Luís Filipe Vieira procura o novo timoneiro que se segue a Bruno Lage e nós propomos três sugestões que se encaixam no perfil do SL Benfica. Qual pode ser a escolha mais acertada?
Luís Filipe Vieira procura o novo timoneiro que se segue a Bruno Lage e nós propomos três sugestões que se encaixam no perfil do SL Benfica. Qual pode ser a escolha mais acertada?
O SL Benfica abre um novo capítulo em 2020, com a saída de Bruno Lage do comando técnico dos "encarnados". Mas o treinador realmente foi vítima ou culpado desta decisão de Luís Filipe Vieira?
O treinador do SL Benfica tem condições para ficar mesmo que conquiste o bicampeonato? Ou não é o técnico necessário para o projecto de Luís Filipe Vieira
O Benfica tem sentido dificuldades em confirmar o seu domínio total em Portugal e em fazer boa figura na Europa. O que falta aos encarnados para o conseguir?
A Liga Europa está aí à porta e há muito tempo que não tínhamos quatro equipas nesta fase da prova. Por sinal os quatro primeiros classificados da primeira liga não só neste momento mas como tem sido habitual. Haverá força para conquistar a Europa?
No que diz respeito ao sorteio houve sorte diferentes para as equipas portuguesas. Benfica e Porto com equipas experientes que vão no mínimo dividir as possibilidades de passagem, o Braga tem tudo para se superiorizar a uma equipa que deu muita luta ao Porto na fase de grupos, e o Sporting se estiver ao seu melhor nível tem muitas hipóteses de afastar uma das equipas teoricamente mais acessíveis e menos experientes da prova.
O Sporting, que ficou em segundo lugar no seu grupo, foi o que lhe saiu o adversário mais acessível, embora estejamos a falar do actual segundo classificado do campeonato turco. No entanto, tendo em conta os adversários que lhe podiam calhar é o que menos se pode queixar… da sorte! No entanto, tendo em conta a época que está a correr, seja talvez o representante em português com menos potencial, ainda mais com a saída do capitão Bruno Fernandes.
O Istambul, embora sem grandes pergaminhos nestas andanças, está a fazer uma excelente época tanto a nível interno como na Europa. No campeonato está a disputar o título e na fase de grupos ficou em primeiro num grupo difícil com os favoritos Roma e Borussia Monchengladbach. No entanto, todos sabemos que a experiência é algo que conta muito nestas fases mais avançadas na prova, mas um Sporting unido que consiga apresentar um nível semelhante ao que apresentou nos clássicos contra Benfica e Porto, tem boas hipóteses de passar a eliminatória.
Mesmo não tendo aquele que era de longe o jogador mais influente nos últimos anos, o melhor 11 do Sporting com Vietto e com os dois centrais disponíveis e com Battaglia em boas condições físicas terá hipótese para no mínimo lutar taco-a-taco com os turcos.
É verdade e não só de agora, pois nas competições europeias este Braga tem sido super, já tinha sido super com Sá Pinto irrepreensível. O problema era a nível interno, e agora até aí tem sido extraordinário. Com Rúben Amorim, apenas cedeu um empate caseiro, venceu a Taça da Liga e já ganhou duas vezes ao Sporting e Porto.
Mais recentemente venceu o Benfica em pleno Estádio da Luz, tal como já tinha vencido no Dragão. Teve a sorte do jogo? É verdade. Mas para se ter sorte é preciso procurá-la e o Braga, que muitas vezes vacilava nos duelos com os grandes, tem-se mostrado um equipa adulta em todos os momentos do jogo e na maior parte dos 90 minutos. E isso, tem feito a diferença, além das mudanças tácticas, a mentalidade dos jogadores.
Depois de uma fase de grupos que ficou em primeiro lugar, saiu-lhe em sorte o Rangers de Gerrard. Não sendo um nome assustador, a equipa escocesa esta época deu muita luta com o Porto e chegou a até a superiorizar-se em ambos os jogos. No entanto, o melhor Braga, este Braga, tem mais futebol que este Rangers, e saindo da Escócia com um bom resultado, terá tudo para mostrar que é mais forte na segunda mão.
E se Rúben Amorim conseguir manter um nível alto nas duas frentes, podemos estar aqui perante um caso sério, como até já foi previsto num artigo aqui escrito.
As equipas portuguesas nunca costumam ter vida fácil diante os alemães. A história mais antiga ou mais recente é prova disso. Mas se há clube que já venceu os alemães, o Porto é um deles. E este Porto de Sérgio Conceição parece ter sete vidas. Ainda há duas semanas parecia acabado e agora está cada vez mais próximo do primeiro lugar com uma vitória diante do Benfica e do Vitória de Guimarães.
Parece estar num momento crescendo e com alguns jogadores à aparecerem muito bem nesta fase da época, como é o caso de Sérgio Oliveira. Importante seria contar com Pepe em boas condições físicas para dar aquelas experiência e voz de comando que por vezes tem faltado à equipa, e ainda é mais importante, nestes desafios europeus.
O Bayern Leverkusen, é uma das boas equipas alemãs e uma habitué nestas andanças europeias. Está a fazer um boa época com comprova o actual quinto lugar a 6 pontos do líder Bayer. Na fase de grupos da Champions não conseguiu superiorizar-se aos favoritos de Juventus e Atlético de Madrid, garantindo a terceiro lugar à frente do Lokomotiv de Moscovo.
Espera-se um jogo equilibrado em que os pequenos detalhes irão definir o vencedor.
Certamente que há duas semanas a confiança era outra. A equipa a jogar bem ou pelo menos qb e com a moral em cima. Duas semanas depois parece passar por uma crise de confiança com (e pelas) derrotas seguidas diante de Braga e Porto. As exibições não foram péssimas mas os resultados sim. e vantagem que tinha esfumou-se num ‘piscar de olhos’.
Contra aquele que tem sido o crónico campeão ucraniano, uma equipa com um projecto bem definido desde há muitos anos que privilegia o bom futebol. Depois de muitos anos com Lucescu na liderança, a aposta tem recaído em treinadores portugueses. Depois do excelente trabalho de Paulo Fonseca, aposta recaiu em Luís Castro que tem mantido a equipa ao nível que a tem caracterizado na última década. Presença assídua na Liga dos Campeões, nem sempre as boas exibições têm acompanhado os resultados… e caiu uma vez mais para a Liga Europa, onde será um dos candidatos.
Em teoria, seria um jogo com 50 por cento de hipóteses para cada lado, no entanto, não sabemos que Benfica vamos encontrar, ainda por mais, estando na pior fase do campeonato em termos de resultados. O nível de concentração geral da equipa baixou consideravelmente e confiança no último terço caiu muito, e isso notou-se bem nos últimos jogos.
Já não falando da época passada, o melhor versão do Benfica desta época tem muito boas hipóteses de passar. Mas, para começar, na sempre difícil deslocação à Ucrânia, de fazer um resultado que lhe permita disputar a eliminatória em Lisboa.
Como diria um lendário capitão do Porto, “prognósticos” só no fim do jogo, mas os últimos, feitos aqui neste espaço, não foram nada maus. Desta forma, eis os prognósticos em percentagem, da probabilidade de as equipas nacionais seguirem em frente, tendo em conta o momento actual das equipas e a qualidade do adversário.
Braga 65% – Sporting 60 % – Porto 55% – Benfica 50%
O avançado deixou o SL Benfica pelo mesmo valor pelo qual chegou, levantando várias questões sobre o negócio. Raúl de Tomás valeria realmente 20M€ em Agosto 2019 e Janeiro 2020?
O ano de 2019 chegou ao fim e há muitos momentos para recordar, fique aqui com alguns dos principais jogos que marcaram o futebol em Portugal no ano de 2019!
Portugal volta a ter 4 equipas na fase a eliminar da Liga Europa depois de ter conseguido esse feito em 2010/2011. Nesse ano deu final portuguesa, como será desta vez?
Se no futebol a expressão “passar do 8 ou a 80” encaixa que nem uma luva, a análise a um treinador de futebol, aos olhos dos adeptos, pode facilmente ir do “-8 ao 800”. Muitas vezes no espaço de seis meses, 30 dias, ou mesmo um jogo. Qualquer treinador tem que ter essa noção, que o digam Bruno Lage, Fernando Santos e Sérgio Conceição, que constantemente passam de bestiais a bestas, e vice-versa.
Era uma vez um menino que sonhava ser jogador de futebol… Era uma vez um menino que sonhava… Era uma vez um que sonhava ser treinador de futebol.
O futebol sempre ocupou o imaginário de muito jovens, que se imaginam a jogar lado a lado, em pleno relvado, com os craques que os fazem vibrar. No entanto, esse paradigma, sofreu alterações, e ao longo das últimas duas décadas, esse sonho não se cinge apenas dentro das quatro linhas. Ao ‘sonho de menino’ de ser jogador profissional de futebol, juntou-se a aspiração de ser treinador. A isto muito se deve ao crescimento mediático e ao aumento da influência (e importância dada) ao treinador.
“Agora qualquer miúdo quer ser treinador de futebol. Qualquer ex-jogador de futebol quer ser treinador de futebol. Muitos estudantes de motricidade humana querem ser treinadores de futebol. É normal sonharem chegar ao topo, a concorrência é muita e subir a pulso na carreira é cada vez mais difícil.” (Vítor Oliveira)
Casos de sucesso como o de José Mourinho, ajudaram muito a que ser treinador se tornasse tão ‘sexy’ como ser jogador. Não é por acaso, que surgem cada vez mais jovens a apostar na carreira de treinadores ainda muito jovens, e direções dos clubes a dar oportunidades a estes. No entanto é um percurso bem difícil, principalmente nos primeiros anos, até se conseguir atingir estabilidade.
“É preciso ter alguém ao nosso lado que compreenda esse nosso sonho. Anos a investir numa carreira que pode nunca chegar a compensar.” – Paulo Fonseca
Para um treinador, os conhecimentos tácticos são a valência mais importante, mas que precisam de outras características tão transversais quanto fundamentais. Entre elas a capacidade de liderança:
“Eu peguei numa equipa que ganhou tudo. Nunca tinha treinado na primeira liga, e gerir aqueles jogadores que queriam sair e pensaram que isso não aconteceu por causa de ti, não é fácil. Com muitos foi ali bater quase de frente” – Vítor Pereira (quando assumiu o comando técnico do Porto)
No entanto essa capacidade de liderança tem que ser adaptada ao contexto da equipa que se vai treinar. Paulo Fonseca percebeu isso após chegar (talvez cedo demais) a uma equipa grande como o Porto. É importante que ao longo da carreira os erros definam uma aprendizagem, tornando o treinador mais capaz para se adaptar ao clube no qual se trabalha. Depois do Porto, Paulo Fonseca voltou ao Paços, e partir daí tem estado sempre em crescente: Braga, Shaktar e agora Roma.
“Eu acreditava numa liderança que podia resolver tudo de uma forma aberta, mas principalmente num grupo da dimensão do FC Porto, não tens que abrir discussão a nada. Tem de ficar bem explícito quem manda.”
Em equipas grandes o ganhar é o mínimo que os adeptos exigem. Se a pressão já é muita quando se ganha, quando se perde aumenta muito mais. Por isso é que muitas vezes quando se entra num espiral negativo de resultados é difícil inverter. Por isso, num equipa ganhadora, é importante evoluir e exigir quando se ganha para evitar potenciais relaxamentos.
“Quando ganhas ficas menos atento ao processo. É nas vitórias que tens que aumentar exigir mais da equipa.” (Carlos Carvalhal)
Numa altura em que o acesso a informação é cada vez mais maior, pede-se também que o treinador seja cada vez mais pró-activo. Que seja um criador de novas soluções, e preparar a equipa para ultrapassar as adversidades em qualquer um dos momentos do jogo. Tentar replicar um trabalho de sucesso de um treinador num determinado clube está longe de ser meio caminho andando para o sucesso num outro clube.
“Se eu falar com um treinador jovem, ele vai-me ouvir e pensar nos pontos que lhe falei. Mas ele deve refletir e não copiar. Só faz sentido ele implementar as suas próprias ideias.” (Vítor Pereira)
Seja um treinador mais ou menos experiente, ex-jogador de valor ou mais desconhecido, mais duro ou mais ‘gentleman’, com um estilo de futebol mais rendilhado ou mais directo, todos são alvos da impaciência dos adeptos.
Sérgio Conceição, foi um jogador de nível internacional e conhecido por todos. Um extremo intenso, rápido e com uma raça inconfundível. Depois de uma carreira de treinador em crescendo, chegou ao seu clube do coração: o FC Porto. Numa altura em que o clube precisava de um novo rumo, intervencionado pela UEFA e a precisar de reaproveitar jogadores emprestados, a direção do Porto apostou no que denominam de “treinador à Porto”. Mesmo após uma primeira época de sucesso, não foi preciso muito para os adeptos começaram a criticar. Pedem mais qualidade de jogo, dizem que é um futebol demasiado directo, sempre à procura da profundidade e demasiado dependente das características físicas dos jogadores. Mas este estilo de jogo sempre a imagem das equipas de Sérgio Conceição, inclusive na época de estreia quando foi campeão e idolatrado pelos adeptos.
Muitas dessas críticas começaram a surgir, quando há um ano, o criticado Rui Vitória é despedido e surge Bruno Lage como timoneiro do Benfica. Um treinador com historial nas camadas jovens do Benfica e com experiência internacional como adjunto de Carlos Carvalhal. Entrou num contexto difícil, mas após a primeira vitória embalou no campeonato e até ao fim apenas perdeu 2 pontos, foi inclusive ganhar ao estádio do Dragão, e tornou-se campeão nacional. Com um futebol ofensivo, rendilhado e com muitos golos, Bruno Lage foi promovido a herói pelos adeptos do clube como se de um treinador imbatível se tratasse.
Ambos tiveram excelentes épocas de estreias, mas a memória dos adeptos é curta, e como em certo momento (em alturas diferentes), Sérgio Conceição e Bruno Lage pareceram quase imbatíveis, basta as equipas não estarem nesse máximo já visto, para serem criticadas… mesmo com “dragões” e “águias” a terem mais pontos que na época passada por esta altura (Porto +1, Benfica +7).
“Para muitos estamos acima das expectativas, para outros estamos abaixo, mas para estes estamos abaixo porque fomos nós que elevamos a bitola” – Miguel Valença, protagonista na reportagem original do Canal 11 “O Treinador”.
Com carreiras europeias abaixo das expectativas, no campeonato, Benfica e Porto estão nos lugares cimeiros. Bruno Lage apenas perdeu 3 pontos, numa derrota com Sérgio, que perdeu na jornada inagural com o Gil Vicente e empatou na deslocação ao terreno do Marítimo.
Só um dos dois poderá ser campeão, e o que não o for, os adeptos facilmente vão esquecer tudo o que de bom já fizeram. Nem um nem outro são tão bons como os adeptos por momentos acreditaram, mas são muito melhores do que aquilo que se vai ouvindo por aí.
“As pessoas não percebem que entre o ganhar e o perder está uma linha finíssima. Entre o sucesso e o insucesso essa linha também é muito fina e que vamos chegar ao final da época com uns a rir, outros a chorar, outros assim-assim. Mas passar de um mês começa um novo campeonato e os sonhos renascem. É esta a magia do futebol.” – Vitor Oliveira
Fernando Santos e a sua carreira na seleção foi um tema que já abordei no Fair Play – ler artigo aqui – devido às inúmeras críticas que vai recebendo por parte do adeptos. Alguns dirão… “Como é possível o único treinador que trouxe títulos para Portugal ser tão criticados?” Outros criticam… “Foi campeão europeu com sorte!” ou “Um campeão europeu tem de jogar muito mais”. Eu prefiro lembrar-me do que Fernando Santos disse no primeiro dia: “Com os jogadores que temos se formos mais pragmáticos ganharemos títulos importantes”. E não é que… Não será dos melhores estrategas entre os melhores treinadores, mas parece ser um excelente líder e condutor de homens (algo ainda mais fundamental numa seleção). Aliás, Ricardo Quaresma não tem dúvidas disso, como se pode ver no vídeo abaixo:
O futebol é uma daquelas coisas da vida que tem a capacidade de puxar o lado mais irracional das pessoas, seja para o bem, seja para o mal. Para concluir, deixo duas citações, a primeira (principalmente) para os treinadores, a segunda, para todos nós.
“Os que agora te insultam amanhã estão-te a aplaudir” (Paulo Fonseca)
“O futebol é a coisa mais importante, entre as coisas menos importante da vida.” (Vítor Oliveira)
Está de volta, a rubrica dos flops em Portugal. Desta vez, vindo do futebol brasileiro, é Felipe Menezes quem vamos recordar.