Os Melhores Jogadores Portugueses de Rugby em 2021 pt.3

Francisco IsaacDezembro 27, 20216min0

Os Melhores Jogadores Portugueses de Rugby em 2021 pt.3

Francisco IsaacDezembro 27, 20216min0
A lista de 15 jogadores portugueses de rugby que se destacaram em 2021 dividido em três partes, considerando todas as ligas e selecção nacional

Sem uma classificação de 15 ao 1, escolhemos 15 jogadores do rugby português que estiveram em evidência tanto na selecção nacional, Lusitanos ou nos seus clubes (em Portugal ou Europa), divididos em três partes, que vão desde os “mágicos”, os trabalhadores-natos, os “enforcers” ou os comandantes! Esta é a parte 3, e podes ler a parte 1 e 2 aqui.

PEDRO BETTENCOURT (OYONNAX/PORTUGAL)

2021 marcou o retorno de Pedro Bettencourt às convocatórias dos “Lobos”, depois de algum tempo de intermitência ou mesmo de ausência de um dos atletas de maior qualidade do rugby nacional, que já passou mesmo pelos Newcastle Falcons. Contudo, não foi o regresso aos jogos pela selecção nacional do polivalente 3/4’s que o tenha ajudado a entrar nesta lista dos 15 melhores jogadores deste ano civil, mas sim as suas exibições pelo Oyonnax, especialmente as realizadas na actual temporada, tendo realizado 10 aparições pelo emblema da ProD2, 7 dos quais como titular.

Nesta primeira fase da temporada, o atleta formado no CDUP já foi destaque do Midi Olympique em três ocasiões, recebeu elogios na imprensa francesa tudo devido à qualidade que imputa à linha de 3/4’s do Oyonnax, como a sua capacidade para ler o ataque contrário, impondo imediatamente uma placagem de luxo ou um desdobrar rápido de forma a fechar espaços e frechas, isto para além de conferir um equilíbrio decisivo no avanço territorial, principalmente dentro do “seu” próprio meio-campo. É daqueles atletas que se tem maturado com larga excelência, procurando se afirmar cada vez mais tanto na ProD2 como nos “Lobos”, e que seja a partir do banco do XV inicial, Pedro Bettencourt fará a diferença no manter uma coesão defensiva e ofensiva.

JERÓNIMO PORTELA (GD DIREITO/LUSITANOS/PORTUGAL)

Um abertura largamente diferente do costume, já que não procura tanto o jogo ao pé ou fica à espera da oval, optando por aparecer mais junto à linha-de-vantagem, sempre disposto a fabricar uma rotura defensiva na “muralha” adversária para explorar, ou dar a oportunidade a um parceiro de equipa de fugir por entre placadores e ir até ao ensaio.

Jerónimo Portela é um abertura refinado, que está em pleno crescimento, conquistou a confiança de Patrice Lagisquet em 2020 e, agora, em 2021, movendo-se agilmente dentro da lógica de jogo trabalhada pela equipa técnica nacional, conferindo um carácter imprevisível ainda antes de receber a oval nas suas mãos, o que dota outra confiança ao bloco ofensivo dos “Lobos”, pondo o bloco opositor na dúvida, já que tanto o nº10 do GD Direito pode atirar um gruber no limite do (im)possível, fazer um sidestep e colar uma série de placadores ao redor de si ou simplesmente “fingir” ser o receptor da bola, o que adensa a defesa num ponto, abrindo espaço na linha. Inteligente, persuasivo, valoroso (não falha placagens, uma das suas marcas pessoais) e criativo, este é o abertura que nos conquistou neste ano civil prestes a findar.

JOSÉ MADEIRA (GRENOBLE RUGBY/PORTUGAL)

Conquistou Grenoble aos 19/20 anos de idade, e está, aos poucos, a construir o seu espaço nos “Lobos” seja como uma referência nos alinhamentos, no compromisso e agressividade imposta em cada placagem ou acção defensiva, no conseguir fazer a diferença nos rucks e nos detalhes menores que acabam por conferir outra dimensão ao ataque ou defesa, ou mesmo no ser uma voz imponente e sempre pronto para se sacrificar. José Madeira arriscou, viajou para França em 2020 e desde então já somou 24 jogos pelo Grenoble, 8 dos quais na temporada actual (7 como titular), mostrando a qualidade existente nas novas gerações do rugby português, especialmente numa posição com algumas carências, a segunda-linha, lembrando que o ex-Belenenses Rugby pode também surgir na 3ª linha, com esta polivalência a oferecer soluções de soberba qualidade às equipas técnicas tanto do seu clube da ProD2 como de Portugal.

Uma condição física de alto nível, que permite outra gestão de jogo, a inteligência na leitura do jogo e de quando/como intervir, para além da boa técnica imposta nas fases-estáticas, são outras particularidades que elevaram José Madeira ao patamar de um dos melhores atletas da bola oval lusa no ano que agora finda, esperando-se um contínuo crescimento nos anos vindouros.

DAVID COSTA (GD DIREITO/LUSITANOS/PORTUGAL)

O pilar foi um dos eixos do vice-campeonato do GD Direito, no dar outra capacidade resposta à formação-ordenada nos Lusitanos (sem falar de toda a qualidade que traz para o jogo contínuo), tendo ainda sido uma das escolhas mais solicitadas nos “Lobos”, já que efectuou 6 jogos pela selecção nacional (5 como suplente utilizado, um como titular), e é um dos novos futuros-presentes da primeira-linha do rugby português, a par de Duarte Diniz, André Arrojado, Nuno Mascarenhas, Diogo Hasse Ferreira. Mas porquê selecioná-lo como um dos 15 melhores jogadores da oval lusa?

Técnica de bom calibre na formação-ordenada, respondendo bem nos momentos de maior pressão (na vitória frente à Rússia, correspondeu bem nos 30 minutos que esteve em campo), conseguindo rapidamente se envolver no jogo após esta fase-estática; dinamismo nas acções de ataque, mantendo um ritmo alto de trabalho, visto consecutivamente durante a temporada dos Lusitanos; agressividade bem medida no contacto, forçando bons avanços na linha-de-vantagem.

É um primeira-linha que está em crescendo ano após anos, faz parte de uma vaga geracional de sucesso e que deu claras provas de poder lutar por um lugar na selecção de Portugal.

FRANCISCO FERNANDES (BÉZIERS-HÉRAULT/PORTUGAL)

Uma voz apaixonante e de eterno compromisso, este é Francisco Fernandes, o pilar do Béziers-Hérault que atingiu os 250 jogos na ProD2, depois de ter jogado três jogos pelos “Lobos” em 2021, atingindo as 25 internacionalizações por Portugal em 2021. Foi nomeado para o XV da semana do Midi Olympique em cinco ocasiões nos últimos 12 meses, mantendo um estatuto de fundamental no Béziers, muito graças à sua experiência, especialmente vislumbrada nas fases-estáticas, mauls ou no jogo mais “fechado”, algo que fornece outra dimensão e confiança aos seus parceiros do pack de avançados, e não só.

A capacidade aeróbica e o sacrífico eterno patenteado a cada aparição tanto pelos “Lobos” como pelo seu clube, são elementos que têm lhe valido a titularidade e convocatórias, inspirando os mais novos a seguir o seu exemplo, recebendo esta nota de ter sido um dos melhores portugueses em campo em 2021 aos 36 anos.


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