Arquivo de Joana Soeiro - Página 2 de 2 - Fair Play

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José AndradeMaio 10, 202210min0

Novo dia de basquetebol feminino aqui no nosso FairPlay, hoje vamos falar da final da Liga Betclic Feminina que viu o SL Benfica sair vitorioso e conseguir assim o seu bicampeonato, mas venham daí que temos muito para falar destes dois últimos jogos da final da Liga Betclic Feminina.

Segundo jogo – Benfica empata num jogo de “loucos”

O SL Benfica recebia o União Sportiva obrigado a vencer e foi isso que aconteceu, a equipa da luz triunfou por 81-65 e conseguiu assim deixar tudo para a “negra” de domingo. Ricardo Botelho apostou de início em Emília Ferreira, uma semi-surpresa para o começo deste jogo, era a procura pelo tiro exterior da internacional portuguesa. Benfica entrava mais pressionado e foi o Sportiva a começar melhor, a defesa açoriana a conseguir travar no jogo interior e os contra-ataques o Benfica através de uma defesa muito agressiva. Benfica começa a crescer com o ataque ao cesto rápido, mais uma vez a busca pela mobilidade das jogadoras interiores em contrataste com o maior poderio físico do lado açoriano. No primeiro quarto o Benfica foi conseguindo ganhar nos ressaltos ofensivos, com isso foram conseguindo abrir uma ligeira vantagem, Licinara Bispo demorou para conseguir entrar no jogo. Um primeiro período com vários triplos, ataques em destaque e as defesas iam demorando para conseguir travar os ataques, se do lado do Benfica Laura Ferreira ia aparecendo dos dois lados, no Sportiva era como sempre Raquel Laneiro que ia aparecendo principalmente na concretização. Mariana Silva e Carolina Rodrigues entraram ainda no primeiro quarto e assumiram logo grande protagonismo como acontece sempre.

Benfica com o tiro exterior a ser o ponto diferencial neste começo de jogo, além dos ressaltos ofensivos, Sportiva por outro lado ia sentindo problemas na luta das tabelas. Segundo período muito complicado para o Sportiva, as defesas começaram a surgir, mas do lado visitante a falta de mobilidade estava a penalizar a equipa. O Benfica estava por cima, maior mobilidade, Carolina Rodrigues mais uma vez entrou muito bem e na defesa as encarnadas iam conseguindo travar o Sportiva, pela defesa pressionante, as ajudas e marcação à Nausia Woolfolk. A equipa dos açores cresce já dentro dos 2 minutos finais da primeira-parte, Laneiro e Simone mantiveram o nível e foram as melhores, mas foi com o crescimento de Licinara que a equipa conseguiu mais. Primeira-parte superior do Benfica, foram melhores, eram 12 pontos ao intervalo com o Sportiva a entrar melhor e a conseguir os melhores ajustes, mas sem conseguir mostrar o seu jogo habitual, iam sendo Rapha e Mariana Silva em destaque do lado da equipa da casa, Laneiro e Simone do lado visitante. O União Sportiva voltou a entrar muito bem no terceiro quarto como tem sido habitual, Licinara mais em jogo e Raquel Laneiro com um triplo ajudaram a uma aproximação ao Benfica. Açorianas mais agressivas, a ganhar nos duelos interiores, tiro exterior a cair e maior mobilidade, o Benfica sentia alguns problemas e conseguiam pontuar através de Candela Gentinetta e Raphaella Monteiro que com penetrações vindas de fora conseguiam manter o Benfica em jogo.

Partida cada vez mais intensa, Sportiva a ganhar nos duelos mais físicos e Benfica a conseguir sempre nas transições pontuar e criar problemas às açorianas, maior equilíbrio que na primeira-parte, Sportiva começou muito bem, Benfica soube reagir melhor que nos Açores e o terceiro quarto termina com Joana Alves em grande destaque do lado do Sportiva e Marta Martins do lado do Benfica. Joana Alves voltou a entrar muito bem com um triplo no quarto período, Raquel Laneiro mais uma vez muito bem na defesa e no ataque e ainda Nausia Woolfolk que nunca baixava o rendimento. Sportiva voltou a entrar em grande, Joana Alves com maior protagonismo, mas as açorianas não baixavam nunca os braços e voltavam a acreditar, do lado benfiquista, foi Carolina Rodrigues a assumir e a comandar a resposta do Benfica. Depois de um bom começo açoriano, o Benfica conseguiu “fugir” no marcador e garantiu o empate nesta final.

Terceiro jogo – Sportiva muito perto, mas águias acabam a sorrir

No duelo mais decisivo da temporada, o Benfica acabou por vencer o União Sportiva por 73-70 num grande jogo que garantiu o bicampeonato à equipa de Eugénio Rodrigues. Benfica entrou melhor, Sportiva cresce com a bola a passar mais por Raquel Laneiro, com o aparecimento de Licinara Bispo no jogo interior e ao contrário do segundo jogo, a equipa dos açores entrou a conseguir travar os contra-ataques do Benfica. Mais um jogo onde a equipa do União Sportiva não entrou bem e foi crescendo principalmente no final do primeiro período. Um dos destaques no início do jogo era mesmo a recuperação defensiva do Sportiva que conseguia travar mais as transições do Benfica, mas a equipa encarnada até pela presença de Carolina Rodrigues mais tempo em jogo tinha um ataque mais pausado e pensado e depois a mobilidade no duelo interior voltava a ser chave para a vantagem da equipa da luz. No segundo quarto o Sportiva começou muito melhor, fruto sempre da maior agressividade e da maior velocidade, mais uma vez mais Laneiro e Simone, logo mais União Sportiva.

Tal como no sábado, quando o Sportiva cresceu, Eugénio Rodrigues parou o jogo. Grande duelo entre Marta Martins e Raquel Laneiro, uma das maiores animações do jogo, com destaque obvio para o trabalho defensivo da capitã do Sportiva, jogadora que nunca baixava o nível e que ia sendo sempre das jogadoras mais. A equipa de Ricardo Botelho mais uma vez em crescendo, a terminar bem o segundo quarto. A segunda-parte começa com Licinara a surgir mais em jogo, Sportiva a defender melhor, mas o ataque benfiquista conseguia sempre pontuar com maior ou menos dificuldade, sempre fruto da inteligência de Raphaella e de Soeiro. A resposta do Sportiva surge ainda mais no final do terceiro com dois triplos seguidos, Laneiro criava, Nausia não parava e Simone Costa aparecia na finalização com um belo triplo a juntar a todo o seu trabalho na defesa. Benfica ia sentindo alguns problemas, apesar da vantagem, a equipa benfiquista não ia conseguindo ter o jogo tão fluído como normalmente. 8 pontos à entrada do último quarto, Sportiva reagiu e Benfica apesar dos problemas conseguiu não sair pior do terceiro quarto. No último quarto, Benfica volta a entrar melhor, Sportiva continuava em recuperação, mas as encarnadas continuavam a ser mortíferas em cada erro das açorianas. Sportiva conseguia construir melhor e pontuar da linha exterior, do lado encarnado Carolina Rodrigues sempre a entrar muito bem e a fazer a diferença. Final de jogo insano, as duas equipas a lutar muito, grande intensidade, Sportiva por cima, algumas questões nas decisões da equipa de arbitragem, mas o ponto chave acabou por ser a escorregadela de Nausia Woolfolk a 1:16 do final do encontro, das jogadoras que menos merecia um azar assim.

Benfica geriu a posse, guardou a bola, tentou ir para o cesto por Carolina Rodrigues que não conseguiu pontuar, Sportiva saiu em velocidade e viu o Benfica fazer falta sobre a Nausia que converte um dos lances livres, depois mais uma vez bola em Joana Soeiro que tentou gastar o mais possível, a base encarnada colocou em Rapha que em cima do final do tempo de ataque conseguiu marcar. O Sportiva ainda viu Emília Ferreira conseguir um triplo, mas depois a equipa dos açores não conseguiu fazer falta e assim o Benfica revalidava a conquista da Liga Betclic Feminina. Final incrível, dois grandes jogos, SL Benfica a vencer a final da Liga Betclic Feminina conseguindo o bicampeonato juntando a todos os títulos já alcançados nestas duas últimas temporadas. União Sportiva merece todos os elogios, uma equipa que sofreu muito, mas que fez uma excelente temporada, mereciam mais porque a época foi muito boa. Benfica acaba com duas derrotas, mas sem perder nenhum jogo em casa e com uma temporada recheada de títulos.

Destaques da final da Liga Betclic Feminina

Nos destaques, óbvio que Raphaella Monteiro e Nausia Woolfolk são os nomes mais consensuais, mas não são os únicos, por isso vamos lá falar de mais 4 nomes em evidência nesta final:

  • Raquel Laneiro: MVP dos playoffs

Foi o nome mais destacado aqui ao longo das últimas semanas e não foi por acaso, Raquel Laneiro surgiu numa forma incrível na segunda metade da temporada, depois de deixar os problemas físicos para trás foi sempre em crescendo até chegar a este terceiro jogo como uma das maiores figuras da Liga Betclic Feminina. A capitã do União Sportiva foi mesmo a jogadora mais regular de todas nestes playoffs, é dona de um talento raro e já muito conhecido por todos e neste final de temporada volta a assumir um papel e a ter um rendimento que está ao nível de muito poucas. Terminou em lagrimas a temporada, mas a merecer todos os elogios e destaques porque voltou a ser uma das melhores da temporada.

  • Simone Costa: Temporada de luxo

Simone Costa é mais um nome já muito mencionado aqui, mais uma atleta que não podia deixar de ser destaque. Na época de regresso a Portugal, nunca baixou de rendimento, começou logo muito bem, foi crescendo e foi sempre sendo uma das mais regulares e das que mais brilhava a cada jogo, uma temporada muito boa de uma das jogadoras que merecia muito mais destaque e atenção pelo seu rendimento nesta época.

  • Carolina Rodrigues: Final de temporada soberbo

Uma das melhores jogadoras da nossa Liga Betclic Feminina, teve uma temporada em crescendo, foi subindo muito de rendimento ao longo da época e chega a estas finais como uma das maiores protagonistas. 8 pontos no segundo jogo mais 15 no terceiro, a juntar a isso excelentes exibições de uma jogadora que soube dar um passo atrás, soube gerir emoções ao longo da época e apareceu em grande neste final sendo uma das estrelas das finais da Liga Betclic Feminina.

  • Mariana Silva: Uma das figuras maiores da época

Mariana Silva, mais um nome muito destacado aqui ao longo da temporada, mas torna-se natural que se repita e se fale muito de Mariana Silva, conseguiu ser sempre uma das animadoras, entrou sempre muito bem nos jogos e nestas finais não foram diferentes, conseguiu 8 pontos no segundo e terceiro jogo da final da Liga Betclic Feminina.

Terminou assim a temporada na Liga Betclic Feminina, o SL Benfica conseguiu revalidar a conquista, mas ficou aqui tudo sobre os dois últimos jogos da temporada e ainda os maiores destaques numa final absolutamente épica.

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José AndradeMarço 24, 202215min0

Neste novo texto vamos falar sobre o que aconteceu na recém-terminada fase regular desta temporada na Liga Betclic Feminina com um olhar para as equipas, o respetivo rendimento e um balanço do que tivemos até agora, mas venham connosco para esta balanço.

Já ficámos a conhecer os duelos dos Playoffs e Playout da Liga Betclic Feminina.

Guifões SC – Base de muito futuro

Começamos por falar do Guifões, a equipa que já sabe que vai descer, mas apesar de uma temporada complicada ficam vários pontos que merecem atenção. A equipa começou a temporada de uma forma complicada, muitas situações que não ajudaram a que as coisas corressem bem, mas as mudanças principalmente quando Isabel Leite regressou, ajudaram a que o caminho fosse iluminado e tudo começasse a fluir. Não foi uma temporada fácil, mas ficou a base de jovens talentos que tem tudo para devolver o Guifões à elite do nosso basquetebol num curto espaço de tempo.

Olhando para as estatísticas vemos que mesmo com tudo, o Guifões conseguiu uma melhor percentagem da linha de 3 pontos melhor que o Esgueira e perto do Quinta dos Lombos, na linha de lances livres a percentagem concretizada foi melhor do que o Esgueira e que o Quinta dos Lombos, depois é claro que vemos as dificuldades sentidas na luta das tabelas, mas não deixa de ser curioso ver que a equipa sofreu mais faltas que o Quinta dos Lombos e que o GDESSA. Apesar das dificuldades e da descida de divisão ficou o afirmar de um excelente treinador, Gustavo Mota e um grupo de jovens atletas com muito potencial como Carolina Ferreira, Joana Valdoleiros, Mafalda Salazar que se juntam a Ana Almeida, Benedita Brandão ou Filipa Teixeira como as mais experientes.

Olivais FC – ótimo basquetebol

De seguida vamos até Coimbra, para falar do Olivais. A equipa de Fernando Brás vai discutir o playout com o Francisco Franco, mas foi uma equipa que se destacou pelo basquetebol praticado, muita qualidade, sempre bons jogos e as dificuldades acabaram por se prender sempre na questão do jogo interior, a verdade é que alguns dos maiores destaques da Liga Betclic Feminina são do Olivais com destaque para Eva Carregosa, mas a verdade é que além da qualidade dos jogos ficou uma base portuguesa ainda mais forte.

O Olivais foi a nona equipa com mais pontos marcados, foram a sexta melhor equipa no que diz respeito ao acerto no tiro exterior, a sétima em relação aos ressaltos ofensivos, a sétima com mais assistências, a sexta com mais roubos de bola e a sexta equipa que mais sofreu faltas na Liga Betclic Feminina, isto aliado à qualidade revela bem quão bem esteve esta equipa onde realmente o problema foi o início de temporada e a luta das tabelas do lado defensivo. Leonor Santos, Sofia Pinheiro, Raquel Alves, Joana Amaro, Mafalda Pompeu, Eva Carregosa, Mariana Garrido, Larisa Djai, Darya Yakovleva ou Mariana Mendes são alguns dos muitos nomes nacionais muito talentosos que vão garantir uma base nacional muito forte para o futuro.

CDE Francisco Franco – Uma das surpresas da Liga

As madeirenses subiram à Liga Betclic Feminina, muitas expetativas para ver o que conseguiam e a verdade é que com uma base jovem e escolhas acertadas nas estrangeiras colocaram a equipa de Paulo Freitas como uma das revelações desta temporada. O Francisco Franco foi a sétima equipa com maior percentagem no que aos lançamentos de campo diz respeito. No tiro exterior foram o oitavo melhor conjunto, o quinto melhor no que se refere à linha de lances livres, a sexta com mais ressaltos ofensivos e ainda destacar que foram a quarta equipa com mais desarmes de lançamento.

Estes fatores revelam bem o que foi esta equipa madeirense que vai discutir com o Olivais o playout, uma equipa muito forte na defesa, que tinha na zona interior um dos fatores diferenciais através de jogadoras que aliavam a estatura e a qualidade de lançamento. Katherine Anderson, Dayna Rouse e Bianca Silva foram destaques, mas Chana Paxixe afirmou-se na nossa Liga e a base nacional com Cristina Freitas, Ana Teixeira ou Diana Baptista, todas com menos de 18 anos revelou-se pronta para liderar a curto espaço de tempo este conjunto da Madeira.

Galitos – Playoff ficou muito perto

Vamos até Aveiro para falar do Galitos, as aveirenses ficaram até ao último suspiro da fase regular da Liga Betclic Feminina com chances de ir aos playoffs, a verdade é que mesmo não indo a época foi boa. As galináceas também mostraram uma base jovem de valor para o futuro que Jorge Dias foi apostando o potenciando para o futuro da equipa e do nosso basquetebol. A equipa apostou muito bem nas estrangeiras com Maritze Rodriguez, Caroline França e Jeanne Morais a serem exemplo disso e depois claro, Barbara Souza uma das figuras maiores da Liga Betclic Feminina, Ana Ramos que ainda se afirmou mais na nossa Liga e claro, Daniela Domingues um dos nomes grandes do nosso basquetebol que voltou a liderar e ser uma peça preponderante tanto pelo que jogou como pelo peso da sua liderança.

Nos destaques estatísticos ficou o facto de serem a sexta melhor equipa no que à percentagem da linha de três pontos diz respeito, a melhor equipa na linha de lances livres e a quinta com mais ressaltos defensivos, números que revelam uma equipa sólida. Na base nacional de futuro destaque para Ana Urbano, Maria Neto ou Margarida Abrantes nomes para o médio e longo prazo do nosso basquetebol.

Vitória SC – Objetivo mínimo atingido

Agora vamos até Guimarães para falar do Vitória SC, uma equipa que sofreu muitas mudanças para esta temporada, mas que depois da excelente época passada e das dificuldades criadas ao SL Benfica na Supertaça criou muitas expetativas para o que estava para a vir, a verdade é que foi uma temporada complicada, mas que no fim da fase regular o objetivo mínimo e mais importante foi atingido, a equipa conseguiu um lugar nos playoffs. Olhando para esta equipa, o crescimento foi notório ao longo das últimas semanas e a qualidade de jogo subiu muito através do trabalho que a equipa liderada por Pedro Dias foi realizando.

As oscilações nas jogadoras estrangeiras causaram a época mais irregular, mas a verdade é que foram a sexta equipa com mais pontos marcados, a segunda melhor equipa no que ao tiro exterior diz respeito e ainda a terceira com mais desarmes de lançamento, uma equipa que sempre mostrou muito ofensivamente e que demorou mais para render na defesa e isso custou muitos pontos. Sara Ressurreição e Filipa Barros foram os maiores destaques individuais desta equipa.

CR Quinta dos Lombos – Futuro garantido

No que diz respeito às sétimas classificadas da Liga Betclic Feminina, o Quinta dos Lombos acabou por mostrar novamente muita força numa zona onde é sempre forte, falo claro da zona interior, a batalha das tabelas e a muita qualidade das jogadoras interiores é sempre uma imagem de marca da equipa de José Leite. Uma temporada um pouco mais complicada em comparação com a anterior, mas onde o objetivo principal foi atingido. A equipa da linha foi a quinta melhor no que à eficácia em lançamentos de campo diz respeito, foram ainda a segunda equipa com mais ressaltos ofensivos e a terceira com mais ressaltos defensivos da nossa Liga Betclic revelando aquilo que já referimos, a força e a superioridade no que ao jogo interior diz respeito.

Letícia Rodrigues e Ndioma Kane foram as figuras maiores, foram mesmo duas das estrelas em maior destaque na fase regular da Liga Betclic. No Quinta dos Lombos obviamente que temos de destacar a juventude, claro que encabeçada por Mariana Carvalho, já uma referência e figura da Liga Betclic, mas Marta Roseiro, Filipa Cruz e Carolina Furtado afirmaram-se não só como algumas das mais talentosas jovens de futuro do nosso basquetebol como figuras já do presente e que ainda mais alegrias vão dar aos adeptos da Quinta dos Lombos.

CAB Madeira – Irregularidade, mas muita qualidade

Viajamos até à Madeira para falar do CAB, a equipa orientada por Fátima Silva nem sempre mostrou a regularidade que pretendiam, a própria treinadora falou sobre a questão das estrangeiras e o facto de nem sempre terem correspondido, a verdade é que falamos de uma equipa que jogou bem, um small ball agressivo e com muitas ideias no ataque. No que diz respeito ao jogo interior, foi sempre um dos problemas, mas ai sobressaiu Alice Martins que cresceu muito nesta temporada e se afirmou com uma das melhores interiores da nossa Liga. O CAB foi a quarta melhor equipa no que à percentagem de acerto no tiro exterior diz respeito, destacando-se ainda como o segundo melhor conjunto na linha de lances livres, a terceira com mais assistências e a quarta com mais roubos de bola que resultam da agressividade e pressão elevada.

Uma equipa que depois de uma época atribulada conseguiu chegar aos playoffs a jogar bem e com um conjunto de jogadoras que tem tudo para brilhar nesta fase da época. O destaque maior das madeirenses é claro e óbvio, Carolina Bernardeco uma das craques maiores da Liga Betclic Feminina, mas com destaque ainda para Isabel Berenguer, uma base de 18 anos que se afirmou nesta temporada, capaz de criar e uma “carraça” defensiva que a torna uma das melhores bases defensivas da nossa liga.

Esgueira – A revelação maior da temporada

Vamos novamente a Aveiro para falar do Esgueira, a outra equipa que havia subido e que se revelou a maior revelação da temporada. Uma equipa jovem e muito bem trabalhada por André Janicas, assente na agressividade e pressão alta. O Esgueira revelou-se uma das equipas mais batalhadoras, mesmo sem jogadoras de estatura elevada, afirmaram-se a jogar muito bem e um com um jogo muito veloz que nos proporcionava sempre jogos espetaculares. As aveirenses foram a segunda melhor equipa no acerto dos lançamentos de campo, foram a quinta equipa com mais ressaltos ofensivos e o destaque maior deste conjunto foi obviamente os roubos de bola onde foram a equipa que mais bolas roubou na Liga Betclic Feminina.

Uma equipa liderada por Ana e Gabriela Raimundo que demonstram semana após semana o facto de serem duas das melhores jogadoras portuguesas, ainda destaque óbvio para Inês Ramos que é cada vez mais uma certeza do nosso basquetebol e para Daniela Jesus, uma peça muito importante pelo que acrescenta pela sua qualidade e a muita entrega.

GDESSA – À lei da bomba e da qualidade

Descemos até ao Barreiro para falar de uma das equipas mais regulares e que melhor jogou nesta fase regular da Liga Betclic Feminina. Uma base sólida e com qualidade internacional composta por Márcia da Costa Robalo, Leonor Serralheiro e Maianca Umabano, uma equipa histórica e que nos habitou a excelentes épocas ao longo dos anos tal como nesta temporada. Este conjunto manteve a sua força no que ao jogo interior diz respeito e assumiu ainda mais o tiro exterior como arma preferencial para o sucesso da temporada. Equipa agressiva, que defende bem, que aposta no pick and roll e que nem a lesão de uma das peças mais importantes abalou este conjunto. Velocidade, qualidade e bombas são sempre garantidas nos jogos do GDESSA.

A equipa que é claramente uma das maiores candidatas ao título da Liga Betclic Feminina foi o conjunto com mais pontos marcados na fase regular, com a segunda melhor eficácia em relação aos lançamentos de campo, a melhor equipa no tiro exterior, a terceira melhor na linha de lances livres, a quarta com mais assistências e a terceira com mais roubos de bola. Nos destaques individuais temos que referir Letícia Josefino e ainda as mais jovens como Rita Rodrigues ou Joana Lopes que já mostraram estar mais que prontas para a assumir um papel importante.

AD Vagos – Duas motas e muita segurança

Voltamos a Aveiro para a última equipa do distrito e aquela que mais acima ficou na tabela classificativa da Liga Betclic Feminina. Um projeto sustentando e dos mais fortes do nosso basquetebol, uma equipa que tem uma base com muitos anos de “casa” e um treinador que é dos melhores e que também ele leva muitos anos no Vagos. Uma equipa que se soube reforçar muito bem, Martha Burse e Manuela Rios foram as duas motas adquiridas, duas bases muito intensas, muito velozes que pontuam muito e que defendem bem, ainda chegou Devon Brookshire que acrescentou altura, ainda mais capacidade de ressalto e pontos.

Uma equipa muito bem trabalhada, que apostava nas transições letais através da velocidade da dupla Burse e Rios, além da visível evolução de algumas peças como Susana Carvalheira ou Rita Oliveira. Terceira equipa com mais ressaltos ofensivos, quarta com mais ressaltos defensivos e segunda com mais roubos de bola. Nos destaques individuais ainda mencionar Joana Cortinhas, uma das jogadoras mais inteligentes da liga, além de Bruna Zagaria e Gabriela Falcão que subiram muito de rendimento esta temporada nesta equipa que se assumiu desde cedo como uma das melhores da temporada.

União Sportiva – Perfume açoriano

As Açoreanas do União Sportiva começaram a temporada perto de chegar à Europa, também este conjunto foi um dos que mexeu melhor tanto no verão como nos acertos de inverno. O conjunto de Ricardo Botelho teve o pior período quando a sua base e capitã Raquel Laneiro se lesionou, o peso na equipa e a qualidade de uma das estrelas da Liga Betclic Feminina deixaram o União Sportiva um pouco mais irregular, mas a verdade é que a equipa assim que esse regresso aconteceu entrou no caminho do sucesso, subiu na tabela e acabou por conseguir o segundo lugar na fase regular da Liga Betclic Feminina. Uma equipa sempre muito forte no jogo interior, primeiro com Kasiyahna e depois com Licinara Bispo, além disso ainda uma das caras novas, Joana Alves que regressou a Portugal para brilhar nos nossos campos, garantindo uma capacidade de luta e de ganho nas tabelas e ainda tiro.

Nos destaques ainda mencionar Simone Costa, que foi também ela uma das caras novas nesta temporada e que muitas vezes sem ser a que dá mais nas vistas, mas sempre das mais importantes e das mais regulares na equipa. União Sportiva com a % mais elevada de acerto no que a lançamentos de campo diz respeito, terceira melhor equipa no tiro exterior, terceira equipa com mais ressaltos ofensivos e a que tem mais ressaltos defensivos, acrescenta ainda ser a equipa com mais assistências e a segunda equipa que mais faltas sofre, acresce a isto a MVP da fase regular, Nausia Woolfolk que foi a jogadora mais regular e a que mais brilhou. s

SL Benfica – As favoritas

Por fim, vamos às campeãs em título, que já venceram os dois troféus que se disputaram na temporada e que saem da fase regular com 22 vitórias nos 22 jogos disputados. Pouco a dizer que não seja o elogiar mais uma vez o excelente trabalho de Eugénio Rodrigues, a muita qualidade desta equipa, o quão bem jogam e a regularidade visto que foi uma equipa que entrou muito bem na temporada e não baixou o nível exibicional. Equipa com mais ressaltos ofensivos, segunda com mais ressaltos defensivos e destaque para o facto de ser a segunda equipa com menos perdas de bola.

Conjunto encarnado com muitas soluções, jogadoras consagradas e com qualidade internacional como Joana Soeiro, Laura Ferreira ou Raphaella Monteiro, ainda com Mariana Silva que se afirmou em definitivo como uma das caras desta equipa, acrescentando um banco que garante muitas e variadas soluções com jogadoras como Carolina Rodrigues, Marta Martins ou mesmo Ana Barreto. Primeira fase da temporada com alguns sustos, mas sem quebras para o Benfica, surge naturalmente como a equipa favorita e na pole position para a conquista da Liga Betclic Feminina.

Ficou aqui um balanço da primeira volta da Liga Betclic Feminina, que na próxima temporada vai contar com o Imortal, a equipa algarvia já garantiu a subida e está também em destaque numa semana de muito basquetebol feminino no Fair Play.


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