Campeonato Nacional 1ª Divisão Feminina – Imortal e a época perfeita

José AndradeMaio 17, 20228min0

Campeonato Nacional 1ª Divisão Feminina – Imortal e a época perfeita

José AndradeMaio 17, 20228min0
O Imortal conquistou o Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina e José Andrade conta-nos tudo sobre esta final que sorriu às algarvias

Hoje no nosso texto habitual sobre basquetebol feminino, vamos falar sobre o segundo jogo da final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina que corou o Imortal como as novas campeãs nacionais depois de uma época perfeita, mas venham que vamos falar sobre este segundo jogo.

Imortal TCARS – CPN Imopartner: Festa em Albufeira

O Imortal tinha ganho o primeiro duelo em Ermesinde e por isso mesmo só precisava de vencer este duelo para conseguir o tão desejado título nacional e foi isso que aconteceu, as algarvias venceram o CPN por 69-55 no Pavilhão Desportivo de Albufeira. O CPN obrigado a vencer voltou a entrar muito bem tal como tinha acontecido no primeiro duelo e com Isis Thorpe a assumir cedo grande protagonismo. Do lado da equipa da casa, Márcia Carvalho também surge desde os primeiros instantes da partida. CPN como nos foi habituando sempre ao longo da temporada, boa circulação de bola, sempre a conseguir ganhar vantagens no 2×2, mas desde cedo que um dos duelos que animou mais esta partida surgiu, falo da “batalha” entre Monique e Isabela, as duas interiores proporcionaram uma luta que animou muito este jogo. Do lado do Imortal a pressão alta de Márcia Carvalho e Joana Ramos voltava a colocar muitos problemas ao CPN, Ana Lages ia conseguindo criar e mostrar a sua qualidade, mas a pressão do Imortal era asfixiante e deixava o ataque da equipa de Agostinho Pinto em dificuldades.

Destacar Sofia Queiroz e Telma Fernandes que entraram no decorrer do primeiro quarto e que assumiram grande protagonismo, mesmo com um boxscore em menos evidência cedo se destacaram como duas das melhores peças do Imortal, do lado do CPN foi Sara Peres a entrar muito bem, “agitou” o ataque das visitantes e conseguiu ajudar a que a equipa recuperasse. CPN conseguiu trocar bem a bola, o problema estava na concretização, mas Imortal superior, algumas precipitações principalmente do lado da equipa de Ermesinde, mas as defesas em destaque deste cedo a conseguirem abrandar os ataques. Outro dos destaques era o banco do Imortal que voltava a funcionar muito bem, no segundo quarto foi Laura Garrido a entrar com tudo, tanto do lado defensivo onde entrou logo a roubar bolas como ainda no ataque onde cedo se mostrou de mão quente.

Isis Thorpe ia sendo a jogadora mais, mas depois de um período onde o Imortal foi superior na luta das tabelas, o CPN através de Natália Santos conseguiu discutir e ganhar mais duelos, a jovem interior a conseguir mais uma vez levar a sua equipa mesmo perante Rosinha Duarte, Telma Fernandes ou Monique Pereira. Ao intervalo o Imortal ia vencendo por 33-25, com domínio nos ressaltos ofensivos e com a pressão alta a fazer toda a diferença, no lado do CPN luta constante e mesmo com alguns problemas a equipa nunca baixava os braços. A segunda-parte trouxe o continuar do domínio do Imortal nas tabelas, Isabella e Natália lutavam muito, mas as várias soluções das algarvias iam conseguindo dominar e ganhar mais duelos. O jogo animou ainda mais, as duas equipas subiram o ritmo e o terceiro quarto ficou marcado pela maior velocidade, o Imortal a explorar as transições e a deixar assim o CPN ainda em maiores dificuldades, com isso o Imortal abriu uma vantagem maior no começo do quarto, fruto também de novo da pressão alta com destaque para Sofia Queiroz que continuava “on fire” na defesa e aparecia em maior plano de evidência no ataque.

À entrada no quarto período, o Imortal estava com um conforto maior no jogo, fruto de um quarto com maior superioridade, o CPN tinha Natália Santos e Ana Pinheiro condicionadas com 3 faltas e a juntar a isso o cansaço de algumas peças importantes, as ausências custavam a Agostinho Pinto problemas na rotação. No quarto período, um dos destaques iniciais foi a boa entrada de Carolina Moura, mais uma vez e tal como Sara Peres, foi uma “agitadora” e ajudou a que o CPN conseguisse desequilibrar mais a defesa do Imortal, que apesar de alguns pontos, ia conseguindo sempre ajustar e ganhar nos duelos interiores beneficiando também dos problemas na concretização da equipa visitante.

CPN ainda colocou a desvantagem em 10 pontos, a equipa acreditou, subiu a pressão, mas a experiência do Imortal ajudou a que a equipa não se abalasse e conseguisse continuar a dominar a vantagem. Nos instantes finais, destaques para as entradas das jovens Rafaela Castanheira e Sofia Amorim, duas algarvias com muito futuro e que entraram muito bem. O Imortal a vencer por 69-55 e conquistou assim o Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina num grande jogo em Albufeira, palavra para o CPN que vai estar na Liga Betclic Feminina, um projeto muito jovem e que mesmo com todas as dificuldades deu luta ao Imortal até ao fim, uma equipa que merece todos os elogios e que vai ser ótimo de se ver ao mais alto nível.

Destaques individuais neste 2º jogo da final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão

  • Márcia Carvalho – MVP indiscutível

Começamos os nossos destaques individuais por Márcia Carvalho, fica difícil o suficiente para o que jogou, mas Márcia Carvalho foi a MVP destas finais e da temporada. Uma jogadora de topo que dispensa apresentações e que registou mais uma época absurda e de nível muito elevado. Neste segundo jogo foi a primeira figura do Imortal a aparecer no encontro, assumiu e nunca tremeu e não falhou. Márcia Carvalho foi a melhor jogadora desta final, é uma craque de topo e que vai estar onde merece, mais uma excelente temporada e sendo ainda mais regular, brilhando ainda mais e ainda se assumindo mais como uma das melhores jogadoras do nosso basquetebol.

  • Monique Pereira – Domínio nas tabelas

Monique Pereira foi mais um dos destaques da temporada e que neste duelo dominou nas tabelas. Podíamos destacar várias outras jogadoras que estiveram muito bem nesta final, casos de Sofia Queiroz, Telma Fernandes ou Joana Ramos, mas Monique Pereira acaba por ser também ela um destaque indiscutível. Depois de conquistar a LBF com o Ituano, a jovem chegou a Portugal para ser uma das figuras maiores da temporada e para conseguir mais um troféu para o seu currículo. Monique Pereira dominou na luta das tabelas neste jogo, conseguiu 22 ressaltos e voltou a mostrar que mais uma das jogadoras deste Imortal que é de topo do nosso basquetebol.

  • Isis Thorpe – Imparável e incansável

Mudamos para os destaques do CPN e torna-se impossível não falar e começar por Isis Thorpe, o maior destaque da equipa de Agostinho Pinto. Voltou a ser a maior arma do CPN, a única que o Imortal não conseguiu travar, o mais que as algarvias conseguiram foi “abrandar” a craque do CPN. Foram 31 pontos, 5 ressaltos, 1 assistência, 1 roubo de bola e 1 desarme de lançamento. Isis Thorpe voltou a ser fundamental nos dois lados do campo, assumiu na criação, na defesa, na luta das tabelas, voltou a ser a peça mais no CPN e mostrou o porquê de ter sido uma das estrelas da época no Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina.

  • Ana Pinheiro – Futuro imenso

O último destaque é Ana Pinheiro. Temos outras jogadoras que merecem menção pelo que jogaram, casos de Natália Santos, Sara Peres ou Catarina Moura, três jovens que brilharam e que mostraram muito das suas qualidades, todas elas mudaram o jogo e acabaram por assumir um papel de protagonismo nesta final já depois de o terem feito ao longo da temporada. Ana Pinheiro tem apenas 16 anos e fez um grande jogo, mais um para juntar aos muitos que realizou nesta época. Ana Pinheiro apareceu em destaque na luta com as jogadoras interiores do Imortal, todas elas mais experientes e mais fortes, mas a mobilidade e o footwork de Ana Pinheiro foram fundamentais e ajudaram a que o CPN conseguisse aproximar-se em momentos crucias do Imortal. Ana Pinheiro também apareceu na defesa e no ataque, mostrando o porquê de ser uma das maiores promessas do nosso basquetebol.

Ficou aqui tudo sobre o jogo que ditou a conquista do Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina por parte do Imortal, uma equipa que foi destaque no nosso basquetebol e que coroou uma época perfeita invictas com a conquista do seu primeiro título nacional.


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