3 destaques do 1º jogo das “Lobas” vs “Yaras na Digressão 2023

Francisco IsaacNovembro 21, 20234min0

3 destaques do 1º jogo das “Lobas” vs “Yaras na Digressão 2023

Francisco IsaacNovembro 21, 20234min0
Francisco Isaac analisa a exibição das "Lobas" na visita ao Brasil, com a selecção nacional a ter perdido por 07-10 frente às "Yaras"

As “Lobas” perderam no primeiro jogo da digressão ao Brasil, com um 07-10 a beneficiar a equipa da casa. Apesar do resultado negativo, há vários pontos positivos a retirar da exibição.

MVP: DANIELA CORREIA (DEFESA)

Que exibição de excelência de Daniela Correia, com a defesa e capitã a ter sido a MVP do encontro, isto após ter realizado duas placagens salvadoras que evitaram ensaios do Brasil, e mais uma mão cheia de pormenores técnicos que tentaram empurrar as “Lobas” para obter outro resultado. Com 12 placagens efectivas (nenhuma tentativa falhada), Daniela Correia foi se impondo tanto na defesa mais “fechada” como ao largo, colocando algum pânico ao adversário que nunca foi capaz de ultrapassar a capitã.

A juntar a este número de placagens, ainda realizou três turnovers, dois dos quais a terminar em penalidade a favorecer as “Lobas”, com a técnica de “jackal” a ser perfeita e que foi dando um balão de oxigénio a Portugal em momentos críticos do encontro.

Finalmente, no que toca ao ataque, teve menos espaço para brilhar foi tentando procurar soluções através do jogo ao pé, mas sentiu-se que as linhas-atrasadas da equipa nacional não estiveram tão à vontade para jogar ao largo.

PONTO ALTO: DEFESA FOI DE AÇO

Espectacular atitude defensiva de Portugal, que impôs uma série de placagens de elevadíssimo nível e que até colocaram as adversárias deitadas no chão e a necessitar de respirar um pouco mais. Neste primeiro encontro de dois frente às “Yaras” era sabido que o adversário de Portugal ia carregar no ataque, especialmente no jogo curto, tentando através de piques chegar aos pontos, colocando uma pressão extra na defesa portuguesa, que correspondeu.

Maria João Costa atirou algumas das melhores placagens, assim como Mariana Marques, Daniela Correia, Ana Freire ou Laura Pereira, mostrando que a defesa é um ponto em comum neste conjunto que emigrou em direcção ao Brasil.

O contra-ataque não resultou tão bem como se esperava, algo que foi uma das forças de Portugal durante o Rugby Europe Trophy 2022/2023, mas a capacidade para reagir, voltar a ir à linha e esperar pela melhor oportunidade para forçar um erro no bloco contrário foi de excelência e que merece ser louvado.

PONTO A MELHORAR: ATAQUE NÃO FUNCIONOU

Apenas um ensaio e diversos e constantes na posse de bola, com as linhas-de-ataque a não clicarem e funcionarem no geral, perdendo várias oportunidades boas para assaltar a linha-de-ensaio contrária.

A ligação entre Leonor Amaral e Beatriz Oliveira raramente funcionou com uma série de jogadas a se perderem em bolas “lentas” ou tortas, o que dificultou o trabalho de Maria João Costa (belo jogo da centro) e Mariana Marques, o que impediu também a Daniela Correia encontrar soluções em determinados momentos.

Na segunda-parte, Portugal esteve 28 minutos “acampado” dentro do meio-campo brasileiro, mas nunca houve um momento em que a linha-de-ataque de Portugal fosse capaz de tirar vantagem da defesa brasileira, com passes sem sentido ou sem a velocidade necessária.

Sim, houve o ensaio perdido já aos 76′, após um passe mal esboçado por Inês Spínola, mas como vimos Portugal dispôs de diversas situações de ataque para chegar a pontos, faltando um pouco mais de velocidade e clarividência para atingir outro resultado nesta digressão pelo Brasil.


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