George Russell reina no Grande Prémio de São Paulo

Diogo SoaresNovembro 14, 20226min0

George Russell reina no Grande Prémio de São Paulo

Diogo SoaresNovembro 14, 20226min0
A Mercedes conquistou os primeiros dois lugares do GP do Brasil, com George Russell a terminar como o grande vencedor em São Paulo

Em fim de semana de corrida “sprint”, a última da temporada, o espetáculo não teve limite e terminou com a vitória de George Russell, a primeira da sua curta carreira. Na sexta-feira deu-se a qualificação e contou com a muito surpreendente “pole position” de Kevin Magnussen.

A estratégia acertada da Haas, ao enviar o piloto para pista cedo no Q3, a bandeira vermelha provocada pelo despiste de George Russell e o agravamento das condições da pista derivadas ao aumento da chuva, valeram ao piloto dinamarquês e à equipa norte-americana a primeira “pole position” na F1. No entanto, esta pole position apenas contava para a “sprint” de sábado. O bicampeão do mundo, Max Verstappen, ocupou o outro lugar da primeira linha da grelha de partida

No sábado realizou-se a corrida “sprint”. Um excelente arranque de K-Mag garantiu a primeira posição na primeira curva. Max Verstappen manteve a segunda posição e começou a perseguição ao piloto da Haas. Ainda na primeira volta, Fernando Alonso chocou com o seu companheiro de equipa na saída da curva 4, tendo deixado o piloto espanhol muito desagradado com a defesa de Esteban Ocon. Ambos os saíram do pequeno incidente com danos e Alonso viu-se obrigado a ir trocar a sua asa dianteira às boxes.

Na volta 3, Max impôs a sua superioridade em relação ao Haas e consumou a ultrapassagem na travagem para a curva 1. Magnussen, num carro claramente inferior, foi perdendo posições tendo acabado em oitavo lugar. Na segunda metade da prova, o Red Bull do piloto neerlandês sofreu com a degradação acima do esperado e perdeu rendimento. George Russell, Carlos Sainz e Lewis Hamilton aproveitaram e “atiraram” Verstappen para o quarto posto. No final, Sergio Pérez, ainda pediu a posição do colega de equipa, mas os seus pedidos foram em vão. Russell venceu a prova, Sainz ficou em segundo e Hamilton fechou o pódio.

Mas vamos à corrida de domingo. Russell partia na frente, Carlos Sainz não partia do segundo posto por ter trocado um componente da unidade motriz e, portanto, foi penalizado em 5 posições. Então, Lewis Hamilton completava a primeira fila da grelha de partida. Desde o México em 2021 que a escuderia alemã não ocupava a “front-row” de uma corrida. Um grande arranque do jovem piloto da Mercedes garantiu a frente da corrida e nunca mais de lá saiu. Lewis Hamilton e Max Verstappen, também com bons arranques, seguraram o 2º e 3º lugar, respetivamente. Não houve nenhum incidente até à curva 8, quando Daniel Ricciardo deu um ligeiro toque na traseira de Kevin Magnussen. O erro do piloto australiano saiu caro aos dois pilotos, visto que, enquanto o piloto nórdico tentava controlar o carro, chocou com o piloto da McLaren, levando ao abandono dos dois. A direção de prova enviou o Safety Car para pista.

O reinício deu-se na volta 7, Russell segurou o primeiro lugar e Lewis Hamilton foi pressionado por Max Verstappen. O duelo entre os campeões do mundo acabou com a colisão em entre os dois pilotos na curva do S do Senna. Max foi às boxes trocar a asa dianteira e caiu para o 17º lugar. A direção de prova decidiu penalizar o piloto da Red Bull em 5 segundos. Fica a ideia que a colisão não passou de um incidente de corrida e que a penalização foi mal atribuída.

Ainda na mesma volta, Lando Norris deu um toque em Charles Leclerc na curva 6, o monegasco rodou e embateu nas barreiras. No meio do azar, o piloto da Ferrari teve a sorte de apenas ter danificado a asa dianteira, foi às boxes e trocou a asa. Norris foi penalizado em 5 segundos.

A corrida foi ganhando intensidade no meio do pelotão, muitas lutas e muitas ultrapassagens. Na volta 17, mais uma contrariedade para a Ferrari: Carlos Sainz tinha um plástico da viseira preso na conduta de refrigeração do travão traseiro direito e viu-se forçado a ir às boxes remover o detrito. A Scuderia italiana aproveitou e também procedeu à troca de pneus no carro 55

Na entrada para a volta 46 Lewis Hamilton chegou a P2. O piloto britânico aproveitou a ajuda do DRS para consumar a ultrapassagem em cima de Pérez, levando o público brasileiro ao delírio. Os brasileiros gostavam do que viam do mais recente cidadão honorário do país.

Na quinquagésima terceira volta, mais uma contrariedade na McLaren. A equipa britânica ficava sem carros em prova depois do abandono de Lando Norris com problemas na unidade motriz. Uma corrida para esquecer para o britânico no dia em que comemorou 23 anos.

A direção de prova deu VSC, mas, mais tarde, mandou para pista o SC. Com o pelotão todo agrupado, a havia a promessa de espetáculo até ao fim. A prova foi reatada na volta 60, Russell voltou a não dar hipóteses e “disparou” na frente. Checo Pérez, que tinha “calçados” os pneus médios, teve dificuldades e começou a perder posições até ao 7º lugar. A corrida terminou com Emerson Fittipaldi a dar a bandeirada de xadrez. George William Russell, aos 24 anos, venceu a sua primeira corrida na carreira, aguentando a pressão do seu compatriota e companheiro de equipa, Lewis Hamilton, que fechou em 2º. Carlos Sainz voltou ao pódio ao fechar em 3º lugar.

A corrida terminou, mas a polémica aumentou. Desta vez, entre os colegas de equipa da Red Bull. Checo Pérez pediu para que o deixassem ultrapassar Max Verstappen de forma a poder manter-se em vantagem sobre Charles Leclerc no campeonato. A equipa austríaca aceitou o pedido e enviaram a ordem a Verstappen. Max não acatou a ordem e quando o seu engenheiro, Gianpiero Lambiase, pediu explicações, o bicampeão do mundo respondeu: “Eu já o disse na última vez. Não me peçam isso de novo, estamos entendidos? Eu já dei as minhas razões e mantenho-as”. Por outro lado, o mexicano disse no rádio “Obrigado, pessoal. Isto mostra quem ele realmente é”.

Está o caldo entornado nas hostes da Red Bull Racing? Não sabemos, Christian Horner e Helmut Marko mostraram desagrado em relação à situação e garantiram que tudo ia ser resolvido internamente.

A derradeira corrida de 2022 será em Abu Dhabi já no próximo fim de semana. Só aí saberemos se há “maus fígados” entre os pilotos da Red Bull.


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