Os 3 Grandes Portugueses são constantemente obrigados a mutações no plantel. Aqui, apresentamos 8 jogadores que podem assumir-se como um investimento interessante do ponto de vista desportivo e financeiro.
Os 3 Grandes Portugueses são constantemente obrigados a mutações no plantel. Aqui, apresentamos 8 jogadores que podem assumir-se como um investimento interessante do ponto de vista desportivo e financeiro.
Mais do mesmo. A primeira volta da Liga SportZone trouxe os suspeitos do costume ao 1º lugar, o Sporting CP, seguidos por SL Benfica a 3 pontos, e com um Braga cada vez mais consolidado na 3ª posição, o Campeonato Nacional de Futsal parece cada vez mais destinado a repetir-se, ano após ano. O que poderemos então esperar e ansiar para a segunda metade da Liga SportZone?
As últimas temporadas no Futsal Português têm sido presenteadas com dois fatores comuns: qualidade e previsibilidade. Qualidade de todos os intervenientes, que tornam a Liga Portuguesa cada vez mais apelativa e mais desafiante, e previsibilidade, uma vez que o título com certeza rodará entre dois clubes, SL Benfica e Sporting CP, com este último a dominar largamente o panorama nacional futsalístico dos últimos anos.
Volvidas 15 jornadas, sensivelmente metade do número de jornadas da fase regular, a classificação é a seguinte:
Que ilações podemos retirar?
O Sporting CP tem sido o carrasco dos últimos anos para o SL Benfica. O plantel absolutamente incrível dos leoninos tem garantido uma total hegemonia a nível interno, bem como a 2ª presença consecutiva na final four da UEFA Futsal Cup. Contudo, apesar da superioridade no confronto direto, o SL Benfica apresenta-se, à 15ª jornada, a apenas 3 pontos do Sporting CP, com apenas menos 1 golo que o adversário em diferença de golos, com mais 2 golos marcados mais 3 sofridos.
Será este o ano em que Joel Rocha conseguirá provar o valor da sua equipa e que o título de 2014/2015 não foi apenas um percalço para a equipa de Nuno Dias?
A equipa da Luz reforçou-se muito e bem, fazendo com que as palavras de Joel Rocha acerca do “plantel internacional” do Sporting CP pareçam apenas uma desculpa para o mau resultado. A perda de Elisandro e a consequente perda de qualidade no jogo de Pivôt foi compensada com a contratação de dois Pivôts de enorme qualidade: Deives Moraes (melhor marcador da Liga SportZone ao momento) e Raúl Campos. Para além disso, as contratações de Roncaglio, André Coelho e Tiago Brito permitem uma maior rotatividade dentro de campo e o uso de um sistema tático muito mais dinâmico e adequado às exigências atuais do futsal. Por outro lado, Robinho veio trazer aquele acrescento de qualidade individual que pareceu sempre faltar à equipa encarnada. A lesão de Chaguinha limitou as esperanças encarnadas, mas a contratação no mercado de Inverno de Fernandinho parece colmatar essa deficiência.
Apesar disto, o Sporting CP parece, acima de tudo, mais equipa que o SL Benfica. Se é verdade que em termos de 5 inicial, a diferença entre ambos os plantéis se dissipa, o plantel sportinguista, no seu todo, é muito mais completo e carrega mais qualidade que o do rival. Para além disso, gostando-se ou não do estilo de Nuno Dias, a equipa leonina é a equipa que melhor futsal pratica em Portugal.
A enorme temporada de 2016/2017 do SC Braga/AAUM teve um preço: o desfalque do plantel. Os jogadores de maior qualidade foram praticamente todos “roubados” por SL Benfica e outros grandes clubes, sendo que a lesão de Vítor Hugo não veio ajudar as esperanças dos arsenalistas.
Quem soube aproveitar esta quebra inevitável foi o Futsal Azeméis, que se reforçou com qualidade e procura agora lutar pelo 3º lugar, ainda que esteja a 6 pontos dos minhotos. O mesmo se pode dizer do Modicus, que segue o seu percurso de ascensão na escadaria do Futsal português, com mais uma presença nos play-offs bem encaminhada.
Partindo do pressuposto que tanto Sporting CP, SL Benfica, SC Braga/AAUM e Futsal Azeméis e Modicus estarão no play-off (salvo uma segunda volta catastrófica), os últimos 3 lugares do play-off serão decididos, essencialmente, entre 5 equipas: Belenenses, AD Fundão, Rio Ave, Unidos Pinheirense e Burinhosa.
A maior surpresa pelo seu modesto 11º lugar, será o Burinhosa, uma equipa que tem vindo a instalar-se no panorama nacional de futsal e que este ano sofreu uma pequena quebra. Tanto o Belenenses como o AD Fundão serão, à partida, presenças consensuais no play-off, bem como o Rio Ave, que parece estar bem encaminhado para a participação na fase final da competição, fazendo justiça a uma participação que peca por 1 ano.
Olhando atualmente para a classificação, parece natural considerar o Desportivo das Aves como o maior candidato à descida. Por outro lado, espanta ver o Leões de Porto Salvo, com figuras como Bebé, Teka, Ré, João Marçal e João Silva nos seus quadros, tão mal classificado e apenas com 11 pontos.
Olhando para a tabela classificativa, o maior candidato à descida, a par com o Desportivo das Aves, será o Fabril Barreiro. Isto devido à sua subida à Liga SportZone na época transacta e devido aos 80 golos já sofridos na atual época.
O mercado de Inverno irá, com certeza, trazer muitos outros desenvolvimentos quanto à composição dos plantéis para atacar a 2ª metade do Campeonato. Os dois primeiros lugares serão, com 99,9% de certeza, atribuídos aos dois rivais lisboetas. O interesse estará, certamente, em saber quais as 3 últimas posições de acesso ao play-off e quem irá descer. Mas não se enganem, a Liga SportZone continua com uma qualidade altíssima e a rivalizar com as maiores ligas europeias!
O velho ditado “Não se mexe em Equipa que ganha” será com certeza verdade a curto/médio-prazo. Contudo, poucos serão os casos de equipas que mantiveram a sua hegemonia durante anos a fio sem alterações mais ou menos constantes nos seus elementos. A manutenção de um núcleo duro de jogadores Encarnados (Luisão, Jonas, Paulo Lopes, Eliseu) serve o propósito de garantir estabilidade com a ascensão de jogadores jovens. Mas até que ponto é que estes jogadores poderão determinar o rendimento de uma equipa, mesmo que não joguem? E, acima de tudo, serão capazes de suplantar o treinador e impôr a sua vontade e ideais? Terão a atitude necessária para atingir o Penta?
Ancelotti, Mourinho e Ranieri. O que têm em comum estas duas figuras diametralmente opostas em termos de gestão de balneário? Apesar dos seus sucessos enquanto timoneiros de Bayern, Chelsea e Leicester, todos sofreram a “machadada” final após conquistarem o título de Campeões das respetivas ligas.
Não só têm em comum a conquista de títulos, mas também a queda abrupta de rendimento de alguns dos seus jogadores nucleares: Muller, Boateng, Robben, Diego Costa, Hazard, Fabregas, Vardy, Mahrez, Morgan. Parece pouco provável que todos estes enormes jogadores tenham “desaprendido” o jogo e que o tenham “reaprendido” assim que os seus treinadores foram despedidos. Existiu, de forma mais ou menos concertada, de forma mais ou menos planeada, uma tentativa por parte dos jogadores de mudar o “homem do leme”.
Este introito permite-nos estabelecer, de forma mais ou menos evidente, uma clara relação entre estes casos e o atual SL Benfica de Rui Vitória. A questão tática de disposição de jogadores [ver aqui], seja num 4x4x2, num 4x3x3 ou num 4x2x3x1, assume um plano secundário desde que exista um modelo geral de jogo, noções básicas de como se deve comportar cada jogador em determinadas situações. Se nos parece mais ou menos óbvio que Rui Vitória não é um treinador primoroso na concepção de um modelo de jogo e no seu trabalho, parece evidente que a maior valência do timoneiro ribatejano será a gestão de balneário. Mas será que a gestão de Rui Vitória está a resultar esta época?
Se em épocas passadas os jogadores chamados à titularidade por Rui Vitória correspondiam com boas exibições, parece evidente que a maioria dos jogadores que constitui o banco de suplentes do SL Benfica não tem aproveitado as oportunidades que lhes são concedidas.
Rafa, Samaris, Seferovic e Douglas são exemplos de jogadores que simplesmente não têm estado, ou não têm essa capacidade, ao nível exigido para jogar no Tetracampeão nacional. Poderá ser argumentado que estes jogadores não tiveram um conjunto de jogos suficientemente grande e em sequência para poderem mostrar todo o seu valor. Por outro lado, poderá também ser argumentado que o seu nível de desempenho é, em muitas vezes, tão baixo que só poderá ser explicado por um total descomprometimento tático com as ideias da equipa, bem como níveis de concentração reduzidos.
No extremo oposto, encontraremos apostas sem nenhum tipo de justificação e, muitas vezes, continuadas em jogadores que mostraram muito pouco ou até nada ao serviço da equipa [ver aqui]. Diogo Gonçalves tem o condão de ter ultrapassado Cervi, Zivkovic, Rafa e Gabigol sem nunca ter feito exibições que o justificassem. Não impediu a sua titularidade contra o Manchester United e em vários outros jogos até o técnico encarnado ter percebido que o seu contributo para a equipa seria pouco mais que zero. Por outro lado, Felipe Augusto é uma velha “paixão” de Rui Vitória, que gozou de um estado de graça desde a sua chegada, tendo feito inúmeras partidas abaixo de um nível mínimo exigido e apenas sido relegado para a bancada após “desentendimentos” com o público encarnado.
As palavras proferidas por Rui Vitória na Conferência de Imprensa demonstram bem uma tendência encarnada para claudicar nos momentos decisivos. Desde a horrorosa campanha europeia, passando pela eliminação da Taça de Portugal e da Taça da Liga, a equipa da Luz parece ser incapaz de segurar vantagens e de garantir níveis de controlo e concentração ao longo dos 90 minutos. Se por um lado poderá existir uma certa displicência na forma como se abordam os momentos de vantagem no marcador, existirá também um fator decisivo que provém de uma filosofia de jogo pouco definida e trabalhada: o cansaço.
À medida que o jogo avança, o cansaço físico e psicológico interferem com as capacidades de um jogador decidir bem em dado momento, toldam a sua inteligência e limitam o seu desempenho. Se, por detrás deste processo natural, existirem poucos mecanismos de compensação através de movimentos sistematizados, todos os erros serão amplificados e, até, coletivos. Assim se explicam as derrotas contra Basileia, CSKA de Moscovo, o empate com o Portimonense, entre muitos outros resultados negativos desta época.
Que o modelo de jogo do SL Benfica é parco, já o discutimos aqui anteriormente. Que o plantel do SL Benfica está recheado de qualidade, também parece inegável. Então, o que se passa no Reino da Luz?
Fazendo a ponte com o início deste texto, parece cada vez mais claro que o núcleo duro de jogadores encarnados está em fim de ciclo, não tendo sido o seu declínio devidamente acautelado, e que os jogadores simplesmente “desaprenderam” o jogo.
Pizzi não foi o melhor jogador da Liga NOS da época passada por engano: a sua criatividade, passe e poder de chegada à área fazem do médio transmontano um dos valores maiores do nosso pobre campeonato. Contudo, este ano temos visto um Pizzi pouco comprometido defensivamente, recuperando a passo após perder a posse de bola, sem capacidade de ocupação de espaços defensivos, sem critério na própria construção. Para adensar o mistério, as suas substituições e reações intempestivas (veja-se o caso no Dragão), demonstram um mau-estar evidente de Pizzi relativamente à equipa técnica.
Esta falta de comprometimento, principalmente no momento de transição defensiva, fazem com que o Benfica seja, muitas vezes, uma equipa partida, com 5 jogadores a atacar e 5 jogadores a defender, com os primeiros a recuperar a passo. Por muito em baixo de forma que certos jogadores possam estar, será mesmo necessário relembrar que Pizzi foi o melhor jogador da Liga NOS do ano passado, que Samaris foi o “6” titular com JJ à frente de Fejsa na sua última época, que Jardel fez com Luisão uma das melhores duplas de centrais dos últimos anos em Portugal e que Seferovic iniciou a época de forma fulminante?
Ao exemplo de Pizzi pode juntar-se a saída abrupta de Luisão aquando da sua lesão em Vila do Conde (um capitão não aguentaria até aos 90 minutos, pelo menos?), a postura da equipa contra o Basileia na Luz (onde deveriam pelo menos ter obtido 1 ponto para salvar a honra), entre outros episódios lamentáveis da já desastrosa época.
Terá Rui Vitória perdido completamente o balneário? Será que a vontade dos jogadores será de “chutar” o timoneiro para fora da equipa e dar assim um novo rumo, novas ideias e novas esperanças? Algo precisa de mudar no Reino da Luz e Janeiro é o mês ideal.
Humilhados na Champions League, já com mais derrotas do que em toda a época passada e o 3º lugar na Liga, onde irá parar o Benfica?
A época do SL Benfica não tem sido, até ao momento, brilhante. Mais do que os resultados, a equipa de Rui Vitória apresenta um futebol muito pobre, aos solavancos, mais dependente da qualidade individual dos seus extraordinários intérpretes do que de um plano pré-definido. Mas em Guimarães, pareceu ver-se, a espaços, um novo modelo para a equipa encarnada. Será este o caminho?
Nílson Miguel é hoje um dos esteios do SC Braga/AAUM. Uma entrevista exclusiva com um dos melhores intérpretes portugueses da modalidade.
Rui Vitória utilizou até ao momento 26 jogadores de um plantel de... 26 jogadores. Esta rotação "a la Guardiola" começa a dar mais dores de cabeça do que benefícios e esta fórmula, usada pelo técnico na 1ª temporada parece já não surtir efeito.
Rafa Silva surge como o grande investimento do clube da Luz na época de 2016/2017. Pouco mais de um ano e cerca de 40 jogos depois, começa a parecer claro que o extremo é um "flop" dispendioso. Mas, uma vez que talento não lhe falta, como poderá ser explicado este eclipse do extremo português?
Há 11 anos atrás, o futebol era diferente. Menos pensado, menos mecanizado, talvez mais apaixonante para alguns. Os intérpretes mudaram e fica apenas a marca da História. É graças a jogos como estes que podemos reviver tempos de Glória que julgávamos idos. Regressemos à época 2006/2007 e analisemos como era o Mundo Futebol, na altura.
Plantéis equilibrados, pequenas diferenças em jogadores chave que, num desporto tão rápido e mecanizado como o Futsal, poderão fazer a diferença e tombar o marcador para as suas equipas.