Balanço da Fase Regular da Liga Betclic Feminina

José AndradeMarço 24, 202215min0

Balanço da Fase Regular da Liga Betclic Feminina

José AndradeMarço 24, 202215min0

Neste novo texto vamos falar sobre o que aconteceu na recém-terminada fase regular desta temporada na Liga Betclic Feminina com um olhar para as equipas, o respetivo rendimento e um balanço do que tivemos até agora, mas venham connosco para esta balanço.

Já ficámos a conhecer os duelos dos Playoffs e Playout da Liga Betclic Feminina.

Guifões SC – Base de muito futuro

Começamos por falar do Guifões, a equipa que já sabe que vai descer, mas apesar de uma temporada complicada ficam vários pontos que merecem atenção. A equipa começou a temporada de uma forma complicada, muitas situações que não ajudaram a que as coisas corressem bem, mas as mudanças principalmente quando Isabel Leite regressou, ajudaram a que o caminho fosse iluminado e tudo começasse a fluir. Não foi uma temporada fácil, mas ficou a base de jovens talentos que tem tudo para devolver o Guifões à elite do nosso basquetebol num curto espaço de tempo.

Olhando para as estatísticas vemos que mesmo com tudo, o Guifões conseguiu uma melhor percentagem da linha de 3 pontos melhor que o Esgueira e perto do Quinta dos Lombos, na linha de lances livres a percentagem concretizada foi melhor do que o Esgueira e que o Quinta dos Lombos, depois é claro que vemos as dificuldades sentidas na luta das tabelas, mas não deixa de ser curioso ver que a equipa sofreu mais faltas que o Quinta dos Lombos e que o GDESSA. Apesar das dificuldades e da descida de divisão ficou o afirmar de um excelente treinador, Gustavo Mota e um grupo de jovens atletas com muito potencial como Carolina Ferreira, Joana Valdoleiros, Mafalda Salazar que se juntam a Ana Almeida, Benedita Brandão ou Filipa Teixeira como as mais experientes.

Olivais FC – ótimo basquetebol

De seguida vamos até Coimbra, para falar do Olivais. A equipa de Fernando Brás vai discutir o playout com o Francisco Franco, mas foi uma equipa que se destacou pelo basquetebol praticado, muita qualidade, sempre bons jogos e as dificuldades acabaram por se prender sempre na questão do jogo interior, a verdade é que alguns dos maiores destaques da Liga Betclic Feminina são do Olivais com destaque para Eva Carregosa, mas a verdade é que além da qualidade dos jogos ficou uma base portuguesa ainda mais forte.

O Olivais foi a nona equipa com mais pontos marcados, foram a sexta melhor equipa no que diz respeito ao acerto no tiro exterior, a sétima em relação aos ressaltos ofensivos, a sétima com mais assistências, a sexta com mais roubos de bola e a sexta equipa que mais sofreu faltas na Liga Betclic Feminina, isto aliado à qualidade revela bem quão bem esteve esta equipa onde realmente o problema foi o início de temporada e a luta das tabelas do lado defensivo. Leonor Santos, Sofia Pinheiro, Raquel Alves, Joana Amaro, Mafalda Pompeu, Eva Carregosa, Mariana Garrido, Larisa Djai, Darya Yakovleva ou Mariana Mendes são alguns dos muitos nomes nacionais muito talentosos que vão garantir uma base nacional muito forte para o futuro.

CDE Francisco Franco – Uma das surpresas da Liga

As madeirenses subiram à Liga Betclic Feminina, muitas expetativas para ver o que conseguiam e a verdade é que com uma base jovem e escolhas acertadas nas estrangeiras colocaram a equipa de Paulo Freitas como uma das revelações desta temporada. O Francisco Franco foi a sétima equipa com maior percentagem no que aos lançamentos de campo diz respeito. No tiro exterior foram o oitavo melhor conjunto, o quinto melhor no que se refere à linha de lances livres, a sexta com mais ressaltos ofensivos e ainda destacar que foram a quarta equipa com mais desarmes de lançamento.

Estes fatores revelam bem o que foi esta equipa madeirense que vai discutir com o Olivais o playout, uma equipa muito forte na defesa, que tinha na zona interior um dos fatores diferenciais através de jogadoras que aliavam a estatura e a qualidade de lançamento. Katherine Anderson, Dayna Rouse e Bianca Silva foram destaques, mas Chana Paxixe afirmou-se na nossa Liga e a base nacional com Cristina Freitas, Ana Teixeira ou Diana Baptista, todas com menos de 18 anos revelou-se pronta para liderar a curto espaço de tempo este conjunto da Madeira.

Galitos – Playoff ficou muito perto

Vamos até Aveiro para falar do Galitos, as aveirenses ficaram até ao último suspiro da fase regular da Liga Betclic Feminina com chances de ir aos playoffs, a verdade é que mesmo não indo a época foi boa. As galináceas também mostraram uma base jovem de valor para o futuro que Jorge Dias foi apostando o potenciando para o futuro da equipa e do nosso basquetebol. A equipa apostou muito bem nas estrangeiras com Maritze Rodriguez, Caroline França e Jeanne Morais a serem exemplo disso e depois claro, Barbara Souza uma das figuras maiores da Liga Betclic Feminina, Ana Ramos que ainda se afirmou mais na nossa Liga e claro, Daniela Domingues um dos nomes grandes do nosso basquetebol que voltou a liderar e ser uma peça preponderante tanto pelo que jogou como pelo peso da sua liderança.

Nos destaques estatísticos ficou o facto de serem a sexta melhor equipa no que à percentagem da linha de três pontos diz respeito, a melhor equipa na linha de lances livres e a quinta com mais ressaltos defensivos, números que revelam uma equipa sólida. Na base nacional de futuro destaque para Ana Urbano, Maria Neto ou Margarida Abrantes nomes para o médio e longo prazo do nosso basquetebol.

Vitória SC – Objetivo mínimo atingido

Agora vamos até Guimarães para falar do Vitória SC, uma equipa que sofreu muitas mudanças para esta temporada, mas que depois da excelente época passada e das dificuldades criadas ao SL Benfica na Supertaça criou muitas expetativas para o que estava para a vir, a verdade é que foi uma temporada complicada, mas que no fim da fase regular o objetivo mínimo e mais importante foi atingido, a equipa conseguiu um lugar nos playoffs. Olhando para esta equipa, o crescimento foi notório ao longo das últimas semanas e a qualidade de jogo subiu muito através do trabalho que a equipa liderada por Pedro Dias foi realizando.

As oscilações nas jogadoras estrangeiras causaram a época mais irregular, mas a verdade é que foram a sexta equipa com mais pontos marcados, a segunda melhor equipa no que ao tiro exterior diz respeito e ainda a terceira com mais desarmes de lançamento, uma equipa que sempre mostrou muito ofensivamente e que demorou mais para render na defesa e isso custou muitos pontos. Sara Ressurreição e Filipa Barros foram os maiores destaques individuais desta equipa.

CR Quinta dos Lombos – Futuro garantido

No que diz respeito às sétimas classificadas da Liga Betclic Feminina, o Quinta dos Lombos acabou por mostrar novamente muita força numa zona onde é sempre forte, falo claro da zona interior, a batalha das tabelas e a muita qualidade das jogadoras interiores é sempre uma imagem de marca da equipa de José Leite. Uma temporada um pouco mais complicada em comparação com a anterior, mas onde o objetivo principal foi atingido. A equipa da linha foi a quinta melhor no que à eficácia em lançamentos de campo diz respeito, foram ainda a segunda equipa com mais ressaltos ofensivos e a terceira com mais ressaltos defensivos da nossa Liga Betclic revelando aquilo que já referimos, a força e a superioridade no que ao jogo interior diz respeito.

Letícia Rodrigues e Ndioma Kane foram as figuras maiores, foram mesmo duas das estrelas em maior destaque na fase regular da Liga Betclic. No Quinta dos Lombos obviamente que temos de destacar a juventude, claro que encabeçada por Mariana Carvalho, já uma referência e figura da Liga Betclic, mas Marta Roseiro, Filipa Cruz e Carolina Furtado afirmaram-se não só como algumas das mais talentosas jovens de futuro do nosso basquetebol como figuras já do presente e que ainda mais alegrias vão dar aos adeptos da Quinta dos Lombos.

CAB Madeira – Irregularidade, mas muita qualidade

Viajamos até à Madeira para falar do CAB, a equipa orientada por Fátima Silva nem sempre mostrou a regularidade que pretendiam, a própria treinadora falou sobre a questão das estrangeiras e o facto de nem sempre terem correspondido, a verdade é que falamos de uma equipa que jogou bem, um small ball agressivo e com muitas ideias no ataque. No que diz respeito ao jogo interior, foi sempre um dos problemas, mas ai sobressaiu Alice Martins que cresceu muito nesta temporada e se afirmou com uma das melhores interiores da nossa Liga. O CAB foi a quarta melhor equipa no que à percentagem de acerto no tiro exterior diz respeito, destacando-se ainda como o segundo melhor conjunto na linha de lances livres, a terceira com mais assistências e a quarta com mais roubos de bola que resultam da agressividade e pressão elevada.

Uma equipa que depois de uma época atribulada conseguiu chegar aos playoffs a jogar bem e com um conjunto de jogadoras que tem tudo para brilhar nesta fase da época. O destaque maior das madeirenses é claro e óbvio, Carolina Bernardeco uma das craques maiores da Liga Betclic Feminina, mas com destaque ainda para Isabel Berenguer, uma base de 18 anos que se afirmou nesta temporada, capaz de criar e uma “carraça” defensiva que a torna uma das melhores bases defensivas da nossa liga.

Esgueira – A revelação maior da temporada

Vamos novamente a Aveiro para falar do Esgueira, a outra equipa que havia subido e que se revelou a maior revelação da temporada. Uma equipa jovem e muito bem trabalhada por André Janicas, assente na agressividade e pressão alta. O Esgueira revelou-se uma das equipas mais batalhadoras, mesmo sem jogadoras de estatura elevada, afirmaram-se a jogar muito bem e um com um jogo muito veloz que nos proporcionava sempre jogos espetaculares. As aveirenses foram a segunda melhor equipa no acerto dos lançamentos de campo, foram a quinta equipa com mais ressaltos ofensivos e o destaque maior deste conjunto foi obviamente os roubos de bola onde foram a equipa que mais bolas roubou na Liga Betclic Feminina.

Uma equipa liderada por Ana e Gabriela Raimundo que demonstram semana após semana o facto de serem duas das melhores jogadoras portuguesas, ainda destaque óbvio para Inês Ramos que é cada vez mais uma certeza do nosso basquetebol e para Daniela Jesus, uma peça muito importante pelo que acrescenta pela sua qualidade e a muita entrega.

GDESSA – À lei da bomba e da qualidade

Descemos até ao Barreiro para falar de uma das equipas mais regulares e que melhor jogou nesta fase regular da Liga Betclic Feminina. Uma base sólida e com qualidade internacional composta por Márcia da Costa Robalo, Leonor Serralheiro e Maianca Umabano, uma equipa histórica e que nos habitou a excelentes épocas ao longo dos anos tal como nesta temporada. Este conjunto manteve a sua força no que ao jogo interior diz respeito e assumiu ainda mais o tiro exterior como arma preferencial para o sucesso da temporada. Equipa agressiva, que defende bem, que aposta no pick and roll e que nem a lesão de uma das peças mais importantes abalou este conjunto. Velocidade, qualidade e bombas são sempre garantidas nos jogos do GDESSA.

A equipa que é claramente uma das maiores candidatas ao título da Liga Betclic Feminina foi o conjunto com mais pontos marcados na fase regular, com a segunda melhor eficácia em relação aos lançamentos de campo, a melhor equipa no tiro exterior, a terceira melhor na linha de lances livres, a quarta com mais assistências e a terceira com mais roubos de bola. Nos destaques individuais temos que referir Letícia Josefino e ainda as mais jovens como Rita Rodrigues ou Joana Lopes que já mostraram estar mais que prontas para a assumir um papel importante.

AD Vagos – Duas motas e muita segurança

Voltamos a Aveiro para a última equipa do distrito e aquela que mais acima ficou na tabela classificativa da Liga Betclic Feminina. Um projeto sustentando e dos mais fortes do nosso basquetebol, uma equipa que tem uma base com muitos anos de “casa” e um treinador que é dos melhores e que também ele leva muitos anos no Vagos. Uma equipa que se soube reforçar muito bem, Martha Burse e Manuela Rios foram as duas motas adquiridas, duas bases muito intensas, muito velozes que pontuam muito e que defendem bem, ainda chegou Devon Brookshire que acrescentou altura, ainda mais capacidade de ressalto e pontos.

Uma equipa muito bem trabalhada, que apostava nas transições letais através da velocidade da dupla Burse e Rios, além da visível evolução de algumas peças como Susana Carvalheira ou Rita Oliveira. Terceira equipa com mais ressaltos ofensivos, quarta com mais ressaltos defensivos e segunda com mais roubos de bola. Nos destaques individuais ainda mencionar Joana Cortinhas, uma das jogadoras mais inteligentes da liga, além de Bruna Zagaria e Gabriela Falcão que subiram muito de rendimento esta temporada nesta equipa que se assumiu desde cedo como uma das melhores da temporada.

União Sportiva – Perfume açoriano

As Açoreanas do União Sportiva começaram a temporada perto de chegar à Europa, também este conjunto foi um dos que mexeu melhor tanto no verão como nos acertos de inverno. O conjunto de Ricardo Botelho teve o pior período quando a sua base e capitã Raquel Laneiro se lesionou, o peso na equipa e a qualidade de uma das estrelas da Liga Betclic Feminina deixaram o União Sportiva um pouco mais irregular, mas a verdade é que a equipa assim que esse regresso aconteceu entrou no caminho do sucesso, subiu na tabela e acabou por conseguir o segundo lugar na fase regular da Liga Betclic Feminina. Uma equipa sempre muito forte no jogo interior, primeiro com Kasiyahna e depois com Licinara Bispo, além disso ainda uma das caras novas, Joana Alves que regressou a Portugal para brilhar nos nossos campos, garantindo uma capacidade de luta e de ganho nas tabelas e ainda tiro.

Nos destaques ainda mencionar Simone Costa, que foi também ela uma das caras novas nesta temporada e que muitas vezes sem ser a que dá mais nas vistas, mas sempre das mais importantes e das mais regulares na equipa. União Sportiva com a % mais elevada de acerto no que a lançamentos de campo diz respeito, terceira melhor equipa no tiro exterior, terceira equipa com mais ressaltos ofensivos e a que tem mais ressaltos defensivos, acrescenta ainda ser a equipa com mais assistências e a segunda equipa que mais faltas sofre, acresce a isto a MVP da fase regular, Nausia Woolfolk que foi a jogadora mais regular e a que mais brilhou. s

SL Benfica – As favoritas

Por fim, vamos às campeãs em título, que já venceram os dois troféus que se disputaram na temporada e que saem da fase regular com 22 vitórias nos 22 jogos disputados. Pouco a dizer que não seja o elogiar mais uma vez o excelente trabalho de Eugénio Rodrigues, a muita qualidade desta equipa, o quão bem jogam e a regularidade visto que foi uma equipa que entrou muito bem na temporada e não baixou o nível exibicional. Equipa com mais ressaltos ofensivos, segunda com mais ressaltos defensivos e destaque para o facto de ser a segunda equipa com menos perdas de bola.

Conjunto encarnado com muitas soluções, jogadoras consagradas e com qualidade internacional como Joana Soeiro, Laura Ferreira ou Raphaella Monteiro, ainda com Mariana Silva que se afirmou em definitivo como uma das caras desta equipa, acrescentando um banco que garante muitas e variadas soluções com jogadoras como Carolina Rodrigues, Marta Martins ou mesmo Ana Barreto. Primeira fase da temporada com alguns sustos, mas sem quebras para o Benfica, surge naturalmente como a equipa favorita e na pole position para a conquista da Liga Betclic Feminina.

Ficou aqui um balanço da primeira volta da Liga Betclic Feminina, que na próxima temporada vai contar com o Imortal, a equipa algarvia já garantiu a subida e está também em destaque numa semana de muito basquetebol feminino no Fair Play.


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