrapassa a sua defensora, depois apresentou mais recursos técnicos esta temporada, gostando do bloco baixo onde aproveita os seus “movs” para contornar as defesas e atacar o cesto. Sem bola melhorou nos cortes para as suas colegas e principalmente no momento de recuperação, ainda se destaca pelos ressaltos ofensivos, algo onde já era muito forte e ainda conseguiu melhorar nesta temporada principalmente na concretização que era um dos seus maiores problemas.

Laurita Jurciute – Várias ligas, mas sempre em grande no basquetebol feminino europeu

Vamos até à Lituánia para falar de Laurita Jurciute, uma jogadora que pode atuar nas posições 1 e 2 que depois de uma lesão grave, regressou e teve uma ótima temporada entre WBBL, Liga Lituana e Liga Feminina 2. Falamos de uma jogadora de seleção lituana e que já pudemos ver por diversas vezes em grandes competições jovens, começou por se destacar quando conseguiram o ouro nas sub16 em 2012 (Portugal conseguiu o bronze com Maria Kostourkova a ser a melhor poste) depois esteve sempre em bom plano nos diversos escalões, sempre crescendo e até no nosso pais, mais concretamente no Europeu de sub20 em Matosinhos em 2017 onde a Lituânia conseguiu o 14º lugar depois de perder com Portugal com Laurita a ser a grande protagonista do lado lituano neste jogo.

É uma base que tem na defesa um dos seus pontos, em especial nos roubos de bola, sendo uma jogadora de transições tem na velocidade e na mudança de ritmos alguns dos pontos onde mais se destaca, mas além disso é uma base agressiva, difícil de ser ultrapassada no 1×1, depois os roubos de bola são aquela arma que independente da forma aparece sempre em cada jogo da Lituana. Depois da lesão regressou em grande nesta temporada, terceira maior pontuadora da Liga Lituana com média de 14.5 pontos por jogo, depois assinou pelo Club Sant Josep para ajudar a equipa a conseguir a manutenção naqueles últimos 5 jogos da temporada. Deixando os problemas físicos para trás e além de mostrar a sua qualidade defensiva, a confiança ajudou a que se visse ainda a sua capacidade no tiro exterior, ainda de assumir o jogo nos momentos mais complicados e voltou a mostrar a eficácia que era conhecida antes da lesão. É uma base completa e que brilha dos dois lados.

Jessica Kelliher – Mais uma temporada em crescendo

Chegamos até Jessica Kelliher, uma jogadora posição 4 que vem de uma ótima temporada na liga sueca. Jessica Kelliher esteve na NCAA2 onde fez história, teve números impressionantes e entrou para a lista de melhores de sempre na Lewis University. Falamos de uma extremo que esteve em grande na primeira época na Europa, foi uma figura da época na Liga Belga com uma média de 23 pontos por jogo, uma temporada de afirmação no basquetebol feminino na europa que lhe valeu o salto para a Liga Sueca onde foi um dos maiores destaques nestas duas últimas temporadas. Olhando para os números, na época passada conseguiu 23.9 pontos e esta temporada conseguiu subir para 24.2, a juntar a isso passou de 9.0 de ressaltos para 10.9 de média por jogo conseguindo assim a melhor temporada da sua carreira. Afirmou-se na Suécia como 4, mas falamos de uma jogadora que se destaca pela inteligência e o seu jogo de pés, é uma 4 muito habilidosa, garante ótimos números de lançamentos de campo, a evolução na suécia ainda evidenciou a sua explosão no ataque ao cesto combinando muito bem com a poste, mas o grande crescimento tem sido na defesa sendo que é uma ressaltadora de elite. Jogadora que vem de ótimas temporadas e em todas elas em crescendo, um nome valioso e de muita qualidade.

Robbi Ryan – Base muito completa

Mudamos para a Islândia nestes dois últimos nomes, começando por Robbi Ryan uma base completíssima. Depois da sua estadia em Arizona State onde se afirmou como uma grande referência deu o salto para a Europa aterrando na fortíssima liga islandesa. Nesta temporada ao serviço do Grindavik, equipa que ficou fora das 4 melhores, conseguiu ser a grande referência, num conjunto onde foi juntamente com a polaca Edyta Falenczyk (extrema também ela muito interessante) a única estrangeira. Nesta temporada na liga islandesa conseguiu 23.3 pontos, 9.6 ressaltos, 5.4 assistências e ainda 2.6 roubos de bola de média por jogo, afirmou-se como a grande referência da equipa e uma das melhores da temporada.

Nesta altura já está na Austrália onde tem continuado a sua ótima forma. Falamos de uma base muito completa, que pode jogar a 1 e a 2, tem tiro fácil e capacidade de conseguir atirar de todos os lados e mesmo com os caminhos todos fechados, é uma atiradora muito completa isto porque acresce o facto de defender muito bem, é muito habilidosa com a bola e sem bola ainda se destaca pelo que trabalha em prol da equipa. Uma base que chegou, viu e venceu na Europa, que está muito bem na Austrália e que é para outro nível, uma base completa e dá muito a qualquer equipa porque tem a capacidade de ser a ballhandler principal ou secundária, tem tiro exterior, muita qualidade de passe, é sem dúvida uma base de grandes voos.

Aliyah Mazyck – Grande figura, mas nada que não se esperasse

Terminamos com um nome que é conhecido do nosso basquetebol e continuando na Islândia. Aliyah Mazyck jogadora que esteve no União Sportiva e anteriormente no CAB Madeira e que por isso não surpreende que tenha estado tão bem na Liga Islandesa. A base antes de jogar na nossa liga, esteve em South Califórnia onde se destacou muito ao lado de jogadoras como Ja’Tavia Tapley, uma 4 que esteve em grande na Liga Italiana e Liga Húngara nas duas últimas temporadas no basquetebol feminino europeu. Depois Mazyck rumou ao nosso país, primeiro na Madeira e depois nos Açores, sempre em crescendo, principalmente no União Sportiva cresceu mais e conseguiu ainda se evidenciar de uma forma mais inequívoca saltando assim para a Liga Islandesa onde foi a grande estrela. Nesta época, Aliyah Mazyck esteve no Fjolnir equipa que venceu a fase regular e que depois caiu perante as campeãs do Njardivi de Lavínia da Silva e Alliyah Collier.

Falando da temporada de Mazyck os números falam por si, 27.2 pontos, 9.9 ressaltos, 5.8 assistências, 0.9 desarmes de lançamento e ainda 4.2 roubos de bola de média por jogo, sendo assim a máxima marcadora, a quinta melhor ressaltadora, a terceira melhor assistente e a jogadora que mais bolas roubou ou seja nada a dizer sobre estes números que reforçam aquilo que já sabíamos sobre esta jogadora depois das temporadas no nosso basquetebol, era e é uma jogadora para grandes ligas. É uma ultra versátil combo guard, fisicamente impressionante, muito intensa, posicionalmente é impecável, depois garante muita capacidade de luta, domínio nas tabelas sendo uma ótima ressaltadora, em transições é letal como se viu em Portugal e na Islândia, o tiro exterior ainda não é o melhor, mas notou-se alguma melhoria nesta temporada, mas é uma base que oferece muito ao jogo, uma grande craque que mostrou “lá fora” o que já sabíamos que Mazyck era capaz.

Ficaram aqui 5 “hidden gems”, 5 jogadoras de grande qualidade e que brilharam muito nesta temporada em diferentes contextos no basquetebol feminino europeu, todas elas mostrando que são para voos mais altos.

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José AndradeMaio 25, 20226min0

Neste novo texto vamos falar sobre 5 jogadores estrangeiros que se evidenciaram na Liga Betclic Masculina em equipas além das do topo da tabela. Com os playoffs a decorrer e com o novo campeão nacional cada vez mais perto de ser encontrado, nós hoje vamos falar sobre 5 das apostas de fora do nosso país que brilharam nesta temporada na Liga Betclic Masculina.

Brandon Anderson – Pepe rápido da nossa Liga Betclic Masculina

Começamos pelo base que esteve na Ovarense nesta temporada, era uma aposta da equipa para liderar e ser um dos destaques da Liga e foi isso mesmo que aconteceu ao longo da época, mesmo com os problemas deste conjunto aveirense. O base, Brandon Anderson tinha feito uma boa época na liga britânica depois de se ter destacado muito na NCAA com os Bears da Brown University. Falamos de um base que tem na mudança de ritmo a sua maior virtude, os ataques ao cesto em que ele consegue deixar todos sentados mudando de velocidade foi a arma mais usada e em maior destaque nesta temporada. Se brilhou com essas mudanças de velocidade, mostrou também melhorias em alguns pontos onde já se destacava em Worcester. Um base que ainda brilha muito com a bola nas mãos, não sendo um base muito forte fisicamente consegue se destacar pela inteligência e por tratar muito bem a bola, além disso ainda é um atirador de elite. Base que não pode ter espaço porque ganha na velocidade e porque ainda tem facilidade de tiro, cresceu na construção e no assumir de jogo.

Lamar Morgan – Mais que um role player

O Illiabum acabou por não conseguir a manutenção, mas a equipa teve vários jogadores em destaque. Lamar Morgan não será quem mais se destacou, mas mostrou ser uma peça importante e muito regular. Neste terceiro ano em Portugal, mostrou o que já tinha mostrado na Maia, é um jogador que defende e ataca bem. Falamos de um 2 que tem crescido muito, olhando para Lamar Morgan de Coppin State, depois na Maia e agora nesta temporada, notamos uma grande evolução principalmente no 1×1 em busca do cesto. É um jogador que rende em transição, que sabe conduzir bem a bola, mostrando também aí uma grande evolução, depois no tiro exterior também consegue bons números e tal como nos outros pontos uma evolução constante. Destacar ainda o facto de ser um bom defensor conseguindo ganhar duelos a jogadores mais fortes e mais rápidos. É mais que apenas um role player de garantias, é um jogador com capacidade para ser um titular de valor pela regularidade.

Delaney Blaylock – Um 2 de alto nível

Chegou ao Póvoa como um jogador capaz de atuar como 3 e 2, sendo que se afirmou como esperado a 2. Vinha de se destacar na NCAA2 em Lewis University ao lado de um base como Kendale Mccullum que brilha no Giessen da Liga alemã. Depois disso Delaney esteve na Irlanda onde mostrou uma grande evolução e onde brilhou valendo o salto para a Ucrânia onde voltou a ser uma das figuras no Odessa equipa que teve uma temporada complicada. Chegava à Póvoa como sendo um jogador que precisava de ter bola e foi isso que aconteceu nesta temporada, sendo que um dos destaques foi a sua evolução no jogo sem bola. É um jogador com um reportório de fintas, que se evidencia no 1×1 e na procura pelo tiro uma das suas armas principais. Boa condução de bola, tem no canto a sua zona preferencial, mas é um jogador que mostrou mais que ser apenas um jogador de transições e tiro rápido, mostrou uma evolução grande na gestão de ritmos de jogo.

Alex Thompson – Perfil de luxo

O Lusitânia mostra todas as temporadas um grande acerto nas apostas para jogadores estrangeiros em especial no jogo interior e este ano não foi diferente com Julien Ducree, um 5 de equipa grande, melhor até que alguns das equipas de topo da tabela, mas hoje vamos falar de Alex Thompson, um 4 que brilhou e se evidenciou bastante nesta temporada. Se Ducree é um jogador fisicamente imponente, Thompson é exatamente o contrário. Alex Thompson é um 4 já com alguma experiência na Europa, chegou à República Checa depois de estar sempre em bom plano na NCAA. Depois da República Checa brilhou na Finlândia e na Alemanha, era um dos jogadores que mais queria ver nesta temporada e não desiludiu, esteve muito bem. Falamos de um 4 que se destaca com a bola nas mãos, tem ótimas mãos, uma meia distância de muita qualidade, destaca-se de frente para o cesto, mas tem evoluído no jogo de costas para o cesto onde não sendo um jogador com muitos quilos, se evidencia pela mobilidade. É um 4 muito inteligente que sabe aproveitar muito bem cada espaço dado pelos adversários ou ganho pelos seus colegas mais fortes. Jogador de equipa grande por defender e atacar muito bem, além claro da sua inteligência e mobilidade.

Anthony Smith – Músculo para dar e vender

Para terminarmos vamos até ao algarve para falar de Anthony Smith, um jogador que se destaca pela capacidade física. Destacou-se na NCAA na Murray State ao lado de Jaiveon Eaves um base muito interessante que está atualmente na Geórgia, depois disso Portugal e a ida para a Sérvia onde esteve no Borac onde conseguiu 16.9 pontos de média por jogo e ainda mostrar que estava um jogador ainda mais evoluído principalmente na meia distância. Chegou ao Imortal para ser uma peça importante e acabou por sê-lo. Falamos de um jogador que se destaca pelo físico, sendo não só pelos quilos e altura, mas também pela condição física, depois é um jogador que ataca e joga bem de costas e de frente para o cesto, é um ressaltador de elite e depois tem evoluído muito no jogo sem bola, o ponto onde teve a sua maior evolução nesta estadia no algarve, algo que já tinha sido muito trabalhado na sérvia e onde voltou a mostrar um grande crescimento sob o comando do mister Luís Modesto. Um jogador que pode ser poste ou extremo-poste, cada vez mais completo e se melhorar ainda mais a meia distância será cada vez mais para outros voos.

Ficaram aqui 5 jogadores estrangeiros em destaque na nossa Liga Betclic Masculina ao longo desta última temporada, todos jogadores em equipas além das do topo da tabela, atletas que mostraram a muita qualidade existente além das equipas grandes nesta nossa Liga Betclic Masculina.


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