Ranking de força (precoce) da WNBA (13º ao 7º)

Lucas PachecoFevereiro 9, 20256min0

Ranking de força (precoce) da WNBA (13º ao 7º)

Lucas PachecoFevereiro 9, 20256min0
Lucas Pacheco tratou de fazer um ranking das equipas da WNBA antes da competição começar, olhando para reforços e extensões de contrato

Estamos a mais de três meses do início da temporada 2025 da WNBA. Muito cedo para ranquear os times? Se considerarmos a loucura vista nesta agência livre (free agency), a resposta será um enfático ‘não’. As trocas e contratações mexeram com o panorama da liga, alterando substancialmente a maior parte dos elencos. Todos os sinais apontavam para isso: a expansão da liga e a introdução de novas franquias (A movimentada offseason da WNBA e o draft de expansão), a troca de metade dos técnicos e, a razão principal, a proximidade de um novo acordo entre liga e jogadoras, que promete injetar dinheiro nunca antes visto na liga.

Prevê-se que, com mais dinheiro e contratos de transmissão mais favoráveis, o bolo para as jogadoras aumentará na próxima intertemporada (entre as temporadas de 2025 e 2026). Assim, para não comprometer a possibilidade de acordos maiores no ano que vem, a imensa maioria optou, nesta agência livre, por contratos curtos, de 1 ano. A liga virou de cabeça pra baixo.

Partamos, então, para um ranqueamento extremamente precoce, assinalando as principais movimentações de cada franquia nesta agência livre. Ainda veremos outras movimentações, contratações periféricas (nada desimportantes, diga-se de passagem, haja vista o impacto de Leonie Fiebich no título do New York Liberty) e o draft. Mas o primeiro escalão da liga já se mexeu, vejamos como ficou.

13 – Washington Mystics

Movimentos na agência livre? O Mystics está mais apagado do que nunca. O fim da era Thibault em Washington conduziu o time ao ocaso; nem a contratação do técnico Sydney Johnson causou frisson. A direção segue impávida, apostando em uma reconstrução longa; segue incerta a situação de Elena Delle Donne e não conseguiram adicionar peças ao mesmo elenco do ano passado. Difícil imaginar a permanência de jogadoras valiosas, com poder de impactar times ansiosos por título: Brittney Sykes, Karlie Samuelson, Stephanie Dolson iniciam a temporada em Washington, mas não sabemos onde terminarão. Já a franquia deve disputar a lanterna da temporada, isso é certo.

12 – Connecticut Sun

O primeiro movimento foi a contratação do técnico belga Rachid Meziane, logo após o anúncio de Stephanie White. À época, esperava-se a manutenção do núcleo duro de Connecticut, perene candidato e semi-finalista. Desde então, a franquia lançou-se no mar da reconstrução e desfez-se de todo seu quinteto titular, em troca de jogadoras jovens ou contratos favoráveis. Claramente o time cairá em qualidade, com a promessa de reformular a equipe para os próximos anos. Não deixa de ser triste ver uma potência se desmanchar; para evitar campanha vexatória, o elenco contará com muita experiência – Tina Charles volta a sua primeira casa na liga, Yvonne Anderson atravessa o Atlântico e Natasha Cloud traz estabilidade a um elenco ainda desconfigurado.

11 – Chicago Sky

A franquia paga o preço pelos movimentos duvidosos do GM anterior em anos passados; não é um time para este ano, quiçá tampouco para o próximo. O time perdeu muitas escolhas em drafts e teve que se mexer com pouco espaço para manobra. O projeto está muito claro: montar uma equipe competitiva em torno de suas duas jovens pivôs, Angel Reese e Kamilla Cardoso. O Sky não concedeu à tentação de disponibilizar a escolha 3 no draft e ainda trouxe uma ídola de volta: Vandersloot será o cérebro em quadra, refletindo o padrão tático a ser implantado pelo técnico estraeante Tyler Marsh. O caminho rumo ao sucesso ainda é longo em Chicago.

10 – Golden State Valkyries

Não se espera muitas vitórias de uma franquia estreante. Dito isso, o Golden State tinha espaço na folha salarial, foi atrás de grandes nomes e acabou sem nenhum grande estrela. Sem problema: a linha da franquia mal começou e há tempo para se preparar para a próxima agência livre e para os próximos grandes prospectos do basquete universitário (JuJu Watkins e Hannah Hidalgo). Para este ano, o time usou a folga salarial em Tiffany Hayes, jogadora voluntariosa que encaixa com o perfil montado no draft de expansão.

A técnica Natalie Nakase formou um verdadeiro esquadrão internacional, apostando em jogadoras pouco mencionadas nos Estados Unidos. A contratação da forward francesa Janelle Salaun tem tudo para se equiparar à de Fiebich no ano passado; muitas franquias candidatas ao título perderam por não olhar para outros mercados.

9 – Seattle Storm

A direção foi agressiva na agência livre anterior, quando convenceu Skylar Diggins-Smith e Nneka Ogwumike a somarem forças com Jewell Loyd. Acontece que a química desandou, Jewell desentendeu-se com a técnica Noelle Quinn e solicitou uma troca. Sob tais condições adversas, os movimentos de agora não chegam a decepcionar. Loyd foi embora mas deixou a escolha número 2 no próximo draft; Skylar e Nneka renovaram e devem ser os eixos de um time que busca voltar ao topo.

A uma defesa que já contava com Jordan Horston, Ezi Magbegor e Gabby Williams, o Storm adicionou o retorno de Alysha Clark. Os destinos na temporada 2025 vão depender do entrosamento e da química, mas não se surpreenda se o Seattle derrotar algumas equipes melhores colocadas nesta WNBA.

8 – Los Angeles Sparks

Outra franquia ousada na offseason, com a chegada da técnica Lynne Roberts, outra oriunda do universitário com proposta ofensiva mais dinâmica. Ela contará com a chegada de Kelsey Plum, a estrela do elenco, envolvida na troca tripla que desencadeou todos os demais movimentos da agência livre. Mesmo com as contratações, o time parece destinado ao meio da tabela e deverá focar no desenvolvimento de Rickea Jackson e Cameron Brink, com a expectativa de mostrar a Plum (e outras futuras agentes livres) que o futuro em LA pode ser brilhante na WNBA.

7 – Atlanta Dream

Tanisha Wright se foi e chegou o técnico Karl Smesko, com uma proposta ofensiva bastante dinâmica, de muito arremesso, condizente com o estilo das duas principais estrelas de Atlanta, as alas Rhyne Howard e Allisha Gray. O movimento seguinte na agência livre, entretanto, foi em direção contrária, com a adição de duas pivôs mais lentas, sem arremesso longo e que preferem o poste baixo: Brittney Griner e Brionna Jones. Sinais contraditórios que colocaram um pingo de dúvida nesta franquia da WNBA. Teremos que esperar o início da temporada para sabermos a realidade desse time e sua proposta tática.


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