3 destaques da 4ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacOutubro 17, 20224min0

3 destaques da 4ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacOutubro 17, 20224min0
Os Lusitanos concederam a primeira derrota de sempre na fase-de-grupos da Rugby Europe Super Cup e Francisco Isaac analisa o que se passou

Num dos encontros maus equilibrados desta jornada da Rugby Europe Super Cup, os Lusitanos consentiram a primeira derrota na fase-de-grupos desde que esta competição ganhou vida, permitindo aos Castilla y León Iberians igualarem a franquia lusa no topo da conferência Oeste, o que vai forçar uma corrida aos pontos nas últimas duas jornadas da competição. O MVP, o sector que esteve melhor e o que é necessário rever neste artigo.

MVP: NUNO SOUSA GUEDES (DEFESA)

Enquanto houve fluidez e espaço, Nuno Sousa Guedes foi capaz de fazer a diferença a todos os níveis para os Lusitanos, injetando alento quando a equipa não estava a conseguir “ferir” a defesa dos Iberians, principalmente na segunda metade deste encontro que acabou por terminar numa derrota por cinco pontos de diferença. O internacional português criou sucessivos problemas no jogo corrido, descobrindo soluções na largura do espaço, o que garantiu um cariz mais ameaçador para a franquia da Federação Portuguesa de Rugby, especialmente quando apanhavam os Iberians em contrapé, gerando em dois ensaios na primeira-parte.

Contudo, mal as fases de ataque revelaram pouca consistência e estabilidade, onde a lentidão na saída da bola do ruck ou na hora do decidir por onde ir, o defesa eclipsou-se e deixou de poder criar problemas ao adversário, com este a se sentir imponente e com mais espaço para impor a sua estratégia no sector defensivo. Fica na retina um ensaio, duas quebras-de-linha, quatro defesas batidos, um espectacular 50/22 e um par de intervenções de importância no gerir a bola dentro dos 22 metros.

MELHOR PONTO: FASES-ESTÁTICAS CHEGARAM A DAR PAZ

Os Lusitanos tiveram eloquência e força para controlar a avançada contrária, que apesar de ter mais peso ou uma dimensão física de maior aparato, viu-se a recuar em certas formações-ordenadas ou a perder alinhamentos (David Wallis e a unidade de levantamento foi exímia nisto), com isto a alimentar as possibilidades da formação portuguesa em sair com a vitória, que infelizmente não se sucedeu. A fisicalidade e agressividade do pack português comandado por Patrice Lagisquet, Luís Pissarra e João Mirra foi, em certos momentos, decisivo para colocar um travão às intenções do rival espanhol em querer dominar a posse de bola ou o território, e, por outro lado, avançar com certeza em zonas mais avançadas do campo, um elemento bem visível nos primeiros 40 minutos deste jogo da 4a jornada da Super Cup.

Faltou um pouco de mais sorte e poder no apoio ao portador da bola naquelas duas oportunidades finais junto à linha-de-ensaio espanhola, que acabariam por resultar em bolas perdidas no contacto, numa altura em que o cansaço começou a toldar as decisões colectivas. Ponto positivo também para as situações de contra-ataque, com Nuno Sousa Guedes, Manuel Cardoso Pinto, David Wallis, entre outros, a conseguir, pontualmente, surpreender o bloco contrário.

PONTO A MELHORAR: LUCIDEZ E CLARIVIDÊNCIA PECOU EM MOMENTOS CHAVE

Os últimos 20 minutos da segunda-parte deste encontro foram um dos piores períodos de jogos dos Lusitanos desde que a Super Cup arrancou, com diversos erros na construção de fases de ataque, sucessão de falhas na defesa, ou no conseguir realizar uma linha de passe coerente e estável, permitindo aos Iberians estarem confortáveis no “caos”, forçando a franquia portuguesa a tentar procurar soluções onde não existiam. A ligação 9-10 (João Belo e Tomás Appleton) raramente resultou, principalmente devido à excelente estratégia defensiva dos Iberians (Valentín Bustos e Siusia Moala estiveram sempre em cima do médio-de-abertura português) e também a uma crescente dessincronização do par de médios, que se foi acentuando até ao fim do encontro. Com o cansaço a bater à porta, os erros de transporte de bola foram multiplicando-se, empurrando o elenco dos Lusitanos para uma série de acções precipitadas que influenciaram negativamente a equipa quando procurava o ensaio do empate e possível reviravolta.

Outro ponto negativo foi a disciplina… Excessivas faltas, que acabaram por quase nunca se transformarem em consequências mais negativas (o chutador dos Iberians falhou 9 pontos em penalidades), mas que debilitaram o equilíbrio de jogo dos Lusitanos, perdendo o controlo da oval com o passar dos minutos na segunda-parte.

NÚMEROS E DADOS DO JOGO

Pontuador máximo: Nuno Sousa Guedes – 7 pontos (1 ensaio e 1 conversão);
MVP: Nuno Sousa Guedes – 1 ensaio, 1 assistência, 2 quebras-de-linha e 5 defesas batidos;
Chutador: Nuno Sousa Guedes – 2 pontos (1 conversão e 1 falhada);
Turnovers: Vários – 1

 


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS