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José AndradeAbril 16, 20229min0

Neste novo texto, vamos falar da outra competição de clubes do basquetebol feminino europeu que terminou com a conquista histórica das húngaras do Sopron Basket que conseguiram derrotar o Fenerbahce na Turquia para assim levantar a taça da Euroleague feminina desta temporada, por isso acompanhem-nos nesta viagem pela maior competição de clubes do basquetebol europeu.

Caminhada até à final de Istambul

A competição arrancou com as italianas do Schio e as húngarasdo Atomeromu a garantirem presença na fase de grupos deixando para trás o Valência, Kayseri, ACS Sepsi-SIC e o Bourges. 6 grandes jogos que deram início a esta edição da Euroleague, com o maior destaque a ser do Schio que triunfou perante Valência e Bourges com a base Giorgia Sottana a ser a maior figura desta fase de qualificação. Na fase de grupos, as russas do UMMC Ekaterinburg confirmaram o favoritismo e garantiram 14 vitórias nos 14 jogos disputados e com isso vencendo o Grupo A. O domínio era evidente, elas que vinham de ganhar 4 das últimas 5 edições. Avenida e USK Praga foram as equipas que se evidenciaram logo de seguida no grupo A, já no grupo B, Fenerbahce a confirmar o seu favoritismo, mas como esperado uma luta maior com o Sopron, Schio e Dynamo Kursk a levarem a melhor.

A sanção aplicada às equipas russas devido ao conflito armado na Ucrânia retirou as campeãs em título e as maiores favoritas e ainda o Kursk, duas equipas com ambições elevadas. Nesta fase de grupos, o duelo entre o Ekateringurg e o Avenida na sétima jornada foi o mais espetacular, as russas triunfaram por 110-102 com uma exibição monstruosa de Jonquel Jones e Maria Vadeeva, que combinaram 29 pontos e 21 ressaltos. Muito equilíbrio, grandes jogos, as russas a terem de suar para vencer como se viu nos duelos com o Venezia. Por outro lado, Fenerbahce brilhava pela qualidade jogo e a defesa do Sopron desde cedo se revelou a arma das húngaras. Sem as russas estava tudo mais em aberto, logo nos quartos de final, dois grandes duelos, a eliminatória entre o Avenida e o Girona e ainda a eliminatória entre o USK Praga e o Schio, duelos que obrigara a terceiros jogos. O Avenida passou com Kahlea Cooper a ser a grande protagonista, além dela destaque para Emese Hof que se afirmou como uma das melhores postes do basquetebol europeu.

Do lado do Praga, o maior destaque destes 3 jogos com o Schio foi o coletivo, uma equipa que contou apenas com 7 jogadoras conseguiu vencer, jogando bem e com Maria Conde a ser a líder e a estrela maior deste duelo dos quartos de final. Nas meias-finais, dois grandes duelos com o Fenerbahce a ultrapassar o Praga por 83-74, com Alina Iaguova a ser a líder e a figura maior. No outro duelo, o Sopron surpreendeu e derrotou o Avenida, as espanholas eram a par do Fener as maiores favoritas, mas as húngaras com um jogo coletivo assente na agressividade e na defesa conseguiram vencer e carimbar a passagem à final de Istambul. Neste duelo, Gabi Williams mostrou o porquê de ser uma das estrelas da temporada, mas a figura maior foi Jelena Brooks a extremo-poste assumiu-se como protagonista com 27 pontos e a marcação irrepreensível a algumas das figuras do Avenida.

A conquista histórica do Sopron

O dia que levou à coroação do Sopron, começou com o Avenida a vencer de forma esclarecedora o Praga para garantir o último lugar no pódio da Euroleague feminina. Na grande final, o Fenerbahce a jogar em casa era a grande favorita, mas perante 9500 adeptos nas bancadas o Sopron conseguiu vencer e causar a maior surpresa nesta temporada. Num duelo com presença portuguesa uma vez que Paulo Marques foi o arbitro principal, o jogo começou com o Sopron a dominar, a agressividade defensiva das húngaras criou imensas dificuldades ao Fenerbahce, que viram o a equipa de David Gaspar vencer de forma clara no primeiro período, Iagupova estava demasiado desaparecida, as turcas cometiam muitos erros fruto da pressão do Sopron.

As húngaras podiam ter criado uma vantagem ainda maior, mas também elas estavam a falhar no tiro exterior, aqui esteve uma das chaves do encontro, o lançamento da linha de três pontos onde por norma o Fenerbahce é muito forte e neste duelo não foi, o Sopron usou a força do jogo interior para triunfar. A turcas até estiveram melhor na segunda-parte, conseguiram vencer os dois períodos, mas o duelo esteve sempre em aberto, foi um jogo muito disputado, as turcas conseguiram melhorar muito pela Satou Sabally que assumiu o papel de principal estrela da equipa, mas insuficiente, o Sopron conseguiu vencer, num duelo onde a chave foi mesmo a superioridade no jogo interior, a defesa bateu o ataque e David Gaspar levou a melhor sobre Victor Lapena num dos duelos mais espetaculares entre treinadores.

O técnico do Sopron conseguiu montar uma teia defensiva que Lapena não conseguiu ultrapassar. A defesa tem sido a imagem de marcar desta equipa do Sopron, depois de uma fase de grupos onde se assumiram como uma das melhores equipas, conseguiram chegar à final com a sua maior arma a ser o fator diferencial para a conquista da Euroleague feminina, aquela que foi a primeira vez que as húngaras conseguiram levantar o trófeu depois de 5 presenças na final-four com um segundo lugar e três quartos lugares. Gabby Williams que vinha a ser uma das jogadoras em maior destaque na competição, foi a MVP da final com média de 14. Pontos, 5 ressaltos, 4.5 assistências e 3.5 roubos de bola nesta final-four.

Jogadoras em destaque na Eurloeague Feminina

Os destaques foram muitos várias figuras ao longo da temporada e é de alguns deles que vamos falar agora.

Kahleah Copper – A estrela maior

A figura maior desta edição da Euroleague, foi Kahleah Copper, a estrela do Avenida assumiu-se desde cedo como uma das jogadoras em maior plano de evidência. Terminou com a jogadora com melhor média de pontos por jogo. Figura de uma das melhores equipas e além disso a jogadora mais regular. Conseguiu 21.4 pontos, 6.2 ressaltos, 2.2 assistências e 0.9 roubos de bola de média por jogo nesta Euroleague feminina, sendo a jogadora da semana por uma vez e uma das eleitas para o 5 ideal da competição.

Maria Conde – Classe em pessoa

Que Maria Conde é uma das melhores do mundo, já sabíamos, mas estas exibições na Euroleague só vieram reforçar isso mesmo. Liderou o Praga para uma caminhada excelente com médias de 17.1 pontos, 5.7 ressaltos, 2.8 assistências e 1.5 roubos de bola por jogo sendo a sexta jogadora com melhor média de pontos por jogo nesta edição da Euroleague.

Natasha Howard – Dona das tabelas

Vamos até à Rússia para falar de Natasha Howard, a extrema-poste do Dynamo Kursk que foi uma das figuras da temporada. Mesmo com a sanção que a impediu de somar mais jogos e continuar a evidenciar a sua qualidade, Howard assumiu-se como a melhor ressaltadora desta competição e como uma das maiores figuras desta temporada. Natasha Howard obteve, 19.0 pontos, 11.0 ressaltos, 1.6 assistências e 1.0 roubos de bola de média por jogo numa temporada atribulada a norte-americana mostrou o porquê de ser uma das melhores jogadoras interiores do basquetebol europeu.

Pelin Bilgic – Muita qualidade

Da Turquia chega a nossa quarta jogadora em destaque, falamos da base Pelin Bilgic do Galatasaray. A equipa turca não passou da fase de grupos, mas mesmo assim a base foi uma das protagonistas desta temporada. Uma base já com créditos firmados no basquetebol europeu, muita qualidade e conhecida por ser uma excelente passadora e por fazer a sua equipa jogar. O QI torna-a numa base de excelência, ela que conseguiu terminar esta edição da Euroleague como a jogadora com melhor média de assistências. Pelin Bilgic conseguiu, 8.5 pontos, 4.4 ressaltos, 6.4 assistências e 2.1 roubos de bola de média por jogo, uma das estrelas que mais brilhou mesmo numa equipa que sentiu dificuldades.

Megan Gustafson – Alto nível 

A polaca poderá parecer uma escolha estranha, uma vez que o Arka Gdnya apenas triunfou em 2 jogos e foi das equipas que mais dificuldades sentiu, a verdade é que Megan foi um dos destaques maiores da fase de grupos, ela que é uma extrema-poste de elevada qualidade. Nesta edição da Euroleague a polaca conseguiu, 18.2 pontos, 7.2 ressaltos, 1.4 assistências, 1.2 desarmes de lançamento e 0.5 roubos de bola de média por jogo em 13 jogos nesta edição da Euroleague sendo a quarta jogadora com melhor média de pontos por jogo e a quarta com melhor média de desarmes de lançamento por jogo. Uma excelente temporada de uma jogadora que é referência na sua posição e que brilhou mesmo numa equipa que sentiu dificuldades na competição.

Ficou aqui a Euroleague feminina, uma competição espetacular que marcou também o fim das competições europeias desta temporada com duas equipas a vencer de forma clara. Muitos destaques, grandes jogos e basquetebol de excelência a cada jogo marcaram mais uma edição da Euroleague feminina.


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