Arquivo de US Open - Página 2 de 3 - Fair Play

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André Dias PereiraMaio 17, 20202min0

A suspensão do calendário de ténis foi prolongada até 31 de julho. Sem surpresa, aliás. A medida assumida pela ATP, WTA e ITF vinha ganhando força nas últimas semanas. Quer isto dizer que a paragem devido ao COVID-19 se prolonga mais 15 dias em relação à expetativa inicial.

Com isto, são afetados os torneios de Hamburgo (ATP 500) e os de Bastad (Suécia), Newport (EUA), Los Cabos (México), Gstaad (Suíça), Umag, Atlanta (EUA) e Kitzbuhel ([Austria), todos de categoria 250. No quadro feminino, as provas de Bastad, Lausanne (Suíça), Bucareste (Romênia) e Jurmala (Letónia), não vão acontecer, bem como os torneios da ITF.

Por enquanto, todos os torneios que acontecem a partir de 1 de agosto mantêm-se, entre eles o US Open. Certo é que em meados de Junho deve haver uma nova atualização. As entidades que regulam o ténis dizem que vão continuar a acompanhar de perto a situação.

Entretanto, recorde-se, os pontos e classificações dos torneios encontram-se congelados. Para já, a temporada de relva foi suspensa, com Wimbledon à cabeça. Uma decisão histórica que só encontra paralelo durante as guerras mundiais. No resto, Roland Garros deverá acontecer após o US Open.

Tal como nos outros desportos e sectores de atividade, este é um desafio à solidez do negócio em redor do ténis. A ATP tem procurado tranquilizar toda a gente, referido que o sistema é sólido e capaz de estar um ano parado. Mas não muito mais. Certo é que só após o regresso do ténis se poderá ter uma ideia mais exata. Até porque é necessário entender como o mundo vai funcionar após pandemia. Muito provavelmente haverá novas regras para assistir e jogar, como já acontece no futebol.

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André Dias PereiraAbril 21, 20202min0

A temporada de terra batida pode regressar em Agosto. Essa é, pelo menos, a expetativa do presidente da ATP Andrea Gaudenzi. A ideia é realizar nos últimos cinco meses do ano nada menos que 3 Majors e 6 Marsters 1000. Tudo dependerá da evolução do Corona Virus.

Recorde-se que a temporada de ténis se encontra suspensa, pelo menos, até 13 de Julho. O único Grand Slam jogado até agora foi o Australian Open. O torneio de Wimbledon foi cancelado e Roland Garros adiado. Da mesma forma, os masters de Roma e Madrid também deverão acontecer em Setembro ou Outubro.

A ATP mostra-se confiante que o US Open possa acontecer em Agosto, depois dos torneios de Toronto e Cinncinati. “O melhor cenário seria ter os torneios norte-americanos durante o verão, depois os torneios de terra batida, a temporada asiática e o ATP Finals. Se isso acontecesse, significaria que salvaríamos 80% da época”, afirmou Andrea Gaudenzi.

O presidente do ATP admite que o sistema é sólido e aguenta um ano sem torneios. Contudo, é preciso também pensar na abordagem que os jogadores vão ter para os torneios faltantes. Sem data definida regresso, a preparação fica altamente condicionada. Não se trata apenas da preparação física e mental. Sem calendário definido, não há como saber em que torneios investir, como o fazer e adaptar-se aos diferentes desafios. Uma hipótese levantada por Nadal e Djokovic é a possibilidade de jogar com os portões fechados. Ambos concordam que não é a situação ideal mas que estão preparados caso isso venha a acontecer.

Recorde-se que Novak Djokovic é o número um mundial mas a ATP congelou as classificações para impedir que o período sem ténis seja contabilizado. Nole soma 282 semanas como líder da hierarquia mundial.

Certo para já é o cancelamento da temporada na relva. Wimbledon, recorde-se só foi interrompido anteriormente pelas duas guerras mundiais.

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André Dias PereiraMarço 23, 20203min0

Com o planeta em quarenta praticamente todas as modalidades e grandes competições desportivas estão suspensas. No ténis não é diferente. Pelo menos até 7 de Junho não haverá qualquer competição. Isso quer dizer que a temporada de terra batida está cancelada. O único torneio nessa piso que deverá ser disputado é Roland Garros, adiado para o período entre 20 de setembro e 4 de outubro.

Certo é o cancelamento dos torneios de Munique, Estoril, Genegra, Lyon, Estrasburgo, Rabat, Madrid e Roma. Também Indian Wells e o ATP Miami foram cancelados por conta da situação nos EUA. Houston, Marraqueche, Barcelona Monte Carlo e Budapeste são outros torneios sem data prevista para esta época.  “Vamos continuar a monitorar cada dia e esperamos que o circuito retome quando a situação melhorar”, afirmou Andrea Gaudenzi, presidente da ATP em nota oficial.

O Estoril Open, que seria disputado entre 25 de abril e 3 de maio, também foi cancelado. João Zilhão, diretor da prova, diz que a competição só voltará em 2021, “mais forte e com mais novidades”. Todos os que adquiriram bilhetes serão ressarcidos. “Dia 25 de Março íamos anunciar imensos nomes que iam brilhar no nosso torneio. Fica adiada a festa”, comentou João Zilhão, já com datas definidas. Será entre 24 de Abril e 2 de Maio de 2021.

Com Roland Garros adiado para Setembro, o próximo Grand Slam será Wimbledon. Se nada houver em contrário, o circuito regressa com o ATP Estugarda, na Alemanha, a 8 de Junho. No mesmo dia arrancam o WTA Notingham e s-Hertogenbosch, na Holanda, que envolve torneios masculino e feminino.

Esta situação também condiciona os Jogos Olímpicos, caso venham a realizar-se. Isto porque os rankins que contam para o apuramento olímpico são os que vigoram a 8 de Junho. Não havendo jogos até lá, tudo indica que fica a valer os rankings atuais. Aliás, os rankings ATP, WTA e ITF estão congelados, o que significa que os jogadores vão manter suas posições até ao regressos das competições. Por saber está como esses pontos serão defendidos na próxima temporada.

Uma semana separa US Open de Roland Garros

A transferência de Roland Garros para Setembro gerou conflito com a data de outras competições. Uma delas é a Laver Cup, que se jogará em Boston. A organização já anunciou que não irá mudar as datas de 25 a 27 de Setembro. Outras provas afetadas seriam os torneios de Metz (França), São Petersburgo (Rússia), Chengdu (China), Sofia (Bulgária) e Zhuhai (China). Isto para lém de eventos da WTA em Guangzou (China), Seul (Coreia do Sul), Tóquio (Japão) e Wuhan (China).

Outro pontos relevante será entender como os tenistas vão fazer a transição entre o US Open e Roland Garros. Os dois Majors são separados por apenas 7 dias. Por se tratar de pisos diferentes, obrigam os jogadores a preparações diferentes. É possível, por isso, que alguns jogadores preparem o resto da temporada investindo em um dos dois torneios. Será, pois, interessante saber como Djokovic e Nadal, que lutam pela liderança mundial e perseguem Federer no total de Grand Slams, vão gerir essa preparação.

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André Dias PereiraSetembro 14, 20194min0

Não existe nenhum jogador com menos de 30 anos no circuito com vitórias em Grand Slam. A hegemonia do Big-3 continua intacta. Ao conquistar o seu quarto título US Open e o 19º Major na carreira, Nadal está agora a apenas um título de igualar Federer.

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André Dias PereiraAgosto 26, 20192min0

Arranca esta segunda-feira, dia 26, a 139ª edição do US Open. Sem surpresa, Novak Djokovic apresenta-se como o principal candidato à vitória final. Campeão em título, o sérvio venceu 4 dos últimos 5 Grand Slam e é líder do ranking mundial.

Vencedor das edições de 2011, 2015 e 2018 do US Open, Nolan tenta o inédito bicampeonato em Nova Iorque. Com 16 Grand Slam, o sérvio está a 4 de igualar Roger Federer. Em conferência de imprensa, Djokovic admite que esse é um objetivo “e uma responsabilidade”. Talvez por isso, aos 32 anos, Djokovic priorize já os Major na preparação de suas temporadas. Se olharmos para o ano de 2019, o sérvio venceu “apenas” três títulos. Para além de Wimbledon e Australian Open, Nolan ganhou o ATP 1000 de Madrid. Há uma semana, em Cincinatti, caiu nas meias-finais para Daniil Medvedev.

“Especialmente agora, os slams são basicamente o fundamental na forma como eu vejo o ténis. O meu foco principal é a forma de me preparar para eles”, explicou o sérvio.

Outro pormenor que sempre acompanhou Djokovic é a antipatia que recebe por parte do público. Sobretudo em relação a Federer e Nadal. Uma das explicações pode ser por ter entrado no circuito mais tarde e se tornado como que un anti-herói do suíço e do espanhol.

Federer e Nadal, os suspeitos do costume

Se há jogadores que podem travar Djokovic são Federer e Nadal. Sem surpresa, também. O espanhol entra em cena diante John Millman e vai evitar, na sua chave, o suíço e o sérvio. “Tenho de ganhar os meus jogos para ter uma vantagem. Só posso os enfrentar na final. Tenho muito trabalho antes disso para saber se é vantagem ou não”, constatou Nadal.

O espanhol falhou Cincinatti para se preparar para o US Open. Campeão em Montreal, Nadal diz estar “com boas sensações” para o US Open. Na base desse pensamento está o facto de não sentir mais dores nos joelhos, que tanto o têm afetado.

Também Roger Federer, 37 anos, é um eterno candidato ao título. O suíço reconhece que “vai ser difícil” reerguer o título que levantou pela última vez em 2008. A vitória sobre Rafa Nadal em Wimbledon reforça a confiança do suíço, que poderá ter que enfrentar Djokovic nas meias-finais se lá chegarem. A estreia será diante o indiano Sumit Nagal (190º).

Dominic Thiem, Daniil Medvedev, Alexander Zverev, Kei Nishikori e Stefanos Tsitsipas são, naturalmente, outros jogadores a seguir com atenção. Mas os três magníficos continuam a ser os principais candidatos. Até porque Zverev e Tsitsipas não atravessam a melhor forma, e o piso rápido não é o preferencial de Thiem.

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André Dias PereiraDezembro 13, 20187min0

Um ano que começou por ser de sonho terminou com mais interrogações do que certezas. Foi assim o 2018 de Roger Federer. Aos 37 anos, o multicampeão suíço não tem nada a provar. É o jogador com mais Grand Slam (20), o mais velho a vencer um Major e também a ser número um mundial. Mas até onde pode chegar o suíço? Tem condições para continuar a aumentar o seu legado em 2019?

Depois de um 2017 arrebatador, com sete títulos ATP, a expectativa era alta para saber se o helvético poderia recuperar a condição de número 1 mundial. Ou, pelo menos, voltar a ganhar um Grand Slam. E a resposta não poderia ter sido mais assertiva. Em Janeiro conquistou o Australian Open pela sexta vez, revalidando o título do ano anterior.  No mês seguinte regressou à condição de número 1 mundial. Tornou-se o mais velho de sempre a conseguir esse feito, após nova vitória (a terceira) em Roterdão. Federer estava em estado de graça. E as paragonas dos jornais eram retumbantes perante o crescimento da sua lenda.

Com Nadal em crescendo, mas longe do seu melhor, e Djokovic ainda há procura da melhor forma, Federer tinha em Del Potro e Cilic, nesta fase do ano, os seus grande rivais. E foi precisamente diante o argentino que perdeu o seu primeiro jogo do ano, na final de Indian Wells. Ainda assim, as 17 vitórias consecutivas em início de temporada representaram um record para o suíço. Foi, contudo, sol de pouca dura. E os primeiros sinais de que Federer já não tem o fulgor de outros tempos, deu-se em Miami. Caiu surpreendentemente na primeira ronda para Thanasi Kokkinakis.

Em boa verdade, voltar a alcançar a liderança mundial nunca foi uma obsessão para Federer. O próprio assumiu que, aos 36 anos, seria difícil consegui-lo, ou pelo menos, manter essa condição. E, talvez seja bom reconhecer que se tratou de algo circunstancial. Não que Roger Federer não o pudesse conseguir. O ano de 2018 mostrou que Federer, Nadal e Djokovic continuam dominantes no circuito. E com o espanhol ainda em fase de calibração e Djokovic a reccuperar confiança, Federer soube, com profissionalismo, gerir os torneios para reconquistar o topo da hierarquia.

A gestão na terra batida

Em 2017, a ausência na terra batida foi uma fórmula de sucesso para um retumbante segundo semestre. Só que essa fórmula não resultou em 2018, mesmo falhando Roland Garros. É certo que esse piso nunca foi o seu ponto forte, ou uma prioridade. Sobretudo depois de completar o carreer Grand Slam e se ter destacado como o maior campeão de Major. Só que essa gestão também lhe trouxe críticas. Ion Tiriac, diretor do Open de Madrid, foi um deles, comparando o suíço a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.

E em boa verdade, Federer nem precisou da terra batida para voltar a ser líder mundial. O suíço não tinha qualquer ponto a defender e no regresso aos courts venceu em Roterdão e Estugarda, voltando a ser número 1. Outra vez, mais elogios. Agora de John McEnroe. “Não entendo como pode, nesta idade, jogar ainda a este nível”, disse.

Estávamos, por esta altura, a meio da temporada. Wimbledon aproximava-se e Federer era o grande favorito. Mesmo aos 36 anos. Mesmo já tendo atravessado diferentes gerações, de Sampras e Dimitrov. Mesmo, uma semana antes, ter perdido para Borna Coric a final de Halle, que lhe retirou a liderança mundial. Poucos levaram a sério esse aviso. Não que Federer tenha estado mal. Mas teve mais dificuldades em converter pontos no primeiro serviço (74) e converteu apenas um break point.

Roger Federer poderá voltar à terra batida em 2019. Foto: Independent.co.uk.

Federer cai com estrondo em Wimbledon

Uma semana depois, o choque. Roger Federer é eliminado nos quartos de final de Wimbledon perante Kevin Anderson. “Senti-me bem, mas não foi o meu dia”, justificou o octacampeão do All England Club. Como em Halle, o suíço pareceu displicente e distraído. Foi assim ao cancelar um serviço por um avião passar, ou ao falhar completamente uma direita depois de um fã ter gritado. Por algum motivo, Federer nunca esteve no total comando da partida, não dando sequência a pontos importantes.

Essa falta de consistência prolongou-se por outros torneios, já na temporada de piso rápido. Em Cincinnati perdeu a final para Djokovic. Mas a grande desilusão deu-se no US Open, onde perdeu para John Millman na quarta ronda, num jogo onde cometeu 77 erros não forçados, 10 duplas faltas e finalizando apenas 49% de primeiros serviços. Foi um dos piores registos da sua carreira, mas ainda assim, garantiu os pontos suficientes para jogar o Masters Final, onde cairia nas meias-finais diante Alexandre Zverev. Nos Masters de Shangai e Paris caiu para Borna Coric e Novak Djokovic, os carrascos de 2018. Pior que as derrotas, a forma como foram alcançadas fizeram soar os alarmes sobre o que esperar ainda de Federer.

E agora, 2019?

Federer tenta, em 2019, tornar-se o maior campeão de torneios ATP. Foto: BBC.com

Aos 37 anos parece claro que Roger Federer tem ainda capacidade para gerir o seu prestígio nos courts, vencer alguns torneios e ir longe em Grand Slam. O suíço refere que nesta idade é impossível prever o que vai acontecer dentro de dois anos, mas sente-se bem no circuito e, nesta fase da carreira, tudo depende da sua família.

Numa temporada muito pode acontecer e 2018 é uma boa prova disso mesmo. Mas a ideia que fica do ano que agora acaba é que, por exemplo, Novak Djokovic está à frente do suíço. É número 1 mundial e com o regresso do sérvio ao mais alto nível é praticamente utópico pensar que Federer poderá recuperar a liderança na hierarquia.

Tal como em 2016 e 2017 o sucesso da temporada do suíço dependerá da gestão dos torneios que fizer. E ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, tudo aponta para que o helvético volte a jogar a terra batida em 2019. “É uma hipótese em cima da mesa. Tenho avaliado e há várias ofertas, mas vamos ver”, explicou. Uma dessas hipóteses é jogar o ATP Barcelona. A prova tem sido dominada por Nadal (11 títulos) e nunca contou com a participação do suíço nos últomos 10 anos. A organização tem feito agora um esforço para recuperar a participação de Federer.

Com Djokovic ainda a um nível excepcional, Nadal intermitente devido a lesões, e com a consolidação de Zverev e Thiem, para além de outros jogadores da nova geração, é pouco provável que Federer volte a erguer Majors. Wimbledon será por certo o foco da sua temporada e a razão de toda a sua preparação. E, em boa verdade, é no All England Club que tem mais chances de ser feliz. Mas mais depressa, talvez, consiga quebrar o último recorde que lhe resta. Ultrapassar Jimmy Connors como o maior campeão de torneios ATP. Connors somou 109 e Federer está com 102.

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André Dias PereiraSetembro 20, 20182min0

Stanley Roger Smith. O nome pouco diz à maioria. Mesmo entre o público do ténis, Stan Smith, como ficou popularizado, não está entre os primeiros nomes no que toca a referências da modalidade. Provavelmente, a sua icónica linha feminina de ténis da Adidas será, hoje, o seu melhor bilhete de identidade.

Contudo, Smith é mais do que um nome de calçado da marca alemã. Foi também o primeiro tenista a vencer o 1º Torneio Masters Cup, que atualmente se disputa no final do ano e reúne os melhores tenistas da temporada. Juntamente com Bob Lutz formou, nas décadas de 70 e início de 80, uma das melhores duplas da história. Em 1971 e 1972 venceu, respetivamente, o US Open e Wimbledon. Feitos que o levaram, em 1987, a entrar no International Tennis Hall of Fame.

Treinado por George Toley, Stan Smith começou por jogar na universidade, na Califórnia, vencendo, em 1968, os campeonatos universitários de NCAA, em singulares. O seu talento fê-lo integrar por três vezes o All American, uma equipa composta pelos melhores desportistas norte-americanos.

Mas foi com o treinador Pancho Segura, tenista de referência nas décadas de 40 e 50, que Smith atingiu outro patamar. O início dos anos 70 foi o seu período dourado, ou pelo menos, o mais titulado. Em 1971 ganhou o seu primeiro Grand Slam. Foi o US Open, diante Jan Kodes (3–6, 6–3, 6–2, 7–6). No ano seguinte ganhou Wimbledon frente a Ilie Nastase (4-6, 6-3, 6-3, 4-6, 7-5). Ainda em singulares não foi tão bem sucedido no Australian Open (nunca passou da terceira ronda) mas em Roland Garros foi duas vezes finalista vencido (1971 e 1972).

Stan Smtih dá nome a uma das mais icónicas linhas de ténis feminino. Foto: .afew-store.com

Tetracampeão em Wimbledon

Stan Smith fica, contudo, na história como sendo o primeiro vencedor do torneio Masters, disputado em Tóquio. O adversário da final era nada menos que Rod Laver: 4–6, 6–3, 6–4.

Em termos de títulos, o norte-americano notabilizou-se ainda mais em pares. Venceu quatro torneios US Open, (1968, 1974, 1978, 1980). Em Wimbledon bateu na trave por outras quatro vezes, tendo sido finalista vencido (1972, 1974, 1980, 1981), tal como no Australian Open (1970).

A sua carreira de sucesso levou-o, mais tarde, a ser treinador na Associação de Ténis dos EUA. Atualmente, tem uma Academia de Ténis e é presidente do International Tennis Hall of Fame.

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André Dias PereiraSetembro 12, 20186min0

Diz o adágio que a festa não se faz quando a temporada começa mas sim quando acaba. Que o diga Novak Djokovic, que este domingo conquistou pela terceira vez o US Open. Depois de uma longa paragem por lesão, que arrancou em Wimbledon, 2017, o sérvio regressou oficialmente à competição no Australian Open. Foi em Janeiro deste ano. Caiu na terceira ronda perante Chung Hyeon. Seguiu-se nova operação e Djokovic regressou mais cedo do que se pensava, para jogar Indian Wells e o Miami Open. Outra vez, caiu nas primeiras rondas. Seguiram-se muitas interrogações, até para o sérvio. Por esta altura, Roger Federer, vencedor do Australian Open, passeava a sua classe e aumentava a sua lenda. Ao mesmo tempo, Rafael Nadal continuava afinar a sua máquina, regressando ao seu melhor. Até vencer Roland Garros.

É por isso que a vitória de Novak Djokovic no US Open é, acima de tudo, a vitória da persistência. É, por assim dizer, o apogeu num ano com muitos baixos, no arranque da época, e grandes picos, no final. É também a consolidação do título em Wimbledon e da vitória recente em Cincinnati.

E o triunfo (6-3, 7-6 e 6-3) em Nova Iorque chegou curiosamente sobre outro jogador que entre 2014 e 2016 atravessou também o calvário de uma lesão no pulso: Juan Martin Del Potro. O argentino, que cedeu o terceiro lugar do ranking a Djokovic, chegou a questionar o seu futuro no ténis. O ano de 2018 está, no entanto, a mostrar que valeu a pena chegar até aqui. O campeão do US Open de 2009 não voltou a repetir o feito, contudo, tem-se mantido entre o top-5, conquistando os títulos de Acapulco e Indian Wells. Este domingo, não resistiu a um Djokovic que fez jus ao seu melhor período de número 1 mundial. Nolan encostou Del Potro às cordas, soube explorar a esquerda do argentino, conseguindo ainda anular o seu serviço. E com tranquilidade foi construindo a sua vantagem.

Este foi o 14º Grand Slam para o sévio, que iguala Pete Sampras. Melhor, só Rafa Nadal (17) e Roger Federer (20).

Quando passei pela cirurgia, senti o que Juan Martin (Del Potro) passou quando esteve fora. Quando ficas fora, tentas fazer as coisas darem certo, mas elas não acontecem. Foram tempos difíceis, mas aprendemos com as dificuldades, com os tempos de dúvida.

Novak Djokovic, após a vitória sobre  Del Potro, que confimou o título do US Open

Para chegar à final, Del Potro deixou para trás, nas meias-finais, nada menos que Rafael Nadal. O espanhol acabou por sair lesionado, mas garantiu a continuidade na liderança mundial. Uma dor no joelho direito precipitou a desistência do maiorquino quando perdia por 2-0 em set: 7-6 e 6-2.

Tal como no Australian Open, Nadal saiu lesionado. Uma situação à qual não será alheia o grande esforço feito nos quartos de final contra Dominic Thiem, naquele que foi um dos grandes jogos do ano. O autríaco confirmou diante o espanhol que subiu o seu ténis a outro patamar e que, em breve, repetirá o feito de Paris, onde atingiu a sua primeira final de Grand Slam. Foram mais de 5 horas de jogo, com a vitória a sorrir ao número 1 mundial pelos parciais: 0-6, 6-4, 7-5, 6-7 e 7-6. Tal como ocorrera em Roland Garros.

João Sousa histórico. Federer, que futuro?

João Sousa perdeu pela quarta vez para Djokovic, mas fez história para Portugal. Foto: Record

Não será atrevimento dizer que o US Open de 2018 confirmou a reabilitação de jogadores tidos como proscritos. Tal como Djokovic e Del Potro, também Kei Nishikori tem tido um ano difícil. Depois de uma paragem de 5 meses, o japonês regressou à competição, em Fevereiro, em Nova Iorque. Foi, gradualmente, aumentando a sua competitividade até alcançar os quartos de final em Wimbledon. Agora, no US Open, só caiu nas meias-finais contra Novak Djokovic: 6-3, 6-4 e 6-2. O nipónico, finalista vencido em 2014, só pode sentir-se feliz com a sua prestação este ano.

Menos feliz estará Roger Federer. O suíço, que começou o ano a ganhar em Austrália e a recuperar a liderança mundial, foi surpreendido por John Millman: 3-6, 7-5, 7-6 e 7-6. O australiano, 55 do mundo, soube tirar proveito daquele que terá sido um jogos menos conseguidos da carreira do helvético. Federer teve nada menos do que 76 erros não forçados, errando ainda 70% no primeiro serviço. A final de Wimbledon e Cincinnati já tinham demonstrado um Federer abaixo da sua real capacidade. Aos 36 anos, e com uma participação reduzia em torneios – recorde-se que falhou toda a temporada de terra batida, incluindo Roland Garros – há quem questione o futuro de Federer.

Roger Federer deve jogar mais torneios ou considerar retirar-se

Pat Cash, ex-tenista australiano, vencedor de Wimbledon em 1987

Mas se há jogador que já desafiou a história e as probabilidades, é Federer. Matts Willander, ex-tenista e comentador, refere que o suíço deverá jogar até não conseguir ganhar mais jogos. E isso, apesar de tudo, parece estar longe de acontecer. Agora, ameaçado no ranking por Djokovic, Federer é ainda número dois mundial.

E por falar em história, João Sousa escreveu mais uma página dourada para o ténis luso. Ao atingir os oitavos de final, o Conquistador tornou-se o primeiro português a alcançar esse patamar em um Grand Slam. “Resultados como este ajudam a que a modalidade se torne maior no nosso país”, admitiu Sousa, que arrecadou 230 mil euros de prize money. Os 180 pontos averbados no US Open permitiram-lhe subir 19 lugares na hierarquia, regressando ao top-50. É agora 49º.

Por tudo isto (mas não só) a edição deste ano do US Open deixará saudade. Consagra campeões como Djokovic ou Del Potro, relança Nishikori, eleva Thiem a outro nível e vê Portugal entrar nas história dos Major. Mas também lança dúvidas sobre o futuro de Federer e Nadal. Apesar de campeoníssimos, até quando terão fulgor físico para se manter na disputa de Major? Pode Djokovic, agora numa nova fase, ultrapassar Sampras, ou Nadal e aproximar-se de Federer? E a nova geração? Thiem e Isner, nos quartos de final, foram os melhores, mas continuam longe das lendas que ainda predominam no circuito. A John Millman coube a surpresa, que também caiu nos quartos de final. O momento Andy Warholiano que, com 29 anos, dificilmente se repetirá. O que não nos importamos que se repita são torneios jogados a este nível.

Foi assim que Novak Djokovic venceu pela terceira vez o US Open

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André Dias PereiraSetembro 9, 20183min0

Aos 20 anos de idade, Naomi Osaka fez história para o seu país. Desde este sábado, dia 9, o Japão já se encontra entre os países vencedores de um Grand Slam feminino. Foi o primeiro título WTA para a nipónica e logo sobre o seu ídolo:  Serena Williams. A norte americana contudo acabaria por não aceitar a forma como perdeu “explodindo” contra o juíz português, Carlos Ramos, acusando-o de ser sexista.

Williams, 23 vezes campeã de Grand Slam, acabou por perder um jogo de serviço, devido a três advertências de Carlos Ramos. Osaka ganharia por 6-2 e 6-4, ao fim de 1h19 de jogo.

Osaka, que também cidadania norte-americana, iniciou o seu percurso no ténis em 2013. Em 2015 venceu o torneio Rising Stars Invitational e jogou pela primeira vez um Grand Slam. Foi o Australian Open, atingindo a terceira ronda. Ainda nesse ano ascendeu ao top-50. À entrada para este US Open, Osaka era 19 do mundo. Com este título subirá para sete mundial a partir desta segunda-feira.

Para atingir a final, Naomi Osaka deixou para trás, Laura Siegemund (6-3, 6-2), Julia Glushko (6-2, 6-0), Aliaksandra Sasnovich (6-3, 2-6, 6-4), Lesia Tsurenko (6-1, 6-1) e Madison Keys (6-2, 6-4).

Esta é a primeira conquista para um atleta do Japão em qualquer Major. Kei Nishikori, em 2014, foi quem havia chegado mais perto ao ser vice-campeão, também no US Open. Este ano caiu nas meias-finais perante Novak Djokovic, que este domingo joga a final com Juan Martin del Potro.

Para Serena Williams, fica o amargo. A norte-americana volta a falhar o recorde de Margaret Court como a maior campeã de Grand Slam, com 24 títulos.

Derrota pouco Serena

Serena Williams criticou o juíz Carlos Ramos e o supervisor do torneio teve que intervir. Foto: Fox

Estalou a polémica entre Serena Williams e o juíz Carlos Ramos. A norte-americana levou três advertências e chegou mesmo a acusar o português de “ladrão”, pedindo a intervenção do supervisor do torneio.

A confusão começou no início do segundo set, quando foi advertida por Carlos Ramos por supostamente ter recebido instruções do seu treinador, Patrick Mouratoglou. A segunda advertência aconteceu por a norte-americana ter partido a sua raquete. Williams acabou por chamar o português de “ladrão”, o que gerou a terceira advertência. Esse facto levou Serena Williams a acusar o juíz luso de sexismo. “Ele nunca tirou um jogo de serviço de um homem que o chamou de ladrão. Vou continuar a lutar por igualdade.

No final, a japonesa pediu desculpas ao público. “Estavam todos a torcer pela Serena. Desculpem-me. Sempre foi um sonho jogar com a Serena em uma final do US Open. Estou muito honrada por ter conseguido isso”.

Este foi um torneio que fica marcado por algumas surpresas. Como a eliminação de Simona Halep logo na ronda inaugural perante Kaia Kanepi (6-2 e 6-4). Na segunda ronda caiu Garbine Muguruza perante Karolina Muchova (3-6, 6-4, 6-4). Na terceira ronda, Serena Williams afastou a irmã, Vénus (6-1 e 6-2).  Foi o 30º confronto entre as duas manas, com 18 vitórias para Serena. Neste mesma ronda, Sloane Stephens afastou Victoria Azarenka (6-3, 6-4).

Anastasija Sevastova foi outra agradável surpresa do torneio. Natural da letónia, Sevastova atingiu as meias finais, deixando para trás, entre outras, Elina Svitolina (6-3, 1-6 e 6-0) e Sloane Stephens (6-2, 6-3). Sevastova acabaria por ser afastada por Serena Williams (6-3, 6-0). Aos 28 anos a letã é um exemplo de persistência. Aos 23 anos chegou a parar de jogar devido a lesões. Este foi o seu melhor resultado em Grand Slams.

Foi assim que Naomi Osaka venceu o US Open

André Dias PereiraSetembro 6, 20182min0

O ano era o de 1881. Ainda no século XIX. Foi o ano do nascimento, por exemplo, de Pablo Picasso. No desporto, o ano fica também marcado pelo nascimento de um torneio em cuja final, no próximo domingo se joga pela 127º vez. O US Open.

Mas nesse período a competição ainda não tinha essa nomenclatura. Era o US National Championships. Uma competição nacional jogada em singulares e pares masculinos. Disputado entre 31 de Agosto e 7 de Setembro, a prova começou por ser jogado em relva. Bem diferente do piso rápido em que se joga desde 1978.

Naquela época, apenas membros da Associação de Ténis dos EUA (actualmente, USTA) poderiam jogar a prova. E apenas em 1887 as mulheres começaram a participar. Dois anos depois, a competição foi aberta a pares femininos e em 1892, a pares mistos.

A primeira edição do que viria a ser o US Open jogou-se em Newport. Richard Sears foi o primeiro campeão numa final contra William E. Glyn (6-0, 6-3 e 6-2).

Isto, claro, numa época totalmente amadora. O norte-americano venceu, de resto, as sete primeiras edições da prova. Importa dizer, contudo, que naquela época o campeão apurava-se automaticamente para a final da edição seguinte. Sears começou por jogar ténis dois anos antes, em 1979. E ainda era estudante de Harvard quando venceu a primeira edição do US National Championships. Entre 1881 e 1987, ano em que se retirou, Richard Sears esteve 18 jogos sem perder.

Em pares, a dupla Clarance Clark e Fred Taylor levou a melhor sobre Arthur Newbold e Alexander Van Rensselaer (6-5, 6-4 e 6-5).

Os recordistas nas Eras Amadora e Open

Ao longo dos anos muitas foram as adaptações até se transformar no US Open. Apenas em 1978 se mudou para Flushing Meadows, onde ainda hoje se joga. De resto, a competição já foi jogada em todas as superfícies. Entre 1881 e 1974, na relva, entre 1975 e 1977, na terra batida, e desde 1978, em piso rápido.

Em 1968, Arthur Ashe consagrou-se como o primeiro campeão do US Open na era Open. O finalista vencido foi o holandês Tom Okker (14–12, 5–7, 6–3, 3–6, 6–3). Na Era Amadora, os norte-americanos William Larned, Richard Sears e Bill Tilden são os recordistas de vitórias, somando sete títulos cada. Na Era Open, Jimmy Connors, Pete Sampras e Roger Federer, são os maiores campeões, com cinco troféus cada. Mas o suíço já está fora de prova. Conseguirá Rafael Nadal, com três títulos, aproximar-se do trio? Até domingo saber-se-à a resposta.


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