Arquivo de Laura Ferreira - Fair Play

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José AndradeDezembro 13, 20226min0

Esta última semana voltou a ser tempo de seleção e hoje vamos olhar para os duelos entre o conjunto das quinas e as seleções da Grã-Bretanha e da Estónia respetivamente, por isso acompanhem-nos nesta viagem por dois duelos que nos colocaram mais perto do feito histórico.

Portugal – Grã-Bretanha: Jogão de alta intensidade

Em Matosinhos, Portugal recebeu a Grã-Bretanha com a seleção visitante a sair vitoriosa desta visita ao nosso país por 76-69 num duelo marcado pelo equilíbrio e pela muita emoção até ao final da partida. O resultado acaba por enganar, este jogo foi muito equilibrado com a seleção nacional a começar melhor, o conjunto de Ricardo Vasconcelos arrancou com tudo conseguindo entrar da melhor maneira neste jogo. A resposta da turma de sua majestade não tardou e a equipa visitante conseguiu ganhar um ligeiro ascendente nesta partida através da luta das tabelas, o ponto que ditou a maior diferença a favor das britânicas, mesmo assim Portugal conseguiu sempre equilibrar levando mesmo este duelo para o prolongamento. A toada do jogo não mudou, ligeiro ascendente para a Grã-Bretanha e as portuguesas a lutarem muito e a mostrar que podíamos levar a vitória, mas no final foi a turma visitante a sair mais feliz de Matosinhos, num belíssimo jogo onde Portugal voltou a mostrar que pode vencer qualquer adversário.

Estónia – Portugal: Só deu Portugal em Tartu

Depois do desaire em Matosinhos, o conjunto das quinas viajou até à Estónia para vencer de forma inequívoca realizando uma exibição de luxo e que deixou bem claro não só a muita qualidade presente neste grupo como a força desta nossa seleção. Vitória em Tartu por, 76-52 num jogo onde as lusas deram a melhor resposta ao desaire com a Grã-Bretanha e onde entraram ainda melhor que em Matosinhos conseguindo uma vantagem segura ao intervalo depois de uma primeira-parte de total superioridade portuguesa. A segunda-parte viu Portugal continuar por cima, as lusitanas não abrandaram e continuaram a dominar a partida, as estónias ainda conseguiram reduzir a desvantagem, mas nada que afetasse a exibição lusa que mandou e dominou toda a partida conseguindo sair desta visita à Estónia com uma vitória importante e que colocou a turma das quinas como um dos conjuntos em destaque nesta janela de qualificação para o Eurobasket.

Os maiores destaques individuais destes dois duelos da seleção nacional feminina:

– Márcia da Costa Robalo: Uma das maiores estrelas destes duelos

Começamos por falar de Márcia da Costa Robalo que saiu destes dois jogos como uma das melhores jogadoras desta janela de duelos de qualificação, a portuguesa foi uma das estrelas de todos estes duelos, brilhando uma vez mais e mostrando novamente que é uma das melhores jogadoras europeias. Márcia da Costa Robalo foi a principal protagonista na partida com a Grã-Bretanha e voltou a estar muito bem com a Estónia, duas exibições de alto nível que colocaram Márcia da Costa Robalo em destaque.

– Maria João Bettencourt: Não para de ser destaque

O nosso segundo destaque da seleção nacional feminina nestes dois encontros é Maria João Bettencourt que tem estado a realizar uma ótima temporada no Jairis em Espanha e que nesta dupla jornada manteve a constante desta época sendo um dos maiores destaques das lusas com duas excelentes exibições mostrando o porquê de estar a ser uma das atletas em melhor forma na Liga Espanhola. Maria João Bettencourt sempre nos habitou a grandes jogos ao serviço de Portugal e aqui não foi diferente, tendo sido determinante para o quão bem a nossa seleção jogou nestes encontros.

– Sofia da Silva: Dominante e em cada vez mais destaque

Mudamos para Sofia da Silva, o nosso terceiro destaque e também ela tem estado em ótimo plano na temporada realizando grandes jogos ao serviço do Gernika na Liga Espanhola. Sofia da Silva também manteve o seu nível exibicional desta época nestes dois duelos tendo sido uma das maiores protagonistas, sendo que no encontro com as Britânicas foi obrigada a lutar muito, num duelo que não foi nada fácil para ela e para as interiores lusas, já na Estónia, Sofia da Silva impôs as suas leis sendo ai uma das donas e senhoras no duelo das tabelas. Sofia da Silva continuou assim a sua senda de boas exibições nesta temporada.

– Laura Ferreira: Sempre um dos destaques

O nosso quarto destaque foi Laura Ferreira, ela que tal como os nossos destaques anteriores está a ser uma das maiores protagonistas na Alemanha e que chegou à seleção nacional feminina e manteve esse seu elevado nível que tem pautado a presente temporada. Laura Ferreira foi fundamental, lutou, mostrou-se perante as adversidades e conseguiu com isso ser uma das estrelas lusas em grande destaque nestes dois encontros.

– Inês Viana: Classe pura sempre a guiar o caminho

O nosso último destaque está também ela em grande forma, chegou como uma das estrelas na Bielorrússia e também ela brilhou nestas duas partidas, falamos claro de Inês Viana que teve tal como todas as outras atletas dois duelos complicados, mas nem por isso deixou de brilhar. A qualidade e a classe magistral de Inês Viana são conhecidas de todos nós e nesta dupla jornada voltaram a estar à vista de todos, mesmo nos momentos mais delicados e difíceis, Inês Viana surgia a guiar e a mostrar o caminho a todas, a base portuguesa como habitualmente a não passar ao lado dos jogos, assumindo sempre um papel de destaque tal como aconteceu nestes dois encontros da turma das quinas.

Ficámos aqui a saber como foi o rendimento de Portugal nestes dois confrontos que serviram para ver a força de grupo da nossa seleção que soube reagir ao resultado menos bom de uma forma que nem todos conseguiriam e isso dá-nos ainda mais esperanças para os dois próximos duelos. Portugal sai como uma das melhores seleções, Márcia da Costa Robalo como uma das melhores jogadoras e ainda mais certezas de que estamos perto de fazer história por mais difícil que a missão possa parecer.

Foto: FPB

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José AndradeNovembro 17, 20218min0

Esta semana regressamos para falar sobre a seleção nacional de Portugal, o conjunto de Ricardo Vasconcelos iniciou a qualificação para o Campeonato da Europa de 2023 com uma vitória frente à Estônia e um desaire frente à seleção grega, mas duas exibições que deixaram bem evidente que o lugar da nossa seleção é entre as melhores.

Portugal – Estónia: Triunfo esclarecedor

No primeiro destes dois jogos, Portugal venceu a Estónia por 62-43, uma adversária já bem conhecida da nossa seleção visto que desde 2006 que a enfrentamos nas qualificações, nessa ocasião na qualificação para o Campeonato Europeu de 2007, mas desde lá já foram 10 confrontos num total de 10 triunfos em 11 duelos frente a este adversário. Neste jogo, uma vitória de muita classe e que deixou logo à vista aquilo que seria o constante nesta dupla jornada, a muita qualidade e a capacidade de lutar até ao último segundo.

Em Matosinhos, Portugal teve que suar para vencer no primeiro quarto frente à Estónia, aqui a equipa visitante conseguiu criar mais problemas e discutir o jogo, muito pelos confrontos físicos e aí tivemos, mais uma vez, Maria Koustorkova em grande desde o começo e num duelo com Kadri-Ann Lass nas tabelas, um duelo que vem da Liga espanhola. Depois de um primeiro quarto mais equilibrado, Portugal conseguiu superiorizar-se e dominar este encontro, além de Maria Kostourkova, Laura Ferreira esteve como sempre muito bem, foi dos elementos mais regulares e que menos errou, foi preponderante na defesa e no ataque.

O maior destaque foi Maria João Correia, mas é preciso também referir a grande exibição de Carolina Rodrigues, tal como na Liga Betclic, a jogadora do SL Benfica entrou muito bem e fez a diferença neste primeiro jogo. Portugal geriu, viu a vantagem que chegou a ser de 28 pontos ser reduzida no último quarto, quando o ritmo era mais baixo e a seleção da Estónia aproveitou para aproximar, mas em momento algum o triunfo português esteve em causa, deu para ver mais de alguns elementos e deu para gerir as nossas atletas, mas vitória categórica e com dedo de Ricardo Vasconcelos que souber ler bem o encontro e mudar, para que Portugal se superioriza e triunfasse iniciando da melhor forma a qualificação para o Europeu de 2023 que se vai realizar em Israel e na Eslovénia.

Portugal – Grécia: Por pouco não se fez história, mas qualidade que faz sonhar ainda mais!

Na Philippos Amoridis Arena, Portugal perdeu por 64-57 frente ao conjunto helênico, num jogo repleto de emoção do principio ao fim e onde a selecção das Quinas deixou evidente que pertence à elite do basquetebol, mesmo somando um desaire e num jogo difícil, nunca baixou os braços e conseguiu mesmo colocar uma das seleções europeias mais fortes em dificuldades. A seleção grega está em 9ª no ranking europeu e em 15ª no ranking FIBA mundial, algo que demonstra bem o poderio deste conjunto que conta com jogadoras experientes, de muita qualidade e que jogam nas melhores ligas, isto tudo são sinais do crescimento do nosso basquetebol, de como as nossas jogadoras são de grande qualidade e de como estamos cada vez mais perto de chegar onde merecemos.

Este duelo foi o sexto frente à Grécia, ainda não foi desta que conseguimos triunfar e fazer história, o primeiro duelo remonta a 1989 numa equipa comandada por Eliseu Beja e com nomes históricos como Ana Oliveira, Carla Esteves ou Vera Jardim, depois disso seguiram-se os desaires em 1991, 1993 num grande jogo em Tondela numa altura que a nossa seleção contava com Ticha Penicheiro ou Mery Andrade; depois seguiu-se a derrota de 2017 num elenco onde estava Michelle Brandão, uma das nossas convidadas no último Sixth Woman além de 2017 também em 2018 fomos derrotados pela Grécia. Neste jogo, foi onde estivemos mais perto de conseguir “matar o borrego”, Portugal entrou menos bem e sentiu muitos problemas, a desvantagem chegou mesmo a ser de 20 pontos.

A luta das tabelas fazia a diferença, como esperado, com as gregas a controlar aspecto e conseguiam dai dominar o encontro, com Maria Fasoula a brilhar, ela que é uma das estrelas do basquetebol europeu e um jogadora de classe mundial, ia fazendo a diferença e sendo a jogadora mais para o lado grego. Portugal melhorou ao intervalo, conseguiu ter mais Márcia da Costa Robalo em jogo e isso fazia a diferença, com também grande participação de Sofia da Silva, que começou a surgir mais nesta partida e ainda Marta Martins. Outro dos destaques foi novamente, Laura Ferreira, voltou a ser das melhores jogadoras lusas e voltou a ser preponderante.

Portugal conseguiu equilibrar, dividir o jogo com as gregas e discutir o resultado levando para o último quarto tudo em aberto. A verdade é que a seleção grega voltou a ser mais forte na altura decisiva, Portugal ainda conseguiu estar na frente do encontro no 50-49, mas a equipa da casa não acusou a desvantagem e acabaram mesmo por conseguir vencer num jogo insano, de alta intensidade e onde o elenco português mostrou que a distância para estas seleções é cada vez menor. Um grande jogo de basquetebol, onde a experiência pesou, mas onde as nossas jogadoras orgulharam o nosso país e mostraram que vão ter de contar connosco na altura das decisões. O crescimento de Portugal é notório, este embate serviu para mostrar isso mesmo e que as jogadoras portuguesas pertencem à elite do basquetebol!

MVPs – Craques de luxo

Laura Ferreira – Não sabe jogar mal

Um dos maiores destaques lusitanos foi Laura Ferreira, além de figurar entre as melhores jogadoras no Grupo G e do lance que correu mundo, Laura Ferreira a jogadora mais regular, esteve muito bem nos dois jogos e tal como muitas vezes friso nos textos da Liga Betclic, mesmo não sendo a jogadora mais exuberante é das melhores e das que menos erra no basquetebol nacional. Nestes dois jogos, Portugal teve em Laura Ferreira uma das jogadoras mais preponderantes, voltou a destacar-se nos dois lados do campo, assumindo um peso no jogo de Portugal que mais nenhuma outra assumiu. Segurança, regularidade e muita qualidade fazem de Laura Ferreira uma jogadora de altíssimo nível e uma das peças mais imprescindíveis para Ricardo Vasconcelos.

Sofia da Silva – Incansável batalhadora

O nosso segundo destaque vai para Sofia da Silva, a jogadora do Ensino Lugo voltou a exibir-se ao nível que nos tem habituada nesta temporada e ao longo da sua carreira. Dois jogos que exigiram muito das nossas atletas e Sofia da Silva mostrou-se a nível excelente tanto na defesa, como na luta das tabelas e mesmo no ataque, a atleta que começou aos 13 anos no Clube Académico de Coimbra voltou a mostrar o porquê de ser um dos destaques do Lugo neste início de temporada e o porquê de brilhar numa das melhores ligas do basquetebol europeu. A capitã nacional jogou sempre bem, em alta intensidade e perante todas as adversidades conseguiu sempre estar em evidência na nossa seleção, principalmente no período de domínio português na Grécia onde os seus pontos foram importantes para o crescimento luso.

Marta Martins – Entradas diferenciadas

Por fim, o nosso terceiro destaque vai para Marta Martins, a base do Benfica não foi titular e nem somou os minutos das jogadoras anteriores, mas a verdade é que sempre que entrou fez a diferença. No jogo com a Estónia, Marta Martins entrou muito bem ao lado de Carolina Rodrigues e no jogo com a Grécia foi ainda mais preponderante. Foram 11 pontos, 1 ressalto em 23 minutos nos dois jogos, mas além destas estatísticas a jogadora scalabitana entrou sempre muito bem, em todas as ocasiões mudou o jogo luso e conseguiu fazer o que Ricardo Vasconcelos pretendia, agitar e alterar o decorrer das partidas. A jovem portuguesa tem vindo em crescendo ao longo da temporada e a assumir cada vez mais protagonismo no Benfica e mesmo na seleção, a verdade é que como se viu nesta dupla jornada de qualificação para o Campeonato da Europa, Marta Martins não precisa de muito tempo nem de muito espaço para brilhar.

Por esta semana é tudo, ficaram as duas ótimas exibições da nossa seleção que provou a toda a Europa que o nosso talento é gigante e que vamos discutir o lugar no Campeonato da Europa até ao fim com todas as possibilidades de sonhar com uma presença em Israel e na Eslovénia em 2023.


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