Arquivo de Escócia - Fair Play

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Francisco IsaacFevereiro 1, 20215min0

As Seis Nações têm sempre “aqueles” jogos imbuídos de um carácter supra decisivo, alguns de forma expectável, como o França-Irlanda da edição anterior, ou de modo surpreendente, caso do Escócia-França também da edição de 2020. Seja para abrir o caminho certo em direcção ao título ou garantir a conquista do troféu, a maior prova de selecções do Hemisfério Norte procura sempre oferecer o maior dramatismo possível aos adeptos e 2021 vai ter essa mesma dose. Escolhemos três jogos que vão ser totalmente fulcrais para o apuramento do campeão das Seis Nações… mas qual é o que reúne maior impacto?

INGLATERRA-FRANÇA

Data: 13 de Março (16h45)
Local:
Twickenham (Inglaterra)
Ronda:
Nível de Emoção: 5 Estrelas

É o jogo mais esperado do Hemisfério Norte em 2021 e por várias razões, começando pelo facto que Inglaterra e França são as selecções favoritas à conquista do título (seja em modo Grand Slam ou não), sem esquecer que são os conjuntos mais compactos tanto ao nível de escolhas para os elencos como de forma física, relembrando ainda que em 2020 protagonizaram dois jogos de um nível excelente e que deixou um desejo que se repetisse rapidamente.

No dia 13 de Março (um mês e vários dias depois da saída deste artigo), em Twickenham, a Rosa de Eddie Jones e os Les Bleus de Fabien Galthié vão voltar a encontrar-se em campo e potencialmente decidir o “rei” da Europa, naquele que é um embate historicamente esperado e até denominado por Le Crunch. Há, contudo, um apontamento que pode mudar o timbre deste duelo em 2021: a campanha quer dos ingleses ou franceses. Não há dúvidas que são os candidatos principais ao troféu de campeão das Seis Nações, mas os tropeções não são “coisa” rara, especialmente frente a uma Irlanda que tem validade (mas que ainda procura o rumo certo) e uma Escócia matreira (conseguirá Finn Russell ser o elo para elevar os escoceses a outro nível?).

IRLANDA-FRANÇA

Data: 14 de Fevereiro (15h00)
Local: Aviva Stadium (Irlanda)
Ronda:
Nível de Emoção: 4 Estrelas

Em 2020 cumpriram-se 10 anos que a França não consegue somar pontos na visita a território irlandês, com 3 derrotas e 1 empate registados desde então, mas será isto um preciosidade sem importância ou um pormenor que deverá causar alguma ansiedade nos adeptos gauleses? Se os comandados de Fabiel Galthié padecessem de um processo mental frágil e não tivessem confiança nas suas capacidades, seria então um ponto de pressão preocupante, só que esta França já deu mostras que está num nível de excelência a nível psicológico, impondo uma certeza total em cada placagem desferida, em cada corrida vibrante e nas suas combinações de fino recorte técnico, permitindo dizer que este Irlanda-França vai ser um encontro titânico e deslumbrante.

Também depende do que realmente pode ou não esta Irlanda fazer dentro de campo, se mostrará atributos minimamente apaixonantes e de alta emoção (tem os jogadores para tal, com um três-de-trás vibrante, comandado pelo espectacular Jordan Larmour) com uma estratégia de jogo dominante, ou se vai apresentar as mesmas falhas que em 2019 e 2020, ficando algo longe dos objectivos traçados para um elenco de extraordinário nível.

INGLATERRA-ESCÓCIA

Data: 6 de Fevereiro (16h45)
Local:
Twickenham (Inglaterra)
Ronda:
Nível de Emoção: 3 Estrelas

Porque não colocar o Inglaterra-Irlanda (última jornada e será jogado em solo inglês) ou o França-Escócia, dois encontros que normalmente têm ajudado a colorir a imagem do potencial campeão das Seis Nações, e optarmos por um Inglaterra-Escócia que normalmente pouco conta? Bem, porque caso a carreira dos homens de Eddie Jones comece com um tropeção frente ao elenco comandado por Gregor Townsend, então todas as agulhas vão apontar na direcção da França como favorita, olhando para a Escócia como um potencial underdog que surge assim graças a um derrube improvável desta temível Inglaterra, que nos últimos 15 jogos frente aos seus “primos” do Norte ganhou por 12 ocasiões, não se vislumbrando este volte-face tão desejado por várias falanges de adeptos da bola oval.

A 1ª jornada pode não ditar logo quem vai ser o campeão, mas tem sido uma ferramenta bastante útil para desvendar quem realmente tem a força necessária para atingir o sonho de chegar ao fim do torneio e sagrar-se campeão das Seis Nações? Como nota, é importante destacar que nunca a Escócia derrotou a Inglaterra quando se encontraram no 1º jogo desde que o modelo das 6 Nações entrou em exercício (a partir do ano de 2000) e que ao derrubar esta preciosidade histórica poderá elevar os seus níveis motivacionais para o que se se seguirá.


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É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


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