Rugby Português: Os 15 melhores jogadores masculinos de 2022

Francisco IsaacDezembro 7, 20228min0

Rugby Português: Os 15 melhores jogadores masculinos de 2022

Francisco IsaacDezembro 7, 20228min0
2022 foi um ano que acabou por ser positivo para o rugby nacional e Francisco Isaac escolheu o top-15 deste ano civil, com Samuel Marques a ocupar o 1º lugar

2022 será recordado como um bom ano para o rugby português, especialmente no escalão sénior masculino, graças ao apuramento para o Campeonato do Mundo 2023 e a subida no ranking geral da World Rugby, o que foi possível por diversas razões, como explicado já em artigos dedicados ao tema. Mas e em relação aos jogadores? Quem é que se sobressaiu, quem se destacou e quem liderou? Escolhemos o nosso top-15 do ano civil 2022, com base em três condições:

– Obrigatório um mínimo de 3 jogos pela Selecção Nacional de XV, ou dois torneios de 7’s;

– Titularidade em boa parte dos jogos efectuados pelos clubes/franquias, sendo que quanto maior o número de aparições, melhor;

– Importância individual (ensaios, assistências, e outros dados estatísticos) é um factor chave, como o impacto no colectivo;

Perante estes condicionamentos, os 15 escolhidos são os seguintes, lembrando que não há um ranking definido, excepto para os três primeiros, que são o pódio do ano 2022:

Samuel Marques (Carcassonne/Selecção Nacional)

Titularíssimo tanto pelo US Carcassonne da ProD2, como nos “Lobos”, Samuel Marques foi o MVP do ano que está agora a findar, tendo ajudado o seu clube a chegar aos quartos-de-final da 2ª divisão de rugby em França (uma das melhoras temporadas do clube desde que viraram para o profissionalismo) com 234 pontos marcados, para além de ter somado 86 pontos por Portugal, com aquela penalidade final frente aos Estados Unidos da América a ter sido a chave-de-ouro. Não olhando só para o que traz a partir dos pontapés, Samuel Marques é um organizador de jogo extraordinário, apresentando um passe rico e sempre fiável, oferecendo outra segurança à sua equipa, estando no topo das suas faculdades, isto aos 34 anos de idade.

Tomás Appleton (CDUL/Lusitanos/Selecção Nacional)

Que temporada sensacional de Tomás Appleton, tendo sido outra das “chaves” de Portugal e dos Lusitanos, impondo exibições de excelência que ajudaram as suas equipas a chegar a um patamar alto, especialmente na selecção portuguesa. Mais certo que um relógio suíço, o centro foi um dos jogadores mais importantes para a manobra de jogo quer da franquia da Federação Portuguesa de Rugby ou de selecção nacional, liderando os seus companheiros de equipa com total certeza e confiança, sem deixar de mostrar a sua estrondosa aptidão enquanto placador ou movimentador de bola.

Mike Tadjer (Perignan/Selecção Nacional)

Esteve meses parado por lesão, falhando todo o Rugby Europe Championship e boa parte do Top14, mas veio a tempo para ajudar o emblema catalão a garantir a manutenção no principal campeonato de rugby em França, e conferir uma “arma” de total impacto aos “Lobos”, com o talonador a fazer-se sentir tanto em Julho como em Novembro. Tem sido um dos melhores jogadores portugueses a actuar em ligas profissionais, e neste ano de 2022 foi decididamente merecedor de um lugar no pódio.

Nuno Sousa Guedes (CDUP/Lusitanos/Selecção Nacional)

É um atleta diferenciado e que efectivamente tem sido uma das “pilhas” tanto do CDUP, Lusitanos ou Portugal, com aquele engenho técnico a ter feito a diferença em determinados jogos por qualquer uma dos conjuntos pelo qual jogou. Como Mike Tadjer, o defesa sofreu uma lesão complicada, conseguindo regressar a tempo de realizar um 2022 de excelência, cumprindo com quatro ensaios, cinco assistências, mais de duas mãos cheias de quebras-de-linha, para além das exibições entusiasmantes frente à Itália, Black Lion, Hong Kong ou Argentina “A”.

Manuel C. Pinto (Agronomia Rugby/Lusitanos/Selecção Nacional)

Depois de uma experiência que não correu da melhor forma ao serviço do Narbonne, Manuel Cardoso Pinto foi capaz de se reerguer e realizar um 2022 de franca alta qualidade, coma prestação notável no empate ante a Geórgia em Tbilissi, afirmando-se como um dos melhores pontas do rugby nacional nestes últimos 12 meses. Vários ensaios, jogadas de requinte e exibições que ficaram na retina de todos os adeptos em Portugal.

Rafael Simões (CDUL/Lusitanos/Selecção Nacional)

O 3ª linha foi uma das traves-mestras do conjunto liderado por Patrice Lagisquet, tanto nos “Lobos” como Lusitanos, e mereceu vários elogios da imprensa estrangeira que acompanhou ambas as competições. Dominante no alinhamento, o avançado foi um dos principais portadores de bola em Portugal, conquistando a linha-de-vantagem por diversas vezes, somando-se ainda uma capacidade defensiva agressiva.

Francisco Fernandes (Béziers-Hérault/Selecção Nacional)

Aos 37 anos, Francisco Fernandes continua a ser um dos melhores pilares tanto da selecção nacional como da ProD2 (mais de 250 jogos na 2ª divisão francesa), não só por aquilo que faz na formação-ordenada, como pela constante entrega imposta a cada fase, mostrando boas mãos e uma voz astuta no ajudar a guiar a equipa.

José Madeira (Grenoble Rugby/Selecção Nacional)

Há poucas palavras para definir e explicar a evolução técnica, física e táctica do 2ª linha português, que tem se assumido como um dos protagonistas dos “Lobos” e Grenoble. Domínio absoluto no alinhamento, uma capacidade defensiva de nível soberbo, e um “pulmão” gigantesco que consegue garantir um apoio constante aos seus parceiros no ataque. É um dos jogadores em crescendo no rugby internacional, e que Portugal precisa na sua melhor forma para os próximos capítulos.

João Granate (GD Direito/Lusitanos/Selecção Nacional)

Silencionsamente, João Granate vai construindo o seu legado no rugby nacional como um asa astuto, trabalhador, dedicado e que prolífera a explorar rucks mal defendidos para resgatar a oval em favor das suas equipas, impondo-se como um dos melhores atletas neste sector. Foi titular na maioria dos encontros de Portugal em 2022, e nos que acabou por ser relegado ao banco de suplentes sentiram-se profundas diferenças, tanto no acesso ao breakdown como no apoio ao ataque.

Steevy Cerqueira (CA Brive/Chambéry/Selecção Nacional)

Estreeou-se em 2022 por Portugal, conseguindo encontrar um espaço e lugar nos “Lobos”, com a sua cultura nas fases-estáticas a fazer diferença no Torneio de Qualificação de Novembro passado, onde somou seis intercepções no alinhamento. Placador de qualidade, Steevy Cerqueira formou uma parelha de classe com José Madeira, que promete ser um eixo importante para os comandados de Patrice Lagisquet, sendo que no Chambéry voltou a poder somar minutos como titular.

Rodrigo Marta (CF “Os Belenenses”/Dax Rugby/Lusitanos/Selecção Nacional)

Com toda a certeza que se tivéssemos formado um top-5, Rodrigo Marta teria de estar nele, tanto por aquilo que fez pelos “Lobos” ou Lusitanos (12 ensaios no total) como pelo CF “Os Belenenses” ou Dax Rugby (um total de 13 toques de meta em 2022), mostrando uma classe especial e que felizmente foi bem observada por clubes franceses. É uma unidade letal no ataque, um defesa minucioso e um garante em qualquer bola alta, e um dos atletas mais entusiasmantes do rugby nacional.

Diogo H. Ferreira (Dax Rugby/Selecção Nacional)

O desenvolvimento mental e físico de Diogo Hasse Ferreira tem sido extraordinário, conseguindo galopar e conquistar a titularidade pela selecção nacional ou no Dax da Nationale francesa, graças a uma forma absolutamente extraordinária, com o trabalho na formação-ordenada ou fases de jogo a serem dois pontos relevantes do reportório do pilar.

Jerónimo Portela (GD Direito/Lusitanos/Selecção Nacional)

É um médio-de-abertura diferente, que consegue fabricar espaços constantes para as suas equipas, pautando um jogo rápido, imprevisível e eletrizante, alimentando bem a manobra ofensiva, sem deixar se surpreender ou rebaixar no que toca ao trabalho na defesa. Jogo ao pé inteligente e que foi plataforma para chegar a ensaios tanto no Rugby Europe Championship 2022, como no Torneio de Qualificação.

José Lima (US Carcassonne/Stade Narbonnais/Selecção Nacional)

Se a vida no Carcassonne não correu da melhor forma, já na selecção nacional foi o contrário, pois José Lima foi sempre uma das peças mais importantes dos “Lobos” neste caminho até ao apuramento para o próximo Campeonato do Mundo, com o seu papel de “âncora” ou aglutinador de defesas a garantir outro espaço para o ataque português explorar. Um dedicado atleta, que nunca baixou os braços e esteve em todos os grandes momentos da selecção nacional.

Raffaele Storti (Stade Français/Béziers-Hérault/Selecção Nacional)

Ano que começou da pior forma para o ponta, relegado para a condição de suplente nos “Lobos” para depois conseguir reconquistar a titularidade a tempo de ajudar Portugal a chegar ao Campeonato do 2023. Apareceu de volta em grande em Julho pela selecção, iniciando uma aventura na ProD2 da melhor forma possível, chegando a Novembro com seis ensaios marcados em oito jogos, e capitalizou esse melhor momento com um excelente Torneio de Qualificação.

Foto de Destaque de Luís Cabelo Fotografia


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