Alexander Zverev, o futuro é agora

André Dias PereiraOutubro 13, 20173min0

Sim, foi Rafael Nadal que venceu o torneio de Pequim. Foi a primeira vez que o espanhol o fez desde 2005. Sim, foi o sexto título de El Toro Miura em 2017. Mas este texto não é sobre o número 1 do mundo. É sobre Alexandr Zverev, o outro herói de Pequim, que garantiu o bilhete no Masters Final. Para Zverev, o futuro é agora.

Dizem que dos fracos e derrotados não reza a história. Alexander Zverev está aí para provar o contrário. Ok, o nome maior do torneio de Pequim, que terminou no passado domingo, foi Rafael Nadal. Outra vez Nadal. Pela segunda vez na China, pela sexta vez esta temporada. Também não foi o segundo classificado. Esse foi Nick Kyrgios, o australiano errante que é capaz de vencer a qualquer um – perdeu pela primeira vez contra Nadal (3-2), está empatado em jogos com Federer (2-2) e lidera diante Djokovic (2-0) – mas também perder com qualquer um.

Este texto é sobre Alexander Zverev, o miúdo que aos 20 anos já se fez graúdo e que em 2017 é, a par de Rafael Nadal e Roger Federer, o jogador que mais troféus venceu: Montpellier, Munique, Roma, Washington e Canadá.

O alemão era um dos destaques do torneio de Pequim, que terminou com a vitória de Rafael Nadal sobre Nick Kyrgios – 6-2 e 6-1, naquele que foi o 75º título da carreira do espanhol – mas acabou por cair nas meias-finais perante o australiano (6-3 e 7-5). Contudo, o alemão conseguiu o seu principal objetivo e carimbou o passaporte para o Masters Final, onde já estão Rafael Nadal e Roger Federer.

A temporada de 2017 está a ser mais do que um sonho para Zverev. É a concretização de uma profecia, sobretudo de quem o acompanha desde cedo. O desporto e o ténis estão-lhe no ADN. Filho de uma família de tenistas, o seu pai foi profissional na Rússia e é o seu treinador, e a sua mãe, treinadora. O irmão, Mischa Zverev, é 27º do ranking mundial. Fluente em russo, alemão e inglês, Alexander praticou três desportos em criança, mas optou por se dedicar mais ao ténis. O seu talento precoce levou-o a número 1 do mundo em juniores, vencendo um torneio Future e o Australian Open.

A sua maturidade, segurança e confiança levaram-no a ascender ao profissionalismo, em 2014, onde tem registado uma ascensão meteórica. Nesse ano tornou-se o mais jovem tenista (17 anos) desde Marin Cilic a atingir as meias-finais do torneio de Hamburgo. Agora, com 20 anos, e cinco torneios ATP arrecadados só em 2017  – para além de ter ganho em S.Peterburgo, em 2016 – alcançou o terceiro lugar do ranking mundial, sendo apenas superado pelas lendas Rafael Nadal e Roger Federer.

Rendidos ao talento

O espanhol e número 1 do mundo não tem dúvidas. “É um jogador fantástico, tem todos os golpes. Tudo para ser uma grande estrela do circuito”. Um dos seus trunfos é a capacidade fazer “ases”. Só para se ter uma ideia, em 2016 Sacha, como é conhecido entre os seus fãs, fez 355, contra 349 de Jo-Wilfred Tsonga e 239 de Novak Djokovic.

Colegas, treinadores, analistas e fãs do ténis não têm dúvidas que Alexander Zverev é o rosto da nova geração, com capacidade de atingir a liderança do ranking mundial. E bem se pode dizer que aos 20 anos e como número 3 mundial, o futuro é agora. Mas agora é ainda o tempo dos intemporais Roger Federer e Rafael Nadal. A questão que sobra é, até quando?


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