Rugby Português “lá fora”: Perpignan volta a ganhar com Mike Tadjer

Francisco IsaacNovembro 1, 20215min0

Rugby Português “lá fora”: Perpignan volta a ganhar com Mike Tadjer

Francisco IsaacNovembro 1, 20215min0
Uma exibição de qualidade ajudou Mike Tadjer a devolver o Perpignan às vitórias, num dos destaques desta semana do rugby português "lá fora"

Uma semana mais “pálida” em termos de número de jogadores portugueses a jogar rugby pela Europa, já que a División de Honor está parada, enquanto na ProD2 José Madeira, Manuel C. Pinto, Pedro Bettencourt, entre outros não foram chamados à acção por diversas razões, não deixando de haver destaques deste último fim-de-semana de Outubro, a começar pelo papel de Mike Tadjer na vitória do Perpignan em casa frente ao La Rochelle. Fica a saber o que se passou com os atletas lusos antes do início da janela de Test Matches de Novembro.

O DESTAQUE DA SEMANA: MIKE TADJER NO REGRESSO ÀS VITÓRIA DO PERPIGNAN

Desde Setembro que o Perpignan não via a “cor” da vitória no Top14, tornando a situação mais desesperante quando cederam importantes pontos na recepção ao Stade Français, outro dos emblemas que está a tentar fugir também da descida de divisão, com estes 4 pontos somados frente ao La Rochelle a poderem vir a ser fundamentais no futuro próximo. Num jogo sofrido e que exigiu uma grande dose de paciência para aguentar as últimas investidas dos vice-campeões franceses, Mike Tadjer começou de início e só abandonou o relvado à passagem do 60º minuto, isto depois de ter logrado uma exibição amplamente positiva, com só uma má introdução em 12 tentativas, e feito parte do esforço colectivo em arrancar duas penalidades na formação-ordenada, isto só em termos de participação nas fases-estáticas.

No que concerne ao jogo contínuo, Mike Tadjer foi responsável por 11 placagens (falhou outras 3), duas das quais forçaram erros ao portador da bola, apresentando-se bem fisicamente no acompanhamento das movimentações ofensivas do adversário, sem quase nunca ceder espaços. No ataque, o talonador português não teve grande peso ou oportunidade para brilhar, muito por conta da fisicalidade e táctica conservadora de ambas as equipas, que tentaram obter domínio através das fases-estáticas e na subida do terreno pelo jogo ao pé, encaixando assim o Perpignan e o Stade Rochelais num xadrez intenso, minucioso e que não permitiu o surgimento de grandes momentos de risco. Mike Tadjer foi uma voz forte de comando, fez valer a sua experiência, capacitou a equipa de uma unidade móvel que não escorrega em erros “fáceis”, e manteve o nível de qualidade individual já se visto nas últimas semanas, sendo um dos principais nomes, actualmente, do seu clube.

NOTÍCIAS DE OUTROS JOGADORES

Noite boa para Samuel Marques e José Lima (não saiu do banco de suplentes), já que arrancaram uma vitória por 14-11 na recepção ao US Agen, em novo encontro a contar para a ProD2, a segunda divisão de rugby em França. A grande novidade deste jogo vai para o facto de Samuel Marques não ter jogado como formação, sua posição mais que habitual, mas sim como médio-de-abertura, algo “novo” que adveio de uma decisão da equipa técnica dos jaunards (o número 10 da semana passada foi relegado suplente não utilizado), e aguentou nesse papel até aos últimos 15 minutos, altura em que retornou à sua posição natural. Uma prestação competente e que amealhou todos os 15 pontos da vitória do Carcassone, Samuel Marques tentou injectar velocidade ao esquema de jogo, mantendo equilíbrio na transmissão de bola e na reposição imediata, sem grandes pormenores espectaculares de notar.

Anthony Alves e Simão Bento ajudaram o Stade Montois a regressar aos grandes momentos, com um 41-20 frente ao Névers, que os manteve no topo da ProD2 quando avançamos para a pausa de Novembro, com ambos a somar pontos positivos e negativos neste encontro da 9ª jornada da segunda liga francesa de rugby. Começando pelo pilar, ajudou a equipa de Mont-Marsan a ganhar uma dimensão fisicamente dominante no terreno, com uma agressividade tremenda na formação-ordenada e nos piques curtos junto ao ruck, estando envolvido em dois dos momentos em que levaram a equipa até ao ensaio, sendo que foi o responsável por 3 pontos do opositor com uma penalidade cometida na linda-defensiva. Já Simão Bento, recuperado após uma gripe, teve um excelente momento em que carregou a oval por mais de 60 metros à passagem do minuto 44, oferecendo sempre boa saída no jogo ao pé e uma rotação rápida com os seus parceiros do três-de-trás.

Derrota pesada para o Narbonne de Geoffrey Möise, que só entrou em campo aos 53′, altura em que o resultado já ostentava uma diferença de 21-09 a favorecer o Bayonne, num encontro em que o pilar português não realizou nenhum erro complicado (8 placagens em 9 tentativas), deixando boa marca formação-ordenada.

Francisco Fernandes foi suplente utilizado na visita e derrota do Béziers-Herault à casa do US Oyonnax, jogo em que também participou Pedro Bettencourt, que entrou também como suplente à passagem do minuto 62. O pilar esteve discreto, com nenhuma aparição relevante no ataque, algo normal perante o maior domínio dos da casa, enquanto o centro ex-CDUP entrou bem, conferindo uma defesa sempre exigente e resiliente, mantendo os mesmos níveis exibicionais de jornadas anteriores.

Jean de Sousa alinhou pelo Montauban até aos 5 minutos finais, realizando um turnover, 12 placagens, 0 penalidades, 6 captações de bola no alinhamento, e mais uns quantos números interessantes neste seu regresso ao XV titular da sua equipa, que derrubou o Rouen em casa por 37-22.


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