Espera-se que o futebol de praia possa voltar à normalidade no ano de 2021, ano de mundial. Que questões se colocam no regresso aos areais?
Espera-se que o futebol de praia possa voltar à normalidade no ano de 2021, ano de mundial. Que questões se colocam no regresso aos areais?
A pandemia de COVID19 afeta e muito o Flamengo e, com isto, surge nova polémica no futebol brasileiro. Ouve tudo aqui no Ginga Canarinha!
Em três décadas de vida nunca eu vi falar-se tão pouco de futebol. Muitas vezes parece ser um desporto que funciona num mundo à parte mas é jogado e gerido por humanos. E o ser humano tem a capacidade tanto de nos surpreender como de nos desiludir de um minuto para o outro. Mas depois de muita hesitação o futebol entrou em quarentena num mundo de oito e oitentas.
Houve quem tentasse manter o futebol activo mesmo numa altura em que já era o que menos interessava, mas felizmente houve consciências que o pararam. Aos poucos, mas pararam. O mundo começou a parar. O desporto parou. O futebol tinha de parar.
Várias actividades desportivas já deveriam ter parado há mais tempo. Sendo um problema transversal a todo a toda a humanidade, não fez qualquer sentido realizarem-se jogos num determinado local, enquanto outros jogavam à porta fechada ou iam sendo adiados.
Felizmente houve quem teve a ‘coragem’ de parar mais cedo. Num mundo global e com poucas fronteiras não serve a desculpa: “ah e tal mas aqui não tínhamos casos”. Com a constante circulação de pessoas de um lado para outro, um vírus de transmissão fácil como este viaja de um lado ao outro do mundo num ápice. Bons exemplos como de Macau, que ali ao lado da origem do vírus, fechou as suas fronteiras desde as primeiras notícias de casos.
Ligamos a televisão, olhamos para as notícias. Fazemos zapping. Passamos pelos canais de informação. Nada. Nada de futebol. Vá quase nada. Nem para segundo, nem para terceiro plano, passou para décimo plano. Sendo que os outros nove se referem, por motivos tão óbvios quanto sérios, ao vírus que está a virar tudo de pernas para o ar.
O mais importante agora não é saber quem vai ser campeão ou a forma mais justa de o decidir, quando vai ser o Europeu, como os jogadores podem treinar… Como diria o grande JJ – que felizmente acusou negativo ao terceiro teste – isso são ‘peaners’. Importa centrar-nos nesta ‘guerra’ contra um inimigo invisível em que a nossa maior arma é o civismo e respeito pela ordem de quarentena, sendo esta voluntária ou não.
Gostaria muito de dizer que esta frase era da minha autoria, mas infelizmente não é. Adoro frases que em poucas palavras dizem muita coisa e, esta afirmação do treinador italiano Arrigo Sacchi, encaixa que nem uma luva na situação actual. Encaixa tanto, que vou voltar a escrevê-la só para a lerem uma vez mais: “O futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes”,
Não será por acaso que é apelidado de desporto rei. O futebol move multidões, emoções, desejos, vontades, desesperos, frustrações e, tantos outros, sentimentos. É um verdadeiro fenómeno social, fortemente ligado à vida cultural em todo o mundo. Desperta a paixão de milhões de pessoas, libertando o lado mais instintivo e competitivo daqueles que acompanham cada jogo, na televisão ou na internet e até viajam para o outro lado do mundo para apoiar as cores do seu clube.
Com base neste comportamento social, o futebol muitas vezes parece a coisa mais importante da vida… pelo menos durante 90 minutos.
Apesar de não ser o mais importante, não podemos deixar de ver o futebol como uma ‘indústria’ importante. Tanto a nível de clubes como de seleções move milhões e milhões, e tem um impacto significativo no sector da economia e até do turismo. Deve ser tratado com a devida importância mas pondo, pelo menos por agora, a parte mais irracional de lado.
Muitos dos responsáveis do futebol, um pouco por todo o mundo, tentaram adiar as paragens dos campeonatos centrando-se apenas no desastre financeiro que seria. No entanto, como deveria ser sempre, os protagonistas principais foram os jogadores. Aproveitando o popularidade que têm, muitos deles lançaram nas redes sociais apelos para o futebol parar e para as pessoas ficarem em casa. Felizmente funcionou.
O Campeonato da Europa vai ser mesmo adiado, ao que tudo indica para 2021. No entanto, também é possível que possa acontecer nos últimos meses de 2020, servindo de adaptação para o Mundial do Qatar de 2022 que se vai realizar de 21 novembro a 18 de dezembro. É uma hipótese que poderá fazer muito sentido, caso esta situação pandémica fique controlada nos próximos 3 ou 4 meses. Até lá, Portugal continua como campeão europeu até 2021.
Mas por enquanto vamos centrar-nos em vencer o campeonato da vida derrotando o Covid-19.
Ontem, enquanto escrevia este artigo, tinha feito o apontamento que o queria acabar com o mote “vamos jogar o verdadeiro derby”. Pouco depois, deparei-me com uma partilha que tinha esta descrição:
“Num momento que nunca foi por nós vivido, pede-se que sejamos os atores principais de um qualquer filme apocalíptico que nos habituámos a ver pela televisão”
“Agora coloquemo-nos todos a centrais e de forma bem clara vamos deixar este vírus fora de jogo!”
Venceremos ❣️?? “