Arquivo de WTA - Fair Play

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André Dias PereiraMaio 17, 20202min0

A suspensão do calendário de ténis foi prolongada até 31 de julho. Sem surpresa, aliás. A medida assumida pela ATP, WTA e ITF vinha ganhando força nas últimas semanas. Quer isto dizer que a paragem devido ao COVID-19 se prolonga mais 15 dias em relação à expetativa inicial.

Com isto, são afetados os torneios de Hamburgo (ATP 500) e os de Bastad (Suécia), Newport (EUA), Los Cabos (México), Gstaad (Suíça), Umag, Atlanta (EUA) e Kitzbuhel ([Austria), todos de categoria 250. No quadro feminino, as provas de Bastad, Lausanne (Suíça), Bucareste (Romênia) e Jurmala (Letónia), não vão acontecer, bem como os torneios da ITF.

Por enquanto, todos os torneios que acontecem a partir de 1 de agosto mantêm-se, entre eles o US Open. Certo é que em meados de Junho deve haver uma nova atualização. As entidades que regulam o ténis dizem que vão continuar a acompanhar de perto a situação.

Entretanto, recorde-se, os pontos e classificações dos torneios encontram-se congelados. Para já, a temporada de relva foi suspensa, com Wimbledon à cabeça. Uma decisão histórica que só encontra paralelo durante as guerras mundiais. No resto, Roland Garros deverá acontecer após o US Open.

Tal como nos outros desportos e sectores de atividade, este é um desafio à solidez do negócio em redor do ténis. A ATP tem procurado tranquilizar toda a gente, referido que o sistema é sólido e capaz de estar um ano parado. Mas não muito mais. Certo é que só após o regresso do ténis se poderá ter uma ideia mais exata. Até porque é necessário entender como o mundo vai funcionar após pandemia. Muito provavelmente haverá novas regras para assistir e jogar, como já acontece no futebol.

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André Dias PereiraAbril 28, 20202min0

A ideia foi proposta por Roger Federer. ¨Eu sou o único pensando que agora é o momento para que o tênis masculino e feminino se torne um só?¨ A questão feita via Twitter causou impacto. O que está em causa não é criar torneios mistos mas sim fundir as Associações. Ou seja, transformar a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) e a Associação de Tênis Feminina (WTA) em apenas uma entidade administrativa.

Federer não está sozinho. Billie Jean King, ex-tenista, afirmou que sempre sonhou a união do circuito. Aliás, esse era o plano principal antes de criar a associação. A ideia do suíço não surgiu de um dia para o outro. De acordo com Stan Wawrinka e Vasek Popisil o cenário é discutido desde, pelo menos, desde o início do ano. Nick Kyrgios, mostra-se receptivo, embora considere importante que seja debatido pela maioria.

Mas o que poderia impedir esta fusão? Acima de tudo, patrocínios e premiações. Não é de hoje que se discute a equiparação de premiações entre os quadros masculino e feminino. Apesar de desde 2007 os valores nos Grand Slam estarem equivalentes, nos torneios menores não é bem assim. Os homens faturam muito mais que as mulheres.

Outra diferença está no número de sets jogados. No quadro masculino pode jogar-se até à melhor de cinco. No quadro feminino joga-se à melhor de três. E aí pode entrar o mercado televisivo. Há quem sugira que a tendência é jogar-se à melhor de três, mas torneios clássicos, como Wimbledon, são resistentes a mudanças desse tipo.

A unificação das associações representaria unificar, pelo menos, alguns torneios. E isso, por certo, daria mais visibilidade à competição feminina. A barreira, nesse caso, é os torneios terem estrutura para receber tantos atletas. Por outro lado, isso condicionaria a expansão da competição no mundo.

É preciso também pensar em competições de seleções, como a ATP Cup. À semelhança do que acontece na Hopman Cup, os países teriam mais oportunidades de desenvolver equipas femininas.

De uma forma ou de outra, o debate está em aberto. Em tempo de Covid-19 todos os cenários estão em aberto. Quem sabe, pode até antecipar decisões.

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André Dias PereiraFevereiro 4, 20182min0

“Agora não podem dizer mais que eu sou uma número um sem nunca ter vencido um Grand Slam”. Foi assim que Caroline Wozniacki sintetizou o que lhe ia na alma após vencer o Australian Open, o seu primeiro Major. Durante anos, a dinamarquesa conviveu com o fantasma de ter sido número 1 do mundo, sem vitórias em Grand Slam. Um fantasma que assombra tenistas como Dinara Safina, Jelena Jankovic, Karolina Pliskova, Amelié Mauresmo ou…Simona Halep.

A vitória sobre a Halep – 7-6 (7-2), 3-6 e 6-4 – aumentou ainda mais o desespero da romena, derrotada em Roland Garros (2014 e 2017) e no ATP Finals (2014). Com esta vitória, Wozniacki regressa à liderança mundial, que ocupou entre 2010 e 2012.

“É um sonho que se tornou realidade. A minha voz está a tremer, acrescentou a dinamarquesa,  finalista do US Open (2009 e 2014). A dinamarquesa tornou-se a jogadora que mais tempo esperou para regressar ao topo da classificação mundial e a quarta entre as que disputaram mais torneios do Grand Slam antes de conquistarem um título.

Aos 27 anos soma agora 28 títulos. E bem se pode dizer que o desporto corre na veias de Wozniacki. Filha de um ex-jogador de futebol,  Piotr Wozniacki é também um dos seus treinadores. A sua mãe jogou na selecção polaca de voleibol. O seu irmão, Patrik, joga futebol no BK Frem, da Dinamarca.

Enquanto junior, venceu o torneio de Wimbledon em 2006 e o Orange Bowl, em 2005. Mais tarde, em 2010, e depois de vencer Petra Kvitova para chegar aos quartos de final do ATP da China, tornou-se na primeira dinamarquesa a chegar a número 1 do mundo. Agora, retoma esse título numa altura muito peculiar da história do circuito.

Pode Wozniacki deixar um legado?

Com a paragem de Serena Williams para ser mãe – deve regressar em Fevereiro – a liderança mundial ficou orfã de um nome consensual. No último ano nomes como Garbine Muguruza, Angelique Kerber, Karolina Pliskova e Simona Halep, para além agora de Wozniacki têm alternado a lugar mais alto do ranking.

Mas pode a dinamarquesa tornar esse estatuto duradouro? A resposta não é fácil, até porque importa saber em que condições regressará Serena Williams. Wozniacki tem um estilo de jogo elegante e eficaz, sendo que esta vitória poderá elevar a sua confiança e carreira para outro patamar. Mas é importante não esquecer Simona Halep. A romena é, talvez, mais completa mas continua com o síndroma da ausência de Major, que deverá, inevitavelmente, chegar mais torneio menos torneio. Será em 2018? O tempo o dirá.

 

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André Dias PereiraDezembro 10, 20173min0

Simona Halep termina o ano como a rainha final do ténis feminino, num ano que conheceu nada menos do que cinco números um, três das quais conseguiram o feito pela primeira vez.

Não. Este não foi um ano comum no quadro feminino. Foi o ano, por assim dizer, dos Jogo dos Tronos, versão ténis, que consagrou já bem perto do final da temporada a romena de 26 anos de idade. O ano começou com a alemã Angelique Kerber na frente da hierarquia. O sonho alemão manteve-se até ao Australian Open, altura em que Serena Williams obteve mais um marco no ano e na história. Tornou-se a primeira tenista na era moderna a conquistar 23 Major. O feito fê-la regressar a número 1 por 10 semanas.

Aos 36 anos, Williams caminha para a fase final da carreira e as sucessoras perfilam-se. Olhando para o quadro feminino, não haverá outra com a potência, qualidade, força física e mental de Serena. Seria utópico pedi-lo. Mas o nível é bem equilibrado na linha de sucessão. 2017 ajudou a prová-lo com batalhas que marcaram a guerra do trono.

Um desses nomes é a checa Karoline Pliskova, 25 anos de idade, que se tornou a primeira checa a atingir o nº1 mundial. Com um estilo de jogo agressivo tornou-se a sexta tenista a atingir o topo sem vencer Grand Slams. Actualmente, como número 3, esteve na liderança por 8 semanas e é bem possível que continuemos a vê-la na linha da frente durante 2018.

Seguiu-se Garbine Muguruza, a segunda espanhola a atingir o topo do ténis feminino. Aos 24 anos tem na conquista de Wimbledon, este ano, o seu mais importante feito, depois de vencer em 2016 Roland Garros. Muguruza é o presente e o futuro da modalidade, com várias vitórias importantes na sua carreira, estando agora a conseguir a consistência que lhe faltava. Em cinco jogos com Serena Williams, venceu dois. Diante Simona Halep, a actual líder, venceu três dos quatro confrontos realizados. Com dois Major no bolso, deverá continuar o seu percurso de crescimento e surgir em mais finais importantes em 2018.

A espanhola deverá ter como grande rival Simona Halep. De entre todos os nomes que surgem como números 1, a romena tem-se mostrado nos últimos anos como a mais consistente. Com 15 títulos ATP, entre os quais o torneio de Madrid este ano, continua a falta-lhe um Grand Slam. Tal como em 2014, voltou este ano a cair na final de Roland Garros. Em 2016 foi semi-finalista do US Open, e em 2014, obteve o mesmo feito em Wimbledon.

Muguruza e Pliskova juntam-se assim a um restrito lote de tenistas que chegaram a número 1, sem nunca terem vencido Major. Um grupo onde já estão Kim Clijsters, Amelie Mauresmo, Jelena Jankovic, Dinara Safina e Caroline Wozniacki.

Mas dificilmente Halep terminará a carreira sem um grande título. Por ora é líder mundial, numa “guerra” de sucessão à lenda de Williams que deverá prolongar-se em 2018. Mas Serena…só há uma e enquanto jogar terá sempre que ser levada a sério.

De Kerber a Halep: as semanas como número 1 do mundo

Angelique Kerber (Alemanha): 18 semanas
Serena Williams (EUA): 10 semanas
Simona Halep (Roménia): 12 semanas
Karolina Pliskova (Rep. Checa): 8 semanas
Garbine Muguruza (ESP): 4 semanas

 

A cerimónia que consagrou Simona Halep como número 1


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