Arquivo de Aaron Smith - Fair Play

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Francisco IsaacDezembro 20, 20208min0

Depois dos três melhores seleccionadores, é altura de escolher os 5 melhores jogadores da temporada 2020, existindo vários que mereciam ter o seu nome inscrito nesta lista, sejam atletas do Hemisfério Norte ou Sul, do Top14 ou Premiership, dos All Blacks ou da Inglaterra. As nossas opções foram tomadas de acordo com o impacto individual e com o papel no colectivo, olhando para os números (sejam ensaios, assistências, placagens, números de quebras-de-linha etc), troféus e importância gerada em seu redor na luta pelos maiores títulos que este ano havia disponível para se ganhar!

Qual o teu favorito? E quem devia estar nesta lista? Deixa as tuas opções nos comentários.

SAM SIMMONDS (EXETER CHIEFS)

O nº8 dos Exeter Chiefs foi uma das peças fundamentais para a dobradinha dos Exeter Chiefs, com o emblema de Dover a levantar o seu segundo título de campeão da Premiership e o primeiro na Heineken Champions Cup, afirmando-se como um dos clubes de topo do Planeta da Oval. Mas o que Simmonds realmente conseguiu a nível individual?

A nível de ensaios, foi autor de 19 ensaios em 25 jogos, somando-se as 12 assistências, notabilizando-se como o melhor finalizador da Heineken Champions Cup com 9 toques de meta na área de validação contrária, impondo-se entre os seus pares devido à sua agilidade e poder de explosão que tem a capacidade de desbloquear a maioria das placagens que têm-no como alvo; o 3ª linha de 26 anos foi considerado o melhor jogador da época da Heineken Champions Cup, tanto pela influência na hora de finalizar uma boa jogada (e enganam-se aqueles que pensam que o 8 só faz ensaios a partir de maul dinâmico) ou no comandar de um dos melhores packs avançados da Europa; e o papel de líder dentro de um elenco jovem e altamente pronto para assumir a hegemonia no rugby inglês nos próximos anos.

Caso tivesse ido à selecção inglesa – que falha desde o ano de 2018 – poderia ter juntado o título das Seis Nações e Autumn Nations Cup, só que Eddie Jones prefere dar o palco a outro tipo de número 8, apesar de reconhecer o imenso talento do enforcer dos Exeter Chiefs.

RICHIE MO’UNGA (CRUSADERS E ALL BLACKS)

Continua a dúvida se Beauden Barrett é ou não melhor que Richie Mo’unga, mas é inegável o papel decisivo do abertura no título dos Crusaders no Super Rugby Aotearoa, sem esquecer a estrondoso exibição a nível individual frente à Austrália em Sydney. Foi considerado como o MVP do SR Aotearoa, com uma série de exibições de nível estrondoso, impondo-se como um dos mairoes desequilibradores do rugby neozelandês e mundial tanto pelo seu virtuosismo na hora de fazer o passe ou ditar a jogada, como em encontrar soluções para desmontar a boa defesa do adversário, reinando em Mo’unga uma visão de jogo ao nível dos melhores.

Foi, talvez, a melhor temporada a nível de clube para o médio-de-abertura, tendo sido ele o principal responsável pela vitória dos Crusaders na recepção aos Blues (aquele pontapé de recomeço de jogo foi das jogadas mais inteligentes vistas nos últimos tempos ao mais alto nível) ou na visita ao campo dos Chiefs, enchendo o campo com pormenores técnicos deliciosos e decisões tácticas extraordinárias. Mesmo que não tenha convencido totalmente ao serviço dos All Blacks (duas grandes exibições frente a Pumas e Wallabies, mas outras três menos conseguidas), foi o 10 titular da caminhada para a revalidação da Bledisloe Cup e a conquista do Tri Nations 2020 e é importante lembrar que foi o jogador com mais títulos conquistados nesta temporada, a par dos seus colegas dos Crusaders.

MARO ITOJE (SARACENS E INGLATERRA)

Dificilmente Maro Itoje não surgirá na lista dos maiores de todos os tempos ou não vencerá o prémio de Melhor do Ano para a World Rugby, muito graças ao seu papel instrumental na Inglaterra e Saracens, capitalizando grandes exibições quando é necessário surgir alguém que faça a diferença ou, pelo menos, se imponha como a grande figura. Itoje sabe fazer tudo, seja aparecer em jogo contínuo e montar uma combinação ofensiva com as unidades das linhas atrasadas, surgir no alinhamento e captar qualquer bola no ar por mais difícil que seja, ou placar e imediatamente se disponibilizar para ir ao breakdown e arrancar a oval das mãos dos seus adversários, tudo pormenores vistos ao serviço da Inglaterra neste ano.

Sem Itoje a Inglaterra não teria conquistado 17 penalidades durante os Test Matches desta temporada; sem Itoje, o alinhamento inglês teria perdido alguma da sua força e capacidade agressiva de batalhar por cada introdução; sem Itoje, não haveria uma voz de comando não só forte mas também astuta e inteligente, que consegue guiar os seus colegas no sentido desejado. Durante a campanha europeia dos Saracens foi ele um dos principais elementos que conduziu os antigos campeões ingleses às meias-finais da Heineken Cup, expondo todo o seu poderio em cada novo jogo.

É decididamente um dos principais nomes da actualidade do rugby e 2020 foi outro ano de alto capricho de um dos 2ªs linhas mais sensacionais dos últimos anos.

ANTOINE DUPONT (STADE TOULOUSAIN E FRANÇA)

Rápido, intenso, astuto, virtuoso, mágico, irritante, inabalável, trabalhador e maestro, são todos adjectivos que facilmente podem ser atribuídos a um dos formações mais especiais da modalidade e que melhor se apresentou em 2020, sendo ele um das chaves-mestras que faz a França de Fabien Galthié se mexer daquela maneira efusiva e apaixonante. O nº9 é aquele jogador que pode definir como se desenrola e acaba um jogo, orientando ele os timings e velocidade com que se joga, mexendo e manipulando tanto os seus colegas de equipa com os adversários, sempre com a capacidade de proporcionar uma dimensão entusiasmante a qualquer embate e duelo, com os olhos de tudo e todos colocados sobre si, pois a qualquer momento pode fazer algo impensável ou genial.

A França acabou por não conquistar as Seis Nações (Dupont só alinhou num jogo da Autumn Nations Cup que pouco há para falar sobre) terminando num honorável 2º lugar, mas foi o suficiente para Antoine Dupont conquistar o prémio de melhor jogador da competição europeia de selecções, seja pelos 200 metros somados, 8 quebras-de-linha, 3 ensaios e 6 assistências, que auxiliaram aos Les Bleus mostrarem as suas melhores cores e assustar os seus parceiros do Velho Continente.

Sem esquecer o seu papel decisivo ao serviço do Stade Toulousain, Dupont é aquele jogador que pode facilmente levar a França a chegar bem longe nos próximos torneios internacionais, como bem demonstrou em 2020.

AARON SMITH (HIGHLANDERS E ALL BLACKS)

Aos 32 anos, Aaron Smith parece ter renascido novamente, tendo sido fundamental em duas frentes: deu uma força total aos Highlanders quando parecia ser a continuação da decadência para uma franquia de enorme importância para o rugby neozelandês, impondo-se como um das peças-chave a par de Ash Dixon, Mitch Hunt ou Dillon Hunt; e nos All Blacks foi o jogador mais consistente a par de Sam Cane e Ardie Savea, conferindo ao ataque e contra-ataque neozelandês um sentido de ameaça constante, exercendo toda uma influência nas acções como a selecção agora comandada por Ian Foster se movia em campo.

Nesta temporada voltou a mostrar o porquê de ser considerado o melhor formação do século XXI pela maioria dos adeptos e comentadores, onde aquele papel de dar instruções e exigir o máximo dos seus colegas não se fica só pelas palavras, já que revela isso também pelos seus actos essa preponderância que ressuscita qualquer equipa dos “mortos”, mesmo que a situação seja temerária.

Com 6 ensaios, 12 assistências e mais uma série de apontamentos estatísticos de nível, Aaron Smith foi decididamente um dos jogadores que melhor se exibiu nesta temporada, apresentando sempre aquele passe tenso e certo, um entendimento excpecional de como o adversário se vai mover aproveitando essa leitura para ganhar a frente de ataque e toda uma voz que consegue dar energia aos seus parceiros de campo.

 


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