Luís Pereira, Author at Fair Play

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Luís PereiraJunho 22, 20222min0

Max Verstappen continua em boa forma, ao vencer o GP do Canadá, na frente de Carlos Sainz, que ainda pressionou no final.

Foi uma corrida sem grandes incidentes, ainda menos para o piloto neerlandês, que mostrou o porquê de estar a comandar o campeonato. Fez uma qualificação impecável, em condições muito difíceis, mas onde nunca pareceu que a pole iria fugir.

Também na corrida nunca pareceu que a vitória iria fugir ao piloto da Red Bull, dominando desde o arranque, e nem um virtual safety car no final, que favoreceu a estratégia de Carlos Sainz, o abalou.

Carlos Sainz foi o melhor Ferrari do fim de semana, uma vez que Leclerc teve de mudar componentes, o que o tirou da luta. O espanhol assumiu o desafio, puxou dos galões e pressionou bastante para chegar à vitória na parte final da corrida, mas sem sucesso. Verstappen não cometeu qualquer erro, não colocou nenhuma roda mal, e por muito andamento que tivesse, Sainz só conseguia chegar-se perto do Red Bull, mas nunca foi uma real ameaça.

Posto disto, não deixou de ser um bom resultado para Sainz, mas o espanhol vai sentir-se desiludido por ainda não ter sido desta a chegar à vitória. Quem também fez uma boa corrida foi Lewis Hamilton, que obteve o apenas segundo pódio do ano. A Mercedes que tem tido grandes problemas este ano, espera que este tenha sido uma corrida onde começam a ficar mais próximos da luta pelos lugares dianteiros.

Logo atrás de Hamilton ficou Russell, que desta vez se viu batido pelo ilustre colega, mas ainda assim é mais uma corrida no top5, numa grande época do britânico.

A completar o top5 ficou Leclerc, que recuperou bastantes lugares, mas começa a ver Verstappen demasiado distante, o que irá dificultar imenso a luta pelo título.

Logo a seguir veio da dupla da Alpine, com Ocon à frente de Alonso. Alonso que partiu da linha da frente, mas uma estratégia conservadora e problemas com o componente elétrico da unidade motriz, levaram ao espanhol a terminar bem longe do pódio.

A Alfa Romeo também conseguiu pontuar com ambos os pilotos e a fechar o top10 ficou o Aston Martin de Stroll.

Max Verstappen conseguiu não só estender a vantagem que leva na liderança do campeonato, como também conseguiu vencer pela primeira vez no Canadá. Segue-se Silverstone, numa corrida onde os britânicos não irão querer muito ver nem os Red Bull, nem os Ferrari a vencer.

GRANDE PRÉMIO DO CANADÁ

CAMPEONATO DO MUNDO DE PILOTOS E CONSTRUTORES

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Luís PereiraJunho 15, 20223min0

Max Verstappen deixou o Azerbaijão com uma grande folga na liderança, depois de vencer a corrida e ver ambos os Ferrari desistirem.

Uma corrida que prometia que iria trazer alguma incerteza, o natural em Baku, foi na verdade um quase passeio para a Red Bull, muito por causa do infortúnio da Ferrari.

O lugar da pole foi mesmo conquistado por Leclerc, mas os Red Bull estavam logo atrás, liderados por Sergio Pérez. No arranque foi mesmo o mexicano a levar a melhor, passando logo para a liderança, deixando Leclerc à merce de Verstappen.

Cedo se começou a entender que desta vez a Ferrari tinha um andamento de corrida superior nesta fase, conseguindo encurtar a distância para a liderança. Apesar desse bom andamento o primeiro de dois desastres abateu-se sobre os Ferrari, quando o carro de Sainz deu de si e o piloto espanhol foi forçado a parar e trouxe um virtual safety car.

O azar de um Ferrari parecia ser a sorte de outro, porque desta forma presentou-se como o momento perfeito para a paragem de Leclerc, que conseguia parar de pneus sem perder muito tempo.

A Red Bull tentou responder, parando primeiro Pérez e mais tarde Verstappen, mas não tinham resposta para a Ferrari, e a única coisa que conseguiram foi inverter a posição dos próprios pilotos, com vantagem para o neerlandês.

Só que um azar nunca vem só, pelo menos para a Ferrari, e quando parecia que era uma questão de apenas gerir a corrida, o motor de Leclec decidiu dar as últimas e desistiu. Mais uma desistência para o monegasco, que já chegou a ter uma grande vantagem na liderança do campeonato, vê-se agora com muitos pontos para recuperar.

Isto deixou a porta aberta para uma dobradinha fácil para a Red Bull, com Verstappen a cimentar ainda mais a sua posição como líder do Campeonato. Foi também a 25ª vitória do jovem piloto, que já começa a ter um registo com números que parecem de um piloto bem mais veterano.

Pérez teve de se contentar com o segundo lugar, mas nota-se que o mexicano começa a aproximar-se em andamento do ilustre colega de equipa. Em terceiro lugar, longe de grandes disputas ficou o “senhor consistência”, George Russell, numa corrida onde os Mercedes voltaram a sentir muitas dificuldades.

Apesar das dificuldades, Lewis Hamilton fez uma corrida de recuperação até ao quarto lugar, apesar das dores de costas que teve de enfrentar. Hamilton disputou a posição com Gasly, que fez uma boa corrida, a melhor até agora da época para o francês. Quem também fez a melhor corrida da época foi Sebastian Vettel, que terminou no sexto lugar, na frente de Alonso e da dupla de pilotos da McLaren, com Ricciardo na frente de Norris. A completar o top 10 ficou Ocon.

Com estes resultados a Red Bull e Verstappen conseguiram criar uma margem forte, que vai ser preciso a Ferrari lutar muito para conseguir dar a volta.

GRANDE PRÉMIO DO ARZEBAIJÃO

CAMPEONATO MUNDIAL DE PILOTOS

CAMPEONATO MUNDIAL DE CONSTRUTORES

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Luís PereiraAbril 12, 20223min0

Charles Leclerc não deu hipótese à concorrência e venceu o GP da Austrália, mostrando que a Ferrari e o monegasco são os principais candidatos ao título. Foi um domínio em toda a linha, dominando desde os treinos livres, à qualificação e claro, na corrida. Leclerc nunca largou a liderança e a vitória nunca pareceu estar em causa, pois mesmo ninguém teve andamento para competir com ele, nem o rival das duas anteriores corridas, Max Verstappen.

O neerlandês nunca conseguiu ser uma verdadeira ameaça, apesar de ter sido o único que teve alguma hipótese de o vir a ser. Só que o piloto da Red Bull teve um azar que esta época já lhe bateu à porta e teve mais um problema na unidade motriz. O segundo lugar parecia garantido, mas não está a ser um bom início de época para a fiabilidade dos carros da equipa austríaca.

Apesar disso, foi na mesma a Red Bull a ficar com um piloto no segundo posto deste GP da Austrália, com o mexicano Sérgio Pérez. Pérez ainda travou um duelo interessante com Hamilton na disputa pelo lugar do pódio, mas teve a sorte de um safety car surgir no momento em que parecia que o britânico ia levar a melhor sobre ele. Só que no recomeço foi o mexicano da Red Bull a ter melhor andamento e o lugar no pódio ficou garantido.

Quem completou o pódio foi um Mercedes, mas não o de Lewis Hamilton, mas sim de George Russell, que conquistou o seu primeiro pódio pela Mercedes. O jovem britânico, teve mais sorte com a entrada do safety car do que o seu colega de equipa, mas depois disso conseguiu sempre manter andamento para não deixar Lewis Hamilton chegar-se a ele.

Lewis Hamilton, apesar de ter tido andamento para lutar com um dos Red Bull, teve de se contentar com o quarto posto e deixar mais um pedido às pessoas que trabalham na fábrica para melhorar o monolugar das flechas de prata se querem ter hipóteses de lutar por algum dos campeonatos.

Quem também teve, pela primeira vez este ano, uma corrida positiva foi a McLaren. Lando Norris e Daniel Ricciardo terminaram em quinto e sexto, naquilo que pareceu um avanço significativo de andamento, mas os pilotos continuam a afirmar que não houve melhorias no monolugar, e que apenas o traçado da pista australiana beneficiava mais o carro britânico.

Esteban Ocon foi o melhor dos Alpine, apesar de não ter sido o mais rápido, mas uma corrida discreta levou o francês aos pontos, algo que não conseguiu o seu ilustre companheiro de equipa, Fernando Alonso. A fechar o top 10 ficaram Bottas, Gasly e Albon, que fez a sua única paragem na última volta, conseguindo assim um ponto para a Williams, naquilo que foi uma fantástica gestão dos pneus.

Com este resultado, Leclerc cavou um grande fosse na liderança do campeonato, e os rivais vão ter muito que melhorar se não querem ver o jovem piloto da Ferrari a chegar facilmente ao título.

GRANDE PRÉMIO DA AUSTRÁLIA

CAMPEONATO DO MUNDO DE PILOTOS

CAMPEONATO DO MUNDO DE CONSTRUTORES

 

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Luís PereiraMarço 28, 20224min0

Max Verstappen venceu um duelo frenético com Charles Leclerc para conseguir a primeira vitória do ano no GP da Arábia Saudita. As últimas voltas proporcionaram grande parte da ação, com muita tática e disputa pela última zona de DRS, com Leclerc a dar tudo para ficar com a liderança, mas no final foi o neerlandês que conseguiu chegar à vitória.

Os Red Bull pareciam ser os mais competitivos do fim de semana com Sérgio Perez a conseguir a sua primeira pole da carreira. Os Ferrari ainda largaram de segundo e terceiro, na frente de Verstappen, mas cedo o Campeão em título conseguiu chegar a lugares de pódio.

Perez dominou o início da corrida, mas foi o primeiro a parar para pneus frescos, numa paragem que não foi das mais rápidas e deixou o mexicano na quinta posição. Como um azar nunca vem só, quando Latifi bateu e fez surgir um safety car.

Isso permitiu a quem ainda não tinha parado de o fazer em condições mais favoráveis, deixando Leclerc na liderança, perseguido por Verstappen. Nestas condições, e usando uma estratégia diferente, também permitiram Lewis Hamilton, que partiu da 15ª posição, de subir ao sexto lugar, mas ainda com uma paragem por fazer.

A estratégia da Mercedes pedia a que voltasse a haver um safety car, que permitiria uma paragem com pouca perda de posição, e parecia que isso ia acontecer, quando o Alpine de Fernando Alonso, o Alfa Romeo de Bottas e o McLaren de Daniel Ricciardo tiveram problemas.

Foi uma enorme desilusão para os pilotos, que rodavam nos pontos, mas também para Hamilton, que pensava que seria o momento certo para trocar de pneus, mas a pit lane estava fechada, uma vez que o McLaren e o Alpine ficaram parados nessa zona.

Quando a corrida recomeçou, Hamilton parou para mudar de pneus, mas caiu muitas posições, com a 10ª posição a ser a final. Um arranque de época terrível para a Mercedes e com o piloto inglês a ver muito difícil, para já, a tentativa de recuperação do título mundial.

Tudo isto também permitiu uma reaproximação dos lugares cimeiros, com Verstappen a sentir que chegara o momento de lutar pela vitória. Tal como aconteceu no fim de semana anterior, Leclerc sabia que a melhor hipótese que tinha seria a de guardar-se para ficar em posição privilegiada na última zona de DRS.

Se a estratégia tinha resultado tão bem no Bahrein, aqui só resultou por um par de voltas, porque o piloto da Red Bull aprendeu e depois de duas tentativas, conseguiu deixar-se para a última zona de DRS ultrapassando o Ferrari na primeira curva.

Agora a posição invertia-se, mas Verstappen tinha andamento suficiente e venceu a corrida. Leclerc teve de se contentar com um bom segundo lugar, na frente do colega de equipa, Carlos Sainz em mais um duplo pódio para a Ferrari.

Perez acabou em quarto, na frente do Mercedes de Russell, que pouco conseguiu fazer. Ocon e Norris foram os Alpine e McLaren sobreviventes, com Norris a dar os primeiros pontos para a McLaren. Gasly, Magnussen e Hamilton fecharam o top 10.

Até agora parece que a luta vai ser entre a Ferrari e Red Bull, com o resto do pelotão muito longe do andamento destas duas equipas. Num ano em que se esperava ver mais do que uma luta a dois, está a valer pela disputa a dois jovens pilotos da Red Bull e Ferrari.

GRANDE PRÉMIO DA ARÁBIA SAUDITA

CAMPEONATO DO MUNDO DE PILOTOS

CAMPEONATO DO MUNDO DE CONSTRUTORES

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Luís PereiraMarço 22, 20223min0

Arranque de época de sonho para a Ferrari e Charles Leclerc, com uma dobradinha para a Scuderia. Já para a Red Bull, o arranque foi um pesadelo com problemas mecânicos a ditar o abandono de ambos os carros. Os testes prometiam, e desta vez não houve surpresas, com a Ferrari e a Red Bull a serem as equipas mais competitivas no Bahrein. Apesar da desconfiança que reinava no paddock, a Mercedes não estava competitiva, tal como tinham prometido Lewis Hamilton e Totto Wolf.

Apesar de as diferenças a nível de performance terem sido curtas, notou-se que os Ferrari estavam mais rápidos do que o Red Bull de Max Verstappen, que ainda conseguiu ficar no segundo lugar da grelha para a corrida. Só que no arranque Leclerc conseguiu tapar os caminhos para a primeira curva e foi o monegasco a liderar o neerlandês, naquilo que se esperava que viesse a ser uma grande disputa pela vitória.

Apenas quando surgiram as primeiras paragens se viu uma luta pela liderança da corrida, mas quando ela surgiu, trouxe exatamente aquilo que foi prometido quando foram apresentadas as regras para este ano: mais capacidade de luta. Lerclerc e Verstappen lutaram roda a roda, curva a curva pela liderança, sem haver preocupação com gestão de pneus ou perda de eficiência aerodinâmica ou dificuldades em seguir carros da frente.

Apesar de ter sido a primeira corrida apenas, já se pode prever que pelo menos este ano podermos ter mais animação em pista, com mais emoção para os fãs.

Algumas voltas depois, foi Leclerc que venceu o duelo, aguentando bem a pressão de Verstappen, mantendo a liderança. A partir daí, não mais Leclerc seria incomodado, conseguindo uma vitória segura e cimentada com a volta mais rápida.

A vitória não podia ser melhor, porque em segundo lugar ficou Carlos Sainz, que parecia destinado a um lugar no pódio, mas foi promovido a segundo depois do azar da Red Bull. Verstappen estava já resignado a ficar em segundo, mas a algumas voltas do fim, um problema mecânico tirou Verstappen da corrida.

Foi um desastre para a Red Bull, mas como um azar nunca vem só, não foi apenas o neerlandês a ficar sem pontuar, também Sérgio Perez teve o mesmo infortuno. Na última volta também um problema mecânico tirou ao mexicano a hipótese de pontuar e marcar presença no pódio.

Quem acabou por beneficiar disso foi Lewis Hamilton e a Mercedes. O piloto britânico nunca esteve perto dos lugares cimeiros, mas manteve-se sempre num ritmo sólido. Foi um prémio merecido, mesmo para George Russell, que acabou no quarto posto. A Mercedes não tem ainda capacidade para lutar por vitórias, uma vez que o problema de “porpoising”, onde o ar que passa por baixo do monolugar, continua a ser uma dor de cabeça. Apesar de o problema estar bem identificado, ainda pode levar algum tempo para a Mercedes conseguir resolver a questão.

Outros destaques da corrida foram a boa performance do Haas de Magnussen e o Alfa Romeo de Bottas. Parece que os carros com motores Ferrari estão fortes, mas há que dar mérito a estas equipas por terem apresentado uma boa prestação, principalmente quando comparado com equipas com orçamentos superiores, como a McLaren ou Aston Martin.

A primeira corrida já foi, mas numa época de F1 tudo pode acontecer, ainda para mais quando há tantas novidades como as que foram introduzidas esta época.

GRANDE PRÉMIO DO BAHREIN

CLASSIFICAÇÃO DE PILOTOS E CONSTRUTORES

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Luís PereiraFevereiro 27, 20222min0

A Fórmula 1 de 2022 já se começou a mostrar, numa época onde a expectativa é enorme. Com monolugares completamente diferentes, as equipas entraram nos primeiros testes com muitas incertezas e muitas coisas a preparar. Nos primeiros testes é sempre complicado de entender quem estará mais forte, mas dá sempre pare ter uma pequena ideia de quem poderá estar, para já, mais bem preparado.

Apesar de haver mudança, parece que não vamos ter caras diferentes na frente. Tanto a Red Bull como a Mercedes parecem bem competitivas. Apesar de nenhuma das equipas parecer ter dominado, os monolugares de ambas as equipas parecem que estão competitivos e, naturalmente, apresentaram os tempos mais rápidos destes testes.

Quem também parece bem competitivo é a Ferrari. A equipa de Maranello trouxe um carro com uma filosofia bem interessante, mas foi mesmo o equilíbrio que mostraram em pista que parece dar a indicação de que podemos ter a Ferrari bem perto ou a lutar pelos lugares da frente.

A Ferrari também foi a equipa que fez mais voltas durante este teste, conseguindo mostrar um elevado nível de fiabilidade logo ao início. Também parece que a Ferrari se adaptou bem à utilização da nova fórmula de combustíveis, havendo já rumores de que pode ser, para já, o motor mais potente do momento.

Também a McLaren mostrou um pouco daquilo que vale. Também esteve entre os tempos mais rápidos e pareceu estar a ter um teste onde tudo parecia correr bem, e o ambiente na equipa parecia ser bem positivo e confiante.

Um bom sinal que foi possível de verificar já nestes testes é que parece ser mais fácil de seguir os adversários da frente mais de perto. Foram vários os pilotos que tentaram seguir o carro da frente, para testar o novo conceito aerodinâmico, e o feedback foi positivo. Apesar disso, também houve quem tivesse reparado que o cone de ar criado pelo carro da frente é bem mais fraco, o que poderá ser um efeito negativo. Só mais tarde se conseguirá perceber se a mudança surtiu os resultados que se esperava.

A Fórmula 1 ainda vai ter mais um teste antes de começar oficialmente no Bahrein. Há muita expectativa para esta nova geração de carros e que tipo de entretenimento irão proporcionar.

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Luís PereiraJaneiro 25, 20224min0

A Honda vai sair, outra vez, da F1, e com a chave de ouro de ter ajudado Max Verstappen a atingir o título de Campeão do Mundo, o primeiro para os japoneses, desde 1991 com Ayrton Senna.

Com esta saída, dá para fazer uma retrospetiva a como correu a aventura híbrida dos nipónicos, ver o que correu mal e o que correu bem aos longos dos sete anos.

Quando foi anunciado que a McLaren iria se juntar à Honda em 2015, para o regresso de uma das parcerias mais bem-sucedidas da história da f1, toda a gente assumiu que a fórmula de sucesso poderia ser replicada. A última vez que tínhamos tido a McLaren-Honda a combinação de sucesso venceu 44 de 80 corridas entre 1988 e 1992, só não vencendo qualquer título no último ano.

Por isso em 2015 a expectativa era enorme. Durante o ano de 2014, antes da entrada já circulavam rumores de que a Honda teria um projeto ganhador, quando o então CEO, Ron Dennis disse que o motor nipónico era uma “joia”.

(foto: Os resultados não apareceram com a McLaren)

Só que o problema é que no meio disso tudo é que a Honda foi persuadida a entrar um ano mais cedo do que previsto. Isso para a McLaren implementar um conceito de tamanho “size zero”, pedindo para fazer uma unidade motriz o mais compacta possível.

Isso trouxe consequências para a fiabilidade e performance do motor. O motor elétrico não tinha suficiente para uma volta inteira e a fiabilidade de toda unidade deixava muito a desejar.

No ano seguinte, em 2016, as coisas pareciam ligeiramente melhores, mas ainda assim faltava potência, o que levou a Honda a pensar em alterar tudo para 2017, o que na altura trouxe resultados desastrosos para a equipa.

Os maus resultados levaram ao divórcio entre as marcas, depois de três anos frustrantes onde nem um único pódio foi alcançado. A McLaren decidiu apostar no motor da Renault, enquanto desejava voltar para a Mercedes.

Para não perder a Honda da F1 foi feito um acordo e a Honda aceitou ficar com a Toro Rosso, com Franz Tost a acreditar que eventualmente o motor japonês seria competitivo.

(foto: a liberdade com as equipas da Red Bull salvou a Honda)

Na Toro Rosso a abordagem da Honda seria muito diferente. Ao contrário do que aconteceu na McLaren, Tost não estabeleceu objetivos nem fez exigências, pedindo apenas para a Honda ser criativa.

Ao início a fiabilidade ainda não foi a melhor, mas os resultados foram bem promissores, ao ponto de se confirmar de que a “equipa mãe” também iria adotar os motores nipónicos.

A primeira vitória veio logo em 2019 com a Red Bull, na Austria, e até se tornou o primeiro motor da era híbrida a conseguir vencer com dias equipas diferentes, ao vencer em Monza com a agora AlphaTauri em Monza em 2020.

Mas o melhor estava guardado para o fim. Apesar de já saberem que 2021 seria a última época na F1, a Honda decidiu arriscar e fazer uma aposta forte no desenvolvimento dos motores, algo que só tinham internamente planeado para 2022.

Na verdade, a Honda conseguiu implementar, finalmente, a versão que tinha originalmente para a McLaren em 2015, um motor pequeno e compacto. Além disso também introduziram aquilo que se acredita como sendo o motor elétrico mais eficiente no paddock.

No final lá veio a recompensa tão desejada, fiabilidade, melhor ainda que a Mercedes, e muita, muita potência. O motor Honda foi uma das peças chaves para Verstappen chegar ao título de Campeão do Mundo. E muito se deve à fantástica relação de trabalho que os japoneses desenvolveram com ambas as equipas da Red Bull.

É pena a Honda partir oficialmente da F1, mas desta vez sai por cima, com um título no bolso e sabendo que cumpriram umas das missões mais difíceis da F1.

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Luís PereiraDezembro 13, 20214min0

Max Verstappen tornou-se no Campeão do Mundo de Fórmula 1 depois de ultrapassar Lewis Hamilton na última volta, numa corrida que, como não podia deixar de ser, teve muita polémica.

O Grande Prémio de Abu Dhabi começou a ter emoção logo ao início com o arranque de Hamilton a ser melhor do que o homem na pole, Verstappen. Isto dava mais emoção a um eletrizante final de temporada, já que os pilotos tinham pneus diferentes e estratégias diferentes para a corrida.

Ainda na primeira curva, Verstappen tentou ultrapassar Hamilton na curva 7, numa manobra no limite, que não fosse Hamilton evitar o contacto certamente teria havido choque entre os pilotos. Para evitar esse contacto Hamilton teve de sair de pista, mas isso fez com que o britânico saísse na frente. A Red Bull protestou que o piloto da Mercedes deveria devolver o lugar a Verstappen, mas a direção de corrida não concordou.

A partir daí Hamilton começou a ganhar vantagem ao rival para o título, chegando a ter mais de 4 segundos de vantagem. Uma vez que Verstappen tinha os pneus mais macios foi o primeiro da frente a parar. Apesar de ter pneus ainda com algum andamento, a Mercedes decidiu parar também, para cobrir o neerlandês.

Só que ao parar Hamilton surgiu atrás de Sérgio Perez, que deu uma aula de como bem defender e de trabalho de equipa, atrasando Hamilton, permitindo o colega de equipa reduzir uma desvantagem de 8.5 segundos para apenas 1.
Só que depois de ultrapassado Perez, Hamilton voltou a ganhar tempo e espaço livre a Verstappen. Hamilton e o Mercedes simplesmente estavam mais rápidos.

Enquanto isso, a última corrida da carreira de Kimi Raikkonen na F1 terminava, com o seu Alfa Romeo a ter problemas de travões. Numa corrida de azares para a Alfa Romeo, a seguir foi a vez de Antonio Giovinazzi ter problemas e teve de parar na pista. Isso deu origem a um Virtual Safety car.

Com o VSC em vigor a Red Bull decidiu parar ambos os carros para pneus frescos, já a Mercedes não quis perder a posição em pista, arriscando.

Apesar de pneus bem mais frescos, Verstappen não conseguia queimar distancia suficiente para Hamilton, a estar a 10 voltas do fim a menos de 11 segundos. A não ser que os pneus de Hamilton dessem a melhor de si (algo que já se viu inúmeras vezes), parecia que a corrida ia mesmo cair para o britânico.

Só que apenas a seis voltas do fim Nicholas Latifi bateu e o Safety car teve de entrar em pista. A Mercedes, sem margem, manteve Hamilton em pista, enquanto a Red Bull manda parar novamente Verstappen.

Enquanto a pista era limpa começava a ficar a dúvida de se a corrida iria retomar ou se iria mesmo acabar em período de safety car. A direção de corrida queria acabar em situação de bandeira verde então não permitiu que os carros retardatários pudessem ultrapassar o SC. A Red Bull protestou e pressionou para isso não acontecer e então a direção de corrida tomou a decisão muito controversa de permitir que apenas os carros entre Hamilton e Verstappen se desdobrassem.

(foto: formula1.com)

Essa decisão deixou a Mercedes em fúria porque basicamente entregava a chave de ouro, e o título, a Verstappen. No recomeço, e com apenas uma volta por disputar, Verstappen facilmente ultrapassou Hamilton e acabou a corrida em primeiro, tornando-se assim Campeão do Mundo de Fórmula 1.

Um final muito polémico, como não podia deixar de ser, que levou a Mercedes a protestar o resultado final, protesto esse que não foi aceite pelos comissários. A Mercedes ainda assim deixou o aviso que vai recorrer da decisão.

Um final de temporada que tinha tudo, mas que acaba em muita polémica, que tal como aconteceu durante o ano, com decisões no mínimo, questionáveis por parte da direção de corrida. Haveria outra forma de gerir o final da corrida, sem polémica, sem influência direta no resultado final do campeonato.

Max Verstappen é um merecido campeão, tal como seria Lewis Hamilton, mas nenhum merecia que acontecesse o que aconteceu nas últimas voltas da corrida. Um desporto deve ser regulado para ser justo, para ser desporto, e não para ter volta final “emocionante”, ou para dar que falar na próxima temporada da série da Netflix.

GRANDE PRÉMIO DE ADU DHABI

CLASSIFICAÇÃO FINAL DO CAMPEONATO DO MUNDO DE FÓRMULA 1

 


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