Arquivo de Laura Silva - Fair Play

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José AndradeJulho 27, 20227min0

Em contagem decrescente para o Campeonato da Europa em Sofia que decorre de 30 de julho a 7 de agosto, falamos dos últimos jogos de preparação da seleção sub-18 feminina e olhamos para o que podemos esperar nesta grande competição.

Portugal vs Irlanda: Vencer sem deixar dúvidas

Em Carnide, a seleção feminina sub-18 começou por defrontar a Irlanda vencendo os dois duelos de forma confortável. No primeiro encontro triunfo por 95-30 e no segundo por 79-36. Foram dois jogos onde Portugal foi superior e não deixou margem para dúvidas, estando sempre na frente e sem dar qualquer tipo de hipótese aos seus adversários. A defesa irlandesa nunca conseguiu suster o ímpeto do ataque luso e a defesa portuguesa anulou sempre as investidas visitantes. Estes dois duelos foram importantes para se ver mais de algumas jogadoras como Fatumata Djaló ou Matilde Pereira e para que ficasse evidente a progressão na qualidade de jogo da seleção nacional. Triunfos esclarecedores, que impressionaram e que estabeleceram já o nível onde a seleção sub-18 feminina está ou seja estas vitórias deixaram bem evidente que as portuguesas são das melhores da Divisão B.

Portugal vs Bélgica: Prontas para ir encantar na Bulgária

Nos duelos com a Bélgica foi tudo diferente, como esperado as dificuldades foram maiores e por isso mesmo os resultados. No primeiro jogo as comandadas de Agostinho Pinto triunfaram por 69-57 e no segundo as belgas levaram a melhor por 70-68. Depois de dois triunfos esclarecedores, Portugal sentiu mais problemas com a seleção Belga, como era previsível, pois foram os detalhes a fazer toda a diferença perante uma das seleções europeias mais fortes. No primeiro jogo e mesmo com muito equilíbrio, as lusas estiveram sempre por cima, conseguiram mostrar a sua qualidade de jogo, a boa circulação de bola e a pressão ajudou a que as belgas nunca conseguissem ter nenhum período ascendente.

No segundo duelo foi bem distinto, o ataque luso já sofreu mais perante a pressão intensa das belgas, além de que no primeiro jogo o tiro exterior tinha aparecido e neste devido à defesa adversária isso não se sucedeu. Foram dois duelos bem importantes para terminar a preparação, permitiram ver que tínhamos que fazer ajustes para defender seleções como as belgas onde as jogadoras tem facilidade de tiro e principalmente no segundo duelo isso fez a diferença. O ataque luso mesmo com mais problemas no segundo duelo mostrou sempre qualidade, mobilidade e muita técnica que criou dificuldades as belgas.

Neste último jogo a grande questão foi o cansaço notório e a defesa, os ajustes não resultaram e não se conseguiu anular o ataque adversário que fosse na procura pelas postes ou na maior circulação na busca por uma linha de passe para uma atiradora conseguiu sempre pontuar, mas as ilações destes jogos em Carnide foram muito boas, o ataque foi mesmo o maior destaque e saímos destes duelos com a certeza que vamos ter uma prestação lusa de alto nível em Sofia.

As escolhas para o Campeonato da Europa

Estas foram as escolhidas para representar Portugal. Vamos com a certeza de que podemos sonhar, é possível conseguir algo deste Europeu, a qualidade desta seleção permite pensar em lugares de topo. Nas escolhas, Inês Bettencourt, Gabriela Falcão, Laura Silva, Ana Pinheiro e Andrea Chiquemba assumem-se como jogadoras que podem vir a estar entre os destaques deste Campeonato da Europa. Mencionar ainda Matilde Pereira, Marta Roseiro e Cristina Freitas que vão ser os “jokers” desta seleção sub18 feminina, jogadoras que vão crescer com a competição e podem ser as sixth women’s do Europeu e também elas grandes destaques em Sofia.

Um olhar para as “rivais” neste Europeu

No Campeonato da Europa, Portugal vai estar no Grupo A da Divisão B onde vai enfrentar as seleções da Croácia, do Luxemburgo, da Macedónia do Norte e da Grã-Bretanha. O primeiro jogo é dia 30 frenta à Macedónia do Norte pelas 14h00, no dia seguinte a equipa das quinas defronta a Croácia pelas 14h15. O terceiro jogo é no dia 2 de agosto pelas 14h15 frente ao Luxemburgo e no dia seguinte o último jogo da fase de grupos frente à Grã-Bretanha pelas 14h00.

Olhando para cada uma das seleções, a Croácia será uma das adversárias mais fortes com a estatura a ser um dos pontos em evidência, mas não só, pois este conjunto possui jogadoras de qualidade e onde muitas delas já jogam ao mais alto nível. Destaque para Lucija Banovic, uma extremo que foi destaque nas sub16 e que vem de ser uma peça fundamental no Tresnjevka, quartas classificadas da fase regular na liga croata. Lucija é um dos maiores talentos de 2004, uma jogadora que domina nas tabelas, muito móvel e que tem facilidade para pontuar, um verdadeiro talento geracional e que vai ser uma dor de cabeça para as portuguesas. Depois destacar ainda Franka Cuklin uma poste e Lana Beslic base, duas jogadoras que também já tem andamento de primeira liga croata. Cuklin é uma poste com bom footwork e Beslic é uma base criadora que se destaca mais pela visão e qualidade de passe, mas a Croácia será um osso duro de roer.

Passando para as luxemburguesas, uma seleção que chega com menos créditos, mas que nem por isso deve ser desvalorizada. A qualidade técnica não é tanta, mas existe, o maior destaque individual desta seleção: Faith Etute, uma extremo muito forte fisicamente e que mesmo sendo muito jovem foi uma das peças mais utilizadas do Dudelange equipa campeã luxemburguesa e que vai defrontar o Benfica na fase de grupos da Eurocup. Etute foi a jogadora em maior evidência no Europeu sub-16 e chega aqui depois de uma ótima temporada onde mostrou evolução, é uma jogadora poderosa fisicamente, que se impõem nas tabelas e que consegue surgir nos dois lados do campo.

Mudando para a Macedónia do Norte, é a seleção com a média de altura mais elevada deste grupo, jogadoras altas e com alta capacidade física, não tem a capacidade técnica de Portugal, mas tem algumas atletas que se destacam tais como, Anastasija Todorova uma base que foi um dos destaques nas sub16 em 2021, será a responsável pelo ataque e pela criatividade. Todorova é uma base muito móvel e com técnica. Depois nas outras atletas que se podem evidenciar: Mihaela Aleksovska uma base versátil, isto porque falamos de uma jogadora muito completa porque tem um naipe de recursos técnicos que a colocam em evidência sempre, mas também porque defende bem, sendo intensa e agressiva, depois é uma jogadora que atira bem e tem facilidade de lançamento. Por fim, Marija Nikolov que foi quem mais se destacou nesta seleção nas sub16 e que vem de uma ótima temporada ao serviço das KAM Basket vice-campeãs na Macedónia do Norte, mas falamos aqui de uma jogadora de posição 4, com bastante mobilidade e que técnica.

Na última seleção, a Grã-Bretanha é um conjunto com muitas soluções, talvez das com mais profundidade na competição, e também com jogadoras de recursos técnicos e com capacidade e estatura para a luta das tabelas. Nos destaques individuais temos, Isobel Bunyan uma extremo com capacidade física e ainda Natalie Charity uma base que esteve em bom plano no Nottingham Wildcats e que garante bastante qualidade de passe, além de ser a jogadora que vai assumir a responsabilidade de “criar” no ataque e que se destaca pelo 1×1. Seleção que não tem uma super estrela, mas que tem profundidade e muitas soluções, podendo mesmo surpreender em vários momentos pelas apostas sendo ainda um conjunto homógeneo e que que tem ai mesmo a sua maior força.

A Seleção sub-18 feminina vai para a Sofia com possibilidades de subir à Divisão A e de ainda conseguir algo mais, esta seleção permite-nos sonhar muito, nada é irrealista porque a nossa seleção joga muito bem, tem algumas das melhores jogadoras que vão estar presentes e é uma dos conjuntos mais fortes, o sonho é real e possível.

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José AndradeAbril 8, 20227min0

Para hoje, vamos falar de 3 + 1 destaques dos primeiros jogos dos playoffs e do playout da Liga Betclic Feminina, por isso mesmo venham dai que a tarefa foi muito complicada, mas estes são os nossos 4 destaques desta semana.

Maianca Umabano – A excelência de sempre

O GDESSA venceu o Esgueira por 86-78 num jogo de alta intensidade no Pavilhão Clube do Povo de Esgueira. Uma entrada demolidora da equipa do Barreiro que esteve a grande maioria do tempo na frente, o Esgueira lutou, ainda conseguiu empatar, mas o GDESSA foi mais forte. Um jogo marcado pelos lançamentos de lances livres, o Esgueira falhou apenas 1 e o GDESSA 2, um se não o melhor jogo da época na linha de lances livres na Liga Betclic Feminina. O GDESSA soube aguentar o ímpeto do Esgueira, principalmente no segundo e terceiro quarto, a experiência pesou muito, Márcia da Costa Robalo e Sofia Ramalho Gomes determinantes, com destaque para Rita Rodrigues que entrou numa altura delicada para o lugar de Letícia Josefino que havia sido excluída por faltas e a jovem poste não tremeu e esteve muito bem.

No Esgueira, as irmãs Raimundo sempre incansáveis, sempre muito bem, mas a zona interior com Trudy e Vashti foi o ponto forte e que elevou o Esgueira. O destaque maior desta partida foi Maianca Umabano, como acontece em todos os jogos voltou a estar imparável, muito importante nos dois lados do campo, com o tiro exterior a cair em momentos decisivos e mais uma vez a estar muito bem na defesa. Maianca Umabano conseguiu 17 pontos (4 em 7 de lançamentos de campo e 3 em 7 no tiro exterior) ainda conseguiu 1 ressalto, 4 assistências e 1 roubo de bola. Partida espetacular e GDESSA em vantagem no primeiro jogo dos quartos de final da Liga Betclic Feminina.

Kahlia Lawrence – Exibição monstruosa

O Vitória SC recebeu e venceu o SL Benfica por 80-72 e conseguiu assim fazer o que ninguém havia feito na Liga Betclic Feminina, derrotar e terminar a invencibilidade da equipa de Eugénio Rodrigues. As vitorianas confirmam a excelente segunda metade de época, tal como tinha falado aqui, estavam claramente em crescendo e o facto das coisas nem sempre terem corrido bem retirava alguma pressão e podiam surpreender, aí está, confirmado isso e o Vitória SC entra com tudo nos playoffs da Liga Betclic Feminina. Entrada demolidora da equipa da casa, Benfica com um acerto muito abaixo do normal nos lançamentos de campo, algo que não é nada habitual nas encarnadas. Grande jogo, muita luta e a prova de como a Liga Betclic Feminina é incrível e de como tudo está em aberto.

Benfica tem dois jogos em casa para dar a volta, mas Vitória SC na frente e com uma demonstração de muita qualidade no arranque dos playoffs. Vários destaques individuais, como Laura Ferreira e Joana Soeiro no Benfica, já do lado do Vitória SC, Kourtni Perry dominou no jogo interior, Sara Ressurreição sempre muito bem, não sabe jogar mal, mas Maria Oliveira foi uma das protagonistas, esteve em grande neste jogo e só não foi a figura maior do Vitória porque Kahlia Lawrence esteve monstuosa. Neste triunfo, Kahlia Lawrence conseguiu, 31 pontos (10 em 15 em lançamentos de campo, 2 em 5 na linha de três pontos e 5 em 5 na linha de lances livres) ainda obteve 6 ressaltos, 3 assistências e 2 roubos de bola.

Laura Silva – Muita qualidade

O Vagos venceu o CAB Madeira por 69-65 num jogo disputado até ao último segundo. As madeirenses tiveram duas entradas em grande, primeiro e terceiro quarto foram da equipa de Fátima Silva, mas depois os turnovers acabaram por custar este triunfo às madeirenses. O Vagos manteve-se sempre seguro, mesmo quando estavam atrás no marcador, a exclusão de Susana Carvalheira pesou, mas foi bem “substituída” com destaque aí Inês Pinto que teve triplos decisivos. Muita luta, foi o jogo mais discutido, porque foi do princípio ao fim do encontro, belo jogo na Madeira e tudo em aberto, claro que o Vagos ficou em vantagem, mas a verdade é que o CAB deixou à vista a muita qualidade que possui, também aqueles que tem sido os problemas desta temporada. Jogo de alto nível, a festa dos playoffs brindou-nos com grandíssimo jogo na Madeira com o Vagos a sair na frente neste duelo dos quartos de final da Liga Betclic Feminina.

Nos destaques individuais tivemos vários, Manuela Rios e Martha Burse à cabeça do lado do Vagos, além claro das Joanas, Canastra e Cortinhas que como sempre entram, jogam bem e fazem a diferença na partida. Do lado do CAB Madeira, Madison Torresin com um grande jogo, voltou a estar muito bem, depois Isabel Berenguer, mais uma jogadora que não sabe jogar mal e que sempre rende, ainda Carolina Bernardeco que brilha em todos os jogos, nem sempre foi fácil, mas sempre muito bem, mas o maior destaque foi Laura Silva. Apesar do desaire, Laura Silva merece o maior destaque desta partida onde conseguiu 12 pontos (3 em 5 de lançamentos de campo, 1 em 5 na linha de três pontos e 3 em 3 na linha de lances livres) além de 3 ressaltos e 1 assistência, uma jogadora incansável que assumiu o jogo e que agitou a partida recolocando o CAB em jogo por diversos momentos.

Raquel Alves – Exibição de luxo

Para terminarmos, o Francisco Franco foi a Coimbra vencer o Olivais FC por 62-55 e está assim em vantagem no playout da Liga Betclic Feminina. Mais um jogo onde o Olivais entrou muito bem, o primeiro quarto foi da equipa da casa que mais uma vez sentiu dificuldades com o decorrer da partida, principalmente em termos de estatura e físicos, porque Dayna subiu ainda mais de rendimento no segundo e terceiro quarto criando assim mais problemas à equipa da casa. Também mais uma vez, vimos o Olivais a terminar bem a partida. Um Francisco Franco muito forte, com Dayna Rouse em grande destaque, mas com o jogo que caracterizou esta equipa ao longo da temporada. Do lado do Olivais, jogaram bem, estiveram por cima em diversos momentos, mas mais uma vez acabaram por perder. Francisco Franco em vantagem na luta pela manutenção, levam assim a eliminatória para a Madeira com um ascendente e com uma vantagem segura neste playout da Liga Betclic Feminina.

A verdade é que além de jogar bem e apesar de tudo, sabemos que o Olivais vai dar tudo, jogar bem e criar muitas dificuldades ao Francisco Franco. Neste duelo ficaram vários destaques individuais, Dayna Rouse o mais mencionado e o mais incontornável, mas além dela do lado madeirense ainda destaque Katherine Andersen, mas em especial Cristina Freitas que é aquela peça que rende sempre, que raramente erra e que nem sempre tem o destaque merecido.

Do lado da equipa da casa, Eva Carregosa também ela sempre incontornável, Mafalda Pompeu que esteve muito bem e em momentos mexeu com o jogo, mas o maior destaque foi Raquel Alves. Num duelo de alto nível, parecia um jogo de playoff, Raquel Alves foi a estrela, mais uma vez a capitã do Olivais brilhou muito, é claramente um dos destaques maiores desta temporada e começou este playout com uma exibição de luxo. Raquel Alves conseguiu, 21 pontos (2 em 4 de lançamentos de campo, 5 em 9 na linha de três pontos e 2 em 2 na linha de lances livres) obteve ainda 6 ressaltos, 3 assistências e 2 roubos de bola.

Está assim dado o mote para os playoffs e para o playout, grandes jogos, tudo ainda mais ao rubro e em aberto, invencibilidades quebradas, muita luta e a excelência do basquetebol feminino da Liga Betclic feminina que é impossível perder.


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