Diogo Coelho, jogador de futebol que já passou pelo Nacional, SC Covilhã e GD Chaves, partilhou algumas confidências e experiências nestes dois últimos anos de carreira. O “filho” da Madalena do Mar na luta pelo Sonho
Diogo Coelho, com 22 anos já passou por várias experiências a nível Nacional, assim como conviveu com vários treinadores conhecidos do público português. Uma casa às costas em busca do sonho de vingar na 1ª divisão. Entre bi-diários pelo Nacional, a partida para Coimbra, jogos de cartas efusivos (com amigos) e “viver” a sua Madalena do Mar, Diogo arranjou tempo para conversar com o Fair Play sobre o antes, o agora e o depois.
. Diogo, dois anos, passaram-se de uma 1ª entrevista que deste a um outro site… em treze palavras o que se passou de então para agora?
DC. À beira de subir numa época, rodar na seguinte e subir de divisão no final.
. Covilhã, Chaves e Nacional, com a possibilidade/confirmação de ida para a Académica por empréstimo. Tens aprendido alguma coisa com as tuas passagens pelas diferentes cidades portuguesas?
DC. Tem sido experiências um pouco diferentes, o futebol do Covilhã era diferente em relação ao Chaves, após estes dois anos tenho certeza que conseguiria adaptar-me com facilidade na 1ª liga. Infelizmente, não estou a ter as oportunidades no Nacional, mas gostei bastante de estar na 2ª Liga. A ida para a Académica espero que seja a continuação da minha evolução, será interessante e bom, para mim, representar um clube com uma história tão rica como a Académica de Coimbra.
. O que é que te mais marcou na Covilhã? Repetirias a experiência de “viver” na Serra?
DC. Foi o 1º clube que me deu a oportunidade me mostrar, lancei lá a minha carreira como sénior… guardo boas recordações dessa época, desde o staff, aos colegas à direcção. Gostei do meu tempo na Serra mas quero outros horizontes.
. Pessoa com quem mais gostaste de estar no SC Covilhã?
DC. Todas as pessoas com que trabalhei ficaram-me na memória, só tenho a elogiar todos os que tiveram comigo nesse ano.
. Depois de teres conseguido efectuar mais de 40 jogos pela Covilhã, seguiu-se novo empréstimo ao Chaves. Primeira impressão que tiveste da cidade?
DC. Primeiras impressões que tive foram os adeptos, que estavam ansiosos em voltar à 1ª liga, a frustração de não terem subida na temporada anterior fez “mossa”. É uma cidade de futebol, quando jogávamos em casa parava tudo. É uma cidade acolhedora, extremamente bem recebido.
. E confirma-se que a comida transmontana é das melhores do país?
DC. Claramente que sim. A carne, por exemplo, tem outro sabor… come-se muito bem mesmo.
. Como foi vestir a camisola de um clube histórico? Tens boas recordações do público flaviense?
DC. Tenho bastantes. Foi com muito orgulho e adrenalina que representei o Chaves em toda a época, a pressão do público era positiva, fizeram-nos sentir que era o ano da subida. O objectivo foi cumprido por todos.
. Algum momento mais cómico ou caricato na tua passagem por Chaves?
DC. Assim mais divertido foi a forma como os meus colegas brincavam com a minha pronúncia de madeirense, existia um excelente espírito de grupo.
. Gostaste de trabalhar com Vítor Oliveira, o Mestre das Subidas? Há algum segredo para o sucesso dele?
DC. Gostei muito de trabalhar com o Professor Vítor Oliveira, sabe dar a volta à equipa quando tínhamos um resultado menos positivo, tinha uma postura equilibrada, conhecimento amplo e profundo da 2ª liga, prepara-se muito bem para o desafio a cada fim-de-semana.
Orgulho e Adrenalina por Representar o Chaves

. Ao fim de quase 80 jogos em dois anos, achas que os calendários estão demasiado alongados ou gostas de como está? Faz-vos confusão ter pouco tempo para descansar?
DC. O facto de ter muitos jogos acaba por dar oportunidade a todos no plantel, há que existir gestão… são demasiados jogos, com taças e campeonato, é muito carregado. Mas quando estás no meio daquela “maratona”, entras n’Jogo e queres estar no meio do “barulho”, da competição.
. Ter a “casa” às costas durante dois anos, e agora para um terceiro, é algo que te importas ou as experiências têm valido a pena?
DC. As experiências têm sido melhor do que inicialmente tinha previsto… mas andar de um lado para o outro não é algo que se queira, vai chegar o ponto da estabilidade.
. Sentes que o jogador português é mais criticado que um estrangeiro? Ou há uma aproximação maior com os adeptos?
DC. Acho que não, o adepto mesmo que perceba mais ou menos de futebol vai criticar o rendimento e não a nacionalidade. Se o atleta mostrar valor, vai ser sempre acarinhado.
. Melhor crítica que ouviste na tua carreira? E melhor “boca” que ouviste da bancada para o campo?
DC. Lembro-me do Pedro Caixinha, quando estava a dar os primeiros “passos” no Nacional, que me disse que era «demasiado perfeccionista, que queria fazer as coisas sempre bem e que acabava por errar em alguns momentos». Esta época pelo GD Chaves, o Vítor Oliveira, demonstrou toda a sua experiência quando me disse que «temos de nos proteger quando as coisas não nos estão a sair, para não insistir quando o movimento ou passe não está a sair com naturalidade.
. Com 22 anos, quase 100 jogos em duas ligas diferentes, jogos frente a Históricos de Portugal, é esta a “tua” profissão?
DC. Sem dúvida alguma, gosto muito do que faço, faço-o com muita dedicação, com uma vontade de triunfar na profissão que escolhi.
. Gostas do Fair Play? Achas que há ausência desse espírito no campo de futebol?
DC. Acho que não, felizmente é um processo e um espírito que todas as equipas sentem e querem tornar como princípio. O Fair Play ajuda o futebol a ser vista como modalidade limpa, séria e que pode ser diferente.
A Académica é um clube Histórico… será um orgulho para mim
