Zé Roberto: A História e o Legado de um Mito do Futebol!

Marcial CortezNovembro 30, 20205min0

Zé Roberto: A História e o Legado de um Mito do Futebol!

Marcial CortezNovembro 30, 20205min0
Em 2017, Zé Roberto parou de jogar futebol profissional. Relembre a carreira e o legado que ficou pra História dos clubes pelos quais passou.

Há 3 anos, mais precisamente em 27/11/2017, um dos maiores jogadores do futebol canarinho encerrou sua vitoriosa carreira nos gramados do Allianz Parque: Zé Roberto. O último jogo oficial do craque foi um Palmeiras 2 X 0 Botafogo, penúltima jornada do  Brasileirão 2017, com gols de Dudu e Keno.

Apesar de não ter feito uma boa partida naquela ocasião, Zé Roberto foi a grande estrela do jogo, aplaudido de pé por cerca de 25 mil pessoas ao final dos 90 minutos, quando realizou a volta olímpica naquela que seria sua última participação em um jogo oficial.

O início da carreira

Zé Roberto iniciou sua carreira nas categorias de base do Palestra de São Bernardo, curiosamente um clube com as mesmas cores da equipa em que encerrou sua História. Seu sucesso na base do alviverde de São Bernardo chamou a atenção da Portuguesa de Desportos, onde o jogador surgiu para o futebol profissional.

Era 1994 e Zé Roberto estreava com a camisa da Lusa no time principal. Seu maior trunfo na Portuguesa foi levar a equipa à final do Brasileirão em 1996, quando ganhou a primeira mão da final contra o Grêmio. Infelizmente, o título não veio, pois a Lusa perdeu o segundo jogo dias depois. Mesmo assim, este feito ficou na história da equipa luso brasileira. O craque iniciava o seu legado quando ganhou o título de melhor lateral esquerdo do certame.

Seu sucesso repentino despertou o interesse dos europeus e Zé Roberto atravessou o Atlântico para defender as cores do Real Madrid. Apesar da pompa da negociação que envolveu 9 milhões de euros (foi o lateral esquerdo mais caro à época) seu rendimento em campos espanhois deixou a desejar. Zé Roberto pouco jogou pelo Real e muitas vezes ocupou o banco dos reservas. Assim, Zé atravessou novamente o Atlântico rumo ao Brasil, num empréstimo para o Flamengo.

Ao chegar no clube do Rio, o jogador disputou um campeonato carioca sob a batuta do técnico Paulo Autuori e alguns jogadores ex-parceiros da Lusa, entre eles Rodrigo Fabri. O bom desempenho no rubro-negro o levou de volta à Europa, mas desta vez para a Alemanha. O Real Madrid negociou seus direitos com o Bayer Leverkusen.

Zé Roberto no início da carreira a defender as cores da Lusa. Foto: Divulgação

De volta à Europa. Pra brilhar.

No Bayer Leverkusen entre o final dos anos 90 e o início dos anos 2000, Zé Roberto fez uma grande amizade com o conterrâneo central Lúcio. Os dois formaram uma dupla de muito sucesso não só no clube alemão, como também na Seleção Brasileira. O craque foi destaque no Bayer Leverkusen, onde conquistou títulos importantes e chamou a atenção do outro Bayern, o de Munique, equipa com a qual assinou contrato em 2003. A dupla Lúcio – Zé Roberto estava de volta, dessa vez na terra da Oktoberfest!

E foi no clube bávaro que Zé Roberto atingiu grandes momentos em sua carreira. No período entre 2002 e 2009, com um hiato em 2006/07 graças a uma rápida passagem pelo Santos por empréstimo, o agora Mito ganhou nada mais nada menos que nove títulos na equipa de Munique. Zé faz parte do quadro de “Legends” do Bayern Munique, e às vezes participa de partidas promocionais ao lado de craques lendários do time alemão.

Mas, como tudo na vida, chegou ao fim sua passagem pela Bavária. Zé Roberto migrou para o norte do território alemão, onde atuou pelo Hamburgo por duas temporadas. Sua carreira em terras europeias chegou ao fim quando Zé decidiu que não renovaria seu contrato com o Hamburgo. Zé Roberto atravessou o Mar Mediterrâneo, cruzou a Arábia e foi jogar no Al-Gharafa, às margens do Golfo Pérsico. Porém, por lá passou apenas alguns meses, quando voltou definitivamente à terra madre.

Foto: Bundesliga

De volta ao Brasil. Pra ficar.

Zé Roberto assinou com o Grêmio em maio de 2012, equipa em que ficou até 2014, quando assinou com o Palmeiras um projeto revolucionário de “renascimento” da equipa a partir de 2015. Foi uma parceria mais que vitoriosa. Em seu último clube, Zé Roberto honrou a camisa apesar de já estar com mais de 40 anos de idade.

Seus números no Palmeiras impressionam: foram 71 jogos disputados em três anos, com várias assistências e três gols marcados. Mas mais do que os gols ou as assistências, a liderança de Zé Roberto dentro de campo a comandar o projeto de renovação alviverde foi fundamental para as conquistas da Copa do Brasil em 2015 e do título do Brasileirão em 2016, ano em que fez uma jogada antológica, ao impedir com a barriga um gol do Cruzeiro numa partida crucial do certame. Dez em cada dez palmeirenses se lembram dessa jogada de Zé Roberto, muito mais do que seus gols.

Aliás, este é um dos dois momentos de Zé Roberto que marcarão para sempre a memória dos torcedores alviverdes – além da “tirada de barriga”, Zé comandou uma preleção histórica no jogo de estreia do campeonato paulista de 2015 contra o Audax, com um discurso que resgatou todo orgulho dos jogadores, dos dirigentes e dos adeptos palmeirenses. Este foi o legado deixado por esta grande, imensa, gigantesca figura do futebol mundial.


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