De Mauro Díaz a Diogo Coelho: por onde andam as nossas apostas?
Em parceria com a Talent Spy, vários autores do Fair Play têm vindo a desvendar perfis de futebolistas promissores, ao longo do último ano. Está na hora de revisitar estes nomes, perceber de que forma evoluíram, e conferir a eficácia das nossas observações.
MAURO DÍAZ
(por António Pereira Ribeiro, a 12/10/2016)
Cinco dias após a nossa análise, em Outubro do ano passado, Mauro Díaz assinou uma assistência para golo fantástica que garantiu os três pontos à sua equipa. Na mesma partida referente à penúltima jornada da Fase Regular, sofreu uma lesão grave no tendão de Aquiles, que o afastou dos Playoffs (fase da competição que curiosamente não correu bem ao FC Dallas). Regressou aos relvados no início de Julho, e está agora a lutar pela recuperação dos índices físicos, numa altura em que o emblema texano batalha sofregamente para garantir a sua presença nos Playoffs.
DOM DWYER
(por António Pereira Ribeiro, a 26/10/2016)
Terminou 2016 com um bom registo goleador (16), embora não tenha conseguido destacar-se nos Playoffs, devido à eliminação prematura do Sporting KC. E se 2017 tem sido uma temporada bastante positiva colectivamente, os seus números individuais caíram um pouco. Contudo, aconteceram coisas positivas ao avançado de 27 anos, desde a nossa menção. No artigo produzido pelo Fair Play, referimos o processo de naturalização de Dwyer, que iria colocá-lo nas opções da selecção norte-americana. Assim foi. Estreou-se a marcar numa partida amigável frente ao Gana, a 1 de Julho, e mereceu a convocatória para a CONCACAF Gold Cup, onde também fez o gosto ao pé, desta feita ao Panamá. Entretanto, o mercado de Verão levou Dwyer para Orlando City SC, e por lá forma uma parelha entusiasmante na frente de ataque com Cyle Larin.
YOON BITGARAM
(por Ricardo Lestre, a 24/11/2016)
A carreira de Yoon Bitgaram, desde a nossa análise publicada em Novembro do ano passado, sofreu uma mudança considerável. E por questões de carácter obrigatório. O médio, por ainda não ter realizado o serviço militar na Coreia do Sul, ingressou no Jeju Utd por empréstimo, clube que, para além de uma campanha interessante realizada na Liga dos Campeões Asiática, continua a deixar excelentes impressões na K League Classic 2017. Antes disso, Bitgaram participou em 12 encontros na Super Liga Chinesa, somando três golos e duas assistências. Um pouco longe do brilhantismo da temporada transacta, mas certamente que, com a sua qualidade dentro de campo o Yanbian Funde poderia inverter um pouco o rumo dos acontecimentos. Isto porque a equipa ocupa um lugar perigoso na tabela classificativa e, para todos os efeitos, o seu melhor jogador apenas irá regressar em Dezembro.
JOÃO SCHMIDT
(por Victor Abussafi, a 30/11/2016)
João Schmidt foi um dos destaques da boa participação do São Paulo na Libertadores de 2016, sob o comando de Edgardo Bauza. O clube chegou às meias finais e o médio foi titular na maioria das partidas, se destacando no bom passe e saída de jogo. Entretanto, com a saída do treinador argentino e algumas lesões, perdeu espaço no mau segundo semestre registado pelo clube. O médio tinha tudo para comprovar o prognóstico de ser um late bloomer, como seu modelo Hernanes.
Em 2017, o ídolo Rogério Ceni assumiu o comando técnico do clube e João não começou como titular. Cansado de brigar por espaço, o jogador assinou uma transferência livre para a Atalanta, concretizada em Julho. Porém, antes mesmo da estreia oficial, Schmidt lesionou o menisco, será operado e deve perder o ano de 2017.
A impressão que ficou, foi que se não tivesse acertado sua saída ainda em janeiro, ganharia a posição de titular no São Paulo, mas não saberemos como essa história poderia ter corrido. Mais um caso de um jovem talento brasileiro que vai terminar seu desenvolvimento em relvados europeus.
SEBASTIÁN DRIUSSI
(por Diogo Alves, a 16/12/2016)
Oito meses se passaram desde que o Fair-Play com a colaboração do Talent Spy escreveu sobre Sebastián Driussi. A nova pérola do River Plate e do futebol argentino. O jovem que estreou-se com apenas 17 anos de idade ao serviço do River Plate, completou a época 2016/17 no clube da capital argentina. Realizou 27 partidas num total de 2072 minutos, apontado 16 golos e assistindo os seus companheiros por 3 ocasiões.
Actuando quase sempre como avançado, num sistema de 1x4x4x2, com outro companheiro ao lado, o jovem de Buenos Aires chamou atenção de vários clubes europeus. Quem levou a melhor acabou por ser o Zenit de Saint Petersburgo. O clube russo desembolsou 15M€ para garantir o avançado.
Ao serviço do clube russo já realizou 14 partidas, distribuídas por competições nacionais e continentais. Contabiliza-se, para já, 3 golos e 4 assistências num total de 869 minutos ao serviço do Zenit.
TOMASZ KEDZIORA
(por Francisco da Silva, a 27/12/2016)
Kedziora catapultou-se em definitivo na última temporada ao serviço do seu clube do coração, Lech Poznan, somando exibições convincentes e ganhando o passaporte para uma realidade competitiva superior. Após 7 longos e profícuos anos a envergar a camisola do Lech Poznan, Kedziora transferiu-se para o Dínamo de Kiev para ajudar a formação da capital ucraniana a reconquistar o trono futebolístico da Ucrânia.
Até ao momento, Kedziora ainda não conquistou o seu lugar em definitivo na equipa orientada por Aleksandr Khatskevich, porém, o jovem polaco já mereceu por 4 vezes a confiança do técnico bielorusso na Premier Liga. Nessas 4 partidas, Kedziora jogou a totalidade dos minutos e contribuiu para a consistência defensiva do Dínamo de Kiev, que sofreu apenas 1 tento nesses encontros. No entanto, apesar de ter cumprido defensivamente, nota-se que o lateral ainda não está totalmente integrado na equipa, o que se refletiu na menor e invulgar preponderância ofensiva que o lateral teve nas partidas disputadas.
Aos 23 anos, Kedziora tem um desafio à altura do seu talento, contudo, é necessário deixar o devido tempo e espaço para que o polaco se adapta a uma nova realidade e exiba toda a sua qualidade.
SAM LARSSON
(por Filipe Coelho, a 30/01/2017)
Desde o final de Janeiro – momento da análise ao jovem extremo sueco – algo mudou na vida de Sam Larsson. A recta final de 2016/2017 foi muito positiva em termos individuais, somando 7 assistências e 2 golos na campanha do Heerenveen, cotando-se como o elemento-chave da equipa, a que se juntaram as assíduas convocatórias para a selecção ‘A’ sueca. O epílogo dessa boa prestação traduziu-se na chuva de propostas que o clube holandês recebeu: falou-se no FC Porto e no Ajax, mas foi o Celta de Vigo quem se chegou à frente para a sua contratação; todavia, Larsson acabou no Feyenoord, campeão holandês, na última semana de Agosto, depois de um período em que se recusou a jogar pelo Heerenveen. Em Roterdão, e depois de uma pré-época praticamente nula (tendo em conta o seu afastamento no Heerenveen), ainda busca o seu espaço – contudo, já se estreou a marcar na Eredivisie, tendo também já sido opção na Liga dos Campeões. Tendo caído numa equipa cujo modelo de jogo não se compagina com as suas mais evidentes qualidades (o Ajax, desse ponto de vista, teria sido mais interessante como opção de carreira), é expectável, ainda assim, que Larsson se saiba adaptar e se afirme como uma mais-valia para Giovanni van Bronckhorst.
KYLIAN MBAPPÉ
(por Pedro Nunes, a 17/02/2017)
O futuro foi rápido a chegar. Kylian Mbappé Lottin prometia e acabou por cumprir, mostrando que tem algo de especial. Em poucos meses, o prodígio francês atingiu o topo do futebol mundial. Já escasseiam os que olham para ele apenas como uma jovem promessa. Titular no PSG, para onde se transferiu por valores astronómicos, é cada vez mais a cara do futebol dos próximos anos. Os valores do negócio passaram meio que despercebidos devido ao valor de Neymar. Mesmo assim, 180 milhões de euros são muitos zeros investidos num jogador de 18 anos. Ele, o brasileiro e Cavani formam, neste momento, um dos trio mais temidos do futebol mundial. Concilia velocidade, atitude e uma sobranceria sobre os adversários digna de um jogador com uma carreira de 15 anos. Mbappé não é só mais um. Mbappé é outra coisa completamente diferente.
DIOGO COELHO
(por Francisco Isaac, a 23/02/2017)
Desde os seus tempos na Académica, em que assentou na perfeição assumindo-se como uma peça fundamental do então treinador da Briosa, Costinha, Diogo Coelho conseguiu regressar ao CD Nacional (clube que emprestou o central à formação conimbricense) e para além da titularidade passou a fazer parte do elenco de líderes dos alvinegros. Comandado, mais uma vez, por Costinha, Diogo Coelho assumiu um lugar no onze empurrando, inicialmente, Rui Correia (que ingressou entretanto no Paços de Ferreira) ou Júlio César para o banco de suplentes.
Mais “adulto”, mais forte e mais estratégico, o central formado no Pontassolense tem tido uma preponderância no jogo defensivo do Nacional, com um desempenho fortíssimo no 1×1, na rápida análise e luta do jogo aéreo e no trabalho de liderar o eixo defensivo dos alvinegros. Melhorou, bastante, nas decisões de saída com a bola, observando-se uma maior “calma” e paciência, para além de uma “agressividade” mais dominadora.
Em final de contrato pelo CD Nacional, Diogo Coelho poderá ingressar tanto num clube da Liga NOS como num projecto mais ambicioso, já que a sua “jovem” idade permite-lhe centrar alguma atenção em si.