3 destaques da 3ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacSetembro 26, 20225min0

3 destaques da 3ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacSetembro 26, 20225min0
Os Lusitanos voltaram a ganhar para a Super Cup e estão bem lançados para garantir o 1º lugar no seu grupo. Fica a saber os 3 principais destaques

Terceira ronda, terceira vitória para os Lusitanos nesta segunda edição da Rugby Europe Super Cup, com a franquia lusa a ocupar o primeiro lugar da conferência do Oeste depois de derrotar os Castilla y León Iberians em Valladolid, chegando à primeira paragem da competição em boa situação de garantir uma meia-final em casa. Fica a par do que se passou nesta análise em três partes.

MVP: NUNO SOUSA GUEDES ESTABILIZA… E DESESTABILIZA!

Como é que um jogador pode ao mesmo tempo oferecer estabilidade e segurança, e destabilizar e lançar o caos? Bem, é só perceber que os primeiros dois factores concernem ao trabalho aplicado à própria equipa, algo observado na excelente prestação de Nuno Sousa Guedes nos termos de segurar a bola (especialmente na recepção de pontapés) e na organização da estrutura defensiva, enquanto que a desestabilização falada tem a ver com aquilo que foi conseguido junto da equipa adversária, criando sistemáticos problemas aos espanhóis, como se vê pelas três quebras-de-linha, sete defesas batidos, um ensaio marcado e ter iniciado a jogada que acabou por resultar em mais cinco pontos para os Lusitanos.

A imprevisibilidade e o handling apurado do atleta do CDUP oferece um universo de opções que permite encontrar soluções ou pontos de acesso na linha-de-defesa contrária, mesmo naquelas onde parece ser pouco possível se gerarem brechas ou falhas, algo visto neste encontro ante os Iberians, que apesar destes terem imposto uma excelente réplica em diversos períodos desta terceira ronda, a verdade é que em determinados momentos, Nuno Sousa Guedes teve a clarividência e engenho suficiente para abrir caminho em direção aos pontos, bem coadjuvado por Francisco Menéres (bela exibição também), Manuel Cardoso Pinto ou Tomás Appleton. A capacidade de oferecer calma e de ser uma voz clara nas “costas” da defesa dos Lusitanos, permitiu responder bem sempre que a equipa contrária estava perto de gerar uma situação de perigo a seu favor. Mais uma excelente prestação do internacional português nesta competição da Super Cup, sendo que temos de assinalar a exibição de gala do asa Xavier Cerejo.

PONTO EM ALTA: A CALMA E PACIÊNCIA GARANTIU 4 PONTOS

Os Lusitanos conseguiram ser superiores aos Iberians em três departamentos, que acabaram por ser fulcrais na conquista de mais uma vitória, mantendo a franquia lusa um bom momento de forma: alinhamentos defensivos, onde a avançada portuguesa forçou cinco erros ao adversário (dois deles já perto da linha-de-ensaio); apoio defensivo, com o primeiro placador a ter assistentes sempre por perto que permitiu tirar ímpeto e embalo às fases de ataque dos Iberians; e presença de espírito para não perder o caminho e sucumbir à maior pressão da franquia espanhola, com aquela intromissão no último alinhamento contrário, e subsequente construção de duas fases, a mostrar a maturidade e experiência dos atletas dos Lusitanos.

Não há dúvidas que a Super Cup tem funcionado como um tremendo veículo de ganho de experiência a um nível superior, obtendo aqui um desenvolvimento mental que só ajudará no crescimento da seleção nacional, e o facto dos Lusitanos ainda só terem perdido um jogo em onze jogados nesta competição europeia (a derrota na final é o único espinho cravado), prova que esta sinergia comum está a ser positiva. Para além daqueles três pontos que ajudaram a definir a vitória dos homens de Patrice Lagisquet, ainda temos de acrescentar a habilidade técnica individual-colectiva que gerou inúmeros problemas ao conjunto espanhol, seja pelo jogo de pés de Nuno Sousa Guedes, os zigzagues de Manuel Cardoso Pinto ou aquele offload de Xavier Cerejo que na sua soma total significaram pontos e, subsequentemente, vitória no Pepe Rojo em Valladolid.

PONTO A REVER: INDISCIPLINA CRIA INCERTEZA

Os Castilla y León Iberians chegaram a ter um período largo de posse de bola na segunda metade do encontro, que se deveu principalmente por um excesso de indisciplina dos Lusitanos, resultando até um cartão amarelo após uma formação-ordenada, o que requereu um compromisso defensivo ainda maior numa altura em que a equipa da casa procurava desesperadamente pela reviravolta. 15 penalidades cometidas, algumas dentro da mesma sequência de fases, acabaram por insuflar alguma vida na franquia espanhola, que mesmo assim teve sérios problemas para chegar aos pontos, mas que serviu de sério aviso para os Lusitanos, tendo estes corrigido a maior fase de indisciplina quando a pressão defensiva aumentou. Aquela última penalidade dos Iberians podia ter significado uma derrota, que, felizmente, terminou de melhor forma para a equipa portuguesa graças a um excelente estado mental.

NÚMEROS E DADOS DO JOGO

Pontuador máximo: Nuno Sousa Guedes – 12 pontos (1 ensaio, 1 penalidade e 2 conversões);
MVP: Nuno Sousa Guedes – 1 ensaio, 3 quebras-de-linha, 7 defesas batidos e 2 placagens; 
Chutador: Nuno Sousa Guedes – 7 pontos (3 conversões e 1 falhada);
Turnovers: Xavier Cerejo – 2 

 


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