Fórmula 1 2023: o que nos dizem os testes dos candidatos?

Fair PlayFevereiro 20, 20236min0

Fórmula 1 2023: o que nos dizem os testes dos candidatos?

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Os motores já estão a aquecer, e Luís Moura olha para o que os testes nos dizem desta nova temporada de Fórmula 1

Artigo escrito por Luís Moura que se apresenta ao Fair Play com um texto sobre a Fórmula 1 2023

O grande circo do desporto motorizado, a Fórmula 1, está de regresso oficialmente no próximo dia 23 de fevereiro com os testes de pré-temporada no circuito internacional do Bahrain. Já o primeiro Grande Prémio, também ele no Bahrain, está marcado para o fim de semana de 3 a 5 de março.

2023 vai marcar a segunda época dos novos regulamentos, e desta vez, já não se esperam erros na interpretação das regras como é o caso do porpoising que aterrorizou as equipas nos testes de pré-temporada na Catalunha, no ano passado, e que se prolongou até perto do fim da temporada.

A temporada de 2023 do campeonato do mundo de Fórmula 1 vai contar com 23 etapas, em 4 continentes diferentes, acabando a 26 de novembro em Abu Dhabi com a coroação do novo campeão do mundo. Das 23 corridas destaca-se o regresso do Qatar e a novidade “Formula 1 Heineken Silver Las Vegas Grand Prix 2023” no fim de semana de 16 a 18 de novembro, a última ronda no continente americano.

Se os carros só voltam a rodar oficialmente no dia 23, as equipas já tiveram a oportunidade de fazer o shakedown e de os apresentar ao publico. Já é possível especular aquilo que cada equipa pode alcançar esta temporada.

Red Bull

As espectativas estão altas para a atual detentora do campeonato de construtores e de pilotos. Mantendo a sua dupla, Max Verstappen e Sergio Pérez, a marca de bebidas energéticas inicia a sua primeira temporada sem o seu patrão máximo Dietrich Mateschitz. Após o falecimento do austríaco foram muitas as dúvidas que se geraram em torno do futuro da equipa, mas, ao que tudo indica, a marca austríaca continuará a funcionar normalmente.

Esta temporada a Red Bull terá de lidar com as sanções impostas pela Federação Internacional do Automóvel (FIA). Após ter excedido o teto orçamental definido para a época transata, a marca sediada em Milton Keynes, verá limitado o orçamento, tal como o número de horas em túnel de vento.

Se a nível monetário as sanções não deverão afetar a equipa, a limitação da utilização de um mecanismo de desenvolvimento tão importante como é o caso do túnel de vento poderá trazer algumas dificuldades no desenvolvimento aerodinâmico do carro ao longo da temporada. No entanto, uma vez que o RB19 começou a ser desenvolvido no ano passado, a equipa de Helmut Marko e de Christian Horner deve começar o campeonato como a equipa mais forte.

Max Verstappen é o principal candidato a conquistar o campeonato e deverá contar com a preciosa ajuda de Sergio Pérez, apesar de a relação entre os pilotos da Red Bull não estar na sua melhor fase. Relembre-se que no final de 2022, Checo acusou Max de não o ajudar a lutar pelo vice-campeonato que viria a ser conquistado por Charles Leclerc.

Ferrari

A Scuderia italiana com base em Maranello procura recuperar o título de construtores que lhe escapa desde 2008. Também o título de pilotos é um objetivo. Charles Leclerc parece ser a maior aposta da Ferrari para esta époc, visto pelos tiffosi. e por uma grande parte da estrutura ferrarista, como o grande candidato para trazer de volta à marca o título que lhe escapa desde 2007, altura em que Kimi Raikkõnen conquistou o seu único campeonato do mundo.

Contudo, nunca é de descartar Carlos Sainz. Vindo de uma família de pilotos é comparado ao seu pai pelo seu foco e consistência. Nunca dá nada por perdido. É uma opção muito válida para a Ferrari e deseja-se, para bem do espetáculo, uma época mais competitiva para Sainz.

É na Ferrari que se observa a maior mudança de liderança. Após a saída de Mattia Binotto do cargo de team principal é a vez de Frédéric Vasseur assumir o comando da marca fundada por Enzo Ferrari. Binotto foi forçado a assumir as culpas da falta de organização que caracteriza a estrutura da Ferrari nos últimos anos. Mais do que um carro pouco competitivo, o principal erro da Ferrari foi a sua falta de organização. Erros estratégicos e de operacionalização do carro em pista. Assim, o maior desafio de Vasseur é “arrumar a casa” e criar bases que permitam à Ferrari maximizar o potencial do carro em todas as corridas e tornar-se uma séria candidata a conquistar o campeonato em 2023.

Na época do folclore a Ferrari é a vencedora. É unânime entre os fãs de Fórmula 1 que a marca italiana teve a melhor apresentação desta pré-temporada. Num shakedown aberto ao público a Scuderia Ferrari mostrou a sua “máquina” para 2023. Os pilotos mostraram-se ansiosos por pilotar o SF-23.

É sempre difícil prever aquilo que a Ferrari pode fazer. Só no final do primeiro grande prêmio é que se poderão começar a tirar conclusões e a perspetivar o curso da temporada.

Mercedes

Depois de uma época sofrível é expectável que a Mercedes volte à constante luta por vitórias e pelo campeonato. Acabou a época passada com um excelente desempenho. Não só venceu o grande prêmio do Brasil como fez o “um dois” com George Russel e Lewis Hamilton, respetivamente. Vai manter a sua dupla de pilotos por pelo menos mais uma temporada.

As primeiras voltas do W14 ocorreram sem qualquer problema como habitual no traçado de Silverstone, apesar das condições meteorológicas adversas que caracterizam o circuito que sedia o GP da Grã-Bretanha.

A equipa germânica está “nas bocas do mundo” depois de uma temporada de 2022 pouco conseguida. Toto Wolff, team principal da Mercedes, aquando da apresentação do carro, tentou conter os ânimos referindo que a sua equipa está a tentar alcançar o topo, apontando a Red Bull como o alvo a abater.

Se a Ferrari surpreendeu o mundo da f1 pela sua apresentação, a Mercedes destacou-se pelo regresso à cor preta para fins de performance. Os engenheiros de Brackley (fábrica da Mercedes onde se produz o chassi) acreditam que o regresso ao preto vai ser uma mais-valia para a equipa na temporada que se avizinha.

A principal dúvida que se tinha até à apresentação do carro era se o W14 ia continuar a ter a filosofia “zero-pod” que caracterizou o insucesso do W13. Ao que tudo indica sim. Contudo, Toto Wolff afirmou que com o decorrer das primeiras provas o desenho dos sidepod irá se alterar.


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