Super Rugby 2020: “veteranos” que vão dar força às suas franquias
O Super Rugby 2020 vai estar repleto de jovens e novidades nos vários plantéis que compõem esta competição lendária do Hemisfério Sul, mas nem sempre são os mais novatos a dar “cartas” e a tomar a dianteira das decisões máximas, pois os mais experientes são quem muitas vezes ditam o momentum num jogo.
Numa época em que são raros os atletas com idade igual ou superior inseridos nas franquias, destacamos quatro nomes que poderão vir a ser protagonistas ou que assumirão com toda a certeza esse papel.
JAMIE ROBERTS (STORMERS)
Foi um dos últimos reforços a chegar ao porto do Super Rugby e vai adicionar algo que os Stormers não tinham: experiência. A equipa da Cidade do Cabo padeceu do mesmo mal que as restantes franquias sul-africanas, tendo perdido uma série de jogadores para a Top League, TOP14 e Premiership, e o avanço para a contratação de de Jamie Roberts acabou por ser uma espécie de almofada para atenuar os possíveis danos criados, oferecendo por outro lado um aríete para arrombar defesas e placadores.
O internacional galês de 33 anos foi considerado durante largos anos como um dos melhores centros do Hemisfério Norte, possuidor de uma capacidade física titânica e um poder de choque que não só ganha metros como abre um Mundo de oportunidades ofensivas para os seus colegas. A chegada do galês aos Stormers vem preencher a vaga deixada pelo campeão mundial Damian de Allende (está a jogar nos Panasonic no Japão) e JJ Engelbrecht (é um dos reforços dos Sunwolves para esta época), oferecendo um bulldozer para quebras as defesas e placadores do Super Rugby e abrir caminho até à área de ensaio. Conseguirá Jamie Roberts ser aquele monstro que vai oferecer tackle busts e quebras-de-linha dissonantes que dão outra vivacidade e contraste a qualquer equipa por onde passa?
ADAM THOMPSON (CHIEFS)
A maior surpresa da franquia dos Chiefs agora liderada por Warren Gatland ficou para o fim… Adam Thompson, um dos All Blacks que conquistou o título de campeão do Mundo em 2011, está de regresso ao Super Rugby quatro anos depois da sua última aparição na competição. O 3ª linha, que também pode jogar na 2ª, esteve há dois anos acamado com uma lesão na coluna que parecia incapacitá-lo para a vida, mas quis o destino que o antigo internacional neozelandês conseguisse ultrapassar esse momento menos bom e voltasse a ser opção para uma das franquias mais mágicas da competição (já agora, Damian McKenzie está de regresso), sendo uma referência importante neste momento.
Ainda é dúbio se Adam Thompson será um jogador para a época toda ou se só vai surgir como medical joker caso haja surja alguma onda de lesões a percorrer nas fileiras dos Chiefs… contudo, para Gatland ter confiado na reintrodução do polivalente avançado é porque vê nele as capacidades necessárias para adicionar experiência, agressividade e fisicalidade. Thompson tem a grande oportunidade de se tornar um centurion do Super Rugby, faltando-lhe 5 jogos para atingir este patamar… seria uma das histórias mais fantásticas da modalidade logo na abertura do ano 2020, não é?
AARON SMITH (HIGHLANDERS)
31 anos e continua a ser um dos três melhores formações do Mundo, não há dúvidas disso e em 2020 terá de ser o grande homem por detrás de uma equipa jovem e em reconstrução do Super Rugby. Os Highlanders perderam Ben Smith, Elliot Dixon, Liam Squire e Waisake Naholo, abrindo-se novas oportunidades mas também crassos problemas em termos de consistência e experiência, sendo essencial o papel de Aaron Smith nesta nova época, tanto no trabalho de formação como de líder.
O nº9 consegue alimentar o jogo de uma forma quase sem igual, impondo um ritmo alto aos seus colegas e tudo sempre embebido num espírito e ritmo incansável, o que confere uma forma de jogar muito própria aos Highlanders. Por outro lado, será no papel de jogador mais experiente que o formação terá um impacto profundo, capacitando a equipa dos elementos necessários para que sobreviva a uma época dura e intensa e é fundamental o trabalho e “fome” de ganhar de Aaron Smith para o futuro dos landers.
AGUSTIN CREEVY (JAGUARES)
Já é um nome normal nestas listas de vets, especialmente pelo que oferece ao espectáculo com aquelas arrancadas fulgurantes, potência em desfazer-se do adversário e um offload de alto calibre pouco visto no rugby argentino. Agustin Creevy tem sido recorrentemente o melhor jogador dos Jaguares, a par de Nicolás Sanchez (que já lá não está desde a época passada) e Pablo Matera (abandonou para se juntar ao rugby europeu), seja pela liderança que oferece aos seus colegas dentro e fora de campo como pela versatilidade técnica só vislumbrada em talonadores como Dane Coles ou Malcolm Marx, sendo sem dúvida um dos porta-estandartes da franquia das Pampas.
Em 51 jogos no Super Rugby, Creevy já atingiu a marca dos 15 ensaios, num dos dados mais impressionantes em comparação com outros primeiras-linhas que têm tentado deixar uma marca na competição… Creevy não só já deixou uma, como fará muito falta quando decidir arrumar as “botas”.