As 3 craques que mais brilharam na Taça de Portugal

José AndradeMarço 9, 20228min0

As 3 craques que mais brilharam na Taça de Portugal

José AndradeMarço 9, 20228min0
Quem foram as jogadoras em maior evidência na final-four da Taça de Portugal? José Andrade conta-nos tudo sobre a festa da Taça

Estou de regresso com o meu habitual texto sobre basquetebol feminino, esta semana as nossas 3 eleitas brilharam e muito na final-four da Taça de Portugal, um evento espetacular onde o basquetebol feminino foi quem dominou no Barreiro. Três excelentes jogos, três craques em destaque em cada um deles, por isso venham comigo que vou apresentar quem se destacou mais.

Carolina Bernardeco – A estrela que guiou o CAB

Na primeira meia-final, o GDESSA venceu o CAB Madeira por 84-75 num grande jogo que deu início a este fim de semana de excelência do nosso basquetebol no Barreiro. O GDESSA entrou com tudo, o tiro exterior da equipa do Barreiro a fazer a diferença no primeiro quarto. A equipa da casa conseguia estar muito melhor, ganhava no 1×1, o CAB sentia problemas na defesa, as ajudas demoravam e quando chegavam o tiro exterior do GDESSA “matava” a equipa madeirense. Ao CAB valia a Carolina Bernardeco que desde cedo se assumiu como a figura maior, era a jogadora mais lucida da equipa madeirense. No segundo quarto mais CAB, ainda mais Carolina Bernardeco, mas a verdade é que a equipa de Fátima Silva subiu muito de rendimento, muito importante a Alice Martins na luta das tabelas, mas a entrada que fez ainda mais diferença foi a de Isabel Berenguer, a jovem do CAB trouxe a sua habitual raça e isso fez muito a diferença para o crescimento do CAB.

GDESSA por cima, um primeiro quarto excecional da equipa do Barreiro e um segundo quarto onde o CAB Madeira esteve muito bem e mostrou muito mais aquilo que sabemos que conseguem jogar. Ataques em alta e um duelo fantástico. O GDESSA esteve sempre muito bem, o quarto período foi o pior da equipa do Barreiro que baixou um pouco o ritmo e a eficácia, um CAB que primeiro apostando nas jogadoras mais altas e depois nas “formiguinhas” em especial Isabel Berenguer que foi muito importante neste jogo, o CAB cresceu muito com ela e com o trabalho que foi fazendo, sempre na luta e sempre a conseguir elevar a equipa da Madeira. GDESSA a vencer, jogo incrível, com os dois minutos finais a terem sido ainda mais em aberto, mas a equipa do Barreiro conseguiu ser o primeiro conjunto a se apurar para a final. Nos destaques individuais, tivemos muitos, foi um jogo onde Márcia da Costa Robalo, Luana Serralheiro, Alice Martins ou Maianca Umabano estiveram em grande, mas o maior destaque foi Carolina Bernardeco.

A base do CAB Madeira brilhou muito, foi a jogadora que mais tentou no CAB, criou, lutou e nunca baixou os braços. Carolina Bernardeco voltou a mostrar o porquê de ser uma das estrelas do nosso basquetebol. A craque do CAB Madeira conseguiu neste jogo, 23 pontos (8 em 19 lançamentos de campo, 3 em 8 nos três pontos e 3 em 4 na linha de lances livres) e depois ainda mais 4 ressaltos, 6 assistências e 2 roubos de bola.

Gabriela Raimundo – Super Rendimento

Na segunda meia-final, o SL Benfica venceu o Esgueira por 69-65 num grande jogo que ditou a presença da equipa encarnada na final e onde o maior destaque foi. Um jogo muito intenso, muito rápido, começou com as duas equipas muito fortes nas transições, um primeiro quarto onde o Esgueira pecava na finalização, a equipa de André Janicas estava muito bem, criava mais, mas a eficácia era o grande problema. Benfica conseguia gerir, rodar e errar menos, a verdade é que foi a equipa do Esgueira a ir para o intervalo na frente, a equipa da luz começou a errar muito mais e fruto do aumento de pressão do Esgueira, em particular a Daniela Jesus que surgia no ataque, mas que na defesa foi conseguindo anular Joana Soeiro e Carolina Rodrigues. No terceiro quarto, o Benfica subiu a pressão, muito pela Laura Ferreira que regressou com tudo do balneário.

Aumento de pressão, maior concentração, jogo mais veloz, maior equilíbrio e o Benfica a voltar para a frente. Benfica com mais turnovers do que o normal e fruto das dificuldades que o Esgueira criava. Alta intensidade, Esgueira com pressão alta na portadora da bola, Benfica sempre seguro, as irmãs Raimundo sempre preponderantes, um quarto período onde surgiram de novo Carolina Rodrigues e Raphaella Monteiro. Muito equilíbrio, grande jogo e os detalhes a fazerem a diferença. Vários destaques individuais como a Trudy Walker-Benjamin, a Ana Raimundo, a Laura Ferreira ou a Carolina Rodrigues, mas o maior destaque foi a Gabriela Raimundo. A base do Esgueira assumiu o maior protagonismo para mim e apesar dos números de Trudy porque foi importante dos dois lados do campo, surgiu quando o Esgueira mais precisava de “orientação” no seu jogo, foi preponderante na pressão, ainda apareceu no ataque nos momentos chaves e por isso mesmo Gabriela Raimundo a ser o maior destaque deste duelo.

Gabriela Raimundo conseguiu 20 pontos (8 em 21 lançamentos de campo e 4 em 8 na linha de três pontos) ainda apontou mais 2 ressaltos, 2 assistências, 1 desarme de lançamento e 2 roubos de bola.

Márcia Da Costa Robalo – A MVP da Taça de Portugal

Na final, o SL Benfica venceu o GDESSA na final por 82-78. Jogo maravilhoso, partida que coroou a incrível festa da Taça de Portugal desta temporada. GDESSA tentava a quarta Taça de Portugal, mas foi o Benfica que conseguiu revalidar a conquista da última temporada, segunda Taça de Portugal da história do Benfica. 25 jogos sem perder, é o registo da equipa de Eugênio Rodrigues que segue imbatível nesta temporada e que não perder desde o segundo jogo da final da Liga Skoiy na temporada passada. Esta final foi espetacular, duelo de alta intensidade, o GDESSA a provar o porquê de serem uma equipa candidata ao título.

Divisão na superioridade, Benfica a sentir muitos problemas. Jogo muito equilibrado, O GDESSA entrou melhor na partida, Benfica conseguiu responder, ganhando mais duelos, mas a partida esteve desde os primeiros instantes em alta velocidade, muita luta, com na primeira parte o Benfica a conseguir superiorizar-se na luta das tabelas, mas muito equilíbrio e ao intervalo o Benfica vencia apenas por 1 ponto. No terceiro quarto, o tiro exterior do GDESSA começou a cair mais, mas a defesa zona que adotaram deixou o Benfica melhor, pois a equipa encarnada conseguia abrir mais espaços, mas mais GDESSA, no ataque a equipa do Barreiro conseguia pausar e encontrar sempre linha de passe para mais um tiro. GDESSA na frente à entrada do último minuto, a bola estava cada vez mais quente, algumas jogadoras acusaram o peso do jogo, mas tudo em aberto com o GDESSA a entrar por cima na reta final da partida.

Os passos de Letícia Josefino que o Benfica aproveitou para pontuar logo de seguida, acabaram por ser decisivos isto porque no ataque seguinte, Joana Soeiro roubou a bola a Leonor Serralheiro e a menos de 30 segundos do fim o Benfica estava na frente. Benfica optou por não fazer falta, o GDESSA colocou a bola nas mãos de Leonor Serralheiro, mas a boa defesa do Benfica deixou apenas Letícia Josefino como linha de passe, a internacional brasileira lançou, mas a bola não caiu e assim ficou decidida a Taça de Portugal, uma vez que o GDESSA fez falta, Taylor Peacocke falhou os dois lances livres, mas no ressalto Mariana Silva ganhou a bola e colocou um ponto final na partida. GDESSA acabou por falhar no momento mais decisivo, mas a verdade é que tivemos um verdadeiro espetáculo, jogo incrível de basquetebol no Barreiro, num dia em que se promoveu e se festejou o basquetebol feminino de uma forma excelente. Nesta final tivemos vários destaques como Raphaella Monteiro ou Leonor Serralheiro, mas a MVP desta final e desta Taça de Portugal foi Márcia da Costa Robalo.

A jogadora do GDESSA registou 20 pontos (com 9 em 20 de lançamentos de campo e 2 em 6 da linha de três pontos) e ainda 10 ressaltos, 5 assistências, 1 desarme de lançamento e 1 roubo de bola. Márcia da Costa Robalo a deixar à vista de ainda mais gente, é jogadora de Euroleague e de uma qualidade muito rara.

Ficaram aqui os nossos destaques da final-four da Taça de Portugal, uma festa espetacular do basquetebol feminino que divulgou e promoveu de forma excelente a magia da nossa bola laranja no feminino.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS