Supertaça de Basquetebol feminina: Benfica conquista num jogo épico

José AndradeSetembro 30, 20218min0

Supertaça de Basquetebol feminina: Benfica conquista num jogo épico

José AndradeSetembro 30, 20218min0
José de Andrade conta o que se passou na Supetaça feminina de basquetebol português, num jogo espectacular como relata o autor

Começou a nova temporada de basquetebol nacional e no primeiro troféu do ano, o SL Benfica venceu por 77-75 o Vitória SC conquistando assim a XXXVI edição da Supertaça feminina de basquetebol, no caso a primeira da história do clube da Luz que levantou o troféu depois de um magnífico jogo de basquetebol.

A equipa de Eugênio Rodrigues iniciou esta partida com Myriam Ackerman, Raphaella Silva, Laura Ferreira, Taylor Peacocke e Joana Soeiro, já do lado da equipa de Guimarães começaram, Kamera Harris, Nikita Telesford, Kahlia Lawrence, Sara Ressurreição e Catarina Mateus.

O encontro começou logo muito animado, coube ao Benfica a primeira posse de bola e os primeiros pontos desta nova temporada. A mobilidade do ataque encarnado a ser logo o primeiro destaque desta partida, com Raphaella Silva a começar cedo a pontuar naquela que viria a ser uma grande exibição. As águias entraram mais fortes, enquanto do lado Vitoriano as bolas começavam a não cair e perante tanta intensidade a equipa de Pedro Dias ia começando a sentir problemas que se intensificaram com as dificuldades sentidas na defesa.

A primeira resposta do lado vitoriano nesta Supertaça foi dada pela Catarina Mateus que com um triplo fez a equipa “acordar”, mas era Kamera Harris o ponto de maior destaque, isto porque a estadunidense ia ganhando nos duelos das tabelas. Raphaella Silva ia continuando a ser a jogadora em maior evidência nesta partida, com o Vitória a sentir muitos problemas no perímetro, especialmente no ataque o tiro exterior não ia caindo e ia sendo a Sara Ressurreição que continuava a deixar a equipa de Guimarães dentro do jogo.

Benfica estava por cima, no ataque a mobilidade da equipa, em especial da Raphaella Silva ia deixando a defesa do Vitória em apuros e no lado defensivo, a equipa encarnada ia obrigando o Vitória a errar, a demorar para atacar o cesto e a lançar de forma mais pressionada. Destacar a última jogada do primeiro quarto, Carolina Rodrigues a colocar em Mariana Silva que, mostrando mais uma vez que é uma jogadora interior habilidosa, passou para Raphaella atirar da linha de três pontos para fazer o 26-12 com que este primeiro quarto terminou.

No segundo quarto, destacar a entrada de Carolina Rodrigues e Marta Martins que foram assumindo protagonismo neste começo de período, do lado do Vitória uma mudança, com Catarina Mateus mais marcada, a equipa começou a mostrar mais no jogo interior e sempre que conseguiam penetrar colocavam a defesa encarnada em dificuldades. A formação de Guimarães apesar de alguns momentos bons, ia continuando a ter problemas e não ia sabendo lidar com a boa defesa do Benfica, um dos momentos mais importantes, foi quando Barbara Miranda faz o 30-19, que serviu para deixar o Vitória ainda dentro do jogo e de alguma forma serviu para “sacudir” a equipa de Pedro Dias.

A 6 minutos do intervalo desta Supertaça, um momento que merece muito ser realçado, o regresso de Carolina Gonçalves no lado do SL Benfica, a jogadora que esteve um período longo afastada devido a lesão regressou e entrou logo a mostrar muito da sua qualidade. Vitória começou a aproximar mais nestes 5 minutos finais do segundo período, a eficácia ainda era baixa, mas mesmo assim iam conseguindo aproximar o marcador, muito pela Kahlia Lawrence e Mariana Teixeira que já havia entrado no decorrer deste quarto, com estar a ser fundamental para este aproximar no placar. É já no final deste período que surge a mudança no jogo, Pedro Dias parou o jogou e fez uma alteração na equipa, isto porque colocou o Vitória a jogar em defesa zonal e a verdade é que deu muito resultado, porque começaram a anular o ataque do Benfica.

O quarto terminou com 43-34, Vitória a recuperar, Mariana Teixeira e Kahlia Lawrence os maiores destaques na equipa de Guimarães, já do lado Benfiquista os maiores destaques iam sendo Raphaella Silva e Laura Ferreira, uma jogadora nuclear nesta equipa, pelo que defende, ataca, pelo que joga e faz jogar, uma atleta que faz tudo bem e que por vezes por ter missões mais “invisíveis” acaba por não ter o devido destaque.

No regresso dos balneários, estava tudo em aberto, o Vitória regressou muito bem e pela primeira vez estavam melhores na partida, o jogo começava a fluir, a equipa cometia muito menos erros e estavam a conseguir anular o Benfica. Para ajudar, os tiros exteriores começaram a cair, uma arma que já se sabia que tinha muito peso nesta equipa. Jogo cada vez mais equilibrado e animado, Marta Martins voltou a ter uma entrada importante, pois mais uma vez quando entrou deu nova vida à equipa do Benfica, uma vez que as coisas nesta altura no jogo não estavam a sair tão bem a Joana Soeiro, tal como a Marta Martins.

Carolina Rodrigues voltou a entrar bem, muito forte, concentrada, a mostrar-se na defesa e no jogo mais “invisível”, a confirmar o que disse aqui, jogadora de muita qualidade e de equipa que se sacrifica e que mesmo sem se mostrar tanto na marcação de pontos ela joga e tem um papel importante no jogo e nesta Supertaça viu-se isso mesmo.

Kahlia Lawrence ia crescendo com a partida, ia estando cada vez em maior plano no jogo. Do outro lado, era Marta Martins a levar o Benfica para a frente, que nesta altura ia sentindo problemas no jogo interior, isso porque norta americana dos vimaranenses ia dominando na área pintada, a equipa conseguia que as bolas da linha de três pontos caíssem e por isso mesmo a vantagem do Benfica era cada vez menor.

63-58 no final do terceiro quarto, muito equilíbrio, jogo muito disputado e basquetebol da maior qualidade, destacar ainda o duelo entre a Rapha e a Kahlia, iam sendo as duas jogadoras em maior evidência, discutindo entre elas o prêmio de MVP nesta partida e com uma grande luta em muitos momentos no jogo, um duelo que ia aquecendo e que nos dava mais um foco de interesse nesta partida.

No período final, o Vitória entrou a pontuar, dois pontos de Catarina Mateus que levaram Eugênio Rodrigues a responder e a mudar, com o treinador do Benfica apostar em Marta Martins e Joana Soeiro pela primeira em simultâneo no jogo e isso revelou-se muito importante para a melhoria lisboeta, isto porque as duas garantiam maior criatividade, maior mobilidade e deixavam Raphaella Silva ainda mais “livre” criando assim mais uma vez maiores problemas ao Vitória.

Do outro lado, Catarina Mateus e Sara Ressurreição iam como sempre brilhando, duas jogadoras que sempre jogam bem e que aqui iam criando problemas com as suas penetrações que levavam o Benfica a cometer falta ou a sofrer. Jogo rápido, muito intenso e sempre bem jogado.

No Vitória o destaque maior ia sendo e foi sempre Kamera Harris que ia continuando a dominar o jogo interior, deixando à mostra problemas antigos da equipa de Eugênio Rodrigues na luta das tabelas, ainda mais quando a Kamera Harris se juntava Nikita Telsford que dominou nos ressaltos ofensivos. Com menos de 4 minutos para o fim do jogo, tínhamos no placar 73-71, o Vitória estava na frente, algo extraordinário pois a equipa de Guimarães chegou a estar a perder por 17 pontos. Esta primeira vantagem chegou num triplo de Sara Ressurreição e depois da defesa vitoriana ter brilhado com 3 recuperações imperiais de bola.

Numa altura complicada, surge uma das caras novas no Benfica, Taylor Peacocke que com vários lançamentos foi fundamental para a recuperação e vitória do Benfica. Jogo caminhava para o fim, estava muito intenso e eletrizante, muita luta e com os ataques a funcionarem muito bem. O derradeiro lance desta partida coube a Kahlia Lawrence, ela que foi uma das melhores deste jogo teve o último lançamento do jogo a 3 segundos do fim, mas a bola não caiu e o SL Benfica acabou por vencer assim a Supertaça por 77-75.

Que jogão, primeira Supertaça da história para o SL Benfica, a equipa de Lisboa esteve mais vezes em vantagem, jogou muito bem, mas a qualidade de jogo do Vitória e a recuperação depois de terem estado a perder por 17 pontos são para realçar a um ponto muito elevado. Começou a época da melhor maneira, com um grande jogo com os adeptos a matarem parte das saudades. Raphaella Silva a MVP desta Supertaça, apesar de várias jogadoras em ótimo plano, sendo um prêmio foi incontestável para a internacional canarinha. Venha a época, porque este jogo já deixou evidente que vai ser um ano ainda mais incrível.


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