É uma das lendas do futebol africano e que foi relembrado com carinho e grande destaque pela France Football por diversas vezes e João Freitas conta quem é Chérif Souleymane em mais uma História do Futebol
É uma das lendas do futebol africano e que foi relembrado com carinho e grande destaque pela France Football por diversas vezes e João Freitas conta quem é Chérif Souleymane em mais uma História do Futebol
Um miúdo de 7 anos que sonhava dia e noite com futebol. Nenhuma ou pouca outra coisa o fazia vibrar tanto. Teve como primeiro ídolo o internacional português, de seu nome Paulo Sousa. Esse mesmo que entre outras camisolas também brilhou com a da seleção portuguesa. E é de Portugal que vamos falar através das 7 melhores memórias de um adepto do desporto rei.
Como bem sabemos, Portugal não era presença habitual nas grandes provas internacionais e, após muitos anos viver a experiência por fora vendo outras seleções brilhar, finalmente em 1996 chegou o meu primeiro grande verão futebolístico. Mas para isso, foi importante a recordação nº1
Decorria o ano de 1995. A geração de ouro estava à beira de conquistar o que poucas conseguiram. Mas faltava vencer a República da Irlanda, para voltar a Inglaterra 30 anos depois de Eusébio e os magriços brilharam. Paulo Sousa, cá está ele, ladeado de nomes como Vitor Baía, Fernando Couto, Luís Figo, João Vieira Pinto e claro, Rui Costa. E claro porquê? Porque mais que um Portugal – Irlanda foi o jogo “do golo do Rui Costa”. O minuto 60 foi tão espectacular, importante e inesquecível, que ao ir revê-lo é que me apercebi que depois deste golo houve mais dois.
Dois anos antes Portugal falhou a qualificação para o Campeonato do Mundo 1994, ficando atrás da Itália e da Suíça. Após um empate na Escócia na primeira volta, no 28 de Abril de 1993, assisti pela televisão a primeira grande exibição de Portugal da qual me recordo. Numa altura em que a geração de ouro na equipa principal, a seleção tinha como grandes figuras o capitão Paulo Futre, bem secundado por Rui Barros. E foram exactamente estes dois que com todo o seu virtuosismo derrubaram os escoceses uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Na minha memória Rui Barros tinha feito um hattrick. Mas não. Infelizmente devido ao um falhanço escandaloso, pois acabou por ser o homem do jogo tudo que jogou. Paulo Sousa, com muita classe, e Cadete, com duas finalizações, também brilharam a grande nível.
Pode parecer um cliché, mas lembro-me tão bem deste dia como se tivesses sido há um ano. Mas já foi há 20. Até por razões que vão além do jogo. Pelo clube da minha terra – Estrela de Santo André – tínhamos estado num torneio de futebol em França e tínhamos vencido diante de equipas melhor preparadas e favoritas.
Pois bem. Regressámos vitoriosos a Portugal no dia do jogo de estreia de Portugal. A geração de ouro, com muitos jogadores no auge das suas carreiras. Estava ansioso. Mas o cansaço era tanto e adormeci no sofá. Acordo com o golo logo no início de Paul Scholes. Começou mal. No entanto, mesmo com um segundo golo inglês, lembro-me de sentir orgulho da prestação portuguesa e confiar que a jogar assim iam dar a volta. E não é que deram mesmo! Um dos jogos mais lendários que já vi, com emoção do início ao fim, jogadas espectaculares finalizadas de forma ainda melhor. Foi o início da afirmação de Portugal entre os melhores.
Ainda sobre o Euro 2000. Anos e anos sempre a ouvir (e ainda se ouve): “são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha”. Mas, depois da reviravolta épica com a Inglaterra, um golo tardio com a Roménia garantiu a passagem aos quartos-de-final. A Alemanha ainda tinha hipóteses matemáticas de passar o grupo mas precisava vencer. O seleccionador Humberto Coelho rodou 9 jogadores e o que aconteceu foi: “São 11 para 11 e no fim goleia Portugal”. A sensação foi óptima. Só de pensar ainda a consigo sentir.
Portugal pela primeira vez como anfitrião Campeonato da Europa, a expectativa era muita. Ainda com Figo como grande figura, a seleção contava ainda com os veteranos Rui Costa e Fernando Couto e a classe de Deco bem apoiados pela base do Porto campeão europeu. E claro, uma tal jovem promessa (mas já certeza) Cristiano Ronaldo. Não, não me esqueci de Nuno Gomes. Mas já lá vamos.
Portugal tinha perdido jogo de estreia, e mesmo vencendo a Rússia, havia muitas dúvidas sobre a capacidade de bater Espanha. Num jogo muito disputado, Nuno Gomes entrou ao intervalo para marcar mais um golo decisivo que fez toda uma nação voltar a acreditar.
Nuno Gomes, acaba por estar associado a vários momentos decisivos na seleção. O golo descrito na “recordação 3” mas também também o golo da meia final diante da França. Lembro-me de festejar de raiva. Porquê? Pela arrogância francesa. Antes do jogo, numa pergunta sobre o avançado português, o central francês Dessaily disse: “Não o conheço”. Pois bem, Nuno Gomes, ainda antes de o relógio os 20 minutos, marcou um golaço na cara do defesa gaulês e do colega Laurent Blanc.
NOTA: Vejam só os primeiros 20 segundos, pois isto é apenas para relembrar momentos felizes. Se bem que Abel Xavier continua a dizer que não foi penálti, e eu acredito nele.
Após várias tentativas e várias meias-finais, Portugal voltava a uma final de um europeu. Começou a prova gerando muita desconfiança mas, jogo a jogo, foi-se tornando mais forte. Podia não jogar o melhor dos futebóis, mas os jogadores, de certa forma, começaram a sentiam-se imbatíveis. E isso notava-se pelo seu comportamento. Mas tal como na História mais lendárias foi preciso passar o Cabo das Tormentas. Um início de prova mais agitado e vai jogar a final, em casa do anfitrião, super-favorito. Os tais franceses, muitas vezes arrogantes, e que gostam fazer piadas com os portugueses. Os tais franceses que 16 anos antes nos tiraram o sonho da final.
Se já parecia difícil imaginem a grande estrela, líder e grande esperança lesionar-se logo início e sair da sua missão em lágrima. Ver os rostos dos colegas desalentados também doeu. Mas subitamente, Nani os restantes uniram-se, e todos eles se transcenderam pelo seu capitão e por todo um país. E isso também se sentiu nos rostos. Para a história ser melhor só faltava golo do patinho feio mais ‘bonito’ do futebol português.
Obrigado pelo remate final, Éder.
Assinado: Portugal.
E assim, como nos livros de História passou a Cabo da Boa Esperança.
Foram 7 momentos de boas recordações mas felizmente poderiam ser muitos mais. Tive e vou tendo o privilégio de ter crescido numa geração que se habitou a ver a seleção consecutivamente em todas as grande competições. Apenas como excepção de 1998 com um empurrou (nada) ‘precioso’ de um senhor árbitro de seu nome Marc Batta (expulsou ridiculamente Rui Costa quando Portugal vencia na Alemanha).
Todos acreditamos que com a geração de talentos que temos actualmente, alguns deles ainda muito jovens, o futuro será risonho.
Uma menção honrosa, para a vitória de Portugal na primeira edição da Liga das Nações. Ainda não se lhe é dado o verdadeiro valor, pois é uma prova nova, mas não apaga a forma brilhante com que Portugal se bateu jogo após jogo até à vitória final.
Aliás, vitória essa que batizou o meu primeiro artigo aqui no Fair Play: Que venham mais feriados! E que estes signifiquem vitórias, que começava assim: “Amanhã é feriado c******!” Sim, é verdade. Podem confirmar aqui.
Em 1958, contra o controlo da França, foi criado o 11 da independência, uma Seleção Clandestina da Argélia. Descobre esta história de resistência aqui!
Nesta rubrica do FairPlay, trazemos-lhe alguns dos jogadores que a História do Futebol "esqueceu". Simplesmente "underrated" ou "esquecíveis", estes jogadores marcaram uma era do futebol. Hoje, trazemos-lhe Dimitar Berbatov.
Um golo especial que marcou um momento político na Argentina... Mauro Amato é relembrado pelo seu acto e feito no passado ano de 1999
Que o futebol sempre se misturou com política sabemos que é uma realidade, mas será que esse esporte seria capaz de parar uma guerra? Aqui nesse artigo você descobre o dia que o Santos de Pelé supostamente parou um conflito.
Nesta nova rubrica do FairPlay, trazemos-lhe alguns dos jogadores que a História do Futebol "esqueceu". Simplesmente "underrated" ou "esquecíveis", estes jogadores marcaram uma era do futebol, à sua maneira. Hoje, trazemos-lhe Simon Vukčević.
Com edições anuais desde 1973, o Estado do Amazonas realiza o “Peladão”: um campeonato de futebol surreal, no qual um concurso de beleza pode decidir o resultado. Conheça um pouco mais sobre este sensacional torneio.
O Dicionário da Língua Portuguesa define pelada como “partida de futebol praticada por amadores num campo improvisado”. Guardem essa informação. Agora imagine um campeonato gigantesco, que na última edição envolveu 700 equipas, mas já chegou a contar com mais de 1200 times. Este é o Campeonato de Peladas do Amazonas, nome oficial do popular Peladão, o maior torneio de futebol amador do país, que extrapolou todas as fronteiras do esporte-rei.
Organizar um certame com 700 ou mais equipas não é uma tarefa fácil. Então vamos explicar melhor como tudo isso funciona. O Peladão é dividido em categorias, a saber:
Cada equipa do Principal Masculino, para participar do torneio, tem que apresentar uma candidata a rainha, que pelas regras precisa ser uma rapariga acima de 18 anos. E cada equipa do Principal Homossexual também deve registrar a sua rainha, que neste caso tem que ser um transgênero acima de 18 anos. Esse detalhe pode parecer estranho, mas por incrível que pareça, isso pode definir o campeonato.
As equipas são divididas em grupos e subgrupos com fases variáveis de classificação. Ao final, classificam-se 15 equipas para as disputas finais. Enquanto a bola rola no relvado, o Concurso de Beleza das Rainhas corre em paralelo, com fases eliminatórias semelhantes às dos concursos de Miss Universo. Selecionam-se as 16 raparigas mais bonitas, e inicia-se então um reality show, o Peladão a Bordo – programa no estilo Big Brother gravado num barco a navegar pelo Rio Negro, para definir a Campeã, que ganha o título de Rainha do Peladão.
A Rainha do Peladão leva sua equipa para a fase final da competição, independente do resultado no relvado. Ou seja, uma equipa pode ser previamente eliminada na bola, mas a Rainha pode salvá-la e levá-la para a fase final. Em várias edições do torneio, a equipa campeã chegou às finais pelo salvamento da Rainha.
Os concursos de beleza são válidos somente para as categorias Principal Masculino e Principal Homossexual, no qual concorrem os transgêneros. Em edições passadas, também ocorreram concursos na categoria Indígena, mas atualmente eles não são mais realizados.
Além disso, o Peladão conta com um Código Disciplinar próprio para definir questões jurídicas entre as equipas. Há um Livro Negro (em tempo – o colunista não concorda com este nome, mas é a forma como o Regulamento da Competição o define, infelizmente), que praticamente resolve todas as questões jurídicas envolvidas no Campeonato. E o Livro Negro não define apenas os problemas futebolísticos, mas também as regras relacionadas ao Concurso das Rainhas. Por exemplo, uma rapariga não pode encontrar o namorado ou mesmo seus familiares durante a competição. Se isso acontecer, o nome dela vai para o Livro Negro e a equipa é eliminada no futebol. A inclusão do nome no Livro Negro é uma penalidade temida por todos no Peladão, porque impede a participação do atleta e/ou da candidata a Rainha nas edições futuras.
Definidas então as 16 equipas (15 jogando bola e uma levada pela Rainha), o Peladão entra na Fase Final, com chaveamento clássico de oitavas, quartas, meias finais e finais, até sair o Campeão, que leva como prêmio a Taça e um carro zero quilômetro. A Rainha ganha um prêmio no valor de 30 mil reais (cerca de 5.300 Euros).
Como se tudo isso não bastasse, o Peladão tem página no Facebook (https://www.facebook.com/peladaoacritica) e cobertura completa da TV. A emissora A Crítica é quem organiza o futebol, o concurso da rainha, o reality show e tudo o que envolve o torneio. A TV A Crítica é a principal emissora de TV do Amazonas, e tornou-se nacionalmente conhecida por conta de um de seus âncoras jornalísticos, o folclórico Sikêra Junior, que graças ao grande sucesso assinou com a Rede TV! para ter seu jornal sensacionalista em abrangência nacional.
Os números impressionam e as regras são rígidas: são mais de 20 mil atletas inscritos, cerca de 3 mil partidas, 500 a 1000 equipas na disputa. O número de participantes só é conhecido no dia da abertura do Torneio. O Regulamento da Comissão Disciplinar elimina a equipa que não apresentar sua candidata à Rainha na festa de abertura da competição. Na última edição, 102 equipas foram eliminadas nesse quesito. Os jogos tem duração de 50 minutos, divididos em dois tempos de 25 minutos, e não existe impedimento!
O sucesso do certame inspirou Estados vizinhos a fazer o mesmo. Mato Grosso também tem o seu Peladão, porém não com a mesma força e fama que o pioneiro amazonense, apesar dos prêmios serem mais volumosos. O Peladão mato-grossense paga 180 mil reais para o campeão (cerca de 32 mil euros).
Manaus, capital do Amazonas, tem pouco mais de um milhão e meio de habitantes. O Peladão movimenta bastante a população e a economia do local. O Estado tem equipas profissionais de pouca expressão, como o Nacional, o Rio Negro e o Fast, que disputam (quando disputam) as séries inferiores do Campeonato Brasileiro. Assim, as equipas amadoras fazem mais sucesso que as profissionais. A última final do Peladão contou com um público de cerca de 40 mil pessoas, maior que a soma de todos os públicos de todos os jogos das equipas profissionais na época. As finais de todas as categorias do Peladão ocorrem no mesmo dia.
Na finalíssima da época 17/18, por exemplo, a decisão foi para os pênaltis. O Cidade Nova venceu o Alvorada pelo placar de 17 a 16, numa sequência interminável de cobranças:
Agora repare bem na imagem acima e compare com o que diz o dicionário: “partida de futebol praticada por amadores num campo improvisado”. Isso é parcialmente verdade quando nos referimos ao Peladão: as finais são realizadas na Arena Amazônia, estádio padrão FIFA construído para a Copa do Mundo de 2014. O mesmo ocorre com seu homônimo no Mato Grosso, cujas finais ocorrem na Arena Pantanal, outro local que foi usado na Copa.
Como se vê, a definição do Dicionário precisa ser revista. É o Peladão a ditar as tendências novamente…
Entre o período da 1ª e 2ª Grande Guerra, a Polónia teve uns quantos campeões que entretanto desapareceram por completo da actividade desportiva. Conhecias algum destes emblemas "expatriados"?
Nesta nova rubrica do FairPlay, trazemos-lhe alguns dos jogadores que a História do Futebol "esqueceu". Simplesmente "underrated" ou "esquecíveis", estes jogadores marcaram uma era do futebol. Hoje, trazemos-lhe Luca Toni.