MLB: Vai começar a Copa do Mundo de Beisebol!

Felipe MartinsMarço 6, 202311min0

MLB: Vai começar a Copa do Mundo de Beisebol!

Felipe MartinsMarço 6, 202311min0
O World Baseball Classic inicia na manhã do próximo dia 08 de março, e é hora de entender a importância do torneio para o beisebol mundial!

Em poucos dias os fãs de beisebol de todo o planeta terão a oportunidade de acompanhar a 5° edição do World Baseball Classic, como é chamada a Copa do Mundo da modalidade adulta do esporte. A partir de 08 de março, 20 seleções competem pelo principal título de seleções do beisebol, no que já é considerada a maior edição da história do torneio.

O desafio pode ser contato de diversos pontos de vista: a equipa dos Estados Unidos da América tenta defender o título conquistado em 2017 (última edição realizada); já o Japão tenta se consolidar como maior campeão do torneio. Para equipas como República Dominicana, México e Porto Rico é a chance de demonstrar a força do beisebol na América Central. Por fim, para equipas como Venezuela e Colômbia, o World Baseball Classic é a oportunidade de fortalecer ainda mais o desenvolvimento do beisebol na América do Sul.

Com várias histórias a serem contadas, é hora de aprender mais sobre a Copa do Mundo de Beisebol e entender a importância do torneio para o esporte em nível mundial. Confira em texto de Felipe Martins!

Edição de 2023 consolida torneio como principal da modalidade

Organizado pela Major League Baseball, o World Baseball Classic é realizado desde 2006, e surgiu como resposta à remoção do beisebol como modalidade disputada nos Jogos Olímpicos – presente nas edições de Atenas (2004) e Pequim (2008), o esporte não foi incluído para os Jogos de Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016). Imediatamente, se tornou um evento de grande interesse do público, principalmente entre os países asiáticos – no Japão e na Coreia do Sul, o beisebol é constantemente apontado como esporte mais popular.

A partir de 2013, o WBC (como é abreviado) passa a ser chancelado também pela WBSC – World Baseball and Softball Confederation (instituição máxima da modalidade), substituindo a final da Copa do Mundo adulta e garantindo à equipa vencedora o título de ‘campeão mundial’. Com a mudança na organização, também foi necessário o estabelecimento de um sistema classificatório e de uma política clara anti-dopping. A mudança também possibilitou ao torneio um ar de maior seriedade aos olhos da Major League Baseball, que passou a permitir atletas das principais equipas do mundo a disputar o torneio por suas seleções.

Com isso, a edição de 2023 chega ao ápice até o momento em termos de elenco – com destaque para o grupo de rebatedores da República Dominicana e de arremessadores do Japão, as equipas desta edição terão os maiores nomes do esporte na atualidade. É fato que não veremos ainda a potência total de cada seleção, uma vez que há restrições de jogadores recém-lesionados por conta do seguro das equipas da MLB, mas estão confirmados nomes como Shohei Ohtani pelo Japão, Mike Trout pelos Estados Unidos e Juan Soto pela República Dominicana.

Torneio unificado acontece a cada 4 anos e passou a coroar maior campeão do beisebol de seleções (Foto: Getty Images)

As 20 seleções disputam uma fase de grupos, em que as duas melhores equipas de caga grupo avançam para quartas-de-final. Depois, quatro equipas disputam as vagas na semifinal, até sobrarem as duas finalistas. Os grupos estão divididos da seguinte forma: A) Taiwan, Países Baixos, Cuba, Itália e Panamá; B) Japão, Coréia do Sul, Austrália, China e República Tcheca; C) Estados Unidos, México, Colômbia, Canadá e Reino Unido; D) Porto Rico, Venezuela, Rep. Dominicana, Israel e Nicarágua.

Favoritos tentam acumular títulos

Não somente pelo que está a ser previsto pelas casas de aposta, mas principalmente por como os elencos estão montados, há uma impressão de certeza entre todos: o campeão dificilmente não está entre o trio Japão, Estados Unidos e República Dominicana. As três equipas são as únicas campeãs até o momento – japoneses venceram as duas primeiras edições (2006 e 2009), dominicanos levaram o título em 2013 e os EUA são os atuais campeões.

Dominicanos já venceram o torneio uma vez, e escalaram um dos grupos mais surpreendentes de atletas para tentar o bicampeonato (Foto: Mike Blake/Reuters)

Os americanos, donos da principal e mais popular liga do esporte, conseguiram reunir o que dispõem de melhor para cada posição da defesa: J.T. Realmuto (Philadelphia como receptor, Paul Goldschmidt na primeira-base, Trea Turner como shortstop, além de Mookie Betts e Mike Trout no campo externo. Mesmo no ataque, a equipa é bastante potente: quase todos os atletas têm potencial para rebater home runs e quase todos já venceram algum prêmio individual por desempenho durante uma época.

O problema segue no grupo de arremessadores: os EUA nunca conseguiram escalar força total no ‘montinho’, e mais uma vez os americanos chegam ao torneio com uma rotação questionável. O grande nome, Clayton Kershaw, anunciou há poucos dias que não vai mais competir, deixando a responsabilidade para o veterano Adam Wainwright e o jovem Brady Singer.

A República Dominicana também conseguiu reunir um elenco muito forte no papel – puxados pelos colegas de equipa no San Diego Padres, Manny Machado e Juan Soto, os dominicanos ainda contam com as jovens estrelas Rafael Devers, Wander Franco, Julio Rodríguez e do atual detentor do prêmio de Melhor Arremessador na MLB, Sandy Alcantara. São nomes fortes por si só, mas resta a mesma dúvida que paira sobre o elenco dos Estados Unidos – além de Alcantara, será que Cristian Javier e Johnny Cueto serão suficientes para o torneio?

Por fim, a equipa do Japão chega ao WBC com um elenco jovem e bastante unido – a seleção japonesa tem a mesma base que venceu as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 e do Premiere12 de 2019 (torneio chancelado pela WBSC envolvendo as 12 equipas melhores ranqueadas mundialmente). Os japoneses estão a buscar o título que falta para coroar o que é possivelmente a melhor geração em termos de conquistas.

Com poucas restrições por lesão, o elenco japonês conta com Shohei Ohtani – considerado por muitos o melhor atleta da atualidade – e o arremessador Yu Darvish, ambos com experiência sólida na Major League Baseball, além do recém-contratado pelo Boston Red Sox, Masataka Yoshida. Além deles, os arremessadores Yoshinobu Yamamoto (atual melhor arremessador da Liga Japonesa) e Roki Sasaki – com apenas 21 anos, está vindo de uma época de quebra de recordes e com jogo perfeito arremessado pela equipa do Chiba Lotte Marines, do Japão.

Europeus demonstram evolução do esporte no continente

Quatro seleções europeias disputarão o World Baseball Classic em 2023, além de outras três que disputaram vaga na etapa qualificatória. A Itália, tradicional competidora do evento, é composta por atletas ítalo-americanos que fizeram toda a carreira nos Estados Unidos – Vinnie Pasquantino (Kansas City Royals) e David Fletcher (Los Angeles Angels), além da jovem promessa Sal Frelick, puxam a equipa. O Reino dos Países Baixos, por sua vez, souberam mesclar bem os veteranos Xander Bogaerts (San Diego Padres) e Kenley Jansen (Boston Red Sox) com uma série de jogadores que atuam em equipas do Caribe e da Europa, demonstrando como o esporte tem sido bem desenvolvido na região.

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Reino Unido e República Tcheca são estreantes no torneio, e participarão após desempenharem ótimas partidas na etapa classificatória – ocorrida em setembro de 2022, na Alemanha. No caso dos britânicos, a equipa é montada em sua maioria com atletas já inseridos nas franquias da Major League Baseball, como Harry Ford (ligas menores do Seattle Mariners) e Trayce Thompson (Los Angeles Dodgers). Já a República Tcheca é a equipa com menos representatividade nas Grandes Ligas, sendo formada, inclusive, por atletas amadores. O principal nome é de Eric Sogard, que já teve passagens por equipas da MLB, mas atualmente está sem contrato.

Seleções latinas podem surpreender

É difícil que alguma equipa consiga de fato superar as três principais e beliscar o título da competição, mas há alguns países que brigarão pela oportunidade. É o caso das equipas latinas da Venezuela, México e Porto Rico, que constantemente figuram entre as principais forças do ranking mundial. Com ligas locais bastante sólidas, as seleções também contam com nomes que atuam nas Grandes Ligas da MLB.

Os mexicanos chegam ao World Baseball Classic com nomes como Alex Verdugo (Boston Red Sox), Julio Urías (Los Angeles Dodgers), Randy Arozarena (Tampa Bay Rays) e José Urquidy (Houston Astros), misturado com outros 9 atletas que disputam a liga mexicana. Porto Rico, por sua vez, tem apenas um atleta atuando no próprio país, e leva à competição uma mescla de jovens como MJ Melendez (Kansas City Royals) e José Berríos (Toronto Blue Jays), com os veteranos Francisco Lindor (New York Mets) e Marcus Stroman (Chicago Cubs).

A Venezuela, que recentemente foi sede da Serie del Caribe (principal torneio de seleções na América Latina), terá a oportunidade de ver o ídolo Miguel Cabrera (Detroit Tigers) disputar um último torneio internacional pelo país. A Vinotinto, como é chamada a equipa, tem também os arremessadores Pablo López (Minnesota Twins) e Martín Pérez (Texas Rangers), além de um ataque potente liderados por José Altuve (Houston Astros) e Ronald Acuña Jr. (Atlanta Braves).

A competição do World Baseball Classic inicia na manhã do próximo dia 08 de março, quarta-feira, com a equipa de Cuba enfrentando a seleção dos Países Baixos. Não deixe de acompanhar a coluna quinzenal sobre beisebol no FairPlay e fique por dentro de todas as novidades do torneio!


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