Fórmula 1 2023: Max Verstappen soma e segue

Luís MouraJunho 4, 20239min0

Fórmula 1 2023: Max Verstappen soma e segue

Luís MouraJunho 4, 20239min0
Com Lewis Hamilton a arrancar um 2º lugar, o GP Espanha acabou da mesma forma que o anterior GP: Max Verstappen soma e segue!

Max Verstappen dominou novamente um Grande Prémio de Fórmula 1 com pole, vitória e volta mais rápida, desta feita em Espanha. Mercedes deu  um passo em frente na competitividade e colocou os dois pilotos no pódio. Ferrari tornou a ser Ferrari e teve mais um fim de semana desastroso.

Qualificação

Em mais uma qualificação para um Grande Prémio nesta temporada, a sessão foi a mais interessante do fim de semana. A luta pela pole position esteve sempre nas mãos de Max Verstappen, contudo todas as outras lutas foram uma incógnita até ao final da qualificação.

O Q1 começou com as condições climatéricas instáveis e com a forte probabilidade de chuva. Nestas circunstâncias, a maioria dos pilotos, com exceção dos Ferrari e de Sargeant, procuraram fazer uma volta competitiva para salvar um lugar no Q2, mas quando essas voltas estavam a ser realizadas, depois de algumas saídas de pista a direção de corrida lançou bandeira vermelha para limpar a pista e os pilotos recolheram às boxes. Quando regressaram, a chuva já se tinha dissipado e começou a feroz luta pelos lugares na Q2. Foi com uma enorme surpresa que Charles Leclerc não consegui passar à Q2. O piloto monegasco acabou em décimo nono lugar, depois de várias tentativas. Mais um fim de semana difícil para Leclerc que está a ter um desastroso começo de temporada, acompanhando a decadência da Ferrari em comparação com a época anterior.  Para além de Charles Leclerc, Sargeant, Albon, Magnussen e Bottas ficaram de fora.

Como habitual, nas qualificações do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 a emoção não ficou pela luta da pole. No Q2, Russell e Hamilton tocaram-se na reta da meta e danificaram os carros. Russell não viu o seu colega de equipa e alterou a trajetória na reta da meta indo ao encontro de Hamilton. O erro de Russell custou-lhe a eliminação no Q2. Pérez foi outra das surpresas pela negativa da tarde. Não conseguiu um ritmo competitivo para garantir um lugar no derradeiro momento da qualificação. Assim, de fora do Q3 ficaram Perez, Russell, Zhou, De Vries e Tsunoda.

No Q3, Verstappen dominou. Não necessitou de completar a sua última tentativa para garantir o primeiro lugar. Carlos Sainz foi segundo e bateu a larga escala o seu colega de equipa. Norris foi terceiro numa bela demonstração de performance da McLaren. Os Alpine mantiveram a competitividade que haviam demonstrado no Mónaco que acabaram a qualificação com a quarta posição de Gasly e a sétima de Ocon. Hamilton com os danos no seu carro não conseguiu consomar o bom ritmo que tinha com um lugar nas filas da frente e acabou em quinto lugar. Outra das desilusões da tarde foi Alonso que acabou na nona posição. Lance Stroll foi sexto. Hülkenberg teve uma brilhante qualificação e acabou na oitava posição.

Depois do final da qualificação, a direção de corrida atribuiu seis lugares de penalização a Gasly por ter impedido Max Verstappen e Carlos Sainz na qualificação.

Corrida

Nas opções estratégicas para o início do Grande Prémio os pneus macios foram os mais escolhidos pelos pilotos. Apenas os homens da Red Bull escolheram médios, tal como Sargeant. Charles Leclerc, que partiu do pit lane, escolheu os  duros, com o objetivo de ir longo na corrida e poder aproveitar possíveis incidentes e safety car.

No começo da corrida, Sainz e Verstappen chegaram lado a lado à travagem da primeira curva, onde o campeão do mundo travou mais tarde e levou a melhor. Lando Norris tocou em Hamilton e foi obrigado a ir à boxe para trocar de asa e colocar pneus duros. Lance Stroll ascendeu à terceira posição na travagem para a curva cinco, ultrapassando Hamilton. Nas primeiras voltas da corrida, Lance não aguentou o ritmo de Lewis que recuperou a posição que havia perdido.

As paragens na boxe começaram cedo na corrida. Os pneus macios duraram pouco e as equipas começaram a parar os pilotos para os descartar. No entanto, a Ferrari decidiu fazer o oposto com Charles Leclerc. O piloto monegasco já rodava dentro dos dez primeiros, quando foi chamado para trocar os seus pneus duros por um jogo de macios. Uma estratégia confusa da marca italiana, que só era justificada pela expectativa de chuva que se esperava na altura. No mínimo foi uma escolha arriscada dos estrategas da Ferrari.

O líder da corrida parou à volta vinte e seis, depois de todos os outros para trocar os médios pelos duros. Saiu tranquilamente na primeira posição e, adivinhe, geriu a corrida a seu belo prazer até final.

Depois das primeiras paragens, Verstappen manteve a liderança e os dois Mercedes ficaram em posição de atacar e ultrapassar Carlos Sainz, ocupando lugares de pódio. Uma grande melhoria da equipa de Toto Wolf, em comparação com os restantes concorrentes diretos na perseguição à Red Bull.

No decorrer da volta quarenta e dois Leclerc foi chamado às boxes para voltar aos médios. Uma estratégia embaraçosa e desajustada à corrida, habitual na Ferrari, que mais uma vez estragou a corrida de Leclerc.

A Aston Martin teve uma opção estratégica diferenciada. Uma dupla paragem para macios e uma última para duros para ambos os pilotos.

Max não estava satisfeito com o seu jogo de duros e parou na boxe para trocar para os macios. O campeão do mundo aproveitou os pneus frescos para fazer a volta mais rápida e completar o “Grand Slam”, que consiste na pole, na liderança de todas as voltas da corrida e na conquista da volta mais rápida.

Pérez, também de macios na última parte da corrida, aproveitou o ritmo para ultrapassar Carlos Sainz facilmente e perseguir Russell na esperança de conseguir chegar ao pódio.

Destaque para mais um momento tenso entre Ocon e Alonso. O piloto francês apertou ao máximo Alonso na reta da meta e esteve perto de provocar um acidente.

Depois das sessenta e seis voltas ao circuito da Catalunha, Max venceu “sem espinhas”. O entusiasmo do campeão do mundo reflete o estado atual do campeonato. As corridas aborrecidas e os desfechos óbvios.  Hamilton acabou em segundo e foi considerado o piloto do dia. Russell foi terceiro. Um ótimo desfecho para a Mercedes que simboliza um passo em frente para a marca.

Pérez acabou em quarto e Sainz em quinto. Os Aston Martin acabaram em sexto e sétimo, com Stroll a bater Alonso.

Gasly fechou os pontos, beneficiando da penalização de Yuki.

Charles Leclerc não conseguiu fazer melhor que décimo primeiro, depois de uma desastrosa tarde para a Ferrari.

Escusado será dizer que Max aumentou a sua vantagem na liderança do campeonato do mundo. Pérez mantêm o segundo posto, tal como Alonso o terceiro.

A próxima prova é no Canadá de 16 a 18 de junho para acompanhar no Fair Play.


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