Portugal chegou às meias do Euro 2000, mas essa não é a única história desse Euro que vale a pena. Descobre tudo aqui no novo episódio do Fut-Historiadores!
Portugal chegou às meias do Euro 2000, mas essa não é a única história desse Euro que vale a pena. Descobre tudo aqui no novo episódio do Fut-Historiadores!
É um assunto que precisava de ser falado há muito tempo! O processo de jogo dos clubes grandes é fraco e os maus resultados são a resposta disso. Ouve todo o episódio para perceberes a nossa potencial explicação ao fenómeno
FC Porto e SL Benfica engajaram num Clássico bem jogado a espaços, mas que ofereceu alguma redenção a Sérgio Conceição no final. As melhores imagens deste encontro captadas por Isabel Silva ficam aqui disponíveis!
Mais uma competição perdida e com o tempo a escassear, Sérgio Conceição parece ter os dias contados no FC Porto. Mas será que a queda do treinador é justificada?
Rescaldo da Allianz Cup, com o Sporting de Braga a sagrar-se o "Campeão de Inverno". O que achaste desta final four? Descobre tudo no novo episódio!
A análise à 1ª volta da Liga NOS: as desilusões, as surpresas e os grandes destaques no melhor futebol em Portugal! Quem vai descer, quem vai ser consagrado campeão?
Não só este Natal, como em todos, “All I want for Christmas is you” é provavelmente a música que mais ouvimos. Reza a história que Mariah Carey já ganhou cerca de 50 milhões só com este êxito. Mas neste artigo a música é outra. Futebol. E fazendo uma tradução livre e adaptada da música cantarolava qualquer coisa como “O que mais quero para o futebol são…” mentalidades renovadas.
Ok. Já que perguntam, eu explico. Aliás não só explico como exemplifico. Em termos geral os adeptos portugueses auguram quase sempre o desastre e decepção antes de uma competição, mas depois, em caso de sucesso, esses mesmo adeptos passam da desconfiança à confiança exarcebada, às vezes à primeira vitória. Mas não ganhando o jogo seguinte entram novamente em estado ‘depressivo’. É dessa ambiguidade, de passar do 8 para 80, e do 80 para o 8, num simples estalar de dedos.
O rapaz que marcou o golo mais importante da história do futebol português foi provavelmente o mais ‘mal amado’ de sempre entre os convocados nacionais numa competição de selecções. Mais consensual que a convocatória de Ronaldo, Rui Patrício, Pepe… só mesmo a não convocatória de Éder. Quase unânime. Talvez 1% do adeptos portugueses, e isto contabilizando família e amigos! Havia razões para isso. Sim havia. Ou poucos golos e as exibições cinzentas iam ao encontro disso. Mas Fernando Santo decidiu levá-lo, não para ser titular ou opção regular, mas porque podia ser útil em ‘determinados’ momento… de ‘determinados’ jogos. E foi mesmo.
Por acaso vi o jogo no Terreiro do Paço, o local onde possivelmente estariam mais portugueses juntos a ver o jogo, a seguir a Saint Denis. Um pouco por todo o lado houve uma espécie de coro de críticas misturada com assobios. Principalmente um grupo que estava ao meu lado.
E eu? Eu fiquei calado pois o meu pensamento voou de imediato para uma reportagem que vi meses antes do início europeu. Pediram a um jornalista para simular um golo de Portugal na final. E que nesse relato ensaiado era um golo de Éder frente à França. E até timidamente, para não mal augurar, comentei com alguém que estava ao meu lado. Atenção que se fosse o seleccionador, naquele momento, mais facilmente punha o (na altura) novato Rafa que o Éder.
Voltando ao grupo de pessoas que estava ao meu lado. Uma dessas pessoas estava mais ‘desbocada’ e descontrolada nas críticas. Tanto que um indivíduo, que não o conhecia, deu-lhe com o capacete na cabeça! (felizmente sem consequências). Sim, deve ter sido o único momento que deixei de olhar para o ecrã gigante. Mais
comedido só voltou a reagir após o golo do Éder e enquanto festejava gritou alto: “Eu sabia! Eu sabia que era o Éder a resolver”. É dessa dissonância de comportamento que falo. Está tudo mal, mas mesmo se quem resolve é quem mais crítica, passa de besta a bestial num instante. Rapidamente passou de ‘cone’ e ‘patinho feio’ para o “gajo que os f… tramou”, cantarolada vezes sem conta.
Essa alteração de opiniões acontece não só no futebol. Mas consegue diferente no futebol. Em que outra actividade de ‘ajuntamento de grandes quantidades de pessoas’ se abraça alguém ao lado que não se conhece após um golo ou uma vitória apenas e só porque torcem pela mesma equipa? A miscelânea de emoções é muita, por vezes até demasiada. Um exemplo: no parágrafo acima falo do indivíduo do capacete que agrediu outro por estar farto de ouvir. Após o golo do Éder abraçaram-se os dois como se fossem os melhores amigos. Ao mesmo tempo que consegue ser mágico tem o reverso da medalha, que leva a comportamentos desviantes.
O desafio para essas mentalidades renovadas seria começar por gostar mais do futebol em si e não apenas e só da equipa pela qual torce e pensar que o resto será só para enfeitar ou (ainda pior) odiar.
Após o sorteio de há algumas semanas, que não pensou, disse ou ouviu alguém dizer. Meto as minha mãos no fogo que pelo menos uma destas hipóteses aconteceu com qualquer uma das pessoas que se tenha cruzado com este artigo. É típico. Quem se lembrar do Euro 2000, a reacção foi idêntica. Portugal no grupo da morte diante de Alemanha, Inglaterra e uma Roménia, que na altura era uma selecção significativamente mais forte do que a actual. Passámos a fase de grupo com 3 vitórias. No terceiro jogo, já com a passagem assegurada, rodámos a equipa e vencemos a Alemanha por 3-0, com um hattrick de Sérgio Conceição (no primeiro jogo vencemos a Inglaterra por 3-2 depois de estarmos a perder por dois golos – um jogo épico – e com a Roménia marcámos bem perto do fim).
Não fazemos futurologia para saber como vai correr, mas tal como há 20 anos atrás, o ‘velhos do Restelo’ que há dentro de ‘nós’ vem ao de cima. Nem será bem ‘sofrer por antecipação, será mais algo como ‘para evitar sofrer mais valia nem irmos’. Os mesmo que à primeira vitória vão dizer “vamos ser campeões” são os que gritam o famoso “eu sabia que ia ser assim” à primeira derrota.
De qualquer das formas, reza a história que Portugal contra equipas de maior reputação não raras vezes se transcende e, por vezes facilita com equipas em que tem maior responsabilidade. O importante é ter a noção que não é um resultado que faz de nós nem os melhores nem os piores do mundo, evitando a bipolaridade de quem passa do pessimismo deprimente ao optimismo exagerado. E vice-versa.
Por falar em Portugal campeão europeu em 2016, lembrei-me de um pequeno texto que escrevi, a 12 de Fevereiro de 2018, após a selecção nacional de futsal se ter sagrado campeã europeia… também pela primeira vez.
Coincidências e felizes acasos
Há coisas que parecem tão destinadas a acontecer que mesmo por linhas tortas os ventos acabam por soprar a favor.
Ricardinho no mês passado revelou: “Cristiano Ronaldo sofreu muito até realizar o sonho de ser campeão europeu, durante a final levou uma pancada e ficou a sofrer até sermos campeões europeus. ESPERO QUE ACONTEÇA O MESMO”. E não é que aconteceu! Literalmente. Mas as coincidências não ficam por aqui.
Ambas as finais foram num dia 10. Ambos os jogadores nasceram no mesmo ano, foram considerados 5 vezes como melhor do mundo, são capitães e, nos últimos anos, semana após semana, fazem os espanhóis renderem-se ao seu talento, e num ano em que foram campeões europeus de clubes, cumpriram o sonho de o ser pela selecção.
(Bruno Costa Jesuíno – Fevereiro 2018)
Concluir o artigo com uma mensagem positiva. Sermos optimistas e não deixar de acreditar que os felizes acasos podem acontecer. Mas que quando não acontecem não é o fim do mundo.
Ah e claro, Bom Natal.
Ver vídeo original AQUI (SIC NOTÍCIAS)
Ver vídeo original em SIC NOTÍCIAS: https://sicnoticias.pt/desporto/2018-02-11-O-sonho-de-Ricardinho-aconteceu
Sérgio Conceição tem procurado colar o seu discurso ao praticado noutros tempos por José Maria Pedroto, contudo, as exibições cinzentas e os resultados preocupantes parecem distanciar cada vez mais o atual timoneiro da exigente massa associativa azul e branca.
Provavelmente esta é primeira crónica de todo o sempre que começa ‘inspirada’ numa música de Quim Barreiros. Na génese da ideia estão as conversas (online e offline) do ‘adepto comum*’, que facilmente passam um treinador de “besta e bestial” e vice-versa. Um qualquer desses adeptos poderia cantar assim: “Ponho o Lage, tiro o Lage, ao jogo que eu quiser…”
Ponho o Lage, tiro o Lage, ao jogo que eu quiser
Ora é melhor é que o Mourinho, ora é treinador fraquinho
Tira na Europa, põe na Liga, e às vezes na taçinha
Está sempre mudando o onze para a prova que se avizinha!
Nota: no fim do artigo será apresentada a definição de “adepto comum”.
Estas súbitas mudanças de opinião não são exclusivas aos adeptos do Benfica, mas sim transversais a todos os adeptos. Mas neste artigo vamos centrar-nos em Bruno Lage e nos 11 meses que tem à frente da equipa principal dos «encarnados».
São 11 meses, mas já podiam ser 12. Há cerca de um ano, o clube não passava por uma boa fase, e começou-se a falar na possibilidade de Bruno Lage, na altura treinador da equipa B, assumir o leme da equipa principal. Não foi em dezembro, mas em Janeiro o treinador setubalense assume o comando interino numa conjuntura difícil, após a saída de Rui Vitória. A equipa tinha acabado de perder em Portimão, ficou mais longe do título e o nível exibicional deixava muito a desejar. Muitos viram esta opção apenas como uma situação temporária e que o Benfica parecia indicar ‘entrelinhas’ estar a ‘desistir’ do título. Mas outros não. E entre estes estava Bruno Lage, que acreditou no qualidade do seu trabalho, na equipa, e fez a equipa acreditar nele e nela própria. No jogo de estreia muda o sistema táctico (para 442) e, entre outras alterações, lança a então ‘promessa’ João Félix como segundo avançado. O jovem já tinha sido utilizado por Rui Vitória a titular, mas mais vezes a saltar do banco, e sempre a jogar a partir da esquerda. Lage quis tirar o melhor partido do jogador e do que este poderia dar a equipa, e muito do jogo da equipa a passar por ele. Começou a perder na Luz por 0-2, mas acabou a vencer com brilhantismo, por 4-2, com um futebol ofensivo de qualidade e com uma grande exibição de João Félix. A partir daí a equipa embalou.
Mesmo numa sequência de vitórias, a cada não vitória, iam surgindo as primeiras críticas.
No primeiro grande clássico, a equipa defrontou o Porto na «final four» da Taça da Liga. Num jogo muito intenso, em que as equipas se bateram de igual para igual, a equipa da cidade invicta acabou por levar a melhor. Se para muitos adeptos do Benfica ficou a retina da boa exibição da equipa, para outros ficou apenas uma derrota e a possível falta de estaleca da equipa.
À medida que na liga portuguesa se ia aproximando do Porto, na Liga Europa, Bruno Lage acabou por ir dando a oportunidade a alguns «jovens do Seixal». Florentino, Yuri Ribeiro, Jota, o próprio Gedson que tinha perdido algum espaço, e mesmo o já mais experiente Corchia (emprestado pelo Sevilha) começou a ter oportunidades nesta competição. Eliminou o Galatasaray, o Dinamo Zagreb, e numa eliminatória equilibrada com o Eintracht Frankfurt, acabou por ficar às portas da meia final. Nesta altura surgiram as primeiras críticas relacionadas com a rotação que Lage fez na equipa, elogiadas nas rondas anteriores, quando o Benfica venceu.
Depois de uma excelente exibição na primeira mão da meia-final diante o Sporting, em que eliminatória poderia ter ficado resolvida, a 10 minutos de fim, num último fôlego Bruno Fernandes conquista um livre directo. O ‘intocável’ do Sporting bate com excelência de deixa tudo em aberto para a segunda mão em Alvaldade (2-1). Aí apresentou-se um Benfica menos capaz do que no jogo anterior e um Sporting, já afastado do campeonato, tinha que dar o tudo por tudo para ser feliz. E mereceu ser feliz. Num jogo equilibrado, um lance de génio de Bruno Fernandes permitiu o Sporting passar à final do Jamor, que acabaria por vencer.
Após a derrota na Taça da Liga diante do Porto, temia-se de alguma forma como reagiria o Benfica na decisiva deslocação ao Dragão. O Benfica só contava com vitórias e tinha reduzido a larga distância para apenas um ponto. Num jogo muito intenso os «encarnados» impõem-se e vencem merecidamente por 1-2, passando a liderar a liga com dois pontos de vantagem. Curioso que no jogo seguinte, na recepção ao Belenenses, o Benfica perde pontos pela primeira (e única) na era Lage. Num jogo controlado a vencer por 2-0, duas falhas de atenção permitiu dois golos Belenenses em dois minutos. Terá servido de aviso para embarcação que não mais perdeu pontos até final da época.
O título pode ser um pouco dúbio, mas tem tudo a ver com a carreira de Bruno Lage no Benfica. Para a generalidade do adepto comum, a época passada Lage era o melhor do mundo e pensam que vai ganhar todos os jogos, mas às primeiras derrotas já acham que ele é o pior de todos e devia ir embora.
A equipa entrou bem com uma vitória de 5-0 na supertaça diante o Sporting. Com um nível exibicional mais baixo que na época anterior, o certo é que Lage tem conquistado quase todos os pontos. Quase todos, porque perdeu, sem qualquer contestação, na recepção ao Porto, que conseguiu anular de forma exímia os pontos fortes dos «encarnados». A partir desta derrota a desconfiança dos adeptos começou e Lage começou a ser criticado.
Mesmo indo vencendo todos os jogos, muito deles com pouco brilhantismo, a prestação na Liga do Campeões, principalmente nos primeiros jogos, fez com que muitos adeptos começassem a olhar para Bruno Lage com desconfiança, apontando o dedo sobretudo, à rotação dos jogadores.
Entrou a meio da época passada, numa situação difícil, e fez uma recuperação fantástica tanto em termos de resultados como exibicional. Sendo a primeira experiência como líder de um equipa principal, merece crédito.
Em duas meias épocas no campeonato perdeu apenas 5 pontos. Esta época com menos fulgor exibicional, muito por culpa da perda do jogador sob o qual rodava todo o futebol de equipa. Com algumas experiências falhadas foi encontrando soluções para colmatar essa ausência. A equipa parece ter melhorado nas últimas semanas.
A rotação tem vantagens e desvantagens. Permite dar descanso a jogadores importantes, além de dar oportunidade e ritmo de jogo a jogadores menos utilizados, para quando forem chamados estarem motivados e condições em competir. A desvantagem é que é sempre um risco. Mas se é para arriscar que seja nas taças, principalmente na Taça da Liga. Na Liga dos Campeões, foram 2, 3 ou 4 alterações, que não considero que sejam suficientes para justificar os resultados do Benfica. Embora exista quem ache. São opiniões.
Depois dos excelentes jogos da época passada, muitos treinadores foram percebendo os pontos fortes do Benfica. Começaram a saber como anular os movimentos da equipa e, muitas vezes, mesmo durante os jogos, Lage teve que mudar e não teve receio disso. Pode mudar para pior ou melhor, mas tenta ler o jogo e melhorar e não fica refém das suas ideias iniciais.
Jogadores, como por exemplo Tomás Tavares, não estiveram sempre bem e tiveram falhas. No entanto, será certamente agora melhor jogador do que era em Setembro. São dores de crescimento normais num jovem, e quem quer tornar jovens jogadores em jogadores de topo, tem que cometer riscos e contar com possíveis consequências que possam advir. (Um excelente exemplo disso, aconteceu há uns anos, no outro lado da segunda circular. Rui Patrício até se tornar no guarda-redes indiscutível esteve duas épocas a ser criticado pelos adeptos. Mas certamente as falhas que tiraram pontos foram posteriormente ultrapassadas pelas defesas que deram pontos.)
Não esperem de Lage aquele treinador que vai jogar em 90 por cento das vezes com o mesmo onze, consoante os adversários, a condição física dos jogadores e para manter o plantel competitivo, vai haver mudanças muitas vezes. Tirando talvez o Barcelona de Guardiola (que tinha sempre a bola logo dava para descansar durante os jogos) todos as equipas, que estejam em 2, 3 ou 4 competições têm que rodar, priorizando-as. Outro exemplo vindo de um rival. Adeptos portistas acérrimos defensores de Sérgio Conceição, apontaram a falta do rotatividade do Porto como a grande falha da época passada.
Por fim, um desejo pessoal, tenha mais ou menos sucesso que Bruno Lage mantenha sempre a sua postura e se mantenha fiel às suas ideias e ideais. Importante ter mais treinadores que não entrem em polémicas sem sentido e que refugiam só em desculpas comuns. Que continue a explicar os resultados e exibições - bons e maus - com base no futebol jogado. Ou seja, com todo o Fair Play.
Definição de “adepto comum”
adepto comum | adj. s. m. + a·dep·to |épt| co·mum
(latim adeptus, -a, -um, conseguido, atingido) + (latim communis, -e)
adjectivo e substantivo masculino
1. Diz-se de ou pessoa que apoia um determinado clube principalmente quando as coisas correm bem. Quando não correm bem consegue ser o principal crítico = PARTIDÁRIO PARA O LADO QUE CALHA
2. Diz-se de ou pessoa pseudo-especialista que comenta futebol publicamente sem muitas vezes perceber a regra mais básica. = PSEUDO APOIANTE
3. Diz-se de ou pessoa que normalmente sofre de memória curta causada por trechos de 90 minutos. = APOIANTE COM MEMÓRIA DE PEIXE
adaptado, adulterado e inspirado no formato do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
O relógio parece ter disparado contra Sérgio Conceição, que tem sido o centro da contestação dos adeptos... mas será o único responsável pela situação actual no FC Porto?