3 destaques da meia-final dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacDezembro 4, 20224min0

3 destaques da meia-final dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup 22′

Francisco IsaacDezembro 4, 20224min0
Fim do sonho em chegar à final da Super Cup 2022, com os Lusitanos a concederem uma derrota caseira na meia-final como conta Francisco Isaac

Os Lusitanos estão de fora da final da Super Cup 2022, caindo no CAR Jamor ante a franquia israelita do Tel-Aviv Heat, num encontro em que a formação portuguesa podia ter saído com a vitória caso a disciplina tivesse sido ligeiramente melhor, como explicamos nos pontos seguintes.

O MVP: MANUEL CARDOSO PINTO

2022 foi um ano de luxo para Manuel Cardoso Pinto, com o ponta/defesa português a ser um dos jogadores mais letais e perigosos a nível da Super Cup (e também na selecção), completando nesta meia-final mais de 110 metros de conquista territorial, forçando três quebras-de-linha, cinco defesas batidos, numa exibição que foi coroada com um bom ensaio – excelente passe de Jerónimo Portela. O atleta internacional português surgiu na posição de defesa por força da ausência de Nuno Sousa Guedes e, como o seu colega de selecção e de franquia, impôs as mesmas artimanhas na saída com a oval nas mãos, criando falhas defensivas na formação do Tel-Aviv Heat, com algumas até resultarem nas melhores jogadas dos Lusitanos nesta meia-final da Super Cup 2022.

Passando para a defesa e contra-ataque, o polivalente 3/4’s só errou por uma vez na captação de bolas altas, oferecendo boa segurança e reação à franquia da Federação Portuguesa de Rugby, e ainda esboçou uns quantos bons pontapés em momentos de maior pressão da franquia israelita. No que toca à leitura defensiva e no alocar unidades para fechar espaços, Manuel Cardoso Pinto conseguiu amparar a maioria dos golpes, sem cometer nenhum erro complicado ou letal para o conjunto dos Lusitanos, que acabou por ser eliminado no caminho até à final devido à indisciplina.

PONTO ALTO: IDENTIDADE MANTEVE-SE MESMO EM MOMENTOS DE MAIOR APERTO

Os Lusitanos construíram uma identidade importante na Super Cup desde que a competição surgiu no calendário internacional do Planeta da Oval, apresentando um rugby irrequieto, intenso, animado, e carregado de bons pormenores técnicos que vão desde turnovers bem trabalhados no breakdown, para o inventar de situações de perigo iminente, o que conferiu um interesse global na equipa lusa. Nesta meia-final, e perante um adversário dotado de uma fisicalidade de boa escala e que tentou maniatar as saídas velozes dos Lusitanos, a equipa portuguesa foi capaz de ainda assim manter-se fiel aos seus ideais, postulando uma vontade de arriscar e procurar surpreender o adversário em certos momentos de maior acalmia ou caos.

Quando Pedro Lucas e Jerónimo Portela conseguiram combinar e acelerar a bola sem que surgisse “antijogo” por parte da franquia israelita (roçaram os limites da legalidade do princípio ao fim do jogo, explorando bem essa via, algo que os Lusitanos não foram capazes de copiar), o jogo subia de tom, e era visível uma maior espetacularidade dentro das quatro-linhas, sendo que faltou alguma paciência e capacidade de leitura para dar sequência e chegar aos pontos. As ausências de Tomás Appleton, Rafael Simões, David Wallis, Nuno Sousa Guedes ou António Vidinha acabaram por pesar mais do que esperado, especialmente quando era necessário injectar um pouco mais de ordem nas sequências de maior indisciplina ou pressa.

PONTO A MELHORAR: INDISCIPLINA CUSTOU 18 PONTOS

Catorze penalidades que acabaram por se transformar em pontos sofridos, e que no final significaram uma derrota nesta meia-final da Super Cup 2022, colocando um fim no sonho de conquistar um título que já na edição passada fugiu às “garras” dos Lusitanos. O assunto da indisciplina tem estado constantemente no centro deste “Ponto a Melhorar” tanto nos Lusitanos, como na selecção nacional “A”, ou nos sub-20, sendo um problema crasso e que tem custado dissabores aos vários níveis internacionais do rugby português, e frente ao conjunto do Tel-Aviv Heat deveu-se a: difícil adaptação ao que o juiz de jogo queria, com os jogadores de Luís Pissarra e João Mirra a não conseguirem tocar no limite da legalidade da forma mais exemplar possível; más decisões individuais, com algumas saídas isoladas a acabarem por se converter em turnovers e penalidades no chão. Não é necessário perder mais tempo neste ponto, mas será fulcral perceber ao que se deve o largo número de penalidades infringidas, já que essas têm beneficiado constantemente adversários que não têm domínio territorial ou posse de bola, constituindo-se como autênticas ofertas à equipa contrária.

NÚMEROS E DADOS DO JOGO

Pontuador máximo: José Paiva dos Santos – 10 pontos (2 ensaios);
MVP: Manuel C. Pinto – 115 metros, 1 ensaio, 3 quebras-de-linha e 6 defesas batidos;
Chutador: Jerónimo Portela – 7 pontos (1 penalidade e 2 conversões);
Turnovers: Xavier Cerejo – 1;

Foto de Destaque de Luís Cabelo Fotografia


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