Gonçalo Melo nomeia a França como a principal candidata ao título neste Campeonato da Europa 2024 e explica o porquê
Gonçalo Melo nomeia a França como a principal candidata ao título neste Campeonato da Europa 2024 e explica o porquê
Uma análise a dois dos potenciais candidatos ao Euro 2020, com a França e Alemanha a serem os primeiros "convidados". Qual destes vai chegar mais longe?
O nosso 3º momento do Mundial coincide com uma queda de um super-campeão que abandona a competição cedo demais. O que correu mal para a equipa de Löw?
A Alemanha surge neste certame como a defensora do título, como a seleção que mais tem a perder se a campanha não lhe correr pelo melhor. Surge, naturalmente, como uma das principais favoritas à conquista do troféu mais desejado do mundo, tal é a qualidade do seu plantel.
Mais uma vez, a Alemanha fez uma caminhada irrepreensível até ao Mundial da Rússia, uma caminhada completa apenas com vitórias e um recorde de golos (43!) naquilo que toca a qualificações europeias. Além disso, sofreu também apenas 4 golos, o que atesta a sua qualidade no processo defensivo.
A Mannschaft é uma verdadeira máquina trituradora. Não é, por defeito, uma equipa extremamente ofensiva, mas é, sim, uma equipa que sabe jogar com as fragilidades dos adversários e, quando tem a oportunidade de desferir o golpe letal, não a desperdiça.
O plantel de Joachim Low está recheado de talento, seja em que setor do campo for. O selecionador tem também aqui uma boa oportunidade de conseguir um feito histórico, isto quando chega ao certame depois da sua renovação de contrato até 2021.
Em termos táticos, a equipa tanto pode jogar num 3-5-2 como num 4-5-1, tendo a capacidade de se reinventar consoante as necessidades do jogo e a estratégia adversária. Será, ainda assim, mais previsível que a equipa jogue no 4-5-1, com os laterais titulares a serem bastante claros (Hector e Kimmich), sendo que este será, presumivelmente, o ponto mais fraco da equipa, e os centrais a estarem de pedra e cal no onze (Hummels e Boateng). Na baliza, permanece a dúvida entre a eterna lenda Manuel Neuer e um guarda redes que tem estado em destaque e a subir o seu nível ao longo dos últimos tempos, Marc Andre Ter-Stegen.
No meio campo, a profundidade que jogadores como Gundogan, Emre Can, Toni Kroos, Sami Khedira e Goretzka garantem faz com que as equipas adversárias não possam propriamente esperar com certezas com o que contam além de uma extrema qualidade com bola. Nas alas, Leroy Sané e Julian Draxler são os principais candidatos à titularidade, com Thomas Muller a poder ser também opção e, finalmente, Marco Reus a poder ter a oportunidade de brilhar na competição mais importante.
Todas estas opções dão enormes, mas excelentes, dores de cabeça, que permitem a Low mexer nas dinâmicas de jogo quando assim precisarem. A Alemanha tem tudo, verdadeiramente, para deixar os seus adversários sem soluções de resposta.
Na frente de ataque, Timo Werner é, cada vez mais, uma certeza para a próxima década da Mannschaft, estando ainda Mario Gómez pronto para qualquer eventualidade, ele que é um jogador que tem muita tarimba para estas ocasiões.
O onze da Alemanha é capaz de ser dos mais complicados de prever com toda a certeza. No entanto, tendo em conta aquele que tem sido o percurso da seleção e o histórico que grande parte dos jogadores tem na equipa, o seguinte onze parece ser o mais seguro de apostar:
Ter-Stegen; Joshua Kimmich, Jerome Boateng, Mats Hummels, Jonas Hector; Sami Khedira, Toni Kroos; Thomas Muller, Mesut Ozil, Leroy Sané; Timo Werner.
Este onze, no entanto, não é, de todo, uma garantia, com um ou dois lugares a serem os mais disputados, como o de guarda-redes, entre Neuer e Ter-Stegen, e de médio centro, entre Sami Khedira, Gundogan e Leon Goretzka, dependendo da estratégia a utilizar.
Mats Hummels (Bayern de Munique)
Idade: 29
Clube: Bayern de Munique
Posição: Defesa Central
Internacionalizações/Golos: 63/5
A seleção germânica tem de ser considerada a favorita no Grupo F e, na verdade, uma das principais favoritas a vencer o Mundial. A Alemanha é a campeã em título e não quererá desperdiçar a oportunidade de defender com sucesso o seu título. Terá adversários difíceis no grupo mas que não são, de todo, impeditivos de permitir à Alemanha fazer a sua obrigação e passar da fase de grupos.
Para tal, conta com um elenco verdadeiramente invejável de jogadores, em todos os pontos do campo. No entanto, a Alemanha marca-se pela sua segurança defensiva e pela sua capacidade de transição para o ataque, e para tal existe um jogador absolutamente essencial.
Mats Hummels é o patrão da defensiva alemã e tem feito um percurso verdadeiramente irrepreensível, tirando a sua irregular condição física. No entanto, nesta época, o jogador fez, provavelmente, uma das melhores épocas da sua carreira. O jogador tem melhores “pezinhos” do que a grande maioria dos centrais mundiais e é por ele que muito do jogo da Alemanha começa (isto não falando em Neuer, que não é segura a sua condição). No vídeo abaixo, percebe-se aquilo que o defesa traz ao jogo.
Hummels tem a estampa física requerida de um central, sendo também um jogador que marca alguns golos. Mais importante, tem a capacidade de jogar de forma limpa e de desarme fácil, retirando o controlo aos pontas de lança do jogo e estando ele em controlo, dando uma enorme segurança defensiva às suas defensivas.
Mats, provavelmente, nunca irá sair da Alemanha, fazendo sempre carreira por território germânico, porque não tem necessidade de mais. Depois de trocar o Borussia de Dortmund, clube em que jogou entre 2009 e 2016, pelo Bayern de Munique, o clube no qual fez toda a sua formação e que é o seu clube do coração, será difícil prever se o jogador alguma vez acabará por abandonar o clube.
Com uma seleção irrepreensível e Hummels mais focado e em melhor forma do que nunca, poderá a Alemanha sonhar com a revalidação do título? O céu é o limite.