Arquivo de Ana Pinheiro - Fair Play

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José AndradeAgosto 24, 20226min0

A nossa Seleção portuguesa sub-18 Feminina regressou a Portugal com um 2º lugar no Campeonato da Europa Divisão B, um resultado extraordinário e que confirmou todas as expetativas que existiam sobre esta equipa das quinas e hoje vamos olhar para esta prestação.

Fase de grupos – Categoria e génio luso

A fase de grupos correu de feição à equipa das quinas que conseguiu 4 vitórias em 4 jogos mostrando já aqui que o sonho era muito real. Tudo começou com um triunfo perante a Macedónia do Norte por 94-27, uma entrada categórica e sem deixar margem para dúvidas. O segundo jogo já nos trouxe um duelo bem mais complicado, Portugal venceu a Croácia por 52-51 numa partida onde as lusas fizeram uma primeira parte de muita qualidade e onde sentiram maiores dificuldades na segunda metade tendo o final de jogo sido frenético e onde a seleção nacional teve que lutar muito para conseguir levar a melhor.

Nos outros dois encontros seguiram-se triunfos que selaram a passagem do conjunto de Agostinho Pinto: Portugal venceu o Luxemburgo por 78-32 e a Grã-Bretanha por 67-49. Campanha que deixou logo a nossa seleção como uma das favoritas e já com algumas das atletas lusas como maiores destaques desta Divisão. A Seleção portuguesa sub-18 feminina conseguiu o primeiro lugar no Grupo A com 4 triunfos e entrou na fase decisiva com ambições elevadas fruto da muita qualidade de jogo que vinha a ser evidenciada em Sofia.

Fase do mata-mata – Mostrar que eram das melhores

Nos quartos-de-final e nas semifinais dois triunfos seguros e de grande classe. Nos quartos, uma vitória sobre a seleção búlgara por 65-48 num encontro onde o conjunto das quinas dominou desde os primeiros instantes não deixando num margem para que a Bulgária conseguisse sonhar com algo deste triunfo. Jogo onde a defesa lusa voltou a fazer a diferença limitando as búlgaras no ataque, mas triunfo esclarecedor e onde Portugal conseguiu gerir não só a vantagem como os minutos das jogadoras dando algum descanso a peças chaves.

Depois no duelo das semifinais, Portugal venceu a Sérvia por 62-55 um duelo que começou melhor para as sérvias e que obrigou a equipa das quinas a mostrar a sua resiliência ao nunca desistir estando sempre na luta. Foi uma primeira parte complicada, as nossas adversárias conseguiram limitar o jogo luso impedindo que o ataque funcionasse, mas as correções ao intervalo implementadas pela equipa técnica fizeram toda a diferença e levaram a uma segunda parte extraordinária das lusas que assim conseguiram assegurar um lugar na final do Campeonato da Europa sub-18 mantendo a invencibilidade e aumentando assim o sonho de subida e de conquista da Europa, o sonho europeu estava vivo, era real e o conjunto das quinas mostrava exatamente aquilo que sabíamos que eramos, uma das seleções mais fortes deste Campeonato da Europa.

Final do Europeu – Muito perto, mas muito orgulho

Orgulho, muito orgulho é assim que podemos descrever a prestação da Seleção sub-18 Feminina nesta final e ainda mais neste Campeonato da Europa onde terminaram muito perto de conseguir o tão desejado sonho, mas onde ficam grandes jogos e a demonstração que erámos e somos das melhores desta competição. Na grande final, as luas foram derrotadas por 44-59 no duelo com a Eslovénia. Foi sempre um duelo muito equilibrado, onde o ascendente esteve sempre no lado das eslovenas, principalmente no início da partida onde o 4-13 abriu uma desvantagem que o conjunto luso mesmo lutando muito e até equilibrando forças com a equipa adversária. nunca foi suficiente para se dar a reviravolta.

O objectivo da subida acabou por não ser alcançado, mas o que fica é muito orgulho nesta seleção e na caminhada dura e excelente da Seleção portuguesa sub-18 feminina que foi obrigada sempre a lutar muito, a ter que superar diversos obstáculos.

Destaques individuais da Seleção sub-18 Feminina e do Europeu

É impossível não começar e não grande destaque a Inês Bettencourt que terminou este Campeonato da Europa no cinco ideal e na discussão para ser MVP, a isto indica bem o que foi a prestação da portuguesa, mas se formos olhar para cada um dos jogos e para o que a jovem base fez, é ainda mais espantoso e merece ainda mais destaque e elogios do que aqueles que recebeu. Olhando para outras jogadoras, Laura Silva depois da boa temporada que teve na Madeira afirmou-se ainda mais neste Europeu sendo também ela um dos destaques desta Divisão B. Falando de individualidades é impossível não falar de Gabriela Falcão, uma jogadora que antes do Europeu partia como uma das candidatas a MVP e a possível destaque da competição e foi exatamente o que aconteceu, com a jovem interior portuguesa a conseguir mostrar muita da sua capacidade sendo uma das figuras da nossa seleção e também ela deste Campeonato da Europa.

Outros nomes em destaque na Seleção portuguesa sub-18 Feminina: Andrea Chiquemba que nem sempre teve um Europeu fácil, mas que apareceu sempre bem em todos os duelos, mostrando-se na defesa e no ataque, principalmente pelo imenso trabalho que teve por vezes com aquele trabalho mais invisível e que nem sempre é refletido no boxscore.

Mencionar ainda Marta Roseiro, jogadora que foi sempre crescendo ao longo da competição e acabou como a “joker” desta Seleção sub-18 feminina, aquela jogadora que não precisou de muito para se destacar e se colocar em papel de protagonista. Ainda falar de Ana Pinheiro, uma das atletas mais regulares deste Campeonato da Europa, não teve más exibições nem momentos menos bons, surgiu sempre em todas as partidas, dos dois lados do campo e em alguns dos duelos sem ser destacada como merecia. Palavra para Rita Rodrigues que defensivamente esteve sempre irrepreensível e que no ataque foi em crescendo com o passar da competição e o ganhar de confiança e ainda para Cristina Freitas, Matilde Pereira e Vitória Dias, peças que conseguiram “mexer” com os jogos, cumprindo mesmo com minutos reduzidos e também elas mostrando a muita qualidade que cada uma têm. Muitos destaques e saímos de Sofia com algumas das melhores da competição.

O sonho europeu de Sofia ficou muito perto, mas o que fica é um orgulho na prestação da Seleção portuguesa sub-18 Feminina que regressou com um vice-campeonato da Europa na bagagem e uma campanha que nos deixa orgulhosos e ainda mais vincados como um dos melhores países no basquetebol feminino.


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