Arquivo de Rafael Nadal - Página 9 de 10 - Fair Play

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André Dias PereiraAbril 23, 20182min0

Em Monte Carlo, Rafael Nadal é rei. O espanhol venceu este domingo pela 11º o torneio francês, reforçando a condição de maior campeão da prova. E, diga-se também, rei da terra batida. Agora, foi a vez do japonês Kei Nishikori cair em dois sets: 6-3 e 6-2. Em 72 partidas disputadas em Monte Carlo, Nadal venceu nada menos do que 68. Djokovic em 2013 e Wawrinka em 2014 foram os únicos a interromper a série de triunfos do maiorquino que dura deste 2005.

Estando em boa forma física, é praticamente impossível destronar Nadal na terra batida. O espanhol precisou apenas de 1H30 para vencer o japonês e é o grande favorito a vencer Roland Garros. O torneio francês arranca a 27 de Maio e Nadal vai tentar também aí o incrível 11º título.

Mas nesta final há que falar também de Kei Nishikori. Afastado por mais de quatro meses por problemas no pulso, o japonês regressou ao mais alto nível logo para disputar uma final de Masters 1000. O nipónico, diga-se, planeou bem o seu regresso. Sem pressa, e com critério. Por isso, começou por ganhar ritmo em Challangers. Certo é que o japonês parece ter feito uma boa recuperação e é agora, outra vez, um nome a ter em consideração. Que o diga Alexander Zverev. O número 3 mundial caiu nas meias-finais pelos parciais de 6-3, 3-6 e 4-6.

Antes, nos quartos de final foi a vez de Marin Cilic ser eliminado pelo nipónico: 6-4, 6-7 e 6-3. Andreas Seppi, Daniil Medvedev e Tomas Berdych foram as outras vítimas do japonês no torneio.

Nadal reforça liderança mundial

Se Nishikori regressou bem, o mesmo não se pode dizer de Novak Djokovic. O sérvio foi, desta vez, afastado por Dominic Thiem nos oitavos de final por 7-6, 2-6 e 3-6. Já Grigor Dimitrov voltou a chegar às meias-finais, mantendo uma consistência que dura desde 2017 e que mostra o porquê de ser um dos melhores do mundo em qualquer piso. Registo também para David Goffin. O belga atingiu os quartos de final onde caiu precisamente para Dimitrov (6-4 e 7-6). Goffin, 10º do ranking mundial, é cada vez mais um nome consistente do circuito que procura dar sequência aos títulos de Toquio e Shenzhen, alcançados o ano passado

Com esta vitória em Monte Carlo, Nadal conquistou o seu primeiro título em 2018 e garante também a continuidade como número 1 mundial. Será 171º semana de Nadal como líder do ranking, superando John McEnroe nesse quisito. Na lista de maior número de semanas como número 1, Nadal é sexto, Djokovic é quinto (223) e Federer é recordista (308).

 

A vitória de Rafa Nadal sobre Kei Nishikori

André Dias PereiraAbril 9, 20183min0

Portugal não conseguiu superar a Suécia no playoff de apuramento para o Grupo Mundial da Taça Davis. A equipa lusa foi afastada, este sábado, por 3-2. A partida da decisiva jogou-se em Estocolmo e era referente à segunda eliminatória do Grupo 1, da zona Europa/África.

João Sousa, número um português, esteve em bom plano vencendo os dois jogos singulares em que participou. Diante Elias Ymer e Mikael Ymer o vimarenense conseguiu o mesmo resultado: duplo 6-4.

Menos bem esteve Gastão Elias, que perdeu ainda na sexta-feira perante Elias Ymer, 133 do mundo, por 7-6 (13-11) e 6-4. No sábado, no jogo de pares, a dupla Elias e Sousa perdeu para Markus Eriksson e Robert Lindstedt por 7-6 (8-6) e 6-2. No quinto e decisivo jogo, Gastão Elias, 106º do mundo, perdeu com Mikael Ymer (355.º), por 6-3 e 6-4.

Ymer, 19 anos de idade, é um dos talentos da nova geração. O sueco tinha sido também o herói no triunfo sobre a Ucrânia na ronda anterior. Para Portugal, o jejum de vitórias fora do país dura desde 2013. Portugal ficou isento na primeira eliminatória e agora joga em Setembro na Ucrânia para discutir a permanência nesta divisão.

Espanha, EUA, França e Croácia nas meias-finais

Quem se qualificou para as meias-finais da Taça Davis foi os EUA. Para trás ficou a Bélgica. John Isner, vencedor do ATP Miami, começou por vencer Joris De Loore por 3-1: 6-3, 6-7, 7-6 e 6-4. Sem David Goffin, a recuperar de lesão no olho, Ruben Bemelmans também não conseguiu levar a melhor sobre Sam Querrey. Depois, em pares, Ryan Harrison e Jack Sock justificaram o favoritismo diante Joran Vliege e Sander Gilles:  5-7, 7-6, 7-6 e 6-4.

Os norte-americanos são fortes candidatos a um título que foge há 10 anos. Na Era Open, desde 1968, que os EUA já venceram a Taça Davis por 13 vezes, sendo o maior campeão da prova.

Agora os EUA terá pela frente a Croácia, que venceu o Cazaquistão por 3-1. Marin Cilic, a estrela maior croata, venceu Mikhail Kukushkin, pelos parciais de 6-1, 6-1 e 6-1, em 2H01 horas de jogo, na partida decisiva.

David Ferrer coloca Espanha nas meias-finais seis anos depois (Foto: Sportv.globo.com)

Também nas meias-finais está a Espanha. Nuestros hermanos venceram a Alemanha por 3-2. David Ferrer, 36 anos, foi o herói ao vencer Phillip Kohlschreiber por 7-6, 3-6, 7-6, 4-6 e 6-4 em 4h51 horas de jogo. Nadal e Zverev, com uma vitória cada, deixaram tudo empatado na sexta-feira. No sábado, a dupla alemã venceu a espanhola: 6-3, 6-4, 3-6,6-7 e 7-5. Só que Nadal voltou a deixar tudo empatado ao vencer Zverev (6-1, 6-4 e 6-4). Ferrer acabou por vencer o jogo decisivo.

É a primeira vez desde 2012 que Espanha chega às meias-finais. Pela frente terá a selecção francesa, campeã em título, que venceu Itália por 3-1. Lucas Pouille decidiu para os gauleses ao levar a melhor sobre Fábio Fognini: 2-6, 6-1, 7-6 e 6-3.

As meias finais jogam-se entre 14 e 16 de Setembro.

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André Dias PereiraAbril 7, 20183min0

Está decidido. Roger Federer vai falhar toda a temporada de terra batida, devendo regressar no torneio de Halle, na Alemanha. A confirmação foi feita pelo suíço após a derrota diante do australiano Thanasi Kokkinakis, no Masters 1000 de Miami. “Decidi não jogar em terra batida. Foi bom voltar a ser o número um em Roterdão, mas manter essa posição não é importante nesta altura”, esclareceu o helvético. Entre outros torneios, Federer falhará Roland Garros.

O multicampeão volta, assim, a repetir a estratégia de sucesso que o levou a fazer um bom segundo de semestre em 2017. Venceu Wimbledon e também em Halle, Shangai e Basileia.

A derrota perante Kokkinakis retirou-lhe a liderança mundial, mas conforme referiu, não é o mais importante neste momento. E, verdadeiramente, há boas chances de Federer recuperar essa condição mesmo sem jogar. Senão vejamos. Nadal defende 4.680 pontos nos próximos meses, apenas  mais100 que Federer.  Contudo, o helvético não terá nenhum desconto até a temporada de relva.

A temporada de terra batida, de resto, apresenta-se como uma incógnita quanto a favoritos. Tudo por conta das lesões. O último torneio de Nadal foi o Open de Austrália. Falhou, depois, Acapulco, Miami e Indian Wells. Apesar de dominante na terra batida há dúvidas sobre as condições em que defende o título de Roland Garros. Murray também só regressará na temporada de relva. Djokovic mostrou estar limitado em Miami e Indian Wells. Wawrinka também recupera de lesão ao joelho e não tem previsão de regresso. Dominic Thiem está inscrito em Monte Carlo mas recupera de lesão no tornozelo. Del Potro e Cilic, os melhores de 2018 a par de Federer, também não têm na terra batida o seu piso preferencial.

Um dos segredos da longevidade de Federer é a gestão do seu esforço. Por isso, a escolha de torneios é muito criteriosa. Até porque, aos 36 anos e com 20 Grand Slams, nada tem a provar, jogando para desfrutar do jogo. A terra batida, ocupa, de resto, um período grande do calendário, necessitando de recuperação e preparação. E é o próprio Federer quem o diz ao jornal francês Le Parisien. “Quem o joga vai precisar de desistir de outra coisa“. O título de Roland Garros em 2009, permite-lhe, igualmente, aceitar melhor esta decisão.

Oportunidade perdida?

Contudo, há quem não corrobore da mesma ideia. Ion Tiriac, director do Open de Madrid, considera que Federer não age de forma correta, comparando o tenista a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.

Federer já o disse. Quer continuar a somar títulos e ser número 1. Com os rivais enfraquecidos por lesões, esta seria uma boa chance para tentar somar um segundo troféu de Roland Garros e em outros torneios. Em todo o caso, seria sempre um favorito. O que nos leva a outra pergunta. Será justo um número 2 do mundo falhar um torneio Grand Slam? E que impacto representa um nome como Federer falhar Roland Garros? O certo é que o mesmo já acoteceu em 2017. Certo é que este ano haverá aumento de premiação. Cada vencedor irá receber 2,2 milhões de euros, mais 100 ml euros do que na última edição. A prova joga-se em 27 de Maio e 10 de Junho.

Em todo o modo é mais uma oportunidade perdida para os fãs verem o suíço jogar. Mas um bom segundo semestre, com o US Open e Masters Final na calha, rapidamente faria esquecer Paris e ver a lenda crescer ainda mais.

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André Dias PereiraMarço 26, 20182min0

João Sousa, o conquistador. Não por ter nascido em Guimarães. Não apenas por ser o melhor tenista português de sempre. Sousa conseguiu, este domingo, a proeza de atingir os oitavos de final do Masters de Miami. Pela primeira vez um tenista luso atinge essa meta num Masters 1000.

Longe do 28º lugar que já ocupou no ranking, Sousa é hoje o 80º do mundo. Isso, contudo, não o impede de somar vitórias importantes, como a que teve diante o Jared Donaldson , número 49 mundial. A vitória pelos parciais de 1-6, 6-3 e 6-4 demorou 1h53. O português pareceu apático no primeiro jogo, mas depois voltou a mostrar grande força mental e venceu 10 dos 14 jogos realizados.

O triunfo vem dar mais força à prestação do tenista luso que, na ronda anterior, eliminou nada menos que David Goffin, número nove mundial. Sousa não deu hipósteses, ganhando pelos parciais de 6-0 e 6-1. Goffin encontrava-se sem competir desde que foi afastado nas meias-finais do torneio de Roterdão, por Grigor Dimitrov. Depois de eliminar Alexander Zverev em Indian Wells, pelo segundo torneio consecutivo o vimarenense afastrou um tenista do top-10 mundial.

Na próxima ronda, que se joga esta terça-feira, dia 27, João Sousa terá pela frente uma das sensações do circuito em 2018. O coreano Hyeon Chung, semi-finalista do Australian Open, deixou para trás o norte-americano Michael Mmoh, por duplo 6-1. Antes, a vítima foi o australiano Matthew Ebden (6-3 e 7-5).

Federer perde liderança para Nadal

Para já, estão garantidos nos oitavos de final: João Sousa, Hyeon Chung, Marin Cilic, Jeremy Chardy, Juan Martin Del Potro, John Isner e Filip Krajinovic.

Eliminados estão, para ja, Roger Federer e Novak Djokovic. O sérvio voltou a desiludir ao ser afastado na primeira ronda por Benoit Paire (6-3 e 6-4). Já o suíço sofreu a segunda derrota da temporada, depois de ter perdido a final de Indian Wells para Del Potro. O algoz, agora, foi Thanasi Kokkinakis: 3-6, 6-3 e 7-6 (4), naquele que foi o primeiro encontro entre ambos no circuito ATP. Mais do que perder na estreia, Federer perde a liderança mundial para Rafael Nadal a partir desta segunda-feira. O suíço, agora, só deverá regressar em Junho, no torneio de Halle.

André Dias PereiraMarço 12, 20182min0

Denis Shapovalov saiu de cena de Indian Wells, que se joga até ao próximo domingo, na segunda ronda. O canadiano é contudo um meteoro no circuito ATP. E é o próprio que lembra que há um ano jogava Challangers e estava fora do top-200. Hoje é o 44 do mundo, com capacidade de surpreender qualquer um. Que o diga, por exemplo, Rafael Nadal.

Aos 18 anos de idade, o canadiano jogou um torneio Masters 1000, acabando eliminado por Pablo Cueva (7-6 e 6-4). A irregularidade e os erros em alturas decisivas foram determinantes. Na ronda inaugural vencera Ricardas Berankis.

“As coisas estão a sair-me muito bem nos últimos meses. Não me vejo favorito em nenhum jogo. No entanto, sou jovem em torneios deste tipo e há muitos jogadores experientes. Vou para os encontros com muita confiança e acreditar que posso vencer qualquer um”, disse o Shapovalov.

De facto, o canadiano atravessa um bom momento de forma. Este ano já atingiu as meias-finais do torneio norte-americano de Delray Beach. Em Acapulco derrotou, também, Kei Nishikori. O impacto de Shapovalov começou quando, o ano passado, derrubou Rafael Nadal nos quartos de final do torneio de Montreal.

Shapovalov lidera Canadá à primeira Taça Davis juvenil

Nascido em Israel, mas filho de pais russos, Denis Shapovalov começou a jogar ténis com apenas 5 anos de idade. O apoio familiar foi tal, que a sua mãe abriu um clube de ténis para o ajudar nos treinos. E foi já em Outubro de 2013 que o canadiano venceu o seu primeiro título júnior. Aconteceu em Burlington, nos EUA, feito que repetiria no ano seguinte.

O ano de 2015 foi o mais impactante do seu percurso juvenil. Alcançou a segunda ronda no Australian Open, e a terceira em Wimbledon e US Open. Em duplas conquistou, juntamente com o compatriota a Félix Auger-Aliassime, o título do US Open. Os dois tenistas e Benjamin Sigouin venceram também, nesse ano, a primeira Taça Davis juvenil da história do país. Por fim, em 2016,  Shapovalov foi campeão do torneio Future de Weston, nos EUA.

Agora, entre graúdos, o canadiano está a começar a construir a sua história. Jogo a jogo, competição a competição. Actualmente é 44 do mundo, mas o mais provável é continuar a galgar posições no ranking. Até onde vai este meteoro é a questão.

 

Os melhores pontos de Denis Shapovalov em 2017

André Dias PereiraFevereiro 19, 20182min0

Roger Federer está de volta à liderança do ranking mundial. O suíço conquistou, este domingo, pela terceira vez o torneio de Roterdão consagrando-se como o mais velho número 1 da história. Quando o helvético anunciou que ia participar no torneio holandês o mundo agitou-se. Federer tinha a chance real voltar ao lugar que, até há pouco, julgava já não ser possível. Talvez por isso tenha dito que voltou a sentir o mesmo quando, em 2004, o conquistou pela primeira vez.

O triunfo sobre Grigor Dimitrov na final de Roterdão (6-2 e 6-2) correspondeu ao 97º troféu na carreira. Em Grand Slam é recordista com 20 títulos, tendo chegado a 30 finais. É também o jogador com mais semanas no topo, 303, das quais 237 foram consecutivas. O intervalo entre a primeira vez que chegou a número 1, Fevereiro de 2004, e que regresso ao topo, Fevereiro de 2018, é também o maior da história.

Os números impressionam, mas mais incrível ainda é perceber que aos 36 anos Federer se mantém no topo. John McEnroe, ex-número 1 mundial, afirma não entender como Federer joga a este nível nesta idade. E não é para menos. O suíço tem o mérito de atravessar três gerações – de Pete Sampras a Grigor Dimitrov – mantendo-se sempre entre os favoritos.

O suíço está numa fase em que quer sobretudo desfrutar do ténis. E, por assim dizer, reinventou-se numa altura em que se falava na aposentadoria. Desde o arranque de 2017 conquistou dois Australian Open e Wimbledon.

Federer é 1º e Kevin Anderson sobe ao nono lugar

Federer continua a desafiar a idade e os conceitos de ténis a alto nível. Mas vai lembrando que só é possível porque a sua mulher lhe permite ter essa vida. Os dois próximos Grand Slam, Roland Garros e Wimbledon, vão esgrimir a liderança mundial. Nadal, o rival que Federer voltou a derrotar, é o grande favorito para Paris. Mas Federer é o detentor do torneio britânico.

Na revisão de ranking esta segunda-feira, registo para o segundo lugar de Rafael Nadal. O croata Marin Cilic é terceiro. A grande novidade no top-10 é o sul-africano Kevin Anderson, vencedor do torneio de Nova Iorque, este domingo. Pela primeira vez está no nono lugar. Já Dominic Thiem, vencedor do torneio de Buenos Aires, mantém a sexta posição.

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André Dias PereiraJaneiro 29, 20186min0

Preserverança. Se há palavra que possa descrever o sucesso de Roger Federer seja essa. O multicampeão suíço não teve um início de carreira meteórico como Rafael Nadal. Mas também não teve um despertar tardio, como Agassi. Federer foi, por assim, dizer despertanto aos poucos para o campeão que este domingo ergueu pela 20ª vez um título de Grand Slam. De tal forma que raramente foi manchete no início de carreira. Talvez por ser tão improvável à época um percurso tão lendário, Federer tenha chorado quando, este domingo, ergueu pela sexta vez o Autralian Open, igualando o record de Novak Djokovic.

Ao ganhar na final a Marin Cilic – 6-2, 6-7 (5), 6-3, 3-6 e 6-1 – Federer tornou-se no primeiro tenista masculino, seja na Era Open ou na anterior, a atingir as duas dezenas de troféus. Os outros são todos do quadro feminino: Margaret Court (24), Serana Williams (23) e Steffi Graff (22). Mais impressionante, desde que são disputados Grand Slam na Era Open, 1968, que o suíço ganhou 10% dos torneios.

Mas o que este Australian Open nos disse não foi só não haver sinal de abrandamento por parte de Federer. O torneio Asiático e do Pacífico reafirmou que estamos perante a melhor fase da história do ténis. Uma fase com uma lenda ainda em alto nível como Federer, veteranos que dominam o circuito como Marin Cilic, Rafael Nadal e Novak Djokovic (apesar das eliminações precoces destes últimos) e uma nova geração que quer disputar já títulos importantes, como os surpreendentes Chung Hyeon e Kyle Edmund, para além de Grigor Dimitrov e Nick Kyrgios.

Num torneio marcado pelo calor e algumas polémicas relativamente aos jogos em courts secundários de Djokovic, o suíço voltou a mostrar aos 36 anos o porquê de ser o maior de sempre e um nome a ter em conta em 2018. Aliás, não será descabido pensar que Federer poderá anda chegar a número 1. Para recuperar o ceptro que perdeu a 29 de Outubro de 2012 dependerá do desempenho no ATP 500 Dubai, onde defende 45 pontos (segunda ronda).

O retorno de Cilic e as dúvidas sobre Nadal e Djokovic

Se Federer foi o campeão ovacionado, Cilic foi o digno vencido. O croata voltou a disputar uma final depois da vitória no US Open 2014 mas acabou por não resistir ao melhor ténis do suíço, embora tenha tido o mérito de ter sido o único a vencer sets (2) a Roger neste torneio, empurrando a partida para um quinto e decisivo jogo. Vencedor de 17 títulos ATP (o último em Istambul, em 2017) o croata deixou para trás Ryan Harrison, Pablo Cerraño Busta (naquela que foi a 100ª vitória do croata em Major), Rafael Nadal e Kyle Edmund. Pela segunda vez na carreira, o croata venceu Nadal (3-6, 6-3, 6-7, 6-2 e 2-0) beneficiando da desistência do espanhol, por dores na virilha.

O maiorquino, recorde-se, recuperava de lesão antes do arranque da prova, tendo estado em dúvida até perto do seu início, o que condicionou a sua preparação física. Tal como a Novak Djokovic. O sérvio voltou aos courts após paragem por mais de 6 meses mas está longe da sua melhor forma, acabando por ser afastado na quarta ronda pelo surpreendente Chung Hyeon (7-6, 7-5 e 7-6). Nolan sofreu com dores no cotovelo – pediu atendimento médico – e volta a deixar a incógnita para o que poderá fazer em 2018.

A ascensão de Edmund e Chung Hyeon

Hyeon atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Grand Slam (Foto: Reuters)

Se a geração veterana continua a dominar o circuito, o que nos mostra o alto nível de ténis que vivemos é que a nova geração está ávida de grandes conquistas e com capacidade de jogar de igual para igual. No calor de Melbourne, ninguém foi mais surpreendente que Chung Hyeon. O sul-coreano, 21 anos, que começou a jogar ténis para ajudar a manter a sua visão, foi semi-finalista de Wimbledon, em juniores, em 2013, e chegou agora, pela primeira vez, às meias-finais de um Grand Slam. Para trás deixou não apenas Djokovic, mas também Tennys Sandgren (6-4, 7-6 e 6-3), nas meias-finais e, antes, na terceira ronda, Alexandr Zverev (5-7, 7-6, 2-6, 6-3 e 6-0).

O alemão, número 5 mundial, voltou a cair precocemente na competição, não conseguindo traduzir em resultados o estatuto que ocupa no ranking. “Definitivamente não é um problema físico, então tenho descobrir o que acontece comigo nos momentos decisivos em Grand Slam. Aconteceu em Wimbledon, aconteceu em Nova York e aconteceu aqui. Eu ainda sou jovem, então ainda tenho tempo“, disse o alemão, de 21 anos.

Outro nome importante neste torneio foi o de Kyle Edmund. O britânico e legítimo herdeiro de Andy Murray, começa a obter resultados mais ajustados ao seu talento e expectativa de carreira. Depois de um 2017 irregular, Edmund (que passou pelo Estoril Open), 23 anos, chegou pela primeira vez a uma meia-final de Grand Slam, sendo afastado pelo favorito Marin Cilic (6-2, 7-6 e 6-2). Antes, contudo, afastara Grigor Dimitrov, agora número 4 mundial e um dos tenistas em melhor forma no circuito.

E agora, 2018?

O búlgaro, aliás, falhou as meias-finais alcançadas em 2017 e proporcionou um dos melhores jogos do torneio diante Nick Kyrgios, vencedor de Brisbane. Foi uma maratona na quarta ronda de 3h30 – 7/6 (7-3), 7/6 (7-4), 4/6 e 7/6 (7-4) – que condicionou o jogo do búlgaro diante o coreano, sempre inteligente na abordagem aos seus jogos. Kyrgios era, de resto, a grande esperança australiana em chegar a um título que falha a um atleta da casa desde Chris O’Neill, em 1978.

Uma palavra também para Alex de Minaur, que surpreendeu no início do ano. O australiano, de 18 anos, voltou a dar show nas preliminares ao afastar Feliciano Lopez, mas acabaria eliminado na primeira ronda perante a maior experiência de Thomas Berdych.

O Australian Open disse-nos que temos um circuito equilibrado, com várias gerações com capacidade para lutar pelos títulos e em que os mais jovens aliam talento e ambição a capacidade de trabalho para evoluirem. Os veteranos levam ainda vantagem, com a lenda Federer à cabeça. Mas o suíço só deverá jogar um número limitado de jogos e torneios, à excepção dos Grand Slam, enquanto Nadal e Djokovic tentam recuperar físicamente para voltar a disputar títulos. E há ainda que contar com os regressos de Wawrinka, Murray e Nishikori. Que fase vive o ténis

 

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André Dias PereiraJaneiro 14, 20186min0

O Australian Open, primeiro Major da temporada, sempre foi um torneio que serviu para medir o pulso do que pode ser o resto do ano. E porque estamos em época de Star Wars, este ano o torneio serve como que um despertar da força.

Acima de tudo, o Australian Open, que arranca esta segunda-feira, é marcado por regressos e ainda algumas ausências importantes. Primeiro, e como habitualmente, o regresso do ténis ao mais alto nível – apesar de alguns torneios de prestígio já realizados como Brisbane, Doha ou Sydney – mas, acima de tudo, servirá para medir o pulso ao nível de tenistas que regressam de lesões mais, ou menos, prolongadas como Djokovic ou Nadal Servirá  também para perceber se Federer, tal como Rafa, poderão repetir 2017, e que evolução podem ter estrelas de gerações mais recentes como Grigor Dimitrov, Alexandr Zverev, Nick Kyrgios, Dominic Thiem, Alexandr Dolgopolov ou Jack Sock.

O ano de 2017 foi marcado pelo reavivar da velha rivalidade Fedal (Federer venceu em Australia e Wimbledon, Nadal ganhou Roland Garros e US Open) enquanto Djokovic, Murray e Wawrinka acumulavam lesões graves, que os atiraram para fora dos courts.

O despertar de Djokovic e Wawrinka

Djokovic, o regresso
Djokovic regressa após seis meses parado (Foto: Gazeta Esportiva)

Djokovic e Wawrinka pouparam-se nos primeiros torneios de 2018 para regressarem agora, em Melbourne. Afastado desde Julho de 2017, por lesão no cotovelo direito, Novak Djokovic apostou na mesma estratégia de Federer e Nadal: parar meia temporada para recuperar fisicamente. E, a avaliar pelo treino com Alexandr Zverev, foi uma aposta ganha. Nolan venceu Zverev, número 5 do mundo, por 6-1 e 6-4. Foi dominador, confiante e apresentou novas estratégias de saque. É seguramente um dos candidatos à vitória (é o maior vencedor de sempre, com 6 títulos), mas resta saber se já está nesse patamar, ou se temos de esperar por Roland Garros e Wimbledon.

Certo é que o sérvio estará na mesma chave de Roger Federer (podem encontrar-se nas meias-finais), campeão em título, e vencedor da Taça Hopman no início do ano, juntamente com Belinda Bencic. Aos 36 anos, o maior campeão de Grand Slam quer continuar a fazer história, mas admite que “repetir 2017 será muito difícil”. A sua estratégia assenta numa muito selectiva escolha de torneios, para preservar a sua condição física e garantir qualidade nos que integra.

Quem também regressa em Melbourne é Stan Wawrinka. Vencedor em 2014, o suíço esteve afastado de torneios por seis meses. Stan optou por falhar Abu Dhabi e Tie Break Tens para agora se apresentar ao melhor nível possível. Antigo número 3 do mundo e actual número 9, Stan garante que ainda lhe falta confiança e mais condição física. Por isso, deverá fazer um torneio em crescendo, começando com Ricardas Berankis na ronda inaugural.

 Nadal e o desafio de 2018

Nadal tenta segundo título
Recuperado de lesão, Nadal tenta segundo título em Melbourn, com retorno das cavas. Foto: Brecorder.com

De fora da prova estarão Andy Murray e Kei Nishikori. O britânico, que previa regressar no início de 2018, deverá, afinal, voltar apenas em Wimbledon. O antigo número 1 mundial tem feito várias cirurgias por conta de uma lesão no quadril. Segundo o seu treinador, Miles Maclaga, é mesmo provável que o escocês tenha que readaptar o seu jogo em função da sua nova condição. Também Kei Nishikori só voltará após o final do torneio.

Quem também fará a sua primeira aparição em jogos oficiais em 2018 é o número 1 mundial, Rafael Nadal. Rafa, também a recuperar de lesão, optou por falhar Brisbane e treinos com João Sousa. Vencedor em 2009, Nadal quer dar sequência ao excelente 2017, depois de ter atravessado o calvário de lesões e de terem decretado o seu óbito tenisticamente falando. Com o regresso de Djokovic e também Wawrinka, conseguirá o maiorquino manter as vitórias do ano passado? A resposta a essa pergunta começará a ser dada em Melbourne. Uma das novidades para o Australian Open será o regresso às cavas, que marcaram o seu estilo no início de carreira. Apesar dos primeiros jogos de treino não terem sido entusiasmantes, o espanhol deverá subir o seu nível à medida que avança no torneio. Será, porventura, o grande favorito à vitória.

De Dimitrov a Dolgopolov

Mas, certamente, o primeiro Major não se deverá centrar somente nos veteranos. Grigor Dimitrov, actual número 3, é um dos jogadores a seguir com atenção. Vencedor do último ATP Final, o búlgaro foi semi-finalista em Brisbane e desde que mudou de treinador, atravessa o melhor momento na carreira. O ano de 2018 poderá ser a consolidação do búlgaro, que aponta agora baterias para vitórias em Grand Slam. Em 2017, caiu nas meias-finais para Nadal.

Alexandr Zverev tem um potencial insuspeito. Todos o dizem. Ser número 4 do mundo aos 20 anos, prova isso mesmo. Mas, o certo é que as suas aparições em Grand Slam não fazem ainda jus à sua capacidade. Nunca passou da quarta ronda e melhorar esse registo será o caminho natural em 2018. Será já em Melbourne?

Outro nome a seguir é Nick Kyrgios. Porque joga em casa, porque é um dos mais populares e controversos jogadores do circuito e porque atravessa um grande momento de forma. Rod Laver, que dá nome ao court principal, diz que Kyrgios (17º) tem o melhor saque do mundo. Para já, começou o ano a vencer em Brisbane e, num dia bom, pode vencer qualquer um. A sua confiança e carisma junto do público podem levá-lo mais longe que nunca este ano em Melbourne.

Da nova geração será igualmente interessante acompanhar a evolução do ucraniano Alexandr Dolgopolov. a quem muitos olham como possível futuro número 1 mundial. Uma nota também para Alex de Minaur. Australiano de 18 anos de idade e 167 do ranking, é a maior sensação de 2018. Semi-finalista em Brisbane depois de vencer Milos Raonic e Feliciano Lopez foi também finalista vencido em Sydney. Com um ténis de grande maturidade e versatilidade, será interessante ver o que faz num Grand Slam.

Este ano há candidatos para todos os gostos, de diferentes gerações e em diferentes momentos de forma. Saber quem vai ganhar é tão difícil quanto saber quem vai dominar 2018. Como aconteceu o ano passado, entre Federer e Nadal.

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André Dias PereiraNovembro 20, 20173min0

Não nos equivoquemos, Rafael Nadal foi o rei de 2017. A prová-lo estão os seis títulos alcançados desde Janeiro – entre eles Roland Garros e US Open – e a liderança mundial. Mas foi o búlgaro Grigor Dimitrov a vencer o torneio dos Mestres, que terminou este domingo, numa final improvável contra David Goffin.

O ATP Finals de 2017, sabia-se, ia ser jogado por figuras secundárias face aos últimos anos. Com Djokovic, Murray e Wawrinka a recuperarem de lesões, Nadal e Federer surgiam como os nomes maiores. Só que logo no primeiro jogo (e derrota) contra David Goffin – 7-6 (5), 6-7 (4) e 6-4 – Rafael Nadal ressentiu-se de dores no joelho e desistiu da competição. Para o seu lugar entrou o também espanhol Pablo Cerreño Busta, número 10 mundial e vencedor do torneio do Estoril este ano.

As portas pareciam abertas para Roger Federer, vencedor do Australian Open e Wimbledon, para além de outros cinco torneios. O suíço começou bem a prova, vencendo os três jogos da fase de grupos: Jack Sock (6-4 e 7-6), Marin Cilic (6-7, 6-4 e 6-1) e Alexander Zverev (7-6, 5-7 e 6-1). Só que nas meias-finais, perdeu para o David Goffin (6-2, 3-6 e 4-6). Foi, provavelmente, a vitória mais importante da carreira do belga, número oito mundial. Goffin tornou-se o terceiro tenista a derrotar Nadal e Federer na mesma prova. Esta foi, aliás, uma semana de sonho para o belga. A sua história na competição resumia-se a um jogo contra Novak Djokovic, como suplente, em 2016. De resto, em seis encontros contra o suíço, o melhor que conseguira tinha sido vencer…dois sets.

Dimitrov será nº3 do mundo

Na final, contudo, acabou por ser surpreendido por Grigor Dimitrov. O búlgaro, que também se estreou na final, precisou de três sets (7-5, 4-6 e 6-3) para se tornar o mestre dos mestres de 2017. Dimitrov vai agora subir ao terceiro lugar da hierarquia mundial. Tornou-se também no primeiro estreante a vencer a competição, desde o espanhol Alex Corrtetja, em 1998.

Para chegar à final, Dimitrov precisou também de vencer Goffin na fase de grupos (6-0 e 6-2), para além de Cerraño Busta (6-1 e 6-1) e Dominic Thiem (6-3, 5-7 e 7-5). Nas meias-finais, levou a melhor sobre o norte-americano Jack Sock (4-6, 6-0 e 6-3), carimbando assim a sua primeira final da prova.

O triunfo no ATP Finals foi o culminar do melhor ano desportivo de Dimitrov. Ele venceu também em Cincinnati e alcançou as meias-finais do Open de Austrália. Aos 26 anos, o búlgaro parece estar a descolar da imagem de playboy e eterna promessa do ténis mundial. Para já acaba o ano como número 3 mundial. Poderá chegar a número 1 em 2018, ou vencer algum Grand Slam?

A vitória de Grigor Dimitrov no ATP Finals


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