3 Destaques da 1ª Jornada do Rugby Europe Championship 2023

Francisco IsaacFevereiro 5, 20235min0

3 Destaques da 1ª Jornada do Rugby Europe Championship 2023

Francisco IsaacFevereiro 5, 20235min0
Portugal garantiu uma folgada vitória na recepção à Bélgica e inicia o Rugby Europe Championship 2023 da melhor forma

Exibição de gala de Portugal, que na recepção à Bélgica no Estádio Nacional do Jamor, dominou o encontro e aplicou um 54-17, demonstrando a diferença total entre os dois lados e, praticamente, a confirmar um lugar na meia-final do Rugby Europe Championship 2023. Do MVP às arestas a limar, estes são os três destaques da 1ª jornada da competição.

O MVP: RODRIGO MARTA

Como tem sido regra nos últimos anos, as linhas atrasadas da selecção nacional voltaram a ditar o quão dilatado foi o resultado final, com Jerónimo Portela e Nuno Sousa Guedes a criar um fio de jogo de enorme qualidade, sem esquecer a importância das exibições de João Belo e Pedro Lucas (o jovem formação saiu do banco para marcar dois ensaios e aproveitar a total lentidão da defesa belga junto ao breakdown), o que permitiu explorar com total eficácia os espaços criados dentro da defesa contrária, onde Vincent Pinto e Rodrigo Marta concluíram da melhor forma possível.

Em especial, o ponta ex-Belenenses Rugby que está a brilhar em França ao serviço do Dax Rugby, marcou um ensaio, conseguindo ainda três quebras-de-linha, nove defesas batidos (intratável na hora de bater o pé e distanciar-se dos defesa mais próximos), um offload, uma assistência para ensaio, dois tackle-busts e seis recepções aéreas (nenhum erro registado na captação de bola, mesmo sob alta pressão contrária), somando 156 metros conquistados, um marco minimamente espectacular logo no arranque deste Rugby Europe Championship 2023.

A facilidade com que Rodrigo Marta consegue não só fazer uma mudança de velocidades estonteante num suspiro de segundo, como a capacidade de dissuadir fisicamente um placador com um handoff são elementos que fazem toda a diferença em jogos mais competitivos, e quando existe espaço em excesso, o ponta ainda surge mais em jogo, como foi o caso neste encontro.

PONTO ALTO: DOMÍNIO AVASSALADOR NO RETORNO DA SELECÇÃO

Passaram-se quase quatro meses desde a última vez que Portugal jogou e, felizmente, parece que nada mudou, notando-se os mesmos padrões no ataque, com a circulação de bola a continuar a ser extremamente fluída e o aproveitamento de oportunidades a ser alto, mantendo-se aquela total harmonia entre as várias unidades do jogo. A avançada respondeu à fisicalidade belga com total ímpeto, forçando constantes penalidades ao seu adversário no breakdown, com José Madeira, Nicolás Martins ou João Granate a serem autênticos predadores neste sector, com os alinhamentos e formações-ordenadas a terem sido, globalmente, exemplares e que sustiveram bem os momentos de maior pressão da oposição.

A ligação da avançada com as linhas-atrasadas foi sempre inteligível e que garantiu a chegada à linha de ensaio contrária por oito ocasiões. A explosão do três-de-trás, aliado à manobrabilidade do par de centros, e a estabilidade dos médios impôs aquela fluidez dissonante da selecção nacional portuguesa, que esteve praticamente sempre no controlo do resultado, e garantiu um resultado largo neste começo do Rugby Europe Championship 2023. Nota ainda para a boa disciplina portuguesa, com os “lobos” de Patrice Lagisquet a só cometerem 8 penalidades durante todo o decurso do jogo, um ponto extremamente positivo, e que deve ser regra para os seguintes encontros.

PONTO A MELHORAR: DESATENÇÕES VALEM PONTOS SOFRIDOS

Em 80 minutos, Portugal teve só, no máximo, 10 minutos negativos em que permitiu algum espaço de manobra à Bélgica, concedendo 17 pontos, sendo que pelo menos 10 foram de total demérito da selecção Nacional, com algumas facilidades concedidas. Não se deveram tanto a falhas de placagem ou de espaço excessivamente concedido na pressão defensiva, pois os poucos erros que surgiram deveram-se a uma falha ou outra na leitura defensiva, e a uma sucessão de vantagens que a Bélgica acabou por aproveitar para chegar à área-de-ensaio, ou apontar aos postes para marcar os pontos de consolação.

Foi um encontro de pouca história no que toca a erros ou momentos menos positivos, já que Portugal mostrou-se constantemente confiante no ataque e defesa, com uma eficiência e eficácia alta na maioria dos processos, notando-se um crescimento constante deste conjunto, que tem aumentado o leque de opções a cada nova convocatória, sendo esse pormenor um elemento importante para perceber até onde pode ir Portugal nos próximos oito meses. Segue-se agora uma viagem à Polónia, naquele que será o 2º encontro para este Rugby Europe Championship 2023, adversário que sofreu uma pesada – e esperada – derrota na visita ao campo da Roménia.

O encontro da selecção nacional feminina será analisado nos próximos dias, uma vez que o encontro frente à Chéquia está agendado para Março.

DADOS ESTATÍSTICOS

Melhor marcador de pontos: Nuno Sousa Guedes com 19 pontos marcados (um ensaio e sete conversões);
Melhor marcador de ensaios: 8 jogadores com 1;
Mais quebras-de-linha: Rodrigo Marta com 3;
Mais defesas batidos: Rodrigo Marta com 9;
Melhor placador: José R. Andrade com 16 (apenas 1 falhada);
Mais turnovers: José Madeira com 2;

Foto de destaque de Luís Cabelo Fotografia

 


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS