F1 2024: As primeiras voltas da passagem pelo Bahrein

Luís MouraFevereiro 24, 20245min0

F1 2024: As primeiras voltas da passagem pelo Bahrein

Luís MouraFevereiro 24, 20245min0
Luís Moura olha para os primeiros testes que decorreram no Bahrein e que promete uma boa temporada de F1 2024

Chegou a semana mais aguardada do ano, aquela que trás até à F1 os testes de pré-temporada. Apesar da atividade em pista ser desprovida de competição as voltas realizadas por cada equipa e por cada piloto ganham reforçada importância, num momento precoce da temporada. Segue-se a análise, dia a dia, dos testes do Bahrein:

1º dia

A manhã nasceu fria e cinzenta em Portugal. Muitos despertadores alertavam para a hora de acordar, com o implícito de encarar um novo dia. Um dia diferente para quem gosta do barulho dos motores e das reduções da caixa de velocidades. Às 7 da manhã de Lisboa George Russell, ao volante do #63 da Mercedes, acorreu rapidamente para pista. As primeiras voltas anunciaram o início de um dia difícil para a Mercedes. O carro não teve o melhor dos comportamentos, difícil de controlar com a resistência na inserção em curva e violento ao bater no asfalto, principalmente na travagem para a curva 1. Russell esteve ao serviço da marca germânica o dia inteiro. Pelo lado positivo, não tiveram qualquer problema de fiabilidade, num total de 122 voltas completadas. A Ferrari teve um dia idêntico ao da Mercedes, isto é, bem a nível de fiabilidade, mas com dificuldades em encontrar a  melhor afinação para o carro, especialmente na travagem para curva 1. Os problemas na estabilidade do monolugar são habituais nesta fase da temporada, pelo que, deve assustar a concorrência, a ausência deles na Red Bull.

Foi categórica a prestação de Max no 1º dia oficial de rodagem da temporada. Com o carro repleto de combustível foi consistente e rápido ao longo de todo o circuito. Terminou o dia na marca do 1:31:344, com uma vantagem de 1.140 segundos em relação a Lando Norris (o segundo classificado).

Quando Albon tripulava o carro #23, o Williams teve um ligeiro problema no eixo de transmissão. A falha foi prontamente solucionada pelos britânicos e o piloto voltou para pista.

Destaque para a McLaren, que após as prestações pouco fiáveis nos testes de 2022 e 2023, completou 130. É um bom presságio para 2024, e pode significar um possível pontapé na crise dos maus arranques de temporada.

Veja a classificação do 1º dia de testes:

 

2º dia:

Por norma as manhãs são mais aborrecidas. As equipas aproveitam as más condições de pista, quente e suja, para realizar testes aerodinâmicos, testar sistemas e partes novas do carro, no fundo, recolhem dados. Contudo, nem a este tipo de divertimento tivemos direito. O #16 da Ferrari e o #44 de Hamilton foram atingidos por uma peça metálica de um dos corretores do circuito que se soltou. O sucedido causou uma bandeira vermelha e consequente adiamento da sessão, que se refletiu numa tarde mais duradoura para as equipas.

Pérez esteve ao volante do Red Bull e as diferenças, quando comparado com Verstappen, são tremendas. Apresenta mais dificuldades em guiar em curvas de baixa velocidade, principalmente no desafio de controlar a frente do carro. Quando é a vez de Max pilotar, o monolugar parece unificado e encantado pelo talento do neerlandês. Ainda assim, o mexicano acumulou várias voltas e contribuiu para o trabalho de desenvolvimento do carro.

A Ferrari melhorou comparativamente ao 1º dia. Manteve a fiabilidade e conseguiu acumular simulações de corrida  ompetitivas. É um bom começo para a marca italiana, mas, em entrevista à Sky Sports, Leclerc adiantou que apesar da marca estar a dar um passo em frente ainda estão atrás da Red Bull. Acrescentou que já consegue perceber as falhas do carro, o que é uma vantagem no seu desenvolvimento. Carlos Sainz foi o piloto mais rápido em pista com 1:29.921.

O dia também foi positivo para a Aston Martin e a para a RB (a antiga Alpha Tauri). O carro de Alonso, andou sempre pesado, mas com bom ritmo. Já Ricciardo pilotou um monolugar estável, principalmente a nível aerodinâmico.

As classificações do 2º dia:

3º dia

Na procura por resultados mais concretos, as equipas iniciaram o derradeiro dia de testes com a ambição de encontrar o melhor ritmo possível com a mira no primeiro Grande Prémio da temporada. Mas eis que houve um problema:

Novamente a curva 11. Novamente um pedaço metálico do corretor que alterou o plano das equipas. A hora de almoço foi suprimida e suspenderam a sessão que voltou mais tarde como apenas uma.

As equipas procuraram no último dia, já com os testes basilares completados, realizar simulações de corrida, e os resultados podem assustar. A Red Bull parece continuar muito à frente das restantes equipas, apesar de ter ficado atrás da Ferrari em dois dos três dias (Leclerc foi o mais rápido do último dia com 1:30.322). Esta é talvez a única certeza à saída dos testes.

Quanto às restantes equipas que aspiram os lugares de topo, aparentam uma grande proximidade. Ferrari e Mercedes com pressão extra, enquanto Aston Martin e McLaren mais confortáveis nos testes do que no ano passado.

O que se vai passar na próxima semana no mesmo circuito é uma incógnita, contudo, a Red Bull perfila-se para começar 2024 como acabou 2023, a ganhar.


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